Crise Grega
Re: Crise Grega
JohnyRobaz Escreveu:Resta-nos tentar resolver o problema [da competitividade] ganhando posição na alta tecnologia para que não seja o custo de trabalho o nosso factor de competitividade, mas sim o "know-how" tecnológico, como acontece na Alemanha e afins. Mas isso não se faz num ambiente de austeridade como este...
{Sublinhado meu.} Já que isto anda fora do tópico há uns dias... Queres elaborar um pouco sobre esta tua opinião?
Abraço
"Se um homem tiver realmente muita fé, pode dar-se ao luxo de ser céptico."
in: Citações e Pensamentos, Friedrich Nietzsche
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Re: Crise Grega
Tentando ser muito breve na escrita, um dos problemas que na minha modesta opinião nos levou a este estado desgraçado foi a abertura escancarada às importações de produtos orientais para a UE, que são praticamente bens de consumo de baixo custo e que representavam o essencial das indústrias dos países como Portugal, principalmente a indústria têxtil.
Houve uma massiva mobilização da indústria têxtil de países como Portugal para os países orientais, principalmente a China, ficando estes países europeus perante uma situação de concorrência totalmente desleal.
Isto foi possível, para mim, porque a UE (leia-se Alemanha) estabelecia assim uma relação comercial que favorecia as maiores potências:
- de compra de produtos de consumo de baixo custo à China deixando de os comprar na Europa (diga-se Portugal), onde a mão de obra para o "mesmo" produto era muito mais cara, ou mesmo a instalação da indústria produtiva lá, funcionando apenas como aluguer de espaço com acesso a mão de obra muito mais barata, mas mantendo os postos de trabalho científico e de I&D nos países de origem, pois tratando-se de produtos de alta tecnologia é essencialmente aí que reside a grande quantidade de mão-de-obra
- de venda de produtos de alta tecnologia, que, no entanto, só eram produzidos na Alemanha e pouco mais.
Como a nossa indústria tinha muito pouca mão-de-obra de I&D, com esta mobilização o desemprego cresceu aos níveis que vemos e estamos assim perante uma Europa desequilibrada.
Resta-nos tentar resolver o problema ganhando posição na alta tecnologia para que não seja o custo de trabalho o nosso factor de competitividade, mas sim o "know-how" tecnológico, como acontece na Alemanha e afins. Mas isso não se faz num ambiente de austeridade como este...
Houve uma massiva mobilização da indústria têxtil de países como Portugal para os países orientais, principalmente a China, ficando estes países europeus perante uma situação de concorrência totalmente desleal.
Isto foi possível, para mim, porque a UE (leia-se Alemanha) estabelecia assim uma relação comercial que favorecia as maiores potências:
- de compra de produtos de consumo de baixo custo à China deixando de os comprar na Europa (diga-se Portugal), onde a mão de obra para o "mesmo" produto era muito mais cara, ou mesmo a instalação da indústria produtiva lá, funcionando apenas como aluguer de espaço com acesso a mão de obra muito mais barata, mas mantendo os postos de trabalho científico e de I&D nos países de origem, pois tratando-se de produtos de alta tecnologia é essencialmente aí que reside a grande quantidade de mão-de-obra
- de venda de produtos de alta tecnologia, que, no entanto, só eram produzidos na Alemanha e pouco mais.
Como a nossa indústria tinha muito pouca mão-de-obra de I&D, com esta mobilização o desemprego cresceu aos níveis que vemos e estamos assim perante uma Europa desequilibrada.
Resta-nos tentar resolver o problema ganhando posição na alta tecnologia para que não seja o custo de trabalho o nosso factor de competitividade, mas sim o "know-how" tecnológico, como acontece na Alemanha e afins. Mas isso não se faz num ambiente de austeridade como este...
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
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Re: Crise Grega
Numa visita rápida pelos tópicos do Caldeirão vejo muitos amigos foristas e colegas investidores otimistas quanto ao evoluir da situação na Grécia. Este sentimento desperta-me alguma perplexidade: ou eu sou muito pessimista, ou os amigos que leio estão muito iludidos.
Não consigo perceber o que se pode esperar do evoluir da situação política e económica de um país que é governado por uma coligação que alia a esquerda radical à direita nacionalista. Uma coligação destas é impossível e antidemocrática, no sentido em que me parece que não pode agradar a nenhum dos eleitores dos partidos representados no seu seio. (Sim, sei que na Grécia isso é possível; sei que a ND já governou em coligação com os comunistas... - mas já viram os resultados destas habilidades?).
Como se isto já não fosse um problema suficiente, o país tem uma dívida tida por muitos como impagável, tem dificuldades do ponto de vista administrativo enormes (máquina fiscal, administração pública...), tem uma igreja que tutela 50% dos solos aráveis do país, sindicatos intransigentes e, nalguns casos, ligados a correntes político ideológicas extremistas (anarquistas, radicais de esquerda...) etc., etc.
Como se não bastasse, tem um governo que irá ter como programa de governação um plano que não é apoiado pelos deputados que o suportam.
Se se pretendesse fazer uma comédia à la Monty Pithon não se poderia pensar em nada mais rebuscado.
Não consigo perceber o que se pode esperar do evoluir da situação política e económica de um país que é governado por uma coligação que alia a esquerda radical à direita nacionalista. Uma coligação destas é impossível e antidemocrática, no sentido em que me parece que não pode agradar a nenhum dos eleitores dos partidos representados no seu seio. (Sim, sei que na Grécia isso é possível; sei que a ND já governou em coligação com os comunistas... - mas já viram os resultados destas habilidades?).
Como se isto já não fosse um problema suficiente, o país tem uma dívida tida por muitos como impagável, tem dificuldades do ponto de vista administrativo enormes (máquina fiscal, administração pública...), tem uma igreja que tutela 50% dos solos aráveis do país, sindicatos intransigentes e, nalguns casos, ligados a correntes político ideológicas extremistas (anarquistas, radicais de esquerda...) etc., etc.
Como se não bastasse, tem um governo que irá ter como programa de governação um plano que não é apoiado pelos deputados que o suportam.
Se se pretendesse fazer uma comédia à la Monty Pithon não se poderia pensar em nada mais rebuscado.
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in: Citações e Pensamentos, Friedrich Nietzsche
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Re: Crise Grega
Dr Tretas Escreveu:bogos Escreveu:
(...)
As medidas de flexibilização nos países austeros são fulcrais, fundamentais.... Só aumentando o consumo desses países é que a Europa do sul pode pensar (atenção, pensar) em reverter um pouco a situação. Não é resolver deficits (que diga-se na Grécia ou aqui na Tugalândia) simplesmente são impagáveis. Portugal, jamais pagará aquilo que deve, sem qualquer tipo de dúvida.
(...)
Só há um pequeno problema: mesmo que se conseguisse convencer os alemães a gastar mais, porque iriam gastar, por exemplo, no nosso país? Produzimos alguma coisa que eles queiram? Só turismo, suponho. Charters de turistas alemães
Amigo Tretas,
Há sempre um problema, e isso é a beleza disto tudo, moer a cabeça para ir avançando de maçada em maçada. Por ora, a única coisa que os alemães tem importando a rodos de Portugal é submissão, e submissão é o que tem estado a comprar por todo o lado, só o Putin é que ainda não lhe vendeu nenhuma

