Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austeridade

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Pulka » 26/3/2013 16:40

Isto é mais do que um simples job for the boy.

As recentes nomeações têm revelado o profundo desrespeito que existe nos actuais políticos. Isto demonstra uma total falta de consciência, bom senso, responsabilidade e todas as palavras que existem no dicionário.

Só num país de 3.º mundo se nomeiam pessoas para cargos públicos ou mesmo privados quando estão acusados ou a serem investigados por crimes. Até podem ser inocentes, mas qualquer regra de bom senso obriga a rejeitar à partida estas pessoas.

Isto também revela que temos um povo digno de 3.º mundo, porque estas coisas continuam a fazer-se sem que as pessoas o impeçam. Desde políticos, imprensa, cidadãos, estão todos bem uns para os outros. Acho que é a isto que se chama um consenso nacional
 
Mensagens: 108
Registado: 29/11/2007 12:17
Localização: Lisboa

Job for the boys

por C0rr3i4 » 26/3/2013 16:25

Job for the boys

Executivo
Ex-espião Silva Carvalho contratado para o Governo
Márcia Galrão
26/03/13 13:03

Despacho de Passos e Gaspar dita a contratação de Silva Carvalho para funções na Presidência do Conselho de Ministros.

O ex-espião Jorge da Silva Carvalho vai ser contratado pela Presidência do Conselho de Ministros para funções de técnico superior e terá direito a receber salários retroactivos desde 1 de Dezembro de 2010.

Por ter adquirido vínculo definitivo ao Estado após "seis anos de serviço ininterruptos", o Governo terá que criar um posto de trabalho para o acomodar, sendo que o ex-quadro das secretas terá um vencimento equivalente ao que auferia no SIED como técnico coordenador de nível 2.

De acordo com o despacho assinado por Pedro Passos Coelho e Vítor Gaspar, publicado hoje em Diário da República, o ex-espião "Jorge Manuel Jacob da Silva Carvalho preencheu os pressupostos de aquisição de vínculo definitivo ao Estado". De acordo com a lei que regula o funcionamento dos serviços de informações e segurança, "o trabalhador tem direito a ser integrado no mapa de pessoal da Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros, em categoria equivalente à que possuir no serviço e no escalão em que se encontrar posicionado".

Este "direito" é conquistado depois de o funcionário "completar seis anos de serviço ininterruptos" no Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) e do Serviço de Informações de Segurança, altura em que "adquire automaticamente vínculo definitivo ao Estado".

Recorde-se que Silva Carvalho deixou as secretas em Dezembro de 2010, tendo sido exonerado "a seu pedido" pelo secretário-geral do Serviço de Informações da República Portuguesa (SIRP), Júlio Pereira e quase de imediato pediu a reintegração no Estado, tal como outros colegas.

O seu nome tem estado ligado a várias polémicas, desde logo ao chamado "caso das secretas" em que foi acusado de passar informações classificadas à empresa Ongoing, para a qual foi mais tarde contratado, quando ainda estava nos serviços de informação. Terá também enviado clippings de imprensa ao ministro Miguel Relvas, um tema que levou por duas vezes o governante a dar explicações no Parlamento.

http://economico.sapo.pt/
C0rr3i4

"Compound interest is the 8th wonder of the world."
(Albert Einstein)
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1561
Registado: 18/1/2012 17:35
Localização: Sorria, está na Maia.

por MiamiBlue » 25/3/2013 19:09

Nobel da Economia: A tolerância do BCE à valorização do euro agravou a crise da dívida na Europa

O prémio Nobel da Economia considera que no próximo ciclo de depreciações da moeda comunitária as autoridades reguladoras devem fixar o valor do euro face ao dólar. Segundo Robert Mundell, vai “fazer maravilhas” à recuperação económica europeia.


http://www.jornaldenegocios.pt/economia/europa/uniao_europeia/zona_euro/detalhe/robert_mundell_a_tolerancia_do_bce_na_valorizacao_do_euro_piorou_a_crise_da_divida_na_europa.html

Porque não defende o Governo Português esta medida?
 
