Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
BearManBull Escreveu:Também ninguém garante que caso os russos sejam completamente expulsos da Ucrânia não caiam na tentação de lançar um nuke em Kiev ou rebentar uma central nuclear.
Se a Rússia avançar para algo nuclear, não acredito que o faça apenas na Ucrânia pois isso seria um tiro no próprio pé devido à proximidade com Moscovo!
Por isso, acredito que se a Rússia avançar para algo nuclear, será algo para atingir UK e Alemanha e os USA... e a partir todo o mundo será muito diferente...
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
THS Escreveu:Pareces-me um pouco mais sensato que o BearManBull, pois não tens duvidas que a Russia é a culpada.
Eu não posso culpar um criminoso de me assaltar a casa (pela lei portuguesa nem sequer o posso agredir, se o matar por exemplo poderia ir preso... falando de cedências...

O meu ponto é de que existe muita culpa nas politicas internacionais do ocidente nas ultimas décadas. Gastou-se mais tempo a falar em direitos LGBTs (entre outros assuntos absurdos) do que na segurança internacional. Isso para um inimigo é uma demonstração de fraqueza. Enquanto isso estabeleciam-se laços cada vez mais fortes de dependência energética e industrial (industria pesada) com a Russia.
Agora a cagada está feita. Para minimizar a porcaria que fizeram e acabar com o banho de sangue penso que ceder os 4 oblasts à Rússia é o menos mal. Não seria de mão beijada, adesão do resto da Ucrânia à NATO, militarizar a Ucrânia devidamente para ter um poder tal de deterance que os russos nunca mais se atrevem a meter num trabalho destes e manter sanções aos russos até mudem para uma democracia real. Penso que os russos ficariam satisfeitos com um tratado destes, obviamente que não é certo, especulo, mas parece-me uma boa saída da perspectiva deles.
As vezes é preciso dar um passo atras para depois dar dois para a frente.
E se os russos dentro de 6 meses rasgam o tratado, na pior das hipóteses com um cessar fogo ganha-se tempo para reamar devidamente a Ucrânia. Por exemplo os caças F16 mesmo que chegassem hoje à Ucrânia para serem pilotados por ucranianos vão demorar meses ou anos.
Também ninguém garante que caso os russos sejam completamente expulsos da Ucrânia não caiam na tentação de lançar um nuke em Kiev ou rebentar uma central nuclear.
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
THS Escreveu:A unica coisa que discordo é que achas que a Ucrânia pode negociar com a Russia e acho que isso é praticamente impossivel, porque o Putin não reconhece a Ucrânia como país.
É verdade que a capacidade de negociação é muito reduzida, mas é a única solução! Não me recordo de existirem guerras que tenham acabado apenas por opção, sem uma negociação ou sem a derrota de uma das partes!
Quanto mais os líderes se distanciarem desse processo de paz, maior será a probabilidade de guerra.
THS Escreveu:Não misturo a Ucrãnia com Taiwan ou Coreia do Norte, porque acho que são situações diferentes.
Sim, são duas realidades bem diferentes (embora os USA estejam a ter a mesma posição em ambas as situações).
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Só no Ocidente ainda se acredita no fim da história deixando instalarem-se todo e tudo mesmos os inimigos criado condições da morte nacional .
Tradução automática.
“ Regresso da guerra, regresso dos religiosos, regresso dos trágicos ... Todos estes alegados ressurgimentos são ilusórios. Resultam da nossa propensão a esquecer. Até 1989, a glaciação bipolar proibia qualquer conflito aberto na Europa. Em 1991, a URSS afunda sem que o sangue flua. Queremos acreditar na "globalização feliz". No entanto, no mesmo ano de 1991, a guerra periférica dos Balcãs, congelada sob Tito, foi retomada. Entra em erupção nesta zona tampão que é a Krajina Croata povoada por Sérvios. O nome "Ukraina", Franciscado como" Ucrânia", vem da mesma raiz eslava, kraj, que significa"fronteira". O termo refere-se à linha divisória milenar que, desde o confronto entre os carolíngios e os bizantinos pela evangelização dos eslavos, divide o Ocidente e o oriente do Velho Continente. Fluindo do Báltico para o Mediterrâneo, tem Kiev como epicentro. A fúria étnico-religiosa que assolará a ex-Jugoslávia durante dez anos anuncia assim o apocalipse teológico-político que Vladimir Putin desencadeará duas décadas mais tarde.
A invasão da Ucrânia era previsível?
Digamos, antes, que participa num efeito de atraso e acontece offline. Em 1991, preferimos prever o "fim da história". A Guerra Fria ficou para trás. Errado! Persiste em filigrana em Moscovo e em Washington. Desde 1994, sob Boris Yeltsin, Yevgeny Primakov erige a aliança ocidental como o principal inimigo da Rússia e, para contorná-la, se aproxima da China. Já em 1997, sob Bill Clinton, Zbigniew Brzezinski designa a China como o futuro grande adversário e apela ao reforço do Pacto Ocidental, subordinando-o ao enfraquecimento da Rússia. Estas duas doutrinas estratégicas de triangulação colocam assim a ucrânia no centro do tabuleiro de xadrez. Porque, sem Kiev, Moscovo já não é uma potência. No entanto, no local, desde 1991, o sobrevivencialismo imperial russo e o revivalismo nacional ucraniano têm-se enfrentado mutuamente. O medo da agonia, por um lado, e o medo da asfixia, por outro, confrontam-se. Se apenas o sopro da Liberdade começar a reoxigenar a Ucrânia, e o veneno do totalitarismo continuar a envenenar a Rússia.
A corrida da NATO para o leste pode ser considerada como um factor de entrada na guerra?