Amigo Bogos,
Os extremos são muito úteis, especialmente quando duram pouco tempo, é como comprar os suportes e vender as resistências

Talvez seja útil para perceberes porque sou sempre do cinzento, dizer-te o seguinte: quando estou rodeado de amigos vermelhos e rosas, "voto" nos laranjas e azuis, quando estou com amigos laranjas ou azuis, "voto" nos vermelhos e rosas...não é para ser do contra é para dormir melhor.
E termino com uma citação do autor que mais influenciou a minha curta existência:
"Serei comuna até que o PCP ganhe as eleições, C.....o!"
Avô Limonov, in várias ocasiões
Abraço,
Limonov
A liberdade que há no capitalismo é a do cão preso de dia e solto à noite.
Fonte - Espólio, Autor - Silva , Agostinho
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Re: Crise Grega
Dr Tretas Escreveu:
Só há um pequeno problema: mesmo que se conseguisse convencer os alemães a gastar mais, porque iriam gastar, por exemplo, no nosso país? Produzimos alguma coisa que eles queiram? Só turismo, suponho. Charters de turistas alemães
Eu cá estou me a lembrar de mais, podemos testar os BMW e Mercedes Porsches e afins loool
Eu cá não sou especialista em economia, mas estar na zona euro não trouxe apenas desvantagens como se houve dizer ultimamente e que vai ser o holocausto e o fim do mundo..
Temos investido muito em obras publicas, estradas, estádios, feito concessões que dão prejuízo, claro que isto é pago pelo contribuinte..
Quanto a Grécia, já se colocaram no seu lugar, quem precisa de ajuda não pode exigir!! Aqui concordo com o Cavaco, que defende que o governo Grego adoptou uma estratégia de negociação de forma errada (manteve a "poker" face até quando foi possível). Vamos aguardar para ver os próximos capítulos.
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Re: Crise Grega
Calma que isto ainda não está totalmente resolvido.
A Grécia não vai conseguir cumprir este acordo pois o povo habituado a viver acima das possibilidades não quer austeridade ( recusaram cortes nos vencimentos e pensões).
O Governo está descredibilizado externamente e só porque estava em causa uma "União" isto passou.
Por último, para que serviu um referendo? quanto a mim para nada! o Tsipras teve que ceder igual... mas quanto a mim não se vai aguentar no poder por muito tempo pois a Grécia chegou a um ponto que muito dificilmente conseguirá equilibrar as suas contas, a não ser que ande a viver sempre á custa de perdões e sobretudo de resgates.
A Grécia não vai conseguir cumprir este acordo pois o povo habituado a viver acima das possibilidades não quer austeridade ( recusaram cortes nos vencimentos e pensões).
O Governo está descredibilizado externamente e só porque estava em causa uma "União" isto passou.
Por último, para que serviu um referendo? quanto a mim para nada! o Tsipras teve que ceder igual... mas quanto a mim não se vai aguentar no poder por muito tempo pois a Grécia chegou a um ponto que muito dificilmente conseguirá equilibrar as suas contas, a não ser que ande a viver sempre á custa de perdões e sobretudo de resgates.
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Re: Crise Grega
bogos Escreveu:
(...)
As medidas de flexibilização nos países austeros são fulcrais, fundamentais.... Só aumentando o consumo desses países é que a Europa do sul pode pensar (atenção, pensar) em reverter um pouco a situação. Não é resolver deficits (que diga-se na Grécia ou aqui na Tugalândia) simplesmente são impagáveis. Portugal, jamais pagará aquilo que deve, sem qualquer tipo de dúvida.
(...)
Só há um pequeno problema: mesmo que se conseguisse convencer os alemães a gastar mais, porque iriam gastar, por exemplo, no nosso país? Produzimos alguma coisa que eles queiram? Só turismo, suponho. Charters de turistas alemães