Mensagens: 1399
Registado: 17/10/2010 19:32
Localização: 14

por mais_um » 25/3/2013 15:26

'Reforma do Estado pode acabar como a TSU'

O professor da Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa acredita que só com um apoio do Estado a economia poderá voltar a crescer. «Não há dúvidas de que o país está em espiral recessiva», diz Paulo Soares de Pinho.
Ficou surpreendido com o recurso aos depósitos bancários para pagar parte do resgate em Chipre?

Qualquer pessoa que conheça a história das crises financeiras ficaria surpreendida. Os alemães têm insistido em penalizar os países que têm défices excessivos, mas até agora sempre houve cuidado em preservar a estabilidade. Desta vez isso não aconteceu: a medida é um claro incentivo a uma corrida aos depósitos. A mensagem de base, porém, estava correcta: se um país entra num modelo arriscado contrário aos princípios europeus, leia-se sistema bancário assente em lavagem de dinheiro, não deve esperar que a Europa venha em seu socorro e deve assumir os custos da sua salvação.

Mas não se podia ter excluído os depositantes mais baixos?

O limite ser acima de 100 mil ou 500 mil não muda o facto de se ter criado uma desconfiança face à segurança dos depósitos na Zona Euro.

Acha que é um modelo a ser exportado para futuras intervenções da troika?

A Europa não aguenta uma corrida aos depósitos, sobretudo em sistemas bancários mais instáveis como o espanhol. Espanha tem todos os ingredientes para nos deixar preocupados porque o sector imobiliário, cuja bolha provocou a crise na banca, também foi usado para lavar dinheiro. Perante um resgate à banca espanhola, cuja dimensão a União Europeia pode não querer assumir na totalidade, é de imaginar que alguém sugira o que foi proposto no Chipre. O que podia ser resolvido com uma injecção de capital público de 10 mil milhões de euros pode tornar-se num problema de liquidez de 400 mil milhões.

A crise em Chipre poderá atrasar o regresso aos mercados de Portugal?

Seria muito importante que o imposto sobre depósitos não fosse para a frente, para mostrar que uma medida deste tipo não é implementável na União Europeia. Os estragos são inevitáveis e podem condicionar Portugal e Irlanda.

Há uma mudança de percepção dos investidores face a Portugal?

Há dois anos, a esmagadora maioria dos investidores com quem eu interagia em Londres e Nova Iorque apostava que Portugal ia cair. No último ano, a posição alterou-se bastante. Desde o Verão, há uma corrida dos investidores para tudo o que tenha rendimento, nomeadamente dívida periférica. Para estes, Portugal deixou de ser ‘lixo’ para significar ‘rentabilidade alta’.

Mas o estado da economia não deveria afastar os investidores?

Os fundamentais estão todos contra Portugal. Está tudo obcecado com o défice, mas para a maioria dos credores o que importa é a dívida e o crescimento. E essa conjugação é fatal.

Como viu as declarações de Vítor Gaspar esta semana, ao assumir que o programa da troika estava mal desenhado?

O programa estava mal desenhado e foi mal implementado. O foco inicial era o corte de despesa e as reformas estruturais. A única área onde o Governo tocou foi a reforma laboral. Continuo à espera da reforma da justiça, das parcerias público-privadas, dos mercados de concorrência ou da energia. Do lado da despesa pública há algo que me surpreende até hoje: ainda ninguém apresentou uma única ideia sobre que administração pública queremos ter. Temos um Governo que está em funções há dois anos e só agora estuda as funções do Estado. Esta discussão começou tarde e com uma base de apoio muito reduzida.

A reforma do Estado pode nunca acontecer?

A reforma do Estado pode acabar como a Taxa Social Única (TSU). A TSU foi um case study de como não vender uma proposta política. Alguém que ache que cortar 3% ou 4% na TSU vai aumentar a competitividade de um exportador em Portugal, que não tem acesso ao crédito e tem dificuldades em recuperar o IVA, é porque nunca esteve na gestão de uma empresa.

O Governo diz agora que o investimento é o próximo motor de crescimento.

Do sector privado não espero grande investimento no futuro. A maioria das empresas não investe hoje por falta de confiança no desempenho da economia portuguesa. Não se pode ter um discurso de contracção da economia, de aumento do desemprego e depois pedir às pessoas para investir. O problema do Governo é que os ministérios da Economia e das Finanças funcionam como duas entidades distintas que só se encontram no Conselho de Ministros.

