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Caldeirão da Bolsa

AIMinho pede ao Gov. para "puxar orelhas" aos banc

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Qualnhick » 10/12/2008 21:35

Pata-Hari Escreveu:Eu não concordo nada com isso! os bancos têm exactamente como negócio vender dinheiro, fazer crédito. Se optam por não o fazer, estão no seu direito...


Estavam no seu direito até ao dia em que pediram ajuda a todos os Portugueses para avalizarem emprestimos por forma a puderem continuar o seu negocio (vender dinheiro, fazer credito).
A partir desse dia têm a obrigação, nem que seja moral, de ajudar a economia que os ajudou. Alias, no ambito desse aval é escandaloso que não se tenha incluido uma clausula limitando o valor maximo de spreads que a banca pode aplicar às empresas.
Com as empresas no sufoco que estão, a economia completamente parada, achas razoavel a banca continuar a ter 6 milhões de euros de lucro por dia ? Podes não chamar monopolio bancario ao que se passa, mas que anda muito proximo disso isso eu não tenho duvidas.
 
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por limpaesgotos » 10/12/2008 21:27

MikeCorp Escreveu:Em vez de criticar os bancos o responsável deveria estudar a questão e verificar em que consistem as 3000 falências e, com algum cuidado, ensinar aos pequenos empresários que algumas ideias e mercados já se encontram demasiado saturados.

Abraço


O responsável não está a criticar os bancos (que ao longo de anos tiveram milhões de lucro, com trabalhadores precários) mas sim o Governo. Se a banca que foi incompetente tem apoios, porque é que as empresas também não têm ?
Cumprimentos.


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por MikeCorp » 10/12/2008 21:16

Pata não podia concordar mais contigo. Nos últimos tempos, face a crise em que nos encontramos, abriu-se a caça aos chamados "endinheirados". Na mente (pequena) do português qualquer pessoa ou instituição que se relacione (muito) com dinheiro, automaticamente será corrupta e culpada do mal que assola este país, país esse que colecciona recessões nos últimos 8 anos.
O comum dos portugueses não compreende que os bancos funcionam como qualquer empresa privada, ou seja, ambiciona o lucro e abomina prejuízos ( sim é verdade, os bancos ainda vão dar dinheiro :) ). Os bancos portugueses não entraram no "negócio" da caridade e, se rejeitam sucessivamente projectos, provavelmente estará relacionado com as cerca de 3000 recentes falências nessa zona do país. Foi precisamente o clima de facilitismo existente nos últimos tempos que levou à crise financeira, com os bancos a investirem o dinheiro em projectos completamente descabidos de sentido financeiro e até mesmo lógico.
Para finalizar quantos de vocês não levam com 3 cafés iguaizinhos na mesma rua? e as lojas de roupas em cantos escuros e inacessíveis? E as lojas de Recortes e lavagens? Estou a classificar isto de projectos mas nem isso deveria ser... Mesmo projectos cuja ideia inicial apresentava alguma lógica e sentido de inovação falharam rotundamente, como o caso da Byblos, já discutido neste forúm. Ideias como estas até são bem vindas, apesar de ter terminado em fracasso. O problema reside na falta de inovação, as ideias são repetidas vezes sem conta e os bancos não vão já na cantiga.
Por último, tal como referido pela Pata, as garantias da banca não visavam solucionar os problemas do minho. Foram apenas para descongelar o mercado do crédito, que depois levará a alguma disponibilidade dos bancos para abraçarem ideias interessantes, com potencial lucrativo.
Em vez de criticar os bancos o responsável deveria estudar a questão e verificar em que consistem as 3000 falências e, com algum cuidado, ensinar aos pequenos empresários que algumas ideias e mercados já se encontram demasiado saturados.

Abraço
 
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por limpaesgotos » 10/12/2008 21:04

Pata-Hari Escreveu: O facto do padeiro poder emprestar a farinha tendo a garantia da devolução não deve significar que seja obrigado a fazer pão...