Re: Crise Grega
Colegas e amigos estou com acesso limitado, alguém me sabe dizer a que horas vai a proposta ao parlamento!
Abraço
Abraço
Re: Crise Grega
Limonov Escreveu:Snowball, vamos lá concluir o raciocínio de ontem...
Como prometido é devido, e apesar das nossas insanáveis divergências, voltei a reler o teu comentário.
Se agora percebi a tua posição, defendes que a austeridade é a solução para o equilíbrio das contas externas, o que posso dizer é o seguinte:
1. Portugal será sempre um país com desequilíbrios externos no quadro da União Económica e Monetária, a não ser que alguma coisa mude nas regras. Como estamos, só é possível o estado e o sector privado reduzirem simultaneamente os seus níveis de endividamento se houver um superavit externo com a dimensão dessa redução do endividamento total (público e privado). Isto só vai acontecer quando eu for um Ditador Democrata Assente em São Bento;
2. Os três setores (público, privado e externo) não podem poupar, ou endividar-se, no mesmo momento. E sem moeda própria, o setor externo é pouco controlável (em Portugal tentou-se via redução salarial);
3. Qualquer aumento da poupança por parte do sector privado (famílias e empresas) agrava o défice orçamental público, foi isto que aconteceu em 2012 e que levou o Pedro Passos a vir dizer que algumas pessoas andavam a viver abaixo das possibilidades. Peço urgentemente que me digam como devo viver, quais são as possibilidades à escolha?
4. Tentar o equilíbrio dos 3 saldos (privado, público e externo) via austeridade é adensar ainda mais o problema;
5. Apenas um pormenor para terminar: se para a semana, juntamente com a onda de calor, vier uma onda de investimento estrangeiro, o que vai acontecer ao saldo externo quando essa malta loira desatar a comprar maquinaria no exterior e a endividar-se? Acho que devem ser impedidos de investir aqui neste quadradinho onde só se tem conseguido saldos favoráveis quando empobrece e assim é que deve ser… pobres mas honrados…
Opções teóricas:
a) Desvalorizar a moeda (difícil mas não impossível);
b) Protecionismo alfandegário (não é nada desejável e impossível na UE);
c) Austeridade: a solução escolhida, para além de ter sido tardia, o défice e a divida que o financia tem décadas. Querer corrigir os desequilíbrios a golpes de machado e em simultâneo em vários países europeus, é uma solução de génio... é a única solução que não exigia políticos a sério.
Tudo o que eu escrevo sobre estes assuntos está ancorado na literatura deixada pelo Keynes e que o Krugman ainda vai deixando. Sou um mero leitor que toma partido![]()
Abraço,
Limonov
Boa tarde..Limo...
Bem vejo que para além do mercado, o interesse pela matéria económica é uma vertente que te leva o tempo e pelos vistos com prazer.
Interessante o que este tópico se foi desenvolvendo nas milhentas teorias económicas e problemas que surgem para se encontrar o melhor caminho para a Grécia e outros pares em situações difíceis como a Portuguesa.
O problema da austeridade, na MHO, não é que esteja a ser mal implementado aos seus destinatários, mas está primeiramente implementado na origem, isto é nos países que de facto detem austeridade e mandam aplicar a austeridade.
Quando temos uma notícia do género que a Noruega não tem onde colocar 800 biliões de carcanhol, estamos mesmo a falar do extremo da austeridade que isso provoca.
Merkel é um exemplo interno de pura austeridade. A Alemanha produz "tecnologicamente em excesso", sem que isso se reflicta no próprio mercado interno, nomeadamente na questão salarial. Parece estranho, mas o excesso de balança externa criada é uma forma interna de prática austera.
O Alemão contenta-se com uma simples casa, um carro da sua marca alemã e um salário "interessante" para o que corre na Europa central... E repara que não estamos a falar de uma Noruega, onde existem recursos naturais que levam os superavites a rubro.
As medidas de flexibilização nos países austeros são fulcrais, fundamentais.... Só aumentando o consumo desses países é que a Europa do sul pode pensar (atenção, pensar) em reverter um pouco a situação. Não é resolver deficits (que diga-se na Grécia ou aqui na Tugalândia) simplesmente são impagáveis. Portugal, jamais pagará aquilo que deve, sem qualquer tipo de dúvida.