No final, o Estado será obrigado a estimular a economia?

Temos um Governo doutrinariamente anti-keynesiano que está empenhado em provar que a teoria keynesiana não está correcta. Só o Governo é que acha que não entrámos em espiral recessiva com a política que tem sido seguida. Não há qualquer dúvida que estamos em espiral recessiva. A economia portuguesa precisa do apoio do Estado para crescer, infelizmente. A política do Governo fez a economia e as expectativas dos empresários caírem a um nível tal que se não houver sinais muito fortes do Estado não haverá inversão. Na área fiscal, as regras mudam todos os dias, a burocracia e a carga fiscal aumentam. Passou-se do Simplex para o Complicadex.

Começar de novo é a solução?

O Estado tem de renegociar com a troika uma forma de colocar a economia a crescer. Já ninguém acredita que a economia cresça com base nas reformas estruturais que não foram feitas. A economia portuguesa arrisca-se a ficar vários anos estagnada porque as empresas vivem em clima de grande incerteza. Os empresários precisam de duas coisas: procura interna e mais crédito.

Há abertura da Europa para uma mudança de rumo?

Se a trajectória actual da política da troika se mantiver, Portugal vai ser apenas um pequeno caso no meio de muitos, como Espanha, Itália ou França. A Alemanha vai acabar por ser o principal perdedor. A queda da procura europeia vai fazer sofrer bastante o sector industrial germânico. Um sector que, aliás, tem grandes fragilidades em termos de competitividade devido aos salários altos, por exemplo. No dia em que a Alemanha começar a fechar fábricas, veremos se não há uma alteração da política económica na Europa.

A incerteza foi o maior preço da intervenção da troika?

O maior preço foi o aumento da fiscalidade. O nível actual é inaceitável e incomportável. Só aguenta esta fiscalidade quem é banqueiro.

Estamos perante o risco de insolvências na banca?

Nos próximos 12 a 24 meses não espero nada de grave, mas a economia não pode continuar a cair. Não espero uma alteração da dependência da banca do financiamento do BCE até que Portugal volte a crescer, saia do programa da troika e que os ratings dos bancos voltem a subir.

A banca será dependente do BCE nos próximos três a quatro anos?

Receio que, depois de ser conhecida a decisão do Tribunal Constitucional, depois de constatar que vamos precisar de mais tempo para atingir o défice de 5,5% do PIB previsto para este ano, subindo impostos e cortando despesa, não haja grandes notícias no lado do crescimento.



http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Inte ... t_id=71715

"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 8133
Registado: 14/11/2008 0:48
Localização: Lisboa

por mapaman » 24/3/2013 13:50

Dinheiro fresquinho vindo do nada :mrgreen:

Aliás,a julgar pelos recentes regressos à vida publica concretizados e programados já lhes cheira.
"Não perguntes a um escravo se quer ser livre".Samora Machel
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1600
Registado: 24/1/2008 22:05

por MiamiBlue » 24/3/2013 11:54

Austeridade de 23,8 mil milhões só baixa défice em 6,6 mil milhões
A maior parte das medidas aplicadas não teve efeito na redução do défice. Mesmo tendo ido além da troika, o Governo não escapa a duas revisões das metas orçamentais.



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/austeridade-de- ... z2OS9tncPU


No entanto da economia já desaparecerem 17,2 mil milhões de euros da economia.

É preciso austeridade? sim.

É preciso esta austeridade? Não..

Com austeridade deste tipo, o país só pode afundar.

Esta a austeridade não leva a nada nenhum, os números falam por si- o que é preciso mais para alterar a estratégia seguida?
 
Mensagens: 1399
Registado: 17/10/2010 19:32
Localização: 14

Re: Défice orçamental ficou em 184 milhões de euros em Fever

por Mcmad » 22/3/2013 20:40

ul Escreveu:A parte boa das contas, onde o V . Gaspar se vai agarrar:

Já o saldo primário (excluindo encargos com a dívida) da Administração Central e da Segurança Social era, nos dois primeiros meses deste ano, de 266,9 milhões.


correia1978 Escreveu:Balão de Oxigénio para o governo...

