uma estória que me chegou ás mãos!!! curioso!!!
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Re: uma estória que me chegou ás mãos!!! curioso!!!
Flecha Escreveu:Quando o Belmiro começou a enriquecer...
...Nadava nas águas da UDP...
só tenho um comentário a esta afirmação:
pura fantasia
Quando, em 14 de Março de 1975, o governo de Vasco Gonçalves nacionalizou a banca com o apoio de todos os partidos que nele participavam (PS, PPD e PCP), todo o património dos bancos passou a propriedade pública. O Banco Pinto de Magalhães (BPM) detinha a SONAE, a única produtora de termolaminados, material muito usado na indústria de móveis e como revestimento na construção civil. Dada a sua posição monopolista, a SONAE constituía a verdadeira tesouraria do BPM, pois as encomendas eram pagas a pronto e, por vezes, entregues 60, 90 e até 180 dias depois. Belmiro de Azevedo trabalhava lá como agente técnico (agora engenheiro técnico) e, nessa altura, vogava nas águas da UDP.
Em plenário, pôs os trabalhadores em greve com a reclamação de a propriedade da empresa reverter a favor destes. A União dos Sindicatos do Porto e a Comissão Sindical do BPM (ainda não havia CT's na banca) procuraram intervir junto dos trabalhadores alertando-os para a situação política delicada e para a necessidade de se garantir o fornecimento dos termolaminados às actividades produtoras. Eram recebidas por Belmiro que se intitulava “chefe da comissão de
trabalhadores”, mas a greve só parou mais de uma semana depois quando o governo tomou a decisão de distribuir as acções da SONAE aos trabalhadores proporcionalmente à antiguidade de cada um.
Meu caro "Flecha"
parece que à época não conhecia o mundo laboral, só se conseguem fazer afirmações destas por desconhecimento do que era o mundo laboral à época (época da brasa)
Como podía ser possível fazer parte da comissão de trabalhadores um dos representantes do patrão?
Penso que o Eng.B.A. era o responsável técnico da empresa.
Penso também que é engenheiro, licenciado em 1956 em Engenharia Química como diz
http://sigarra.up.pt/up/web_base.gera_pagina?P_pagina=1000711
Assim se torna Belmiro de Azevedo dono da SONAE.
Extraído da WikipédiA
Em 1982, Afonso Pinto de Magalhães, oferece 16% da Sonae a Belmiro de Azevedo e, depois da sua morte, Belmiro de Azevedo atinge a maioria do capital após uma longa batalha judicial com a família do antigo presidente. A família de Afonso Pinto de Magalhães desistiu do processo, dando assim o controlo da Sonae a Belmiro de Azevedo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sonae
"Flecha"
Bastava ter "glogado" durante dois minutos e evitava de colocar aqui este montão de disparates
Quem é
Gaspar Martins, bancário reformado, ex-deputado
A Frase passada abaixo parece dizer tudo acerca da abertura deste tópico.....será?
E leva a mesma técnica de tesouraria para a rede de supermercados Continente depois criada onde recebe a pronto e paga a 90, 120 e 180 dias…
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Re: Xissa !
bboniek00 Escreveu:
Estou farto de explicar o conceito mas o pessoal ee refractaario aas modernices mais vanguardistas.
Percebo.
Como é que eu sei que estás a escrever o acento correcto??

Às tantas terás de começar a pôr um dos ás em maiúscula...

