Caldeirão da Bolsa

OT - Qualidade dos serviços publicos, FP e afins

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por artista_ » 30/10/2012 0:04

ZEsteves Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:Ou se calhar as pessoas não estabelecem a relação entre o que pagam e o que recebem e o que teriam de pagar para receber o que exigem.


A exigência do cidadão comum é que o estado e os serviços façam aquilo que se comprometem a fazer, e isso muitas vezes não acontece.

Há algum país onde se pague mais impostos (em percentagem dos rendimentos) por serviços públicos tão medíocres?


Não te esqueças que cada vez estás a pagar mais porque cada vez são menos os que contribuem... e porque estás a pagar juros de uma dívida brutal...

Antes até nem pagavas muito, há países onde se pagava bem mais!
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por Automech » 29/10/2012 22:32

mais_um Escreveu:penso que os call centers "públicos" também estão abrangidos pela mesma legislação, até porque muitos são outsourcing, ou seja são privados.


Era bom, mais_um, mas não. Aliás, basta ligares para qualquer call centre público, mesmo que seja em outsourcing como o da SS, para ver que nenhum aplica a lei. É o DL 134/2009 e diz no preambulo:
O presente decreto-lei aplica-se aos profissionais que, no
âmbito de uma actividade económica que vise a obtenção
de benefícios, coloquem à disposição do consumidor um
centro telefónico de relacionamento (call center)
. Assim,
o presente decreto-lei não é aplicável aos serviços infor-
mativos assegurados por entidades públicas, no âmbito de
uma concessão, com excepção dos prestadores de serviços
públicos essenciais, tal como definidos no artigo 1.º da Lei
n.º 23/96, de 26 de Julho, que coloquem à disposição dos
utentes um centro de relacionamento telefónico, indepen-
dentemente da sua natureza pública ou privada.
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por ZEsteves » 29/10/2012 22:28

MarcoAntonio Escreveu:Ou se calhar as pessoas não estabelecem a relação entre o que pagam e o que recebem e o que teriam de pagar para receber o que exigem.


A exigência do cidadão comum é que o estado e os serviços façam aquilo que se comprometem a fazer, e isso muitas vezes não acontece.

Há algum país onde se pague mais impostos (em percentagem dos rendimentos) por serviços públicos tão medíocres?
 
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por mais_um » 29/10/2012 22:23

AutoMech Escreveu:Os call centres privados têm de atender em 60 segundos, passados os quais devem disponibilizar forma do cliente deixar o contacto, devendo este ser contactado em 48 horas. Claro que na lei que regula isto o estado, convenientemente, deixou os call centres estatais de fora.

Era chato serviços como finanças, SS, empresas municipais, etc. terem de se preocupar com essas coisas mundanas como tempos de espera, IVRs, call backs e afins.


penso que os call centers "públicos" também estão abrangidos pela mesma legislação, até porque muitos são outsourcing, ou seja são privados.
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por Automech » 29/10/2012 22:11

artista Escreveu:Se há coisas que não funcionam bem temos de reclamar, fazer o que está ao nosso alcance para as melhorar... qual é a alternativa?!


É esse o problema. Se o tipo do talho, do barbeiro, da mercearia ou da pastelaria não te agradar, podes mas não precisas de reclamar. Tens outras opções e mandas o gajo à fava.

Na SS não os podes mandar à fava. Tens de os gramar. O mais que podes fazer é reclamar.

Quando não há alternativa é isso que acontece. E há muita falta de alternativa nos serviços públicos.
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por artista_ » 29/10/2012 21:57

AutoMech Escreveu:
artista Escreveu: E nem sempre é totalmente verdade o que dizes. Por exemplo, quem tem um crédito à habitação num banco não pode mudar tão facilmente quanto isso, ou a mudança exige normalmente custos significativos. Noutros casos exige outro tipo de "custos".