De modo nenhum! Este argumento é o dos propagandistas do Kremlin e dos seus idiotas úteis. Durante vinte anos, apesar do nanismo económico da Rússia entregue à pilhagem, Putin deu mais golpes do que recebeu. Armado com nossas fraquezas, ele marcou pontos incríveis dentro do jogo planetário. Na Transnístria, Chechénia, Geórgia, Crimeia, Donbass, repetindo o colonialismo russo das Marchas. Na Síria, na Líbia, No Mali, reproduzindo o expansionismo soviético dos distantes. Mas, ao invadir a Ucrânia, está a quebrar a Regra do jogo. E isso com o risco, que agora é uma certeza, de destruir o seu poder e o seu regime ali. Por quê? Não há necessidade de querer examinar o cérebro dele. Basta olhar para o ADN dele. É a União totalitária entre ideologia e crime.
Insiste nesta dimensão totalitária. Como explica isso?
Vladimir Putin está inconsolável pela perda da URSS, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Por outras palavras, o maior, mais poderoso e mais sangrento império, o único sem nome próprio, mas baptizado com um acrónimo abstracto, programático e hegemónico que a história alguma vez conheceu. Por um alívio covarde, por um optimismo progressivo, por uma esmagadora culpa das nossas cumplicidades passivas ou activas, não houve Nuremberga do comunismo. Ora, o motor do marxismo-leninismo é a luta, a luta de classes, a luta dos povos, a luta final. E seu combustível, rivalidade, hostilidade, ódio. Assim que o ciclo de conquistas da URSS pára, o muro de Berlim cai. Putin, por outro lado, rearmou, remobilizou, voltou ao ataque. Ele reativa o mito do assassinato original massificado no século XX em um massacre refundador.
E por que meios, na sua opinião, este neototalitarismo é ilustrado?
Na Rússia resovietizada de Vladimir Putin, que é uma enorme fábrica de mentiras, o povo é lobotomizado, a linguagem desfigurada, a oposição embastada, a arte exilada, a religião instrumentalizada. E a consciência do Gulag proscrita. Apagamo-la a favor da celebração da "Grande Guerra Patriótica", este oximoro tipicamente estalinista. Todo dia 9 de maio, os russos devem marchar processionalmente, ostensivamente carregando a fotografia de seus desaparecidos durante o massacre de 1941-1945. Enquanto os seus desaparecidos nos campos continuam condenados à amnésia colectiva. Através deste desfile fúnebre, realiza-se a transfusão do Sangue Derramado, a exaltação do sacrifício Renovado. Pouco antes de a tropa entrar na Ucrânia, o Kremlin encerra o Memorial, a ONG que recolhe provas e arquivos do Gulag. É necessário liquidar os crimes do passado para legitimar os crimes do presente. O cadáver embalsamado de Lênin vive novamente.
Já que mencionou o termo, será esta guerra também uma guerra religiosa?
De certa forma, sim. De uma forma visível com o Patriarca Kirill, que abençoa as valas comuns da "reunificação do mundo russo". Um caso de posse! Também depois de 1991, os hierarcas da Igreja martirizada sob o comunismo renovam a sua fidelidade à KGB. Eles fazem com que ele tome o lugar da parte falecida. A única instituição pós-soviética a cobrir o antigo território da URSS, o Patriarcado de Moscovo servirá incondicionalmente as baixas obras do Kremlin dentro e fora da Rússia. Kirill não é um fantoche, mas um afiliado da "espiocracia" Mafiosa criada por Putin. Este regime sem precedentes constitui a vitória final da Cheka, a polícia secreta dos bolcheviques inerente ao seu terror de Estado. De um modo subterrâneo, é a Gnose maniqueísta, da qual o comunismo é um avatar moderno, que se desenrola. Quando Putin promete o inferno aos seus rivais e o céu aos seus rivais, quando Kirill confere a absolvição dos seus pecados aos soldados, quando Prigogine recruta assassinos em penitenciárias, eles afundam-se no modelo jihadista.
Voltando à Ucrânia, que papel pode ser atribuído precisamente ao factor religioso?
Ponto Focal, país fronteiriço, epicentro disputado, a Ucrânia sofreu há muito tempo a luxúria dos grandes impérios, todos convencidos de incorporar a "verdadeira fé". Os herdeiros de Carlos Magno, Romano-Germânico, Austro-húngaro ou Prussiano. Os legatários de Bizâncio, czaristas ou otomanos. Os tártaros da Crimeia e os judeus do Shtetl fizeram dela uma terra dos três monoteísmos. As missões Latinas, gregas e depois reformadas, uma terra das três denominações cristãs, principalmente Católicas concentradas no ocidente, principalmente ortodoxas e voltadas para o leste no resto do país. Finalmente, a Ucrânia sofreu as piores ordenações das duas religiões políticas que foram os totalitarismos do século XX, o holodomor na década de 1930 e o Shoah na década de 1940. através de todas estas memórias feridas, ela recapitula o destino dos dois europeus e poderia ser o seu elo. O que Putin quer evitar hoje a todo custo.
No entanto, o Senhor lê no conflito actual outra continuidade geopolítica. Qual deles?
Existem três linhas de demarcação que são também cintos de segurança onde o destino da Europa tem sido regularmente jogado fora. Eles persistiram ao longo dos tempos, apesar dos hiatos confessionais ou ideológicos, porque são as fechaduras de importantes corredores terrestres e marítimos. Esta é a faixa curva que vai do Mediterrâneo ao Cáspio que divide o Levante no auge de Kirkuk. Em seguida, a partir da barra diagonal que vai do Mar Negro e do Mar Cáspio através de Nagorno-Karabakh. E, por último, a Ucrânia, especialmente a zona situada nas margens do mar de Azov, bem como a foz do Danúbio e do Dnieper que se abrem para o estreito do Bósforo e dos Dardanelos. Os principais conflitos de inclinação axial explodiram regularmente, ligando estas três linhas.
Como se ilustra concretamente esta permanência?