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para alguns dos incultos
estória e história (I) [Ortografia / Lexicografia / Definição]
Tenho visto há algum tempo duas palavras que me têm deixado bastante confuso: história e estória. Ao ver que alguns dicionários não tinham qualquer referência a estória deduzi que não existiria tal palavra na língua portuguesa... Mesmo assim, fiquei intrigado pelas sucessivas "aparições" desta. Gostaria de saber se me poderiam informar se a palavra estória existe, e se sim , qual o significado desta e a diferença em relação a história.
L. Farinha (Portugal)
A palavra estória é uma forma divergente de história, pois ambas têm origem no grego historía, -as (exame, informação, pesquisa, estudo, ciência) através do latim historia, -ae, tendo a forma estória entrado através do inglês story.
O Dicionário Houaiss (brasileiro, mas também com uma edição portuguesa) informa-nos, na etimologia desta palavra, que estória foi uma forma "adoptada pelo conde de Sabugosa com o sentido de narrativa de ficção, segundo informa J.A. Carvalho no seu livro Discurso & Narração, Vitória, 1995, p. 9-11".
Em Portugal, apenas alguns dicionários registam estória; no entanto, esta palavra é actualmente utilizada com muita frequência com o sentido de narrativa popular.
Em relação a estas palavras, o Dicionário Aurélio (também brasileiro) faz mesmo uma recomendação: "[Recomenda-se apenas a grafia história, tanto no sentido de ciência histórica, quanto no de narrativa de ficção, conto popular, e demais acepções.]".
Em contextos em que o utilizador da língua queira evitar o uso de uma palavra polémica, deverá utilizar sempre a forma história, pois em relação a esta não há qualquer controvérsia.
já agora era muito interessante discutir o conteudo desta estória.
Tenho visto há algum tempo duas palavras que me têm deixado bastante confuso: história e estória. Ao ver que alguns dicionários não tinham qualquer referência a estória deduzi que não existiria tal palavra na língua portuguesa... Mesmo assim, fiquei intrigado pelas sucessivas "aparições" desta. Gostaria de saber se me poderiam informar se a palavra estória existe, e se sim , qual o significado desta e a diferença em relação a história.
L. Farinha (Portugal)
A palavra estória é uma forma divergente de história, pois ambas têm origem no grego historía, -as (exame, informação, pesquisa, estudo, ciência) através do latim historia, -ae, tendo a forma estória entrado através do inglês story.
O Dicionário Houaiss (brasileiro, mas também com uma edição portuguesa) informa-nos, na etimologia desta palavra, que estória foi uma forma "adoptada pelo conde de Sabugosa com o sentido de narrativa de ficção, segundo informa J.A. Carvalho no seu livro Discurso & Narração, Vitória, 1995, p. 9-11".
Em Portugal, apenas alguns dicionários registam estória; no entanto, esta palavra é actualmente utilizada com muita frequência com o sentido de narrativa popular.
Em relação a estas palavras, o Dicionário Aurélio (também brasileiro) faz mesmo uma recomendação: "[Recomenda-se apenas a grafia história, tanto no sentido de ciência histórica, quanto no de narrativa de ficção, conto popular, e demais acepções.]".
Em contextos em que o utilizador da língua queira evitar o uso de uma palavra polémica, deverá utilizar sempre a forma história, pois em relação a esta não há qualquer controvérsia.
já agora era muito interessante discutir o conteudo desta estória.
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Re: Xissa !
PT_Trader Escreveu:bboniek00 Escreveu:Vocezes quando nao conseguem rebater as ideias debatem a forma. Agora deram-lhe para martelar a sintaxe, a ortografia... ee preciso ter Paciencia...
Mesmo a propósito... bboniek00, tu deves estar no estrangeiro e, por conseguinte, a escrever num teclado sem acentos, ou então os acentos do teu teclado não funcionam. Sempre que uma palavra tem acento, aparecem duas letras duplicadas, sem acento...
O meu grafismo torna-me verdadeiramente independente, com plena mobilidade !!! Ee excelente.
Deviam experimentar: daa um gozo do catano !