É um mau exemplo Artista. Quando contratualizas um crédito à habitação tens várias opções por onde escolher e sabes as condições que aceitaste. No entanto não podes escolher a tua segurança social ou as tuas finanças. São-te impostas unilateralmente, quer funcionem bem ou não.


É apenas um exemplo, não concordo que seja mau, embora possa haver melhores. Mas nem vale a pena insistir em algo que está longe de ser o essencial da questão. Há muita coisa que me é imposta, desde logo a existência, e então? Se há coisas que não funcionam bem temos de reclamar, fazer o que está ao nosso alcance para as melhorar... qual é a alternativa?!
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por Automech » 29/10/2012 21:46

artista Escreveu: E nem sempre é totalmente verdade o que dizes. Por exemplo, quem tem um crédito à habitação num banco não pode mudar tão facilmente quanto isso, ou a mudança exige normalmente custos significativos. Noutros casos exige outro tipo de "custos".

É um mau exemplo Artista. Quando contratualizas um crédito à habitação tens várias opções por onde escolher e sabes as condições que aceitaste. No entanto não podes escolher a tua segurança social ou as tuas finanças. São-te impostas unilateralmente, quer funcionem bem ou não.
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por artista_ » 29/10/2012 21:36

Elias Escreveu:
MarcoAntonio Escreveu:Na minha opinião, a generalidade dos serviços públicos actualmente tem uma qualidade bastante razoável (naturalmente, há excepções).


Se calhar o nível de exigência é que é baixo, neste país... :roll:

E é por isso que não saímos da cepa torta...


Ou será que o nível de exigência não está adaptado aquilo que todos estão a pagar?! Ainda para mais com os cortes que têm sido feitos nos últimos anos!
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por MarcoAntonio » 29/10/2012 21:35

Ou se calhar é alto (nunca tive a percepção que os portugueses reclamam e barafustam pouco, antes pelo contrário mas até posso estar equivocado). Ou se calhar as pessoas não estabelecem a relação entre o que pagam e o que recebem e o que teriam de pagar para receber o que exigem. Ou mais uma série de coisas que para aqui podia escrever.

O país está na "cepa torta" por uma série de razões, não vou reduzir uma questão complexa como essa a um lugar comum.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Elias » 29/10/2012 21:28

MarcoAntonio Escreveu:Na minha opinião, a generalidade dos serviços públicos actualmente tem uma qualidade bastante razoável (naturalmente, há excepções).


Se calhar o nível de exigência é que é baixo, neste país... :roll:

E é por isso que não saímos da cepa torta...
 
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por MarcoAntonio » 29/10/2012 21:25

Elias Escreveu:
artista Escreveu:A questão não é essa, o ponto que quis referir é que agora parece que virou moda bater nos serviços públicos, parece que tudo o que seja abaixo da perfeição é pouco


E é. É pouco.

Este país tem um grave problema de falta de eficiência.


A perfeição tem custos e eu acho que já se paga o suficiente.

Na minha opinião, a generalidade dos serviços públicos actualmente tem uma qualidade bastante razoável (naturalmente, há excepções).
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por artista_ » 29/10/2012 21:24

Elias Escreveu:
artista Escreveu:A questão não é essa, o ponto que quis referir é que agora parece que virou moda bater nos serviços públicos, parece que tudo o que seja abaixo da perfeição é pouco


E é. É pouco.

Este país tem um grave problema de falta de eficiência.

Isso nota-se nos mais variados serviços, e muito especialmente numa área que ainda não foi referida neste tópico (parece-me): A JUSTIÇA.

Eu já vivi no estrangeiro e por isso sei aferir a diferença, em termos de eficiência dos serviços públicos, no que toca a uma data de coisas. Basta olhar para o exemplo de outros países para ver que a perfeição é possível.

Mas se calhar sou eu estou mal habituado, tenho de meter na cabeça que neste país as coisas são para fazer sem pressas... :roll:


Exigir a perfeição parece-me desde logo uma imperfeição!