Execução orçamental
Défice orçamental ficou em 184 milhões de euros em Fevereiro
Luís Reis Pires
22/03/13 18:00

O resultado ficou em linha com a meta prevista.

O défice orçamental para efeitos de programa de ajustamento ficou em 183,6 milhões de euros nos primeiros dois meses do ano, de acordo com um comunicado do Ministério das Finanças.

O resultado está linha com a meta prevista, uma vez que o limite para o primeiro trimestre é um défice de 1.900 milhões.

De acordo com as Finanças, o défice em contabilidade pública registado em Fevereiro foi de 273 milhões de euros.

Somando a Administração Central e a Segurança Social, o défice foi de 247 milhões o que significa um agravamento face ao excedente de 586 milhões de euros registados em igual período do ano passado.

O organismo liderado por Vítor Gaspar sublinha que o resultado está “negativamente influenciado” pelas receitas relativas à concessão da frequência da quarta geração das comunicações novas arrecadada em 2012 bem como pelas transferências do Fundo Social Europeu que este ano serão recebidas mais tarde.

A receita fiscal recuperou em Fevereiro, tendo crescido 0,3% em termos homólogos quando em Janeiro tinha registado uma quebra de 0,7%.


E é uma boa noticia.

É preciso cortar rapidamente nos juros!
Confira as minhas opiniões

http://markoeconomico.blogspot.com/
 
Mensagens: 1477
Registado: 29/11/2007 10:26
Localização: Maia

Re: Défice orçamental ficou em 184 milhões de euros em Fever

por Opcard » 22/3/2013 20:31

A parte boa das contas, onde o V . Gaspar se vai agarrar:

Já o saldo primário (excluindo encargos com a dívida) da Administração Central e da Segurança Social era, nos dois primeiros meses deste ano, de 266,9 milhões.


correia1978 Escreveu:Balão de Oxigénio para o governo...

Execução orçamental
Défice orçamental ficou em 184 milhões de euros em Fevereiro
Luís Reis Pires
22/03/13 18:00

O resultado ficou em linha com a meta prevista.

O défice orçamental para efeitos de programa de ajustamento ficou em 183,6 milhões de euros nos primeiros dois meses do ano, de acordo com um comunicado do Ministério das Finanças.

O resultado está linha com a meta prevista, uma vez que o limite para o primeiro trimestre é um défice de 1.900 milhões.

De acordo com as Finanças, o défice em contabilidade pública registado em Fevereiro foi de 273 milhões de euros.

Somando a Administração Central e a Segurança Social, o défice foi de 247 milhões o que significa um agravamento face ao excedente de 586 milhões de euros registados em igual período do ano passado.

O organismo liderado por Vítor Gaspar sublinha que o resultado está “negativamente influenciado” pelas receitas relativas à concessão da frequência da quarta geração das comunicações novas arrecadada em 2012 bem como pelas transferências do Fundo Social Europeu que este ano serão recebidas mais tarde.

A receita fiscal recuperou em Fevereiro, tendo crescido 0,3% em termos homólogos quando em Janeiro tinha registado uma quebra de 0,7%.
 
Mensagens: 4581
Registado: 14/3/2009 0:19
Localização: 16

Défice orçamental ficou em 184 milhões de euros em Fevereiro

por C0rr3i4 » 22/3/2013 20:23

Balão de Oxigénio para o governo...

Execução orçamental
Défice orçamental ficou em 184 milhões de euros em Fevereiro
Luís Reis Pires
22/03/13 18:00

O resultado ficou em linha com a meta prevista.

O défice orçamental para efeitos de programa de ajustamento ficou em 183,6 milhões de euros nos primeiros dois meses do ano, de acordo com um comunicado do Ministério das Finanças.

O resultado está linha com a meta prevista, uma vez que o limite para o primeiro trimestre é um défice de 1.900 milhões.

De acordo com as Finanças, o défice em contabilidade pública registado em Fevereiro foi de 273 milhões de euros.

Somando a Administração Central e a Segurança Social, o défice foi de 247 milhões o que significa um agravamento face ao excedente de 586 milhões de euros registados em igual período do ano passado.

O organismo liderado por Vítor Gaspar sublinha que o resultado está “negativamente influenciado” pelas receitas relativas à concessão da frequência da quarta geração das comunicações novas arrecadada em 2012 bem como pelas transferências do Fundo Social Europeu que este ano serão recebidas mais tarde.

