ADSE - o sorvedouro
Não estou com muito tempo para pesquisar mas deixo-vos aqui o link para um estudo sobre a evolução da FP entre 1996 e 2005 que poderá responder à questão da idade dos FP.
http://www.dgaep.gov.pt/upload/OBSEP/De ... 6-2005.pdf
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"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Não digo o contrário.
Nem sequer estou a sugerir que o aumento do custo dos exames (por via das tecnologias mais modernas) seja uma coisa má.
Mas é bom que vamos tendo noção de quais os custos (de entre todos os que compõem a despesa pública) que têm vindo a subir mais.
Nem sequer estou a sugerir que o aumento do custo dos exames (por via das tecnologias mais modernas) seja uma coisa má.
Mas é bom que vamos tendo noção de quais os custos (de entre todos os que compõem a despesa pública) que têm vindo a subir mais.
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A inflacção em 13 anos ao ritmo das últimas décadas é da ordem dos 50% mais coisa menos coisa. Mas esse é só um factor entre vários (eu próprio referi dois factores e o moppie está a referir outros).
Esse aumento não se deve a uma só causa mas a várias (nem todas elas más) e ao longo do tempo nem precisam de ser as mesmas...
Aliás, tenho algumas dúvidas que alguma das razões seja realmente má.
Esse aumento não se deve a uma só causa mas a várias (nem todas elas más) e ao longo do tempo nem precisam de ser as mesmas...
Aliás, tenho algumas dúvidas que alguma das razões seja realmente má.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:moppie85 Escreveu:Como te disse, ambos aumentaram a sua despesa.
Muitos dos aumentos de custos atribuo aos novos exames que tens disponíveis (TACs, RMn, Ecografias), assim como os novos medicamentos (mais tecnologicos e mais caros) e aos hospitais particulares.
Eu creio que isso se reflecte especialmente na década de 90 que é quando - pelo menos do que conheço do sector - se dá a "explosão" tecnológica...
De resto, como já referi, entre inflação e envelhecimento da população de beneficiários, também se explicará outra parte do aumento (creio que esses efeitos anulam a maior parte da subida sensivelmente a partir de 2000).
Marco, é verdade em parte.
No entanto, o acesso dos aparelhos de diagnóstico aos privados é posterior.
Em Faro a 1ª máquina de RMN (q eu saiba) no privado tem cerca de 6/7 anos.
Quanto aos medicamentos, o agravamento tem sido muito maior nesta última década, com os novos medicamentos totalmente artificiais (sintéticos).
Também não podemos esquecer os testes genéticos.
Por fim, a alteração epidemológica da população que hoje vive mais e sofre "mais" de doenças crónicas, desempenha um papel importante no agravamento dos gastos.
Editado pela última vez por moppie85 em 26/5/2010 23:35, num total de 1 vez.
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moppie85 Escreveu:Como te disse, ambos aumentaram a sua despesa.
Muitos dos aumentos de custos atribuo aos novos exames que tens disponíveis (TACs, RMn, Ecografias), assim como os novos medicamentos (mais tecnologicos e mais caros) e aos hospitais particulares.
Eu creio que isso se reflecte especialmente na década de 90 que é quando - pelo menos do que conheço do sector - se dá a "explosão" tecnológica...
De resto, como já referi, entre inflação e envelhecimento da população de beneficiários, também se explicará outra parte do aumento (creio que esses efeitos anulam a maior parte da subida sensivelmente a partir de 2000).
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Elias Escreveu:Certo, mas não te esqueças que 1995 foi precisamente o ano em que o Estado abriu as portas e nos anos que se seguiram entraram uns 300 mil funcionários públicos, baixando a média etária dos beneficiários.
Não passa só por aí.
Como te disse, ambos aumentaram a sua despesa.
Muitos dos aumentos de custos atribuo aos novos exames que tens disponíveis (TACs, RMn, Ecografias), assim como os novos medicamentos (mais tecnologicos e mais caros) e aos hospitais particulares.
A isso tens de somar também a inflação desses anos.
Também te digo que esses valores estão "errados", em cerca de um ano, visto que a ADSE está com atrasos no processamento de facturas e despesas médicas.
Por outro lado, as despesas do SNS per capita, estão descaracterizadas, visto que quem tem acesso a ADSE e SNS é contabilizado em ambos os grupos, mesmo que recorra maioritariamente a ADSE.
(de se notar que a FP desconta 1,5% do ordenado para a ADSE, o que não acontece para o acesso ao SNS)
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Elias Escreveu:Certo, mas não te esqueças que 1995 foi precisamente o ano em que o Estado abriu as portas e nos anos que se seguiram entraram uns 300 mil funcionários públicos, baixando a média etária dos beneficiários.
Eu a subida da década de 90 confesso que ainda consigo entender e não me parece que seja necessariamente algo de mau....
Outra questão pertinente é saber se a inflação está descontada (presumo que não esteja).
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Elias Escreveu:Como o SNS o aumento é grande mas é consideravelmente menor: de 1995 a 2008 a despesa por habitante subiu 132%, ao passo que no caso da ADSE a despesa por beneficiário subiu 204%.
Sim, o que não impede que continue a ser um sorvedouro de dinheiro, tal e qual o ADSE.
Editado pela última vez por moppie85 em 26/5/2010 22:35, num total de 1 vez.
