Subida das obrigações faz aumentar dívida?
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Re: Re:
fernmato Escreveu:Texano Bill Escreveu:Se o objectivo é a redução da dívida com instrumentos de curto prazo, o governo poderia pedir mais dinheiro ao FMI a 4-5% e com ele recomprar as OT no mercado secundário. Claro que isto ia fazer disparar o défice devido aos juros a dar ao FMI, o que podia ser minimizado com medidas de controlo da despesa (mais austeridade, mas mais temporária).
Texano, era preciso que o FMI emprestasse...
A estratégia que propus também não ia funcionar de qualquer maneira, o BCE esteve durante muito tempo a comprar dívida no secundário para amparar a subida das yields durante a altura de panic sell e não teve grande sucesso, forçando-nos a um resgate oficial.
pc05 Escreveu:fernmato Escreveu:K. Escreveu:
...
Quanto a um reestruturacao de privados, o assunto esta definitivamente enterrado: neste momento pouco mais de 10% da divida esta em maos de privados estrangeiros.
K, onde podemos consultar esses dados?
Quem Detém a Dívida Pública Portuguesa?:
http://oinsurgente.org/2013/07/10/quem- ... ortuguesa/
Temos os privados estrangeiros a vender a dívida e os bancos portugueses (que estão na mão do Estado) a comprá-la... Não sei se isto me deixa muito confortável face ao possível segundo resgate que se fala.
Re: Re:
pc05 Escreveu:fernmato Escreveu:K. Escreveu:
...
Quanto a um reestruturacao de privados, o assunto esta definitivamente enterrado: neste momento pouco mais de 10% da divida esta em maos de privados estrangeiros.
K, onde podemos consultar esses dados?
Quem Detém a Dívida Pública Portuguesa?:
Além de mim

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Re: Re:
fernmato Escreveu:K. Escreveu:
...
Quanto a um reestruturacao de privados, o assunto esta definitivamente enterrado: neste momento pouco mais de 10% da divida esta em maos de privados estrangeiros.
K, onde podemos consultar esses dados?
Quem Detém a Dívida Pública Portuguesa?:
http://oinsurgente.org/2013/07/10/quem- ... ortuguesa/
Re:
K. Escreveu:
...
Quanto a um reestruturacao de privados, o assunto esta definitivamente enterrado: neste momento pouco mais de 10% da divida esta em maos de privados estrangeiros.
K, onde podemos consultar esses dados?
Texano Bill Escreveu:Se o objectivo é a redução da dívida com instrumentos de curto prazo, o governo poderia pedir mais dinheiro ao FMI a 4-5% e com ele recomprar as OT no mercado secundário. Claro que isto ia fazer disparar o défice devido aos juros a dar ao FMI, o que podia ser minimizado com medidas de controlo da despesa (mais austeridade, mas mais temporária).
Texano, era preciso que o FMI emprestasse...
Linha de Tendência Análise da evolução dos principais indicadores macroeconómicos que afetam a economia portuguesa e europeia.
https://www.facebook.com/LinhaDeTendencia
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Re: Subida das obrigações faz aumentar dívida?
Elias Escreveu:Esta notícia faz-me alguma confusão... Em que medida é que a diminuição do valor de mercado faz reduzir o valor da dívida? Então as obrigações não têm de ser sempre reembolsadas ao par?
Parece-me que a notícia está confundir alhos com bugalhos.
Uma coisa é a dívida soberana e outra coisa é a dívida externa.
A dívida externa é o somatório de dívida de entidades nacionais, publicas e privadas, cujos credores são internacionais.
A dívida soberana respeita ao Estado-Nação e apenas parte dela é contabilizada na dívida externa (a parte que tem credores internacionais)
Obviamente, cada vez que recebemos uma tranche da Troika a divida externa aumenta mais do que se estivessemos a emitir dívida em condições normais de mercado: não há credores internos para esta dívida, é toda contabilizada como externa (para além de ser soberana)
Para além disto (esta parte são os bugalhos da notícia), a valorização recente das OT, instrumento aceite como colateral pelo BCE nos empréstimos à banca nacional, permitiu à banca nacional (que detenha OTs) contrair mais empréstimos junto do BCE. Se o activo colateral valoriza, sobe o tecto de endividamento autorizado pelo BCE, ao banco detentor do activo colateral. Os bancos não são parvos e obviamente aumentaram o financiamento (a 1%) junto do BCE, uma vez mais aumentando a dívida externa, dado a quota de Portugal no BCE ser mínima. Recíprocramente, quando os colaterais desvalorização, baixa o tecto de endividamento de quem os detem.
Se o objectivo é a redução da dívida com instrumentos de curto prazo, o governo poderia pedir mais dinheiro ao FMI a 4-5% e com ele recomprar as OT no mercado secundário. Claro que isto ia fazer disparar o défice devido aos juros a dar ao FMI, o que podia ser minimizado com medidas de controlo da despesa (mais austeridade, mas mais temporária).