Aqui estão três exemplos. Tendo que fugir pouco a pouco da Terra Santa, Os Cavaleiros Teutônicos transferiram sua cruzada para os países bálticos em 1226, aliados aos escandinavos e foram presos por Alexandre de Novgorod no Neva em 1240, enquanto os mongóis da Horda de Ouro dominaram o Cáucaso em 1243. As lutas clericais em Jerusalém em 1846 e em Belém em 1847 serviram de pretexto para a eclosão da Guerra da Crimeia em 1853, que foi enquadrada pelas guerras russo-turcas de 1828-1829 e 1877-1878. A guerra síria está a internacionalizar-se em 2015-2019, precede a guerra do Nagorno-Karabakh em 2020 e a invasão da Ucrânia em 2022. Não ver que o futuro dos cristãos orientais, arménios e ucranianos é solidário representa uma nova cegueira. Entende-se que esta não é uma causa particularista, mas sim universalista.
Não estamos, no entanto, a ouvir-vos, a assistir a um regresso de impérios?
Este é realmente o nó crucial, mas também aqui a mutação prevalece sobre a repetição. A partir do século XV, A Ascensão da Europa leva à sua dominação sobre o mundo em nome do progresso. Em Moscovo, Istambul, Teerão, Tóquio, Pequim e nos outros impérios tradicionais, sobreviver significa, portanto, modernizar-se. Em outras palavras, ocidentalizar. O transplante é um fracasso. Em resposta, duplicando, os militares estão construindo projetos nacionais e seculares nos quartéis, enquanto os revolucionários estão desenvolvendo programas internacionalistas e ateus nas prisões. O que dá Pahlavi e irão, Kemal e Turquia, Hirohito e Japão, por um lado, Lênin e Rússia, Mao e China, por outro. Estes sistemas estão a esgotar-se por volta de 1979, dez anos antes de 1989. O erro comum destes regimes é ter prometido o céu na terra à custa de coerção ilimitada. Tudo o que resta aos seus proponentes é trazer à tona o antigo arsenal religioso, mantendo como horizonte absoluto, e esta é a modificação, a deificação do corpo social. A religião é ao mesmo tempo o melhor vector do identitarismo, uma vez que é inclusiva própria, exclusiva dos outros, e a melhor alavanca de mobilização, uma vez que maximiza a guerra e perpetua o sacrifício. O espectro imperial do passado é a forma Política espontânea desta reconstrução que se baseia na vontade do poder.
Qual é a nossa capacidade para responder a esta mudança global?
De facto, São Ali Khamenei e o seu Postchiism, Recep Tayyip Erdogan e o seu pós-sunismo, Xi Jinping e o seu postconfucionismo, Narendra Modi e o seu pós-hinduísmo que professam, pelo efeito de um pêndulo, um vigoroso Anti-ocidentalismo. Que serve de máscara para o seu culto violento e cruel à desumanidade. É de facto esta mudança que Putin, com a sua pós-ortodoxia, é importante no coração da Europa. Estes são, de facto, os Termos do conflito globalizado que nos espera e que apenas começou. E é por isso que temos de vencer, com o seu povo resistente, a guerra na Ucrânia.
Tradução automática.
“ Regresso da guerra, regresso dos religiosos, regresso dos trágicos ... Todos estes alegados ressurgimentos são ilusórios. Resultam da nossa propensão a esquecer. Até 1989, a glaciação bipolar proibia qualquer conflito aberto na Europa. Em 1991, a URSS afunda sem que o sangue flua. Queremos acreditar na "globalização feliz". No entanto, no mesmo ano de 1991, a guerra periférica dos Balcãs, congelada sob Tito, foi retomada. Entra em erupção nesta zona tampão que é a Krajina Croata povoada por Sérvios. O nome "Ukraina", Franciscado como" Ucrânia", vem da mesma raiz eslava, kraj, que significa"fronteira". O termo refere-se à linha divisória milenar que, desde o confronto entre os carolíngios e os bizantinos pela evangelização dos eslavos, divide o Ocidente e o oriente do Velho Continente. Fluindo do Báltico para o Mediterrâneo, tem Kiev como epicentro. A fúria étnico-religiosa que assolará a ex-Jugoslávia durante dez anos anuncia assim o apocalipse teológico-político que Vladimir Putin desencadeará duas décadas mais tarde.
A invasão da Ucrânia era previsível?
Digamos, antes, que participa num efeito de atraso e acontece offline. Em 1991, preferimos prever o "fim da história". A Guerra Fria ficou para trás. Errado! Persiste em filigrana em Moscovo e em Washington. Desde 1994, sob Boris Yeltsin, Yevgeny Primakov erige a aliança ocidental como o principal inimigo da Rússia e, para contorná-la, se aproxima da China. Já em 1997, sob Bill Clinton, Zbigniew Brzezinski designa a China como o futuro grande adversário e apela ao reforço do Pacto Ocidental, subordinando-o ao enfraquecimento da Rússia. Estas duas doutrinas estratégicas de triangulação colocam assim a ucrânia no centro do tabuleiro de xadrez. Porque, sem Kiev, Moscovo já não é uma potência. No entanto, no local, desde 1991, o sobrevivencialismo imperial russo e o revivalismo nacional ucraniano têm-se enfrentado mutuamente. O medo da agonia, por um lado, e o medo da asfixia, por outro, confrontam-se. Se apenas o sopro da Liberdade começar a reoxigenar a Ucrânia, e o veneno do totalitarismo continuar a envenenar a Rússia.
A corrida da NATO para o leste pode ser considerada como um factor de entrada na guerra?
De modo nenhum! Este argumento é o dos propagandistas do Kremlin e dos seus idiotas úteis. Durante vinte anos, apesar do nanismo económico da Rússia entregue à pilhagem, Putin deu mais golpes do que recebeu. Armado com nossas fraquezas, ele marcou pontos incríveis dentro do jogo planetário. Na Transnístria, Chechénia, Geórgia, Crimeia, Donbass, repetindo o colonialismo russo das Marchas. Na Síria, na Líbia, No Mali, reproduzindo o expansionismo soviético dos distantes. Mas, ao invadir a Ucrânia, está a quebrar a Regra do jogo. E isso com o risco, que agora é uma certeza, de destruir o seu poder e o seu regime ali. Por quê? Não há necessidade de querer examinar o cérebro dele. Basta olhar para o ADN dele. É a União totalitária entre ideologia e crime.