Outra solução é de facto os investidores estrangeiros montarem aqui o arsenal de produção, a chamada desalavancagem dos ricos. Mas como sabemos isso é verdadeiramente impossível neste momento, a não ser que o ser humano entenda, que pátria, nacionalidade, história e orgulho, são meramente valores a descartar.
Quando se diz que o dinheiro não tem pátria, nacionalidade, religião, ou credo, está atingida a plenitude do seu fim, ou seja servir que dele necessita.
Cumprimentos
Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer que as coisas não pareçam o que são.
Miguel Cervantes
No outro lado de cada medo está a liberdade.
Marilyn Ferguson
Miguel Cervantes
No outro lado de cada medo está a liberdade.
Marilyn Ferguson
Re: Crise Grega
"Bruxelas quer toda a União Europeia a financiar a Grécia"
"O Reino Unido opõe-se a esta medida, indicando que devem ser apenas os países que aderiram à moeda única a financiar a Grécia."
http://www.noticiasaominuto.com/economi ... r-a-grecia
Os ingleses, o pé dentro e o pé fora...
"Grécia: Vice-ministra das Finanças apresenta demissão"
"A vice-ministra grega das Finanças, Nadia Valavani, apresentou hoje a demissão, desconhecendo-se ainda os pormenores que levaram à saída desta militante do Syriza, o maior partido da coligação que governa a Grécia."
"O Reino Unido opõe-se a esta medida, indicando que devem ser apenas os países que aderiram à moeda única a financiar a Grécia."
http://www.noticiasaominuto.com/economi ... r-a-grecia
Os ingleses, o pé dentro e o pé fora...
"Grécia: Vice-ministra das Finanças apresenta demissão"
"A vice-ministra grega das Finanças, Nadia Valavani, apresentou hoje a demissão, desconhecendo-se ainda os pormenores que levaram à saída desta militante do Syriza, o maior partido da coligação que governa a Grécia."
"É de sábios mudar de opinião" - Miguel de Cervantes
"A verdade é o preço" - bogos in Caldeirão de Bolsa
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Re: Crise Grega
Snowball, vamos lá concluir o raciocínio de ontem...
Como prometido é devido, e apesar das nossas insanáveis divergências
, voltei a reler o teu comentário.
Se agora percebi a tua posição, defendes que a austeridade é a solução para o equilíbrio das contas externas, o que posso dizer é o seguinte:
1. Portugal será sempre um país com desequilíbrios externos no quadro da União Económica e Monetária, a não ser que alguma coisa mude nas regras. Como estamos, só é possível o estado e o sector privado reduzirem simultaneamente os seus níveis de endividamento se houver um superavit externo com a dimensão dessa redução do endividamento total (público e privado). Isto só vai acontecer quando eu for um Ditador Democrata Assente em São Bento;
2. Os três setores (público, privado e externo) não podem poupar, ou endividar-se, no mesmo momento. E sem moeda própria, o setor externo é pouco controlável (em Portugal tentou-se via redução salarial);
3. Qualquer aumento da poupança por parte do sector privado (famílias e empresas) agrava o défice orçamental público, foi isto que aconteceu em 2012 e que levou o Pedro Passos a vir dizer que algumas pessoas andavam a viver abaixo das possibilidades. Peço urgentemente que me digam como devo viver, quais são as possibilidades à escolha?
4. Tentar o equilíbrio dos 3 saldos (privado, público e externo) via austeridade é adensar ainda mais o problema;
5. Apenas um pormenor para terminar: se para a semana, juntamente com a onda de calor, vier uma onda de investimento estrangeiro, o que vai acontecer ao saldo externo quando essa malta loira desatar a comprar maquinaria no exterior e a endividar-se? Acho que devem ser impedidos de investir aqui neste quadradinho onde só se tem conseguido saldos favoráveis quando empobrece e assim é que deve ser… pobres mas honrados…
Opções teóricas:
a) Desvalorizar a moeda (difícil mas não impossível);
b) Protecionismo alfandegário (não é nada desejável e impossível na UE);
c) Austeridade: a solução escolhida, para além de ter sido tardia, o défice e a divida que o financia tem décadas. Querer corrigir os desequilíbrios a golpes de machado e em simultâneo em vários países europeus, é uma solução de génio... é a única solução que não exigia políticos a sério.
Tudo o que eu escrevo sobre estes assuntos está ancorado na literatura deixada pelo Keynes e que o Krugman ainda vai deixando. Sou um mero leitor que toma partido
Abraço,
Limonov
Como prometido é devido, e apesar das nossas insanáveis divergências