Então e o padeiro a quem foi emprestada a farinha ?
Pediu a farinha para quê e porquê? E se ele não devolver a farinha?

Então, com contrapartidas, que seja o estado a repartir a farinha com as empresas.

Isto só vai servir para tornar os bancos ainda mais ricos, que com o dinheiro das garantias vão aproveitar para (comprar) entrar nas empresas que agora estão a preço de saldo. Situação criada pela propria banca ! Depois é esperar pela retoma ... E os sacrificados são sempre os mesmos !
Cumprimentos.


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por Pata-Hari » 10/12/2008 20:41

Eu não concordo nada com isso! os bancos têm exactamente como negócio vender dinheiro, fazer crédito. Se optam por não o fazer, estão no seu direito. Se fores padeiro e por uma ou outra razão (neste caso porque o teu forno está com problemas e corres o risco de te queimar) e optares por não fazer pão, não entendo porque te deverão obrigar.

O apoio que está a ser dado pelo estado refere-se ao crédito interbancário, ao crédito entre bancos, também fundamental no reestablecimento da confiança. O facto do padeiro poder emprestar a farinha tendo a garantia da devolução não deve significar que seja obrigado a fazer pão...
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AIMinho pede ao Gov. para "puxar orelhas" aos banc

por limpaesgotos » 10/12/2008 20:36

Apoiado :clap:

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http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?ar ... l=26&rss=0

Crise: AIMinho pede ao Governo para "puxar orelhas" aos bancos

Braga, 10 Dez (Lusa) - A AIMinho pediu hoje ao Governo que convoque os presidentes dos bancos que operam em Portugal e que receberam apoio estatal, "para lhes dar um puxão de orelhas e exigir que concedam crédito às empresas".

O presidente da Associação Empresarial, António Marques afirmou que "a banca não cumpre o papel de fazer chegar o dinheiro às famílias e às empresas", pelo que exigiu que o IAPMEI, a AIECEP, e a Sociedade Portuguesa de Garantia Mútua "fiscalizem os bancos no que se refere à eficácia do apoio concedido".

O dirigente associativo falava em conferência de imprensa convocada após uma Reunião Extraordinária dos órgãos sociais e do Conselho de Orientação Estratégica da AIMinho, para "debater o estado de pré-colapso em que se encontra a região".

António Marques propôs ainda "a criação de um sistema de Garantia de Crédito que apoie as empresas de uma forma mais eficaz e célere", avisando que, "se o Governo não agir a curto prazo, dentro de seis meses centenas de empresas entrarão em falência".

As propostas da AIMinho radicam num diagnóstico negativo sobre a realidade nortenha, tendo em conta que as acções de insolvência de empresas aumentaram 47 por cento entre Janeiro e Setembro e que a taxa de desemprego no Norte anda próxima dos 11 por cento.

António Marques referiu-se ao QREN - Quadro Estratégico de Referência Nacional solicitando que "seja ajustado à realidade macro-económica actual", e pediu que "o Governo permita que outros sectores de actividade, para além do ramo automóvel, possam recorrer à formação, - com 80 por cento do ordenado pago pelos fundos comunitários - para não despedir trabalhadores".

A AIMinho quer, por outro lado, que "seja agilizado e desburocratizado" o acesso das empresas aos fundos do QREN, e exige "a diminuição da carga fiscal, mesmo que temporariamente, como sugeriu a Comissão Europeia".

A organização pretende, ainda, que se crie um mecanismo de "encontro de contas" entre as empresas e o Estado devedor, nomeadamente quanto ao pagamento de impostos, e insiste na defesa da necessidade de que "o pagamento do IVA seja feito apenas quando as firmas receberam dos clientes".

Defende que, além, do apoio a sectores de actividade, o Estado devia apoiar as regiões, pedindo um "plano de apoio específico para a região Norte de combate à insolvência de empresas e ao desemprego.

A Associação quer, também, "o ajustamento do Fundo de Apoio à Globalização, tornando tangível o acesso a esses apoios, nomeadamente no combate ao desemprego".

LM.
Cumprimentos.


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