A receita fiscal recuperou em Fevereiro, tendo crescido 0,3% em termos homólogos quando em Janeiro tinha registado uma quebra de 0,7%.
C0rr3i4

"Compound interest is the 8th wonder of the world."
(Albert Einstein)
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1561
Registado: 18/1/2012 17:35
Localização: Sorria, está na Maia.

por MiamiBlue » 22/3/2013 19:06

Custo salarial não é "crítico" em Portugal

Estudo da PricewaterhouseCoopers diz que os salários não são um entrave ao desenvolvimento.
O custo salarial não é "crítico" nem um "entrave ao desenvolvimento" do sector industrial em Portugal. Esta é uma das conclusões de um estudo da consultora PricewaterhouseCoopers sobre os desafios do sector industrial em Portugal, apresentado esta sexta-feira no Porto, numa altura em que a polémica em torno dos baixos salários tem estado na ordem do dia.

O estudo, da autoria de Hermínio Afonso, diz que o custo da mão-de-obra é dos factores menos relevantes para a indústria portuguesa, face a outros custos como o da energia ou a organização da logística. As dificuldades de licenciamento e a falta de capital são outros dois problemas que enfrentam as empresas do sector industrial. Do lado do Estado, a instabilidade fiscal e o nível de impostos são as maiores dificuldades colocadas às empresas e ao investimento. O mesmo documento diz que a inovação tem que ser desenvolvida tendo em conta o retorno que gera. Assim, segundo Hermínio Afonso, tem que se ter em conta o número de patentes registadas "senão é dinheiro gasto".

No debate sobre a indústria, Fortunato Frederico, presidente da Kyaia, do sector do calçado, sugeriu que o" Estado devolvesse parte do IRC às empresas para distribuir pelos trabalhadores". O mesmo responsável disse ainda que, "o salário mínimo é baixo mas está dentro do contexto do País". Fortunato Frederico disse ainda que "se os sindicatos nos dessem qualquer coisa, nós aumentávamos o salário mínimo".

O responsável recordou que os custos de contexto tanto afectam os trabalhadores como as empresas e lamentou que os empresários sejam sempre vistos como os "vilões".

Por seu lado, Bayão Horta, presidente da Cires afirmou que não gosta "que se fale em reindustrialização e refundação". O responsável, que já esteve na liderança da Cimpor diz que falar disso "normalmente é sinal que não se sabe o que fazer. A nossa indústria foi sempre de valor. Não há que fazer refundação nenhuma", realçou. "Quando aparece o sector do conhecimento não se acaba com agricultura e com a indústria. A Alemanha nunca teve a ambição de ser uma nação de serviços. Continua hoje a ter uma percentagem de mão-de-obra na indústria superior a 30%", adiantou Bayão Horta. "Em Portugal só aderimos a modas", lamentou o gestor.


http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/industria/detalhe/custo_salarial_nao_e_critico_em_portugal.html

Esperemos que o atual Governo tenha 5 min para ler este relatório..
 
Mensagens: 1399
Registado: 17/10/2010 19:32
Localização: 14

por TRSM86 » 22/3/2013 18:58

Défice do estado torna a agravar-se em Fevereiro
(actualização)
uma passagem para a outra margem

http://trsm87.blogspot.pt/
 
Mensagens: 2163
Registado: 29/11/2007 2:05
Localização: aqui

por TRSM86 » 21/3/2013 13:05

Ireland back in recession. GDP & GNP contracted in Q3 & Q4 2012
uma passagem para a outra margem

http://trsm87.blogspot.pt/
 
Mensagens: 2163
Registado: 29/11/2007 2:05
Localização: aqui

por MKlop » 20/3/2013 13:09

Estive,entre outros países, na Alemanha esta semana a tentar obter clientes-do-tipo-que-pagam, e tive conhecimento do quão implacáveis conseguem ser as finanças alemãs a partir do momento em que a paciência se esgota:

se eles atestarem da culpabilidade do cidadão ou da empresa estão-se a marimbar e multam forte e feio. E se não há bens suficientes, depois de virarem tudo de alto a abaixo, ficam anos a pagar a dívida se fôr preciso...