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Mas o número de beneficiários só por si não esclarece (por isso disse que era interessante ter os dados lado a lado com a idade média da população de beneficiários).
Eu deixo um exemplo meramente ilustrativo, imagina que tens um universo de beneficiários de 100 individuos: num ano saiem 10 do sistema com uma idade média de 60 anos, imaginemos. E entram 5 com uma idade média de 30 anos. Neste exemplo, algo exagerado, a população envelheceu perto de 11 meses (quase um ano).
Eu deixo um exemplo meramente ilustrativo, imagina que tens um universo de beneficiários de 100 individuos: num ano saiem 10 do sistema com uma idade média de 60 anos, imaginemos. E entram 5 com uma idade média de 30 anos. Neste exemplo, algo exagerado, a população envelheceu perto de 11 meses (quase um ano).
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:O universo de beneficiários tem vindo a reduzir (logo, a população média do beneficiário tem vindo a envelhecer).
Isto poderá explicar (entre outros factores) um encarecimento médio do beneficiário...
A redução do número de beneficiários é marginal (10% desde 2001 até 2008).
Nota que o número de beneficiários em 2008 era sensivelmente igual ao número de beneficiários em 1995 e no entanto o custo por beneficiário triplicou...
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O universo de beneficiários tem vindo a reduzir (logo, a população média do beneficiário tem vindo a envelhecer).
Isto poderá explicar (entre outros factores) um encarecimento médio do beneficiário...
Aliás, seria interessante anexar ao gasto médio, a idade média do beneficiário pois tenho a certeza que essa idade média está a subir e é um factor relevante.
Isto poderá explicar (entre outros factores) um encarecimento médio do beneficiário...
Aliás, seria interessante anexar ao gasto médio, a idade média do beneficiário pois tenho a certeza que essa idade média está a subir e é um factor relevante.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: ADSE - o sorvedouro
Elias Escreveu:Tenho andado de roda dos dados da PORDATA e de facto aparecem coisas interessantes. Há pouco encontrei este quadro chamado ADSE: despesa por beneficiário. Suponho que se trate de valores anuais, ou seja, quanto custa ao Estado, por ano, manter um beneficiário.
Confesso que fiquei chocado com estes valores. Não por causa da ordem de grandeza, mas sim porque na maioria dos anos o aumento da despesa média em valor percentual anda pelos dois dígitos e nalguns casos passa os 20%. Por exemplo, em 2002 aumentou 27%! É verdade que em 2003 reduziu bastante, mas a partir de 2004 os aumentos anuais (em percentagem) foram de 19%, 20%, 10%, -0.4% e 3,9%.
Olhando para o final do milénio anterior, verifica-se que o problema dos aumentos gordos da despesa já vinha de trás, basta ver que em 1998 o aumento foi de 25% e em 2001 foi de 14,5%. Na prática, em apenas 13 anos (1995 a 2008) a despesa média por beneficiário triplicou.
Não percebo como foi possível chegar aqui e, mais grave, apesar as medidas de austeridade e do abrandamento registado 2005, a verdade é que o valor médio continua a aumentar.
Alguém encontra explicações para estes aumentos brutais?
Elias, faz a mesma experiência, só que em vez de ser com o ADSE, com o SNS

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Tenho andado de roda dos dados da PORDATA e de facto aparecem coisas interessantes. Há pouco encontrei este quadro chamado ADSE: despesa por beneficiário. Suponho que se trate de valores anuais, ou seja, quanto custa ao Estado, por ano, manter um beneficiário.
Confesso que fiquei chocado com estes valores. Não por causa da ordem de grandeza, mas sim porque na maioria dos anos o aumento da despesa média em valor percentual anda pelos dois dígitos e nalguns casos passa os 20%. Por exemplo, em 2002 aumentou 27%! É verdade que em 2003 reduziu bastante, mas a partir de 2004 os aumentos anuais (em percentagem) foram de 19%, 20%, 10%, -0.4% e 3,9%.
Olhando para o final do milénio anterior, verifica-se que o problema dos aumentos gordos da despesa já vinha de trás, basta ver que em 1998 o aumento foi de 25% e em 2001 foi de 14,5%. Na prática, em apenas 13 anos (1995 a 2008) a despesa média por beneficiário triplicou.
Não percebo como foi possível chegar aqui e, mais grave, apesar as medidas de austeridade e do abrandamento registado 2005, a verdade é que o valor médio continua a aumentar.
Alguém encontra explicações para estes aumentos brutais?
Confesso que fiquei chocado com estes valores. Não por causa da ordem de grandeza, mas sim porque na maioria dos anos o aumento da despesa média em valor percentual anda pelos dois dígitos e nalguns casos passa os 20%. Por exemplo, em 2002 aumentou 27%! É verdade que em 2003 reduziu bastante, mas a partir de 2004 os aumentos anuais (em percentagem) foram de 19%, 20%, 10%, -0.4% e 3,9%.
Olhando para o final do milénio anterior, verifica-se que o problema dos aumentos gordos da despesa já vinha de trás, basta ver que em 1998 o aumento foi de 25% e em 2001 foi de 14,5%. Na prática, em apenas 13 anos (1995 a 2008) a despesa média por beneficiário triplicou.
Não percebo como foi possível chegar aqui e, mais grave, apesar as medidas de austeridade e do abrandamento registado 2005, a verdade é que o valor médio continua a aumentar.
Alguém encontra explicações para estes aumentos brutais?
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