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Re: Xissa !
bboniek00 Escreveu:Vocezes quando nao conseguem rebater as ideias debatem a forma. Agora deram-lhe para martelar a sintaxe, a ortografia... ee preciso ter Paciencia...
Mesmo a propósito... bboniek00, tu deves estar no estrangeiro e, por conseguinte, a escrever num teclado sem acentos, ou então os acentos do teu teclado não funcionam. Sempre que uma palavra tem acento, aparecem duas letras duplicadas, sem acento...
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Xissa !
artista Escreveu:Elias Escreveu:artista Escreveu:o "ás" um pouco grave erro de ortografia
pouco grave?![]()
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meu caro artista, eu só conheço cinco ases com acento agudo:
- o ás de espadas
- o ás de copas
- o ás de ouros
- o ás de paus
- o ás do volante
o resto é com acento grave - não saber isto é grave
Sim mas é um erro que surge facilmente quando se está a escrever à pressa, os acentos são na mesma tecla e não é difícil errar... eu mesmo tive de voltar mesmo agora atrás a corrigir o "á" (pressa) que, se não te estivesse a responde a ti era capaz de deixar com o acento ao contrário!![]()
Isso, correctamente, em teclado hebraico, mandarim, ciriilic, latino, etc,. escreve-se "aa".
Estou farto de explicar o conceito mas o pessoal ee refractaario aas modernices mais vanguardistas.
Percebo.

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Elias Escreveu:artista Escreveu:o "ás" um pouco grave erro de ortografia
pouco grave?![]()
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meu caro artista, eu só conheço cinco ases com acento agudo:
- o ás de espadas
- o ás de copas
- o ás de ouros
- o ás de paus
- o ás do volante
o resto é com acento grave - não saber isto é grave
Sim mas é um erro que surge facilmente quando se está a escrever à pressa, os acentos são na mesma tecla e não é difícil errar... eu mesmo tive de voltar mesmo agora atrás a corrigir o "á" (pressa) que, se não te estivesse a responde a ti era capaz de deixar com o acento ao contrário!


Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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artista Escreveu:o "ás" um pouco grave erro de ortografia
pouco grave?





meu caro artista, eu só conheço cinco ases com acento agudo:
- o ás de espadas
- o ás de copas
- o ás de ouros
- o ás de paus
- o ás do volante
o resto é com acento grave - não saber isto é grave
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Estória é digamos mais ou menos uma opção estilística e normalmente é empregada para significar "conto" (em lugar de crónica histórica).
Um pouco à semelhança do que acontece em inglês entre History e Story, mas, não é propriamente corrente e não foi universalmente adoptado. E julgo saber que uma boa parte da influência para a sua utilização veio do Brasil...
Está dicionarizado, por via das dúvidas, mas a malta discute se se devia utilizar ou não.
Um pouco à semelhança do que acontece em inglês entre History e Story, mas, não é propriamente corrente e não foi universalmente adoptado. E julgo saber que uma boa parte da influência para a sua utilização veio do Brasil...
Está dicionarizado, por via das dúvidas, mas a malta discute se se devia utilizar ou não.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Vocês não deixam passar nada!! A "estória" presumo que seja propositado, o "ás" um pouco grave erro de ortografia, que até pode ser explicado pela pressa com que muitas vezes se escreve!
Elias, como o novo acordo ortográfico vais ter muito trabalho aqui no Caldeirão!

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Re: uma estória que me chegou ás mãos!!! curioso!!!
Elias Escreveu:ricardostc Escreveu:"... estória .."![]()
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"...ás mãos..."![]()
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"curioso!!"




Re: uma estória que me chegou ás mãos!!! curioso!!!
Elias Escreveu:ricardostc Escreveu:"... estória .."![]()
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"...ás mãos..."![]()
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não percebo

estória
(inglês story, do latim historia, -ae, do grego historía, -as, exame, informação, pesquisa, estudo, ciência)
s. f.
s. f.
Narrativa de ficção, oral ou escrita. = CONTO, FÁBULA, HISTÓRIA, NOVELA
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Re: uma estória que me chegou ás mãos!!! curioso!!!
ricardostc Escreveu:"... estória .."![]()
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"...ás mãos..."



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Re: uma estória que me chegou ás mãos!!! curioso!!!
"... estória .."