Se agora percebi a tua posição, defendes que a austeridade é a solução para o equilíbrio das contas externas, o que posso dizer é o seguinte:
1. Portugal será sempre um país com desequilíbrios externos no quadro da União Económica e Monetária, a não ser que alguma coisa mude nas regras. Como estamos, só é possível o estado e o sector privado reduzirem simultaneamente os seus níveis de endividamento se houver um superavit externo com a dimensão dessa redução do endividamento total (público e privado). Isto só vai acontecer quando eu for um Ditador Democrata Assente em São Bento;
2. Os três setores (público, privado e externo) não podem poupar, ou endividar-se, no mesmo momento. E sem moeda própria, o setor externo é pouco controlável (em Portugal tentou-se via redução salarial);
3. Qualquer aumento da poupança por parte do sector privado (famílias e empresas) agrava o défice orçamental público, foi isto que aconteceu em 2012 e que levou o Pedro Passos a vir dizer que algumas pessoas andavam a viver abaixo das possibilidades. Peço urgentemente que me digam como devo viver, quais são as possibilidades à escolha?
4. Tentar o equilíbrio dos 3 saldos (privado, público e externo) via austeridade é adensar ainda mais o problema;
5. Apenas um pormenor para terminar: se para a semana, juntamente com a onda de calor, vier uma onda de investimento estrangeiro, o que vai acontecer ao saldo externo quando essa malta loira desatar a comprar maquinaria no exterior e a endividar-se? Acho que devem ser impedidos de investir aqui neste quadradinho onde só se tem conseguido saldos favoráveis quando empobrece e assim é que deve ser… pobres mas honrados…
Opções teóricas:
a) Desvalorizar a moeda (difícil mas não impossível);
b) Protecionismo alfandegário (não é nada desejável e impossível na UE);
c) Austeridade: a solução escolhida, para além de ter sido tardia, o défice e a divida que o financia tem décadas. Querer corrigir os desequilíbrios a golpes de machado e em simultâneo em vários países europeus, é uma solução de génio... é a única solução que não exigia políticos a sério.
Tudo o que eu escrevo sobre estes assuntos está ancorado na literatura deixada pelo Keynes e que o Krugman ainda vai deixando. Sou um mero leitor que toma partido