Insiste nesta dimensão totalitária. Como explica isso?
Vladimir Putin está inconsolável pela perda da URSS, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Por outras palavras, o maior, mais poderoso e mais sangrento império, o único sem nome próprio, mas baptizado com um acrónimo abstracto, programático e hegemónico que a história alguma vez conheceu. Por um alívio covarde, por um optimismo progressivo, por uma esmagadora culpa das nossas cumplicidades passivas ou activas, não houve Nuremberga do comunismo. Ora, o motor do marxismo-leninismo é a luta, a luta de classes, a luta dos povos, a luta final. E seu combustível, rivalidade, hostilidade, ódio. Assim que o ciclo de conquistas da URSS pára, o muro de Berlim cai. Putin, por outro lado, rearmou, remobilizou, voltou ao ataque. Ele reativa o mito do assassinato original massificado no século XX em um massacre refundador.
E por que meios, na sua opinião, este neototalitarismo é ilustrado?
Na Rússia resovietizada de Vladimir Putin, que é uma enorme fábrica de mentiras, o povo é lobotomizado, a linguagem desfigurada, a oposição embastada, a arte exilada, a religião instrumentalizada. E a consciência do Gulag proscrita. Apagamo-la a favor da celebração da "Grande Guerra Patriótica", este oximoro tipicamente estalinista. Todo dia 9 de maio, os russos devem marchar processionalmente, ostensivamente carregando a fotografia de seus desaparecidos durante o massacre de 1941-1945. Enquanto os seus desaparecidos nos campos continuam condenados à amnésia colectiva. Através deste desfile fúnebre, realiza-se a transfusão do Sangue Derramado, a exaltação do sacrifício Renovado. Pouco antes de a tropa entrar na Ucrânia, o Kremlin encerra o Memorial, a ONG que recolhe provas e arquivos do Gulag. É necessário liquidar os crimes do passado para legitimar os crimes do presente. O cadáver embalsamado de Lênin vive novamente.
Já que mencionou o termo, será esta guerra também uma guerra religiosa?
De certa forma, sim. De uma forma visível com o Patriarca Kirill, que abençoa as valas comuns da "reunificação do mundo russo". Um caso de posse! Também depois de 1991, os hierarcas da Igreja martirizada sob o comunismo renovam a sua fidelidade à KGB. Eles fazem com que ele tome o lugar da parte falecida. A única instituição pós-soviética a cobrir o antigo território da URSS, o Patriarcado de Moscovo servirá incondicionalmente as baixas obras do Kremlin dentro e fora da Rússia. Kirill não é um fantoche, mas um afiliado da "espiocracia" Mafiosa criada por Putin. Este regime sem precedentes constitui a vitória final da Cheka, a polícia secreta dos bolcheviques inerente ao seu terror de Estado. De um modo subterrâneo, é a Gnose maniqueísta, da qual o comunismo é um avatar moderno, que se desenrola. Quando Putin promete o inferno aos seus rivais e o céu aos seus rivais, quando Kirill confere a absolvição dos seus pecados aos soldados, quando Prigogine recruta assassinos em penitenciárias, eles afundam-se no modelo jihadista.
Voltando à Ucrânia, que papel pode ser atribuído precisamente ao factor religioso?
Ponto Focal, país fronteiriço, epicentro disputado, a Ucrânia sofreu há muito tempo a luxúria dos grandes impérios, todos convencidos de incorporar a "verdadeira fé". Os herdeiros de Carlos Magno, Romano-Germânico, Austro-húngaro ou Prussiano. Os legatários de Bizâncio, czaristas ou otomanos. Os tártaros da Crimeia e os judeus do Shtetl fizeram dela uma terra dos três monoteísmos. As missões Latinas, gregas e depois reformadas, uma terra das três denominações cristãs, principalmente Católicas concentradas no ocidente, principalmente ortodoxas e voltadas para o leste no resto do país. Finalmente, a Ucrânia sofreu as piores ordenações das duas religiões políticas que foram os totalitarismos do século XX, o holodomor na década de 1930 e o Shoah na década de 1940. através de todas estas memórias feridas, ela recapitula o destino dos dois europeus e poderia ser o seu elo. O que Putin quer evitar hoje a todo custo.
No entanto, o Senhor lê no conflito actual outra continuidade geopolítica. Qual deles?
Existem três linhas de demarcação que são também cintos de segurança onde o destino da Europa tem sido regularmente jogado fora. Eles persistiram ao longo dos tempos, apesar dos hiatos confessionais ou ideológicos, porque são as fechaduras de importantes corredores terrestres e marítimos. Esta é a faixa curva que vai do Mediterrâneo ao Cáspio que divide o Levante no auge de Kirkuk. Em seguida, a partir da barra diagonal que vai do Mar Negro e do Mar Cáspio através de Nagorno-Karabakh. E, por último, a Ucrânia, especialmente a zona situada nas margens do mar de Azov, bem como a foz do Danúbio e do Dnieper que se abrem para o estreito do Bósforo e dos Dardanelos. Os principais conflitos de inclinação axial explodiram regularmente, ligando estas três linhas.
Como se ilustra concretamente esta permanência?
Aqui estão três exemplos. Tendo que fugir pouco a pouco da Terra Santa, Os Cavaleiros Teutônicos transferiram sua cruzada para os países bálticos em 1226, aliados aos escandinavos e foram presos por Alexandre de Novgorod no Neva em 1240, enquanto os mongóis da Horda de Ouro dominaram o Cáucaso em 1243. As lutas clericais em Jerusalém em 1846 e em Belém em 1847 serviram de pretexto para a eclosão da Guerra da Crimeia em 1853, que foi enquadrada pelas guerras russo-turcas de 1828-1829 e 1877-1878. A guerra síria está a internacionalizar-se em 2015-2019, precede a guerra do Nagorno-Karabakh em 2020 e a invasão da Ucrânia em 2022. Não ver que o futuro dos cristãos orientais, arménios e ucranianos é solidário representa uma nova cegueira. Entende-se que esta não é uma causa particularista, mas sim universalista.