Até a comunidade Judaica (!) está às turras com subsídios cortados por terem estado a aldrabar as contas.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 595
Registado: 25/2/2010 9:49

por JMHP » 20/3/2013 12:35

Alemães impõem tróicas a outros alemães. É normal que apertem com o Sul.


Fala-se pouco do assunto, o que é uma pena: dentro da federação alemã, diversos estados liderados pela Baviera forçaram o estado de Berlim a assinar uma espécie de memorando da tróica interno . Portanto, ninguém pode ficar surpreendido com as exigências dos alemães em relação aos países do sul da Europa. Se estados alemães apertam (e com razão) outros estados alemães, a Alemanha só poderia fazer exigências duras no contacto com Portugal, Grécia e afins. Afinal de contas, é o dinheiro dos contribuintes alemães que está em jogo. Nós, quando emprestámos dinheiro aos madeirenses, também fizemos exigências que os madeirenses consideravam ofensivas e não sei quê. Pois, pois, mas eu não admitia pagar o buraco da Madeira sem o fim de muitos privilégios dos madeirenses . Com isto não estou a defender o caso específico do assalto às contas bancárias do Chipre (a malta do Eurogrupo anda a fumar porros enquanto faz algoritmos?). Estou apenas a dizer que ninguém pode ficar surpreendido com a firmeza alemã.

Mas, ó Henrique, é bom ficarmos nesta dependência do dinheiro e das exigências da Alemanha? Não, não é. É por isso que defendo austeridade na despesa pública e um modo de vida que nos liberte do vício do crédito (para nós) e da dívida (para o Estado).


http://expresso.sapo.pt/alemaes-impoem- ... ul=f794773
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por Krupper » 20/3/2013 9:03

mais_um Escreveu:
Krupper Escreveu:
eu tenho algumas reservas em catalogar o que está a ser feito em Portugal como austeridade. Austeridade na minha opinião seria ser rigoroso quando temos as contas minimamente controladas, se quiseres o que está a ser feito na Holanda, Alemanha, Luxemburgo, etc.


Se tens as contas equilibradas não precisas de aplicar austeridade.


Tal como te disse, na minha opinião austeridade deveria ser encarado como manter o rigor nas contas. Existem países que têm as contas controladas e têm orçamentos austeros, a Holanda vai cortar uma série de milhares de milhões de euros em despesa e não está propriamente neste momento com as contas descontroladas, a Alemanha fez o mesmo há alguns anos atrás, etc...
 
Mensagens: 705
Registado: 30/9/2010 13:54

por Krupper » 20/3/2013 9:00

mais_um Escreveu:Pois, isto é que eu gostava de saber como se concretiza, se as contas estão equilibradas, quando muito significa que o Estado não aumenta os impostos, por si não cria automaticamente crescimento económico.

Do que tu escreves parece fácil começar a existir crescimento económico, reduzes a despesa do Estado no valor do défice e a economia desata a crescer....? :roll: :roll: Acreditas nisso?


O crescimento económico, infelizmente não se concretiza por decreto governamental. Mas achas que é mais fácil ter um crescimento sustentado tendo as contas públicas na ordem e dando condições às empresas para produzirem bem sem ter que andar a extorquir tudo e todos, ou ter um crescimento sustentado baseado na injecção de dinheiro na economia tal como foi feito nos últimos 10/20 anos e não nos levou a lado nenhum como se pode constatar?
 
Mensagens: 705
Registado: 30/9/2010 13:54

por Quico » 19/3/2013 23:50

mais_um Escreveu:Eu não tenho solução, quero é compreender os que dizem que há solução aplicando a receita que está a ser aplicada em Portugal, quantos anos vai demorar a obter resultados? 10? 30? 50? :roll:


Da receita que está a ser aplicada, não faço ideia! Desconfio que essa receita seja taxar o pessoal à força toda, empurrar os problemas com a barriga, fazendo de conta que se reforma alguma coisa, à espera que a crise passe. Por isso... nem faz sentido falar de prazos.