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Re: Crise Grega
Com este acordo, o verdadeiro problema está a ser ignorado mais uma vez, os povos europeus conseguiram ser persuadidos que o problema está APENAS na Grécia e restantes PIGS que não pagam as suas dívidas e que é preciso castiga-los com mais austeridade, fornecendo legitimidade democrática aos seus líderes para instaurar este tipo de programas altamente destrutivos a nível económico nos países do sul enquanto lhes vão sacando as jóias da coroa uma a uma... Volto a referir, os PIGS não são sustentáveis como estão, mas não é a austeridade aplicada desta forma que os vai tornar sustentáveis, apenas os vai castigar por não o serem. E, geralmente, povos castigados e martirizados não pensam com a lógica toda quando vão às urnas. Pensam com a vingança em mente. E isso é muito perigoso.
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
Re: Crise Grega
Dom_Quixote Escreveu:Angela Merkel exigia, sem abrir mão das suas pretensões, que a Grécia colocasse nesse fundo 50 mil milhões de euros. E que esse dinheiro fosse controlado por um organismo no Luxemburgo, ficando assim fora do controlo do Governo de Atenas. Quanto à sede, a chanceler alemã acabou por recuar, mas não fez o mesmo em relação ao montante, se bem que tenha aceite que não se destine na totalidade a pagar aos credores, podendo a Grécia fazer uso de metade para recapitalizar a banca.
No entanto, até se chegar a este entendimento, Tsipras chegou mesmo a perguntar aos restantes líderes, com especial ênfase em Merkel, se queriam todas as suas jóias da coroa, de bandeja, contou à Reuters uma fonte próxima das conversações. "Talvez também precisem de Creta? Ou do Partenon? Talvez toda a Acrópole, não?", perguntou o chefe do governo helénico.
"Se eu concordar com este depósito de garantias, bem posso comprar um bilhete de avião para outro país", afirmou Alexis Tsipras, segundo relatou uma outra fonte à agência Reuters.
JdN
Porque seria um organismo no Luxemburgo e não na Roménia por exemplo? Sera porque no Luxemburgo essa famosa lavandaria da mais jeito?
Por cá o Passos Coelho já fez o mesmo com as pseudo privatizações . Vendeu a amigos e o €€€ desapareceu pois a divida continua a aumentar
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
Lion_Heart
Re: Crise Grega
Dr Tretas Escreveu:De acordo com o último relatório do FMI, a dívida da Grécia, que já era impossível de ser paga, tornou-se "altamente impossível de ser paga"
FMI Escreveu:Greece’s public debt has become highly unsustainable.
http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr/2015/cr15186.pdf
Torna-se difícil distinguir a tragédia da comédia![]()
compreendo...havia 100% de certeza que não seria paga
agora há 200%

P.S: isto tem tudo muita graça mas quando se começar a ver que os gregos estão a arrastar a Europa toda para o buraco então é que vai ser lindo! continuem a adiar o inevitável!
"Não se deve acreditar em tudo o que aparece na Internet" - Winston Churchill
Re: Crise Grega
De acordo com o último relatório do FMI, a dívida da Grécia, que já era impossível de ser paga, tornou-se "altamente impossível de ser paga"
http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr/2015/cr15186.pdf
Torna-se difícil distinguir a tragédia da comédia


FMI Escreveu:Greece’s public debt has become highly unsustainable.
http://www.imf.org/external/pubs/ft/scr/2015/cr15186.pdf
Torna-se difícil distinguir a tragédia da comédia