Flecha Escreveu:Quando o Belmiro começou a enriquecer...
...Nadava nas águas da UDP...
Quando, em 14 de Março de 1975, o governo de Vasco Gonçalves nacionalizou a banca com o apoio de todos os partidos que nele participavam (PS, PPD e PCP), todo o património dos bancos passou a propriedade pública. O Banco Pinto de Magalhães (BPM) detinha a SONAE, a única produtora de termolaminados, material muito usado na indústria de móveis e como revestimento na construção civil. Dada a sua posição monopolista, a SONAE constituía a verdadeira tesouraria do BPM, pois as encomendas eram pagas a pronto e, por vezes, entregues 60, 90 e até 180 dias depois. Belmiro de Azevedo trabalhava lá como agente técnico (agora engenheiro técnico) e, nessa altura, vogava nas águas da UDP.
Em plenário, pôs os trabalhadores em greve com a reclamação de a propriedade da empresa reverter a favor destes. A União dos Sindicatos do Porto e a Comissão Sindical do BPM (ainda não havia CT's na banca) procuraram intervir junto dos trabalhadores alertando-os para a situação política delicada e para a necessidade de se garantir o fornecimento dos termolaminados às actividades produtoras. Eram recebidas por Belmiro que se intitulava “chefe da comissão de
trabalhadores”, mas a greve só parou mais de uma semana depois quando o governo tomou a decisão de distribuir as acções da SONAE aos trabalhadores proporcionalmente à antiguidade de cada um.
É fácil imaginar o panorama. A bolsa estava encerrada e o pessoal da SONAE detinha uns papéis que, de tão feios, não serviam sequer para forrar as paredes de casa… Meses depois, aparece um salvador na figura do chefe da CT que se dispõe a trocar por dinheiro aqueles horrorosos papéis.
Assim se torna Belmiro de Azevedo dono da SONAE. E leva a mesma técnica de tesouraria para a rede de supermercados Continente depois criada onde recebe a pronto e paga a 90, 120 e 180 dias…
Há meia dúzia de anos, no edifício da Alfândega do Porto, tive oportunidade de intervir num daqueles debates promovidos pelo Rui Rio com antigos primeiros-ministros e fiz este relato. Vasco Gonçalves não tinha ideia desta decisão do seu governo, mas não a refutou, claro.
Com o salão pleno de gente e de jornalistas, nenhum órgão da comunicação social noticiou a minha intervenção.
Este relato foi-me feito por colegas do então BPM entre eles um membro da comissão sindical (Manuel Pires Duque) que por várias vezes se deslocou na altura à SONAE para falar aos trabalhadores. Enviei-o para os jornais e, salvo o já extinto “Tal & Qual”, nenhum o publicou…
Gaspar Martins, bancário reformado, ex-deputado
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uma estória que me chegou ás mãos!!! curioso!!!
Quando o Belmiro começou a enriquecer...
...Nadava nas águas da UDP...
Quando, em 14 de Março de 1975, o governo de Vasco Gonçalves nacionalizou a banca com o apoio de todos os partidos que nele participavam (PS, PPD e PCP), todo o património dos bancos passou a propriedade pública. O Banco Pinto de Magalhães (BPM) detinha a SONAE, a única produtora de termolaminados, material muito usado na indústria de móveis e como revestimento na construção civil. Dada a sua posição monopolista, a SONAE constituía a verdadeira tesouraria do BPM, pois as encomendas eram pagas a pronto e, por vezes, entregues 60, 90 e até 180 dias depois. Belmiro de Azevedo trabalhava lá como agente técnico (agora engenheiro técnico) e, nessa altura, vogava nas águas da UDP.
Em plenário, pôs os trabalhadores em greve com a reclamação de a propriedade da empresa reverter a favor destes. A União dos Sindicatos do Porto e a Comissão Sindical do BPM (ainda não havia CT's na banca) procuraram intervir junto dos trabalhadores alertando-os para a situação política delicada e para a necessidade de se garantir o fornecimento dos termolaminados às actividades produtoras. Eram recebidas por Belmiro que se intitulava “chefe da comissão de