Não estamos, no entanto, a ouvir-vos, a assistir a um regresso de impérios?
Este é realmente o nó crucial, mas também aqui a mutação prevalece sobre a repetição. A partir do século XV, A Ascensão da Europa leva à sua dominação sobre o mundo em nome do progresso. Em Moscovo, Istambul, Teerão, Tóquio, Pequim e nos outros impérios tradicionais, sobreviver significa, portanto, modernizar-se. Em outras palavras, ocidentalizar. O transplante é um fracasso. Em resposta, duplicando, os militares estão construindo projetos nacionais e seculares nos quartéis, enquanto os revolucionários estão desenvolvendo programas internacionalistas e ateus nas prisões. O que dá Pahlavi e irão, Kemal e Turquia, Hirohito e Japão, por um lado, Lênin e Rússia, Mao e China, por outro. Estes sistemas estão a esgotar-se por volta de 1979, dez anos antes de 1989. O erro comum destes regimes é ter prometido o céu na terra à custa de coerção ilimitada. Tudo o que resta aos seus proponentes é trazer à tona o antigo arsenal religioso, mantendo como horizonte absoluto, e esta é a modificação, a deificação do corpo social. A religião é ao mesmo tempo o melhor vector do identitarismo, uma vez que é inclusiva própria, exclusiva dos outros, e a melhor alavanca de mobilização, uma vez que maximiza a guerra e perpetua o sacrifício. O espectro imperial do passado é a forma Política espontânea desta reconstrução que se baseia na vontade do poder.
Qual é a nossa capacidade para responder a esta mudança global?
De facto, São Ali Khamenei e o seu Postchiism, Recep Tayyip Erdogan e o seu pós-sunismo, Xi Jinping e o seu postconfucionismo, Narendra Modi e o seu pós-hinduísmo que professam, pelo efeito de um pêndulo, um vigoroso Anti-ocidentalismo. Que serve de máscara para o seu culto violento e cruel à desumanidade. É de facto esta mudança que Putin, com a sua pós-ortodoxia, é importante no coração da Europa. Estes são, de facto, os Termos do conflito globalizado que nos espera e que apenas começou. E é por isso que temos de vencer, com o seu povo resistente, a guerra na Ucrânia.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
É impossível chegarem a um acordo e todos sabiam disso em 2014/2015, mas precisavam que ganhar tempo, uns para se prepararem para a atacar, outros para se defenderem. Relembrar que em 2015 a Ucrânia estava militarmente em enormes dificuldades, como por exemplo em Debeltseve.
Tirando a França, que foi a única que tentou implementar os acordos de Minsk, todos os outros assinaram algo que sabiam que jamais iam cumprir.
Em 2014, ou hoje, alguns dos lados pode aceitar estes pontos?
1) Assegurar o cessar-fogo imediato por ambos os lados em conflito;
2) Garantir a supervisão e verificação do cessar-fogo pela OSCE:
3) Descentralizar o poder, inclusivamente através da aprovação de uma lei ucraniana sobre a descentralização do poder, nomeadamente através de uma lei sobre o "regime provisório de governação local em certas zonas dos Oblasts (regiões) de Donetsk e Lugansk" ("Lei sobre o estatuto especial");
4) Assegurar a monitorização permanente da fronteira Russo-Ucraniana e a sua verificação pela OSCE, através da criação de zonas de segurança nas regiões fronteiriças entre a Ucrânia e a Federação Russa;
5) A libertação imediata de todos os reféns e de todas as pessoas detidas ilegalmente;
6) Uma lei prevenindo o julgamento e a punição de pessoas implicadas nos eventos que ocorreram nalgumas áreas dos Oblasts de Donetsk e de Lugansk, exceptuando em casos de crimes que sejam considerados graves;
7) A continuação de um diálogo nacional inclusivo;
8) A tomada de medidas para melhorar a situação humanitária na região de Donbass, no Leste da Ucrânia;
9) Garantir a realização antecipada de eleições locais, em conformidade com a lei ucraniana (acordada neste protocolo) acerca do "regime provisório de governação local em certas zonas dos Oblasts de Donetsk e de Lugansk" ("Lei sobre o estatuto especial");
10) Retirada dos grupos armados ilegais, equipamento militar, assim como dos combatentes e dos mercenários pró-governamentais;
11) Aprovação do programa de recuperação económica e de reconstrução da região de Donbass, no Leste da Ucrânia;
12) Garantir a segurança pessoal dos participantes nas negociações.
Pedro
Tirando a França, que foi a única que tentou implementar os acordos de Minsk, todos os outros assinaram algo que sabiam que jamais iam cumprir.
Em 2014, ou hoje, alguns dos lados pode aceitar estes pontos?
1) Assegurar o cessar-fogo imediato por ambos os lados em conflito;
2) Garantir a supervisão e verificação do cessar-fogo pela OSCE:
3) Descentralizar o poder, inclusivamente através da aprovação de uma lei ucraniana sobre a descentralização do poder, nomeadamente através de uma lei sobre o "regime provisório de governação local em certas zonas dos Oblasts (regiões) de Donetsk e Lugansk" ("Lei sobre o estatuto especial");
4) Assegurar a monitorização permanente da fronteira Russo-Ucraniana e a sua verificação pela OSCE, através da criação de zonas de segurança nas regiões fronteiriças entre a Ucrânia e a Federação Russa;
5) A libertação imediata de todos os reféns e de todas as pessoas detidas ilegalmente;
6) Uma lei prevenindo o julgamento e a punição de pessoas implicadas nos eventos que ocorreram nalgumas áreas dos Oblasts de Donetsk e de Lugansk, exceptuando em casos de crimes que sejam considerados graves;
7) A continuação de um diálogo nacional inclusivo;
8) A tomada de medidas para melhorar a situação humanitária na região de Donbass, no Leste da Ucrânia;
9) Garantir a realização antecipada de eleições locais, em conformidade com a lei ucraniana (acordada neste protocolo) acerca do "regime provisório de governação local em certas zonas dos Oblasts de Donetsk e de Lugansk" ("Lei sobre o estatuto especial");
10) Retirada dos grupos armados ilegais, equipamento militar, assim como dos combatentes e dos mercenários pró-governamentais;
11) Aprovação do programa de recuperação económica e de reconstrução da região de Donbass, no Leste da Ucrânia;
12) Garantir a segurança pessoal dos participantes nas negociações.