Noutros países tenho visto também muita imperfeição e certamente em Portugal vejo-a em todas as áreas, sejam públicas sejam privadas!
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por Elias » 29/10/2012 21:13

artista Escreveu:A questão não é essa, o ponto que quis referir é que agora parece que virou moda bater nos serviços públicos, parece que tudo o que seja abaixo da perfeição é pouco


E é. É pouco.

Este país tem um grave problema de falta de eficiência.

Isso nota-se nos mais variados serviços, e muito especialmente numa área que ainda não foi referida neste tópico (parece-me): A JUSTIÇA.

Eu já vivi no estrangeiro e por isso sei aferir a diferença, em termos de eficiência dos serviços públicos, no que toca a uma data de coisas. Basta olhar para o exemplo de outros países para ver que a perfeição é possível.

Mas se calhar sou eu estou mal habituado, tenho de meter na cabeça que neste país as coisas são para fazer sem pressas... :roll:
 
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por mais_um » 29/10/2012 21:05

Elias Escreveu:urukai,

Eu em momento algum defendi o fecho do hospital.

Apenas escrevi - e mantenho - que o Estado não aplica a si próprio os mesmos critérios de exigência que impõe a terceiros. Na saúde e noutras áreas.


Qual é a diferença entre o caso de Santa Maria e o do Algarve?

Os intervenientes foram suspensos em ambas as situações e no caso de Santa Maria os lesados já foram indemnizados, não sei se no caso da clínica do Algarve já foram.
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por artista_ » 29/10/2012 21:05

AutoMech Escreveu:A diferença é que ninguém é obrigado a ser cliente do BCP nem da TMN. Mas sou obrigado a ser "cliente" do estado em muitas coisas, apesar do serviço sofrível. É essa a diferença.


Não não és, podes sempre emigrar! :)

A questão não é essa, o ponto que quis referir é que agora parece que virou moda bater nos serviços públicos, parece que tudo o que seja abaixo da perfeição é pouco, quando nos serviços privados temos muitos casos de situações muito piores. E nem sempre é totalmente verdade o que dizes. Por exemplo, quem tem um crédito à habitação num banco não pode mudar tão facilmente quanto isso, ou a mudança exige normalmente custos significativos. Noutros casos exige outro tipo de "custos".

No fundo o que quero referir é que os serviços falham em todos os lados. E não é o facto de podermos mudar ou não que nos faz dizer que este é melhor ou pior que aquele. Devemos tentar que todos sejam melhores, no que for possível, mas ultimamente parece-me que a exigência em relação aos serviços públicos aumentou significativamente, e acho que isso tem muito a ver com a situação do país, parece que anda tudo a tentar culpar os outros da crise... e o mais engraçado é que essa exigência está a subir ao mesmo tempo que se está a cortar fortemente, de certa forma acho que a exigência devia diminuir, já que sabemos que os serviços estão a ser feitos por menos trabalhadores, que ganham menos, e que terão menos recursos materiais ao seu dispôr!
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por moppie85 » 29/10/2012 20:56

AutoMech Escreveu:
moppie85 Escreveu:Sim. Mas com a PT (exemplo que foi dado), acho q a existencia de concorrencia foi, de facto, importante para que as coisas começassem a ser diferentes (e nao a privatização). Aliás, basta ver que nessas empresas, muitos dos "tachos" lá continuam, com o mesmo trabalho e com +- os mesmos beneficios, enquanto que os novos que entraram nos últimos tempos é que são esfalfados.


Nem eu digo que o probelma é ser público, como aliás as universidades públicas demonstram. Só tende a ser público porque é aí que se concentram muitos dos serviços monopolistas ou que não têm preocupações com concorrência.


amén!
 
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por Automech » 29/10/2012 20:34

moppie85 Escreveu:Sim. Mas com a PT (exemplo que foi dado), acho q a existencia de concorrencia foi, de facto, importante para que as coisas começassem a ser diferentes (e nao a privatização). Aliás, basta ver que nessas empresas, muitos dos "tachos" lá continuam, com o mesmo trabalho e com +- os mesmos beneficios, enquanto que os novos que entraram nos últimos tempos é que são esfalfados.