trabalhadores”, mas a greve só parou mais de uma semana depois quando o governo tomou a decisão de distribuir as acções da SONAE aos trabalhadores proporcionalmente à antiguidade de cada um.
É fácil imaginar o panorama. A bolsa estava encerrada e o pessoal da SONAE detinha uns papéis que, de tão feios, não serviam sequer para forrar as paredes de casa… Meses depois, aparece um salvador na figura do chefe da CT que se dispõe a trocar por dinheiro aqueles horrorosos papéis.
Assim se torna Belmiro de Azevedo dono da SONAE. E leva a mesma técnica de tesouraria para a rede de supermercados Continente depois criada onde recebe a pronto e paga a 90, 120 e 180 dias…
Há meia dúzia de anos, no edifício da Alfândega do Porto, tive oportunidade de intervir num daqueles debates promovidos pelo Rui Rio com antigos primeiros-ministros e fiz este relato. Vasco Gonçalves não tinha ideia desta decisão do seu governo, mas não a refutou, claro.
Com o salão pleno de gente e de jornalistas, nenhum órgão da comunicação social noticiou a minha intervenção.
Este relato foi-me feito por colegas do então BPM entre eles um membro da comissão sindical (Manuel Pires Duque) que por várias vezes se deslocou na altura à SONAE para falar aos trabalhadores. Enviei-o para os jornais e, salvo o já extinto “Tal & Qual”, nenhum o publicou…
Gaspar Martins, bancário reformado, ex-deputado
...Nadava nas águas da UDP...
Quando, em 14 de Março de 1975, o governo de Vasco Gonçalves nacionalizou a banca com o apoio de todos os partidos que nele participavam (PS, PPD e PCP), todo o património dos bancos passou a propriedade pública. O Banco Pinto de Magalhães (BPM) detinha a SONAE, a única produtora de termolaminados, material muito usado na indústria de móveis e como revestimento na construção civil. Dada a sua posição monopolista, a SONAE constituía a verdadeira tesouraria do BPM, pois as encomendas eram pagas a pronto e, por vezes, entregues 60, 90 e até 180 dias depois. Belmiro de Azevedo trabalhava lá como agente técnico (agora engenheiro técnico) e, nessa altura, vogava nas águas da UDP.
Em plenário, pôs os trabalhadores em greve com a reclamação de a propriedade da empresa reverter a favor destes. A União dos Sindicatos do Porto e a Comissão Sindical do BPM (ainda não havia CT's na banca) procuraram intervir junto dos trabalhadores alertando-os para a situação política delicada e para a necessidade de se garantir o fornecimento dos termolaminados às actividades produtoras. Eram recebidas por Belmiro que se intitulava “chefe da comissão de
trabalhadores”, mas a greve só parou mais de uma semana depois quando o governo tomou a decisão de distribuir as acções da SONAE aos trabalhadores proporcionalmente à antiguidade de cada um.
É fácil imaginar o panorama. A bolsa estava encerrada e o pessoal da SONAE detinha uns papéis que, de tão feios, não serviam sequer para forrar as paredes de casa… Meses depois, aparece um salvador na figura do chefe da CT que se dispõe a trocar por dinheiro aqueles horrorosos papéis.
Assim se torna Belmiro de Azevedo dono da SONAE. E leva a mesma técnica de tesouraria para a rede de supermercados Continente depois criada onde recebe a pronto e paga a 90, 120 e 180 dias…
Há meia dúzia de anos, no edifício da Alfândega do Porto, tive oportunidade de intervir num daqueles debates promovidos pelo Rui Rio com antigos primeiros-ministros e fiz este relato. Vasco Gonçalves não tinha ideia desta decisão do seu governo, mas não a refutou, claro.
Com o salão pleno de gente e de jornalistas, nenhum órgão da comunicação social noticiou a minha intervenção.
Este relato foi-me feito por colegas do então BPM entre eles um membro da comissão sindical (Manuel Pires Duque) que por várias vezes se deslocou na altura à SONAE para falar aos trabalhadores. Enviei-o para os jornais e, salvo o já extinto “Tal & Qual”, nenhum o publicou…
Gaspar Martins, bancário reformado, ex-deputado
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