Mas de qualquer forma, se se fizesse o que se devia fazer - reduzir fortemente as funções e a despesa do estado, reduzindo fortemente (a prazo, porque entretanto se tem que pagar a dívida) os impostos, e portanto, o peso do estado na economia - duvido que uma década chegasse para que as coisas se recompusessem. E pelo caminho, enquanto a coisa mudava de paradigma, seria inevitável passarmos por elevadas taxas de desemprego e fraco crescimento.

Esperar o contrário seria esperar que um "drug addict" da pesada recuperasse completamente para uma vida saudável em dois dias, sem ressacas nem sofrimento. Ou seja, ou estaríamos a ser ignorantes ou intelectualmente desonestos.

Por isso, dada a demagogia vigente que por aí grassa, ninguém neste país de tótós vai aceitar isso. Resumindo: estamos f...eitos!

(E agora tenho que ir!... :wink: )
"People want to be told what to do so badly that they'll listen to anyone." - Don Draper, Mad Men
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 4688
Registado: 12/5/2004 19:52

por PT_Trader » 19/3/2013 23:48

Com isto tudo até passou algo despercebido que o Gaspar admitiu que o programa foi mal delineado.
 
Mensagens: 1191
Registado: 20/6/2011 21:48
Localização: 16

por mais_um » 19/3/2013 23:29

amsfsma Escreveu:mais-um

Para ti qual é "a solução"?

a) - Medidas que resolvam o problema por agora mas que semeiem as bases da próxima crise?

b) - Medidas económicas que resolvam o problema por agora premiando os causadores do mesmo que aumentarão em número por passarem a ter consciência que o "erro moral" é premiado em vez de sancionado?

c) - Estimular o "pensamento mágico", o mundo dos direitos adquiridos, a noção de que toda a gente tem direitos e que estes não estão associados a deveres e a possibilidades económicas e técnicas, etc?

d) - Estimular uma destribuição igualitária da riqueza sem ter em conta que a forma como se "destribui" a riqueza condiciona o nível de produção de riqueza?

e) - etc, etc

d) - Aceitar que o mundo não é perfeito, que a economia é feita de ciclos e que o egoismo individual é o principal motor do desenvolvimento económico, tecnológico, etc?


Eu não tenho solução, quero é compreender os que dizem que há solução aplicando a receita que está a ser aplicada em Portugal, quantos anos vai demorar a obter resultados? 10? 30? 50? :roll:
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 8133
Registado: 14/11/2008 0:48
Localização: Lisboa

por mais_um » 19/3/2013 23:27

Krupper Escreveu:
eu tenho algumas reservas em catalogar o que está a ser feito em Portugal como austeridade. Austeridade na minha opinião seria ser rigoroso quando temos as contas minimamente controladas, se quiseres o que está a ser feito na Holanda, Alemanha, Luxemburgo, etc.


Se tens as contas equilibradas não precisas de aplicar austeridade.

Krupper Escreveu:O que está a ser feito em Portugal é tão só tentar equilibrar os gastos do estado com a colecta directa de receita. Isso pode ser feito aumentando as receitas e mantendo a despesa, reduzindo a despesa ou um mix das duas.

Na minha opinião pessoal, está a ser seguido o caminho errado, pq está a ser colocado demasiado peso no aumento de receita e muito pouco na redução de despesa. De qualquer forma, pensar que poderia continuar a mesma política de empurrar os problemas para a frente e continuar a gastar muito acima do que é recolhido em receitas é completamente lunático e demagógico.


Não tenho nada contra o que escreveste.

Krupper Escreveu:Enfim, eu não sou o Quico, mas posso dar-te a minha visão. Acho que o estado tem que tão rápido quanto possível equilibrar as contas públicas e gastar apenas o que recebe de impostos (já nem peço gastar menos do que recebe de forma a abater dívida que seria o caso ideal).


Estou totalmente de acordo.


Krupper Escreveu:edit: e já agora, a melhoria das condições de vida só será visível apartir do momento que as contas públicas estejam controladas. Portanto essa melhoria está dependente do quão rápido é feito o ajustamento.


Pois, isto é que eu gostava de saber como se concretiza, se as contas estão equilibradas, quando muito significa que o Estado não aumenta os impostos, por si não cria automaticamente crescimento económico.