Nem eu digo que o probelma é ser público, como aliás as universidades públicas demonstram. Só tende a ser público porque é aí que se concentram muitos dos serviços monopolistas ou que não têm preocupações com concorrência.
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por Automech » 29/10/2012 20:32

moppie85 Escreveu:Mas isso está relacionado também com outra coisa - a afluencia a esse serviço... Só com essa "generalidade" de descrição, tanto pode ser normal como pode ser ridiculo...


Numa empresa em concorrência o atendimento tem de ser ajustado. Ali, pelos vistos, não. Tanto assim é que sugeriram ir lá em vez de ligar, para marcar um simples exame. Duvido que uma empresa de TACs sobrevivesse se obrigasse as pessoas a ir lá marcar, quando o vizinho permite marcar pelo telefone (a mim, pelo menos, não me apanhavam).

moppie85 Escreveu:Provavelmente terás razão no nao atenderem, mas tb muitos dos c privados têm uma pessoa que trata disso, algo que não acontece no público (má organização vs falta de pessoal naquele especifico posto?)

Independentemente das razões tem como consequência um mau serviço, que é o que estamos a discutir. :wink:
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por moppie85 » 29/10/2012 20:25

AutoMech Escreveu:
moppie85 Escreveu:Então não é uma questão de privado vs publico, mas o factor de serem coisas que só podem ser tratadas por determinada entidade, algo que é mais comum (e por isso mais notório) no serviço publico.


Sim, mas não só. Ao serem monopolistas não são forçados a melhorar. Imagina uma empresa privada que sistematicamente acaba as senhas às 9.30 ou 10.30, num serviço que encerra às 16. Ou em cujo call centre é um castigo para obter ligação. O que é que lhe acontece ?

A SS social, por seu lado, não precisa de se preocupar porque, por pior que me trate, eu regresso sempre que nem um cordeirinho.


Sim. Mas com a PT (exemplo que foi dado), acho q a existencia de concorrencia foi, de facto, importante para que as coisas começassem a ser diferentes (e nao a privatização). Aliás, basta ver que nessas empresas, muitos dos "tachos" lá continuam, com o mesmo trabalho e com +- os mesmos beneficios, enquanto que os novos que entraram nos últimos tempos é que são esfalfados.
 
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por moppie85 » 29/10/2012 20:22

AutoMech Escreveu:
moppie85 Escreveu:isso acontece tb no privado...


Pois acontece Moppie, mas se não forem monopólios ou oligopólios não sobrevivem.

Eu tive de fazer um exame médico que, aqui na minha zona, só estava disponível no centro de saúde de Loures (isto em termos de serviços públicos).

A senhora da minha USF avisou-me logo que o melhor era ir lá porque por telefone era dificil (seria ridículo se um privado obrigasse a ir lá para marcar). Ainda assim, crédulo e ingénuo, passei 2 dias a tentar ligar para lá, sem ser atendido. Desisti.

Resultado, liguei para uma empresa no Campo Pequeno que que tem acordo com o SNS para esse exame, atenderam ao segundo toque e marcaram de imediato o exame.

É o que faz ter de fazer pela vida. :wink:


Mas isso está relacionado também com outra coisa - a afluencia a esse serviço... Só com essa "generalidade" de descrição, tanto pode ser normal como pode ser ridiculo...

Provavelmente terás razão no nao atenderem, mas tb muitos dos c privados têm uma pessoa que trata disso, algo que não acontece no público (má organização vs falta de pessoal naquele especifico posto?)
 
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por Automech » 29/10/2012 20:17

moppie85 Escreveu:Então não é uma questão de privado vs publico, mas o factor de serem coisas que só podem ser tratadas por determinada entidade, algo que é mais comum (e por isso mais notório) no serviço publico.