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão

FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
MarcoAntonio Escreveu:Sim, acabaste por não ir. Olha se ias. Quanto tal em vez de estarmos aqui a ter esta discussão, ainda estavas na ucrania enfiado (à força) num tanque. Quem sabe...
Penso que na pior das hipóteses acabava como eurodeputado...
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
― Leon C. Megginson
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Sim, acabaste por não ir. Olha se ias. Quanto tal em vez de estarmos aqui a ter esta discussão, ainda estavas na ucrania enfiado (à força) num tanque. Quem sabe...
E o meu ponto era mesmo esse: o negócio interessou-te, atraiu-te. Ponderaste seriamente. Atracção pela oportunidade económica. Foi mesmo isso que eu disse, não aleguei mais nada. E o que vale para uns vale para outros. O standard é teu, há que aplicar a todos, tu incluído, não é?
E o meu ponto era mesmo esse: o negócio interessou-te, atraiu-te. Ponderaste seriamente. Atracção pela oportunidade económica. Foi mesmo isso que eu disse, não aleguei mais nada. E o que vale para uns vale para outros. O standard é teu, há que aplicar a todos, tu incluído, não é?
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Claro mas tu estás a desconsiderar o facto de ser levado a ponderar essa opção porque os ordenados no meu país serem (e são) miseráveis e não possibilitarem um vida de qualidade. Ainda para mais na altura que foi... e diga-se de passagem que acabei por não ir.
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
MarcoAntonio Escreveu:BearManBull Escreveu:Exactamente por isso que os governos tinham de intervir e limitar esses negócios.
Portanto, se realmente tivesses tentado (acabado por decidir) ir para lá fazer negócio, os governos deveriam proibir-te. Ok.BearManBull Escreveu:DE qualquer forma o acréscimo que eu trouxesse na ia necessariamente ser usado na compra de armas.
Claro que não, as notas que passassem pela tua mão iam demarcadas com "não entregar a oligarcas" e "não utilizar em armamento". Ok.
Touché Marco Antonio. Sempre com 2 pesos 2 medidas.
É como o tema de fuga aos impostos. Muita gente que é totalmente contra, mas foge sempre que possível. O problema sao os "grandes", eu fugir nem conta
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
BearManBull Escreveu:Exactamente por isso que os governos tinham de intervir e limitar esses negócios.
Portanto, se realmente tivesses tentado (acabado por decidir) ir para lá fazer negócio, os governos deveriam proibir-te. Ok.
BearManBull Escreveu:DE qualquer forma o acréscimo que eu trouxesse na ia necessariamente ser usado na compra de armas.
Claro que não, as notas que passassem pela tua mão iam demarcadas com "não entregar a oligarcas" e "não utilizar em armamento". Ok.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Exactamente por isso que os governos tinham de intervir e limitar esses negócios.
DE qualquer forma o acréscimo que eu trouxesse na ia necessariamente ser usado na compra de armas. Apesar de tudo por là tambèm existe estado social, pensões, educação e saúde estatal. Já o dinheiro do oil&gas é sabido que é a grande fonte para alimentar a máquina de guerra.
E diga-se que nem foi por falta de aviso. Onde estava o Biden nestes dias? Quando governou com o Obama estiveram a dormir é que pelo menos o Trump pressionou que isto era errado e que estavam a cavar a própria cova.
DE qualquer forma o acréscimo que eu trouxesse na ia necessariamente ser usado na compra de armas. Apesar de tudo por là tambèm existe estado social, pensões, educação e saúde estatal. Já o dinheiro do oil&gas é sabido que é a grande fonte para alimentar a máquina de guerra.
E diga-se que nem foi por falta de aviso. Onde estava o Biden nestes dias? Quando governou com o Obama estiveram a dormir é que pelo menos o Trump pressionou que isto era errado e que estavam a cavar a própria cova.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
BearManBull Escreveu:Estás a ser ridículo, nem parece de ti este tipo de argumentos. (...) Trabalharam na Russia logo cúmplices.
Para começar, o standard não é meu, é teu. Escreveste inúmeras vezes sobre isto.
O que eu penso está por exemplo na nota com asterisco.
Como é que tu ias controlar a riqueza e os impostos que ias gerar na rússia para assegurar que não ias alimentar a oligarquia e a fabricação de armas? Não quero saber da magnitude, estou a discutir o princípio. Claramente não haveria problema para ti em fazer negócio com/na rússia quando se trata de ti a fazer o negócio. Podes tratar-me por ridículo à vontade. O problema porém é evidente.
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
MarcoAntonio Escreveu:Claramente, parece-te perfeitamente aceitável teres ponderado seriamente ter ido oportunisticamente para a Rússia. Eu aplico então o mesmo standard: se é reprovável os políticos ocidentais terem visto uma oportunidade economica em criar/fortalecer os laços comerciais com a rússia, então tem de ser igualmente reprovável tu ponderares seriamente ir para a rússia, por achares a oportunidade interessante (onde irias, localmente, contribuir para a máquina de guerra russa). Na medida em que for reprovável, por princípio, é reprovável nos dois casos.
Estás a ser ridículo, nem parece de ti este tipo de argumentos.
Portanto para ti os jornalistas da BBC em Moscovo são cúmplices da oligarquia russa? Trabalharam na Russia logo cúmplices.
Outra coisa é estar a fortalecer um sector dominado pela oligarquia. Principalmente quando existiam alternativas. Estamos a falar de números na ordem dos milhares de milhões. Certamente foi uma oportunidade para muito corrupto.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
BearManBull Escreveu:PMP69 Escreveu:O que estamos a assistir na Ucrânia, já assistimos na Chechênia, na Geórgia e na Síria. Se fores procurar imagens de Grozny ou Alepo, vais ver que são semelhantes às que assistimos em grande parte das cidades e vila ucranianas.