O estado deve ter aproveitado o facto da curva dos yields ter estado invertida durante um ano para recomprar maturidades mais curtas no mercado secundario.
Na Grecia tentaram fazer o mesmo, mas o erro foi terem caido na tentacao (e tentacao porque a reducao da divida e maior) de comprar as maturidades mais longas, o que apressou a insolvencia.
Penso que foi a ma experiencia com a recompra de divida de longo prazo que levou o Vitor Gaspar a garantir nas apresentacoes aos mercados internacionais que estava a ser elaborado um plano para alargar os prazos, o que foi muito bem recebido. O plano parece estar a correr bastante bem (aqui e essencial o apoio dos bancos nacionais, e como os CoCos estado e bancos ficaram no mesmo barco), a recente operacao de troca com extensao de maturidades foi feita calmamente, quando o simples anuncio de uma tal operacao num contexto diferente poderia ter sido considerado um default selectivo por agencias mais duras.
A descida das obrigacoes para perto do par retira espaco ao estado para reduzir a divida. A unica possibilidade e agora a recuperacao dos 12 mil milhoes dos CoCos, mesmo assim a divida fica bem acima dos 100%. Se o BCE abdicar dos lucros ainda pode descer um pouco mais, mas so mesmo um perdao parcial da divida que esta a ser mutualizada dentro da Europa pode tornar o pais solvente. Quanto a um reestruturacao de privados, o assunto esta definitivamente enterrado: neste momento pouco mais de 10% da divida esta em maos de privados estrangeiros.
Na Grecia tentaram fazer o mesmo, mas o erro foi terem caido na tentacao (e tentacao porque a reducao da divida e maior) de comprar as maturidades mais longas, o que apressou a insolvencia.
Penso que foi a ma experiencia com a recompra de divida de longo prazo que levou o Vitor Gaspar a garantir nas apresentacoes aos mercados internacionais que estava a ser elaborado um plano para alargar os prazos, o que foi muito bem recebido. O plano parece estar a correr bastante bem (aqui e essencial o apoio dos bancos nacionais, e como os CoCos estado e bancos ficaram no mesmo barco), a recente operacao de troca com extensao de maturidades foi feita calmamente, quando o simples anuncio de uma tal operacao num contexto diferente poderia ter sido considerado um default selectivo por agencias mais duras.
A descida das obrigacoes para perto do par retira espaco ao estado para reduzir a divida. A unica possibilidade e agora a recuperacao dos 12 mil milhoes dos CoCos, mesmo assim a divida fica bem acima dos 100%. Se o BCE abdicar dos lucros ainda pode descer um pouco mais, mas so mesmo um perdao parcial da divida que esta a ser mutualizada dentro da Europa pode tornar o pais solvente. Quanto a um reestruturacao de privados, o assunto esta definitivamente enterrado: neste momento pouco mais de 10% da divida esta em maos de privados estrangeiros.
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Se o Estado compra em mercado abaixo do par esta a fazer um negocio rentável a meu ver. Não e motivo para nada.
E o mesmo que dizer que uma casa que custa 100 se eu a comprar por 50 estou a fazer um bom negocio e parvo seria se a fosse pagar a 100.
A divida sobe se, como se sabe, for tomada como referência para futuras emissões.
E o mesmo que dizer que uma casa que custa 100 se eu a comprar por 50 estou a fazer um bom negocio e parvo seria se a fosse pagar a 100.
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" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
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Claro que não é incumprimento, é apenas um movimento financeiro. Comprar hoje algo a desconto face ao seu valor futuro e encaixar o diferencial. Tenho uma dívida de 100 que vence daqui a 1 ano mas posso recomprar hoje a 90 e pagar hoje (e posso financiar-me com instrumentos de curto prazo desde que me custem menos que esse diefrencial) em vez de a pagar daqui a um ano custando-me o repagamento 100 em vez de 90 se o pagar hoje.
Elias Escreveu:Mas se o Estado liquida a um valor inferior, há incumprimento ou não?
Se o estado compra as suas próprias OTs abaixo do par, fica no plano teórico com a obrigação de se pagar a si próprio. Não vejo como é que isso possa ser considerado incumprimento. O vendedor não foi forçado a vender (podia manter até à maturidade), nem foi forçado a sofrer um haircut.
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Nao ;
Uma das soluções pensadas para a Grécia para reduzir a, sua divida era criar condições para os gregos comprarem parte da sua divida no mercado , o BCE tem muita diívida comprada a baixo do par , por isso "alguns" acusam o BCE de estar a ganhar com as desgraças alheias.
Uma das soluções pensadas para a Grécia para reduzir a, sua divida era criar condições para os gregos comprarem parte da sua divida no mercado , o BCE tem muita diívida comprada a baixo do par , por isso "alguns" acusam o BCE de estar a ganhar com as desgraças alheias.
Elias Escreveu:Mas se as contas são feitas pelo valor de mercado, então a liquidação da dívida a esse valor implicava automaticamente um incumprimento...
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AutoMech Escreveu:Pata-Hari Escreveu:POde não ter lógica, mas é a lógica que está a ser aplicada à banca e que forçou o recurso aos cocos.