Re: Crise Grega
Angela Merkel exigia, sem abrir mão das suas pretensões, que a Grécia colocasse nesse fundo 50 mil milhões de euros. E que esse dinheiro fosse controlado por um organismo no Luxemburgo, ficando assim fora do controlo do Governo de Atenas. Quanto à sede, a chanceler alemã acabou por recuar, mas não fez o mesmo em relação ao montante, se bem que tenha aceite que não se destine na totalidade a pagar aos credores, podendo a Grécia fazer uso de metade para recapitalizar a banca.
No entanto, até se chegar a este entendimento, Tsipras chegou mesmo a perguntar aos restantes líderes, com especial ênfase em Merkel, se queriam todas as suas jóias da coroa, de bandeja, contou à Reuters uma fonte próxima das conversações. "Talvez também precisem de Creta? Ou do Partenon? Talvez toda a Acrópole, não?", perguntou o chefe do governo helénico.
"Se eu concordar com este depósito de garantias, bem posso comprar um bilhete de avião para outro país", afirmou Alexis Tsipras, segundo relatou uma outra fonte à agência Reuters.
JdN
No entanto, até se chegar a este entendimento, Tsipras chegou mesmo a perguntar aos restantes líderes, com especial ênfase em Merkel, se queriam todas as suas jóias da coroa, de bandeja, contou à Reuters uma fonte próxima das conversações. "Talvez também precisem de Creta? Ou do Partenon? Talvez toda a Acrópole, não?", perguntou o chefe do governo helénico.
"Se eu concordar com este depósito de garantias, bem posso comprar um bilhete de avião para outro país", afirmou Alexis Tsipras, segundo relatou uma outra fonte à agência Reuters.
JdN
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Re: Crise Grega
p.f, peço aos que defendiam a grecia/postura negocial grega e os que exaltavam o génio politico do Tsipras que me expliquem o que significa tudo isto?! http://www.jornaldenegocios.pt/economia/detalhe/tsipras_diz_que_a_grecia_conseguiu_um_acordo_melhor.html
isto é tudo tao estranho

isto é tudo tao estranho





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Re: Crise Grega
Tsipras disse que, no final, havia duas opções em cima da mesa: o acordo ou a falência (bancarrota) e saída da Zona Euro.
Disse, também, que assinou um acordo em que não acredita.
Ou seja, Tsipras, por outras palavras, disse que capitulou perante os credores!!!
Disse, também, que assinou um acordo em que não acredita.
Ou seja, Tsipras, por outras palavras, disse que capitulou perante os credores!!!
Re: Crise Grega
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Re: Crise Grega
LionH nao precisas ir muito longe, estuda o caso da ponte Salazar/25 de Abril. Foi construida com dinheiros publicos no entanto está concessionada à LusoPonte. Já foi mais que paga com o dinheiro de quem lá passou e no entanto as portagens continuam. A propria construcao da ponte Vasco da Gama outra vergonha de má gestão e PPP ruinosa.
World debt clock:
http://www.usdebtclock.org/world-debt-clock.html
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Re: Crise Grega
O resultado está erradíssimo, já corrigi. A fórmula não é contrariável, infelizmente... havia muito a ganhar se se alterassem algumas fórmulas... e tratados...
A dívida nominal baixa-se via inflação, que leva ao crescimento, que diminui o desemprego, etc, mas ai voltamos ao Euro à união económica e monetária e aos tratados, mas já estou a repetir-me e não vale a pena. O problema é politico, o dinheiro imprime-se.
Camarada Snowball tu achas mesmo que se eu tivesse problemas em ser contrariado me vinha meter neste tópico? num forum de bolsa? e com este discurso?
Conhecendo o que por aqui se vem apregoando, poderia ter receio se estivesse num descampado sózinho, atrás do meu PC posso estar descansado, nínguém me vai vazar um olho
no máximo dizem-me que as contas estão mal feitas ou que sou um apoiante de calaceiros
Abraço,
Limonov
Essa é uma verdade incontrariável (mesmo para mim que sou do contra
). Mas a dívida cresceu tanto em termos de % do PIB quanto em termos nominais, daí que tenha percebido de outra forma.
abraço
edit: não fiz as contas... afinal é contrariável como o Dr Tretas fez no post seguinte
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A dívida nominal baixa-se via inflação, que leva ao crescimento, que diminui o desemprego, etc, mas ai voltamos ao Euro à união económica e monetária e aos tratados, mas já estou a repetir-me e não vale a pena. O problema é politico, o dinheiro imprime-se.
Camarada Snowball tu achas mesmo que se eu tivesse problemas em ser contrariado me vinha meter neste tópico? num forum de bolsa? e com este discurso?
Conhecendo o que por aqui se vem apregoando, poderia ter receio se estivesse num descampado sózinho, atrás do meu PC posso estar descansado, nínguém me vai vazar um olho



