Caldeirão da Bolsa

OT - Qualidade dos serviços publicos, FP e afins

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por artista_ » 29/10/2012 20:10

O maior problema que alguma vez tive foi com uma empresa privada. O curioso é que derivou de um serviço que foi subsidiado pelo estado! Estou a falar da TMN e do programa e-professores, os problemas foram tantos que só se resolveram quando deixei de pagar as mensalidades, ainda hoje me estão a exigir 90 euros, que eu já lhes disse que não pagava porque se referem a um serviço que eu não usei nem tinha como usar dada a falta de qualidade do serviço e do equipamento que me forneceram (para explicar tudo não sairia daqui, mas eu até já escrevi sobre isso há uns anos).

Com o BCP então, foram problemas atrás de problemas... curiosamente são duas empresas que estão ainda a bombar e bem... mesmo que uma delas esteja com as dificuldades que sabemos, certamente o estado estará lá para não a deixar cair!

Essa história do "ou é preto, ou é branco" é uma coisa aflitiva. Num lado "é assim" no outro "é assado", ponto final! Não sei em que mundo alguém vê as coisas assim mas...
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por Automech » 29/10/2012 20:09

Moppie, quanto a mim esse episódio não ilustra o sector privado mas sim a falta de concorrência, que é basicamente o que se discute quando se fala em serviços estatais de monopólio.

Aquilo que tu foste tratar ao BCP apenas podia ser tratado pelo BCP. Não podia ser tratado no BES, no Santander ou noutro banco.

Ou seja, o BCP fez-te exactamente como o estado nos faz a nós, quando é dono e senhor do serviço que presta. O que mostra que é na falta de concorrência que reside o problema (e não no facto de ser estatal - como aliás as universidades públicas mostram ao serem boas apesar de serem publicas).

A única empresa privada que ainda não me actualizou a morada, passadas várias semansas, foi a Brisa (via verde) e é privada. Guess why ? :wink:
Editado pela última vez por Automech em 29/10/2012 20:10, num total de 1 vez.
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por PairOfJacks » 29/10/2012 20:08

Elias Escreveu:
Outro exemplo ainda é o facto de o Estado obrigar os veículos privados a ter seguro mas dispensar os seus próprios veículos de tal obrigação.


Caríssimo Elias,

Não é inteiramente verdade. Parte (a parte que eu conheço) dos veículos do estado não tem seguro automóvel na modalidade que nós conhecemos enquanto privados, mas tem um seguro. Existe é a obrigação de chamar sempre a autoridade e abrir um processo (interno) disciplinar ao envolvido (FP) - mesmo que seja absolutamente óbvio que este não tem culpa (do género: estás estacionado, batem-te no carro - processo disciplinar). Tenho conhecimento em primeira mão de acidentes de viação com viaturas do estado em que seguradoras assumiram (pagaram) os estragos, tanto às do próprio estado como às de outrém.

Cumps
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por RandomWalk » 29/10/2012 20:06

Elias Escreveu:
RandomWalk Escreveu:Elias, o teu pressuposto inviabilizaria a existencia de serviços publicos de qualidade. E existem muitos bons exemplos na administração publica. Como explicas isso?


Falemos de casos concretos. Podes dizer em que serviços estás a pensar.

RandomWalk Escreveu:quanto aos serviços de telefone... isso foi há quantos anos?? :?


Há uns 20, ou seja antes da privatização da PT (nas altura aquilo ainda era CTT), ou seja quando estava tudo nas mãos do Estado, ou seja em que não há critérios a cumprir e mesmo que haja não faz mal se não forem cumpridos porque não tem consequências...


oh Elias, por amor dos santinhos..... a questão nao sao os casos concretos, a questão é generica como generica foi a tua afirmação
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por Elias » 29/10/2012 20:03

moppie85 Escreveu:Diz lá agora que "não sobrevivem"! Sobrevivem e continuam na mesma lol


O tanas! O BCP se não fosse a ajuda do Estado já se tinha ido abaixo... LOL
 
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por moppie85 » 29/10/2012 20:01

Elias Escreveu:
moppie85 Escreveu:isso acontece tb no privado...