Mas o estado é credor e tem a opção de liquidar parte da dívida por valor inferior, comprando-a no mercado.
Mas se o Estado liquida a um valor inferior, há incumprimento ou não?
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Pata-Hari Escreveu:POde não ter lógica, mas é a lógica que está a ser aplicada à banca e que forçou o recurso aos cocos.
Mas o estado é credor e tem a opção de liquidar parte da dívida por valor inferior, comprando-a no mercado.
Os bancos eram credores e os seus créditos baixaram de valor, não podendo fazer nada contra isso.
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Elias Escreveu:Mas se as contas são feitas pelo valor de mercado, então a liquidação da dívida a esse valor implicava automaticamente um incumprimento...
Se o estado comprar abaixo do par não é incumprimento. Ficaria era, obviamente, limitado ao stock que estivesse disponível para venda.
Daí que não sei se a explicação que atirei será a correcta. Não tem muita lógica valorizar ao preço de mercado.
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Re: Subida das obrigações faz aumentar dívida?
É as contas são feitas pelo valor mercado é assim na comissão , a nossa dívida valorizou de 30 a 50% .
Elias Escreveu:Esta notícia faz-me alguma confusão... Em que medida é que a diminuição do valor de mercado faz reduzir o valor da dívida? Então as obrigações não têm de ser sempre reembolsadas ao par?Dívida externa portuguesa aumenta e é insustentável
09.11.2012 - 10:19 Por Ana Rita Faria
A redução do défice externo não está a ser suficiente para diminuir a dívida que Portugal acumulou nas últimas décadas face ao exterior.
A Comissão Europeia (CE) analisou os números e concluiu que a recente melhoria do endividamento externo líquido ocorreu graças à desvalorização dos títulos de dívida nacionais. Agora que o cenário se inverteu, e as Obrigações do Tesouro (OT) voltaram a valorizar-se, a dívida externa voltou a crescer. E, avisa Bruxelas, pode ser considerada insustentável.
O alerta consta do relatório das Previsões Económicas de Outono, divulgado esta quarta-feira pela CE. Bruxelas começa por dizer que "a redução do défice externo não é, por si só, suficiente para diminuir a dívida externa líquida, sobretudo quando o Produto Interno Bruto (PIB) está em queda, agravando os rácios da dívida".
O facto de a economia portuguesa importar mais do que exporta - o tão falado "viver acima das suas possibilidades - obriga a que essa diferença seja financiada através do recurso a crédito de fora, aumentando consequentemente o endividamento externo. Ou seja, uma redução do défice externo nacional - como a que se tem vindo a verificar e que tem sido apresentada como uma das conquistas do programa da troika - seria, à partida, acompanhada por uma redução da dívida externa. Mas não é isso que está a acontecer.
http://economia.publico.pt/Noticia/divi ... el-1571725
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A explicação que vejo é o valor da dívida externa ser calculada ao preço de mercado, assumindo que o estado poderia comprar OTs abaixo do par e ficar com esse valor amortizado.
De qualquer das formas o artigo vem fora de tempo porque as OTs tem vindo a levar porrada nos últimos dias.
De qualquer das formas o artigo vem fora de tempo porque as OTs tem vindo a levar porrada nos últimos dias.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Subida das obrigações faz aumentar dívida?
Esta notícia faz-me alguma confusão... Em que medida é que a diminuição do valor de mercado faz reduzir o valor da dívida? Então as obrigações não têm de ser sempre reembolsadas ao par?
Dívida externa portuguesa aumenta e é insustentável
09.11.2012 - 10:19 Por Ana Rita Faria
A redução do défice externo não está a ser suficiente para diminuir a dívida que Portugal acumulou nas últimas décadas face ao exterior.
A Comissão Europeia (CE) analisou os números e concluiu que a recente melhoria do endividamento externo líquido ocorreu graças à desvalorização dos títulos de dívida nacionais. Agora que o cenário se inverteu, e as Obrigações do Tesouro (OT) voltaram a valorizar-se, a dívida externa voltou a crescer. E, avisa Bruxelas, pode ser considerada insustentável.
O alerta consta do relatório das Previsões Económicas de Outono, divulgado esta quarta-feira pela CE. Bruxelas começa por dizer que "a redução do défice externo não é, por si só, suficiente para diminuir a dívida externa líquida, sobretudo quando o Produto Interno Bruto (PIB) está em queda, agravando os rácios da dívida".
O facto de a economia portuguesa importar mais do que exporta - o tão falado "viver acima das suas possibilidades - obriga a que essa diferença seja financiada através do recurso a crédito de fora, aumentando consequentemente o endividamento externo. Ou seja, uma redução do défice externo nacional - como a que se tem vindo a verificar e que tem sido apresentada como uma das conquistas do programa da troika - seria, à partida, acompanhada por uma redução da dívida externa. Mas não é isso que está a acontecer.
http://economia.publico.pt/Noticia/divi ... el-1571725
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