Do que tu escreves parece fácil começar a existir crescimento económico, reduzes a despesa do Estado no valor do défice e a economia desata a crescer....? :roll: :roll: Acreditas nisso?
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 8133
Registado: 14/11/2008 0:48
Localização: Lisboa

por mais_um » 19/3/2013 23:19

Renegade Escreveu:Lanço-te uma pergunta (retórica ou talvez não):

O que é para ti Austeridade?



Aumento "brutal" de impostos, corte nas despesas do Estado, como apoios sociais, reformas, corte de salários, etc....
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 8133
Registado: 14/11/2008 0:48
Localização: Lisboa

por tava3 » 19/3/2013 21:37

E o que não falta aqui é malta que acredita nisso. 8-)
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por MiamiBlue » 19/3/2013 21:29

Vitor Gaspar encontrou um culpado do falhanço das suas políticas.

De quem é a culpa??

Do Memorando da TRoika!!!!!!!!

P.S. Nada como despachar as culpas..típico
 
Mensagens: 1399
Registado: 17/10/2010 19:32
Localização: 14

por JMHP » 19/3/2013 16:04

Populismo no seu melhor..... Há tradições que não mudam nunca.


Seguro quer política de seguros de créditos que garanta tranquilidade às empresas exportadoras

O secretário-geral do PS, António José Seguro, exigiu hoje uma política de seguros de créditos que garanta "uma maior tranquilidade" à actividade das empresas portuguesas que apostam na exportação.
Em declarações aos jornalistas no final de uma visita à empresa têxtil Euroralex, em Carregal de Sal, António José Seguro defendeu que "o papel do Estado e das políticas públicas não é o de dificultar a ação destes empresários, bem pelo contrário, é de facilitar a sua actividade".

"E, por isso, é necessário que haja uma política de seguros de créditos que ajude a tranquilizar e a normalizar a actividade das empresas portuguesas que se dedicam à exportação", frisou.

http://www.jornaldenegocios.pt/economia ... doras.html
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por Opcard » 19/3/2013 14:07

Sim, os críticos da austeridade são os verdadeiros fantoches dos tais "mercados financeiros".

Eu também quero crescimento , todos querem só nos falta encontrar forma de o fazer sem estado e sem dinheiro. Só resta uma alternativa investimento estrangeiro mas com estes impostos ....

Para os amigos que defendem :

( Que o Estado deve continuar a gastar receita fiscal e dívida no "crescimento" .

Querem que as famílias continuassem a consumir como se não existisse amanhã?

Ao não consumirem, as famílias criam problemas em alguns sectores, mas geram a poupança que será fundamental a médio-prazo.

O o país inteiro dependia (e ainda depende) de dinheiro do exterior. )

Deviam estar mais atentos a um Mundo que já não existe .






mais_um Escreveu:Boas!

Lanço um desafio ou melhor é mais um pedido, há por aqui uns quantos defensores da austeridade (e se bem entendi é austeridade a qualquer custo, aconteça o que acontecer), como solução para os nossos males, não pondo em causa que seja A solução gostava que explicassem (já que o governo não consegue) como é que a austeridade vai resolver os nossos problemas e o mais importante quando (5, 10, 40 anos?) é espectável que os portugueses sintam essas melhorias no seu dia-a-dia, ou seja que o desemprego diminua e que os impostos a baixem.

Já tinha lançado o desafio ao Quico aqui:

mais_um Escreveu:
Quico Escreveu:
É de uma desonestidade intelectual a toda a prova achar que a "austeridade não resulta" com base nos resultados imediatos ou nos que possa provocar nos próximos tempos; isto quando estamos a falar num "buraco" cavado ao longo de décadas. :evil:



Embora seja off topic, quanto anos é que consideras necessário para a austeridade produzir resultados positivos (entenda-se diminuir o desemprego, aumentar os rendimentos) na vida dos Portugueses?

http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... &start=225


Mas ele está sem tempo para responder.

Em relação a este assunto confesso que estou a começar a compreender o que as crianças e adolescentes sentem quando pedimos/mandamos fazer alguma coisa sem explicar e limitamo-nos a dizer que é assim, porque tem que ser assim.

Obrigado
 
Mensagens: 4581
Registado: 14/3/2009 0:19
Localização: 16

AnteriorPróximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: OCTAMA, PAULOJOAO e 283 visitantes