É o modo de operar das forças russas.
Pedro
Entendo que existe guerra de guerrilha que as forças defensoras usam estruturas civis.
Esta é uma guerra convencional, e tem sido uma guerra de atrito, há quem utilize o termo "exaustão".
Antes era uma guerra intermitente, e acredito que daqui a 1 ano volte a ser.
Uma guerra de guerrilha é uma guerra que envolve pequenos grupos, muitos vezes sem estrutura militar, com grande mobilidade que adoptam tácticas de emboscada, sabotagem ..... lutam onde, e quando querem, o que é terrível para a outra parte.
Pedro
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Eu não estou a comparar a dimensão, estou a comparar o princípio.
Claro que tu não representas milhares de milhões nem eu sugeri nada disso.
Claramente, parece-te perfeitamente aceitável teres ponderado seriamente ter ido oportunisticamente para a Rússia. Eu aplico então o mesmo standard: se é reprovável os políticos ocidentais terem visto uma oportunidade economica em criar/fortalecer os laços comerciais com a rússia, então tem de ser igualmente reprovável tu ponderares seriamente ir para a rússia, por achares a oportunidade interessante (onde irias, localmente, contribuir para a máquina de guerra russa). Na medida em que for reprovável, por princípio, é reprovável nos dois casos.
Claro que tu não representas milhares de milhões nem eu sugeri nada disso.
Claramente, parece-te perfeitamente aceitável teres ponderado seriamente ter ido oportunisticamente para a Rússia. Eu aplico então o mesmo standard: se é reprovável os políticos ocidentais terem visto uma oportunidade economica em criar/fortalecer os laços comerciais com a rússia, então tem de ser igualmente reprovável tu ponderares seriamente ir para a rússia, por achares a oportunidade interessante (onde irias, localmente, contribuir para a máquina de guerra russa). Na medida em que for reprovável, por princípio, é reprovável nos dois casos.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
MarcoAntonio Escreveu:Segundo, não acho que haja qualquer diferença fundamental entre os políticos ocidentais e tu. Eles acharam que era benéfico fazer negócio com a Rússia* e tu ponderaste sobre a mesma coisa.
Bem neste campo nem parece de ti. Estás a comparar o incomparável. Aproveitar uma oportunidade em que vais ganhar 4x durante um par de anos num país diferente, não tem absolutamente nada que ver com criar uma relação comercial de milhares de milhões quando se sabe que se beneficiam oligarcas.
Mais que foi tudo pelas cismas do lobby anti nuclear, porque tinha de ser tudo com o novo paradigma do wind&solar. Custe o que custar. E agora a pagar as consequências.
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
PMP69 Escreveu:O que estamos a assistir na Ucrânia, já assistimos na Chechênia, na Geórgia e na Síria. Se fores procurar imagens de Grozny ou Alepo, vais ver que são semelhantes às que assistimos em grande parte das cidades e vila ucranianas.
É o modo de operar das forças russas.
Pedro
Entendo que existe guerra de guerrilha que as forças defensoras usam estruturas civis.
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
BearManBull Escreveu:
Gastar um míssil num alvo civil é mau negocio, penso que a grande maioria dos que aconteceram foram por acidente e alguns até terão sido friendly fire.
Refiro-me especificamente a batalhas que arrastam para dentro das povoações para provocar guerra de guerrilha.
Pelas imagens que eu tenho visto os alvos civis são os mais atacados e não me parece qualquer tipo de acidente.
Independentemente das razões que assistem a cada uma das partes, mesmo á Russia, esta não tem qualquer tipo de desculpa para a destruição que está a causar á Ucrania. E ai perdeu qualquer razão que tivesse (que pessoalmente acho que não tem).
A paz não é o unico problema nesta questão. Um outro Enorme problema é, o que se vai fazer com a Russia depois?
Vai-se retomar as relações normais com eles? Não me parece.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
A solução para a Ucrânia, Taiwan ou Coreia do Norte, não tem necessariamente de envolver devolução de terras ou perda de autonomia!
No entanto tem de haver uma negociação e discussão!
Quando os políticos vêm para a praça pública com ameaças e tomadas de posições rigidas, isso apenas empola as reações e tomadas de posições opostas!
Aquilo que se está a ver com a Rússia e a China (apesar de não serem flores que se cheirem!!!) é uma posição de confronto em vez de uma posição de negociação!!
É claro que isto levanta sempre muitas questões, tal como nas relações humanas... se baixamos os braços e aceitamos as ameaças, o agressor ainda se sente no poder de "bater mais"!!!!
Isso é verdade... mas num conflito, também todos sabemos que quanto menos recorremos a uma conversação séria, maior será a probabilidade de conflito!
Espero bem é que os políticos estejam a ser bem aconselhados sobre a situação em que todos nos poderemos colocar como humanidade, pois a nossa capacidade de destruição nunca foi tão grande na história!!
No entanto tem de haver uma negociação e discussão!
Quando os políticos vêm para a praça pública com ameaças e tomadas de posições rigidas, isso apenas empola as reações e tomadas de posições opostas!
Aquilo que se está a ver com a Rússia e a China (apesar de não serem flores que se cheirem!!!) é uma posição de confronto em vez de uma posição de negociação!!
É claro que isto levanta sempre muitas questões, tal como nas relações humanas... se baixamos os braços e aceitamos as ameaças, o agressor ainda se sente no poder de "bater mais"!!!!
Isso é verdade... mas num conflito, também todos sabemos que quanto menos recorremos a uma conversação séria, maior será a probabilidade de conflito!
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Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
BearManBull Escreveu:Taiwan sozinho contra a China? Taiwan só existe pelo guarda costas USA. Retiras USA e NATO da equação e só te posso dizer que o melhor que tinham a fazer era render-se sem disparar um tiro para evitar um massacre.
Eu não sugeri em parte alguma que a Ucrânia, a Polónia, Taiwan ou a Coreia do Sul estão sozinhos.