Pois é... acontece que no privado quem não for eficiente não sobrevive muito tempo. Acaba sendo "papado" por concorrentes mais eficientes e mais produtivos.

No Estado esse esforço de optimização é desnecessário porque não existe concorrência, por isso demorar seis dias ou demorar seis meses é basicamente a mesma coisa.

Quanto os serviços de telefones eram públicos, instalar uma linha telefónica no Algarve chegava a demorar 8 anos :roll: - hoje como os serviços são privados, o Estado impõe critérios apertados no que toca a prazos para instalação de serviço, portabilidade de número, etc. - mais uma vez o Estado a impor critérios de eficiência aos privados mas não a si próprio.

E também vale a pena pensar no caso das Finanças: eficientes a cobrar mas muito vagarosos a responder a outras questões.


Diz isso ao BCP... Tive um ANO para que o BCP pagasse uma pensão numa conta que não fosse do BCP e não consegui... Tive de ir à DECO para concordarem em passar todos os meses um cheque...

Basicamente enviei todos os papeis necessários para a pensão, mas demoraram um mês para me dizerem que havia um papel que não estava actualizado. Basicamente, a pessoa que lá tinha trabalhado, trabalhou apenas de 1984 a 1992, e o papel que enviei (na altura passado em 2008), não estava actualizado, mesmo sem a pessoa ter tido qualquer trabalho novamente num banco. Depois tive de ir à caixa dos bancários buscar outro documento, mais 2 semanas perdidas.

Depois de terem demorado uma data de tempo a responder novamente, puseram-se a brincar com a obrigatoriedade de uma conta no BCP (isto tudo sem continuarem a pagar a pensão).

Depois fui a uma agencia do BCP que me informou existir uma "conta isenta de comissões" para depositar o dinheiro (note-se que o valor da pensão era à volta dos 20€), mas que a agencia não podia fazer isso... tinha de ser o gabinete das pensões. Mais uma carta para o gabinete das pensões que ignorou o meu pedido (pura e simplesmente voltaram a mandar a carta a pedir uma conta do BCP). Fui novamente à agencia que disse que não podia abrir essa conta, nem poderia garantir que viesse a ter a conta - ou seja, queriam que abrisse uma conta para receber 20€/mes para depois das duas uma, pagar as comissoes de manutenção ou então ter de lá ter 2000€ à ordem "parados".

Por fim, enviaram uma carta a pedir um NIB de um banco nacional. Enviei imediatamente no dia seguinte um NIB da CGD. Passado 2 semanas recebi uma carta a dizer que tinha de ser do BCP. Enviei outra carta com a cópia da carta anterior (NIB de um banco nacional) a perguntar se estavam a gozar com a minha cara. Responderam que "entretanto as normas tinham sido alteradas e que só podia ser um NIB do BCP".

Fui à DECO e fiz queixa ... ao fim de 3 ou 4 semanas responderam que podiam pagar por cheque mensal, mas que por NIB não podiam. Lá aceitei o cheque... que me obriga a ir ao banco mensalmente depositar 20€.

Há uns 3 meses (portanto já após estar a receber os cheques há algum tempo) enviaram uma carta a dizer que poderia substituir os cheques por um NIB dum banco nacional. Foi enviada uma carta para eles a indicar o NIB. Passado 4 semanas, recebo uma carta de volta a dizer que além do NIB queriam fotocopias do CC (que já têm no processo há muito), uma carta do banco a dizer que realmente era titular daquela conta e outra carta assinada a dizer que autoriza o pagamento naquela conta.

Diz lá agora que "não sobrevivem"! Sobrevivem e continuam na mesma lol
 
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por Elias » 29/10/2012 19:58

RandomWalk Escreveu:Elias, o teu pressuposto inviabilizaria a existencia de serviços publicos de qualidade. E existem muitos bons exemplos na administração publica. Como explicas isso?


Falemos de casos concretos. Podes dizer em que serviços estás a pensar.

RandomWalk Escreveu:quanto aos serviços de telefone... isso foi há quantos anos?? :?