Sim, mas não só. Ao serem monopolistas não são forçados a melhorar. Imagina uma empresa privada que sistematicamente acaba as senhas às 9.30 ou 10.30, num serviço que encerra às 16. Ou em cujo call centre é um castigo para obter ligação. O que é que lhe acontece ?

A SS social, por seu lado, não precisa de se preocupar porque, por pior que me trate, eu regresso sempre que nem um cordeirinho.
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por moppie85 » 29/10/2012 20:16

Elias Escreveu:
moppie85 Escreveu:Diz lá agora que "não sobrevivem"! Sobrevivem e continuam na mesma lol


O tanas! O BCP se não fosse a ajuda do Estado já se tinha ido abaixo... LOL


Neste caso o Fundo de Pensões do BCP (e não o BCP directamente), que pelos vistos estava cheio de guita que pssou para o Estado :mrgreen:
 
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por moppie85 » 29/10/2012 20:12

AutoMech Escreveu:Moppie, quanto a mim esse episódio não ilustra o sector privado mas sim a falta de concorrência, que é basicamente o que se discute quando se fala em serviços estatais de monopólio.

Aquilo que tu foste tratar ao BCP apenas podia ser tratado pelo BCP. Não podia ser tratado no BES, no Santander ou noutro banco.

Ou seja, o BCP fez-te exactamente como o estado nos faz a nós, quando é dono e senhor do serviço que presta. O que mostra que é na falta de concorrência que reside o problema (e não no facto de ser estatal - como aliás as universidades públicas mostram ao serem boas apesar de serem publicas).

A única empresa privada que ainda não me actualizou a morada, passadas várias semansas, foi a Brisa (via verde) e é privada. Guess why ? :wink:


Então não é uma questão de privado vs publico, mas o factor de serem coisas que só podem ser tratadas por determinada entidade, algo que é mais comum (e por isso mais notório) no serviço publico.
 
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por Automech » 29/10/2012 20:11

A diferença é que ninguém é obrigado a ser cliente do BCP nem da TMN. Mas sou obrigado a ser "cliente" do estado em muitas coisas, apesar do serviço sofrível. É essa a diferença.
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por Elias » 29/10/2012 20:11

RandomWalk Escreveu:
Elias Escreveu:
RandomWalk Escreveu:Elias, o teu pressuposto inviabilizaria a existencia de serviços publicos de qualidade. E existem muitos bons exemplos na administração publica. Como explicas isso?


Falemos de casos concretos. Podes dizer em que serviços estás a pensar.

RandomWalk Escreveu:quanto aos serviços de telefone... isso foi há quantos anos?? :?


Há uns 20, ou seja antes da privatização da PT (nas altura aquilo ainda era CTT), ou seja quando estava tudo nas mãos do Estado, ou seja em que não há critérios a cumprir e mesmo que haja não faz mal se não forem cumpridos porque não tem consequências...


oh Elias, por amor dos santinhos..... a questão nao sao os casos concretos, a questão é generica como generica foi a tua afirmação


Desculpa lá, mas genérica foi a tua suposição de que a minha afirmação "inviabilizaria a existencia de serviços publicos de qualidade". Eu em momento algum referi que os serviços do Estado pecavam todos por falta de qualidade. Tudo o que escreveste são deduções tuas e não decorre do que eu escrevi.

O que eu escrevi - e mantenho - foi isto: " o Estado a impor critérios de eficiência aos privados mas não a si próprio."

E também escrevi isto: "No Estado esse esforço de optimização é desnecessário porque não existe concorrência"

NÃO ESCREVI: "No Estado ninguém se esforça e por isso os serviços do Estado são todos ineficientes". E não escrevi porque tenho noção que, ainda assim, há quem tenha brio e se esforce e preste um serviço de qualidade. Mesmo sem esses critérios serem impostos e mesmo quando o não cumprimento dos critérios não tem quaisquer consequências.

Fui claro agora? :wink:
 
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