Bom, a tua resposta aparentemente é sempre e continuará a ser a rendição e submissão ao Putin, a Xi Jinping, a Kim Jong-Un e ao que calhar. A partir do momento que o agressor agride (se agredir), a solução é a rendição. Se o ocidente tentar ajudar estes países a defender-se, o ocidente é o mau da fita (é sempre, na tua narrativa). Estou sempre disponível para que corrijas se eu interpretei algo mal.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Há aqui dois pontos fundamentais nestas minhas últimas interpelações.
Primeiro, eu não acredito de todo que o que tens proposto (e ainda não esclareceste que não é realmente o que tens proposto) tenha o resultado benévolo que tu queres sugerir. Apenas resulta em mais agressão e mais submissão (se realmente seguirmos o que tu defendes/propões).
Segundo, não acho que haja qualquer diferença fundamental entre os políticos ocidentais e tu. Eles acharam que era benéfico fazer negócio com a Rússia* e tu ponderaste sobre a mesma coisa.
(*nota: eu acho que eles fizeram isto - em larga medida - porque achavam que laços comerciais eram favoráveis para ambas as partes e favoreciam uma coexistência pacífica; muito embora admita também que existiram outros factores envolvidos como interesse pessoal e até, nalguns casos, corrupção; mas o ponto fundamental é que tanto quanto percebo, tu farias a mesma coisa, inclusivamente admitiste ter ponderado ir para lá directamente financiar a economia russa, ie que a certa altura achaste que havia oportunidades interessantes)
Primeiro, eu não acredito de todo que o que tens proposto (e ainda não esclareceste que não é realmente o que tens proposto) tenha o resultado benévolo que tu queres sugerir. Apenas resulta em mais agressão e mais submissão (se realmente seguirmos o que tu defendes/propões).
Segundo, não acho que haja qualquer diferença fundamental entre os políticos ocidentais e tu. Eles acharam que era benéfico fazer negócio com a Rússia* e tu ponderaste sobre a mesma coisa.
(*nota: eu acho que eles fizeram isto - em larga medida - porque achavam que laços comerciais eram favoráveis para ambas as partes e favoreciam uma coexistência pacífica; muito embora admita também que existiram outros factores envolvidos como interesse pessoal e até, nalguns casos, corrupção; mas o ponto fundamental é que tanto quanto percebo, tu farias a mesma coisa, inclusivamente admitiste ter ponderado ir para lá directamente financiar a economia russa, ie que a certa altura achaste que havia oportunidades interessantes)
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
Tens escrito múltiplas vezes que os culpados são o Ocidente. Isto é, que quem criou o Putin foi o ocidente e que o ocidente é quem financia as balas e os tanques russos e outras coisas nesta linha.
Porém, tu próprio admitiste ter ponderado ir para a Rússia (ie financiar tu próprio as balas e os tanques directamente, como é evidente).
É verdade que na altura fizeste a ressalva de ter sido "antes" da Crimeia. Mas realmente isto é assessório. Primeiro, a Crimeia não foi a primeira invasão. Segundo, no fundamental, o que se subentende é que aplicas um standard para ti e outro para os políticos ocidentais e demais.
BearManBull Escreveu:E os imbecis extremistas actuais foram os que criaram Putin.
Quem aumentou parcerias com a importação de gás russo depois do que se passou na Crimeia? Alemanha e todos os países satélite da URSS que andavam ali a usar gás russos como se fossem melhores amigos. Os próprios Ucraniano têm dependência de gás russo.
Porém, tu próprio admitiste ter ponderado ir para a Rússia (ie financiar tu próprio as balas e os tanques directamente, como é evidente).
BearManBull Escreveu:Como as coisas estão neste momento obviamente que é impossível ter vida na Russia. Noutros tempos antes da crise Crimeia havia algumas oportunidades interessantes que na altura considerei seriamente.
É verdade que na altura fizeste a ressalva de ter sido "antes" da Crimeia. Mas realmente isto é assessório. Primeiro, a Crimeia não foi a primeira invasão. Segundo, no fundamental, o que se subentende é que aplicas um standard para ti e outro para os políticos ocidentais e demais.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
BearManBull Escreveu:Gastar um míssil num alvo civil é mau negocio, penso que a grande maioria dos que aconteceram foram por acidente e alguns até terão sido friendly fire.
Refiro-me especificamente a batalhas que arrastam para dentro das povoações para provocar guerra de guerrilha.
Ok, não é um, são cem (achas que Putin não tem 100 mísseis para disparar sobre a Polónia). Ainda há dias, referiste as notícias de que a NATO nem teria munições para se defender da Rússia. E eu não quero saber se tu achas que é bom negócio. Estou a perguntar o que defendes se acontecer. O que eu já esclareci n vezes. Eu quero saber/perceber em que é que tu acreditas/defendes fundamentalmente (e não o que tu achas que vai acontecer ou o que é provável).
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Re: Ucrânia vs Rússia - Escalada de tensão
BearManBull Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:Tu colocas umas salvaguardas meio estranhas para não responder a uma pergunta simples.
Como é que a Polónia assegura que não envolve civis? Tudo o que Putin precisa de fazer é apontar mísseis para os civis. Algum há-de acertar. Ok, assim que cair o primeiro míssil sobre civis (kabum, lá foi a tua salvaguarda) a solução que defendes é a rendição, correcto?
Gastar um míssil num alvo civil é mau negocio, penso que a grande maioria dos que aconteceram foram por acidente e alguns até terão sido friendly fire.
Refiro-me especificamente a batalhas que arrastam para dentro das povoações para provocar guerra de guerrilha.
Bear, mísseis guiados por GPS e laser, tem erros mínimos, especialmente os por GPS, com erros inferiores a 1 m.
O que estamos a assistir na Ucrânia, já assistimos na Chechênia, na Geórgia e na Síria. Se fores procurar imagens de Grozny ou Alepo, vais ver que são semelhantes às que assistimos em grande parte das cidades e vila ucranianas.
É o modo de operar das forças russas.
Pedro
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