Abraço,
Limonov
Essa é uma verdade incontrariável (mesmo para mim que sou do contra

abraço
edit: não fiz as contas... afinal é contrariável como o Dr Tretas fez no post seguinte

Editado pela última vez por Limonov em 15/7/2015 0:58, num total de 1 vez.
A liberdade que há no capitalismo é a do cão preso de dia e solto à noite.
Fonte - Espólio, Autor - Silva , Agostinho
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Re: Crise Grega
Limonov Escreveu:
Sim, a dívida do fulano é bem maior, e mete só 13 meses porque não tem subsidio de natal... no meu texto (sem multiplicar pelos meses) dava 10 000% antes do corte e 12500% do PIB depois do corte), mas foi percetivel e agradeço a retificação.
O fulano está lixado com "F", a dívida é insustentávelmas como é uma pessoa e não um Estado, vai comer açordas todos os dias e conseguir um saldo primário de 25% ou 30%, dessa forma não terá qualquer problema em assegurar o bom cumprimento
Ainda bem que governar um país não é o mesmo que governar uma casa
![]()
Dúvido que este fulano compre cenas alemãs, cá para mim come iogurtes gregos, tem amantes italianas, anda de carro japones, bebe cerveja irlandesa e ouve música espanhola, da alemanha só deve querer sebo feito à base da Frau Angela para untar as botas![]()
Abraço,
Limonov
É fácil ter saldo primário de 30% porque é um solteirão


Royal_Flush Escreveu:
afinal Plutão existe?
ou sempre se achou que existisse e o que deixou foi de fazer parte do chamado Sistema Solar?
http://www.infoescola.com/sistema-solar/plutao/
Claro que existe, foi é despromovido de "planeta" para "planeta anão", quando se descobriu que há uma data deles (fazem todos parte do Sistema Solar, isto é, orbitam o Sol).

Re: Crise Grega
Dr Tretas Escreveu:Será que demora mais tempo resolver a crise grega ou enviar uma sonda a Plutão?
A New Horizons demorou 9 anos a chegar, tá quase:
http://pluto.jhuapl.edu/index.php
Deve estar a tirar belas fotos neste momento, que vão demorar 5-6 horas a chegar à Terra (à velocidade da luz) tal é a distância.

ou sempre se achou que existisse e o que deixou foi de fazer parte do chamado Sistema Solar?
http://www.infoescola.com/sistema-solar/plutao/

"Não se deve acreditar em tudo o que aparece na Internet" - Winston Churchill
Re: Crise Grega
Dr Tretas Escreveu:Limonov Escreveu:Snowball,
Ainda pode ser hoje, o jantar está ainda ao lume...
Eu admito que defendas a austeridade para chegar ao equilibrio, eu não partilho dessa opinião, mas em frente...
Nós estamos a falar de coisas "ligeiramente" diferentes, eu disse que, uma vez que a dívida é calcula em razão do PIB, mesmo que consigas estancar a despesa, se o PIB cai, a referência para calculo da dívida muda, ou seja, mesmo com toda a austeridade que se queira aplicar a dívida sobe porque se trata de um rácio.
Se fulano A ganha 1000 euros e deve 100 000 ao banco, está com uma dívida de 100% do seu PIB, se começa a ganhar 800 euros, mesmo continuando a dever 100 000 euros, agora a dívida é 125% do seu PIB anual.
Tendo em conta o que acabei de escrever, continuas a achar que estou armado em cágado?![]()
![]()
Abraço,
Limonov
Percebo o sentido das contas, mas a dívida é bem maior... Se ganha 1000€ por mês, x14 dá 14000€ por ano de "PIB", logo a dívida é 700% do PIB. Esse tipo está bem entalado, depende do que fez com os 100k € espero que tenha investido bem, e não ter gasto a massa digamos, num Mercedes SLK AMG
Sim, a dívida do fulano é bem maior, e mete só 13 meses porque não tem subsidio de natal... no meu texto (sem multiplicar pelos meses) dava 10 000% antes do corte e 12500% do PIB depois do corte), mas foi percetivel e agradeço a retificação.
O fulano está lixado com "F", a dívida é insustentável



Dúvido que este fulano compre cenas alemãs, cá para mim come iogurtes gregos, tem amantes italianas, anda de carro japones, bebe cerveja irlandesa e ouve música espanhola, da alemanha só deve querer sebo feito à base da Frau Angela para untar as botas

Abraço,
Limonov
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