Há uns 20, ou seja antes da privatização da PT (nas altura aquilo ainda era CTT), ou seja quando estava tudo nas mãos do Estado, ou seja em que não há critérios a cumprir e mesmo que haja não faz mal se não forem cumpridos porque não tem consequências...
 
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por RandomWalk » 29/10/2012 19:53

Elias Escreveu:
moppie85 Escreveu:isso acontece tb no privado...


Pois é... acontece que no privado quem não for eficiente não sobrevive muito tempo. Acaba sendo "papado" por concorrentes mais eficientes e mais produtivos.

No Estado esse esforço de optimização é desnecessário porque não existe concorrência, por isso demorar seis dias ou demorar seis meses é basicamente a mesma coisa.

Quanto os serviços de telefones eram públicos, instalar uma linha telefónica no Algarve chegava a demorar 8 anos :roll: - hoje como os serviços são privados, o Estado impõe critérios apertados no que toca a prazos para instalação de serviço, portabilidade de número, etc. - mais uma vez o Estado a impor critérios de eficiência aos privados mas não a si próprio.

E também vale a pena pensar no caso das Finanças: eficientes a cobrar mas muito vagarosos a responder a outras questões.


Elias, o teu pressuposto inviabilizaria a existencia de serviços publicos de qualidade. E existem muitos bons exemplos na administração publica. Como explicas isso?

quanto aos serviços de telefone... isso foi há quantos anos?? :?
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por Automech » 29/10/2012 19:47

Elias Escreveu:mais uma vez o Estado a impor critérios de eficiência aos privados mas não a si próprio.

Os call centres privados têm de atender em 60 segundos, passados os quais devem disponibilizar forma do cliente deixar o contacto, devendo este ser contactado em 48 horas. Claro que na lei que regula isto o estado, convenientemente, deixou os call centres estatais de fora.

Era chato serviços como finanças, SS, empresas municipais, etc. terem de se preocupar com essas coisas mundanas como tempos de espera, IVRs, call backs e afins.
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por Automech » 29/10/2012 19:40

moppie85 Escreveu:eu se fosse a ti confirmava... n custa nada ir ao portal das finanças!

Nah... mas acho q se for actualizada no c saude fica logo em todo o SNS via o programa da treta que usam como base de dados - o SONHO - que é um autentico pesadelo de plataforma...


Já confirmei nos 3 portais: finanças, SS e utente. Ficou tudo. Só no hospital é que não, o que é ridículo.
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por Automech » 29/10/2012 19:39

moppie85 Escreveu:isso acontece tb no privado...


Pois acontece Moppie, mas se não forem monopólios ou oligopólios não sobrevivem.

Eu tive de fazer um exame médico que, aqui na minha zona, só estava disponível no centro de saúde de Loures (isto em termos de serviços públicos).

A senhora da minha USF avisou-me logo que o melhor era ir lá porque por telefone era dificil (seria ridículo se um privado obrigasse a ir lá para marcar). Ainda assim, crédulo e ingénuo, passei 2 dias a tentar ligar para lá, sem ser atendido. Desisti.

Resultado, liguei para uma empresa no Campo Pequeno que que tem acordo com o SNS para esse exame, atenderam ao segundo toque e marcaram de imediato o exame.

É o que faz ter de fazer pela vida. :wink:
Editado pela última vez por Automech em 29/10/2012 19:41, num total de 1 vez.
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por moppie85 » 29/10/2012 19:34

AutoMech Escreveu:
moppie85 Escreveu:E nao te esqueças de ir às finanças... senão ainda recebes uma surpresa um dia destes :mrgreen:


O cartão do cidadão agora actualiza as finanças, segurança social e cartão do utente. Menos mal.

Mas claro que era pedir demais, ao actualizar o cartão do utente, que a morada no hospital ficasse também actualizada. Claro que não fica.


eu se fosse a ti confirmava... n custa nada ir ao portal das finanças!

Nah... mas acho q se for actualizada no c saude fica logo em todo o SNS via o programa da treta que usam como base de dados - o SONHO - que é um autentico pesadelo de plataforma...
 
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por Automech » 29/10/2012 19:33

Em Inglaterra um doente que tenha medicação continuada, diabetes ou cardíaco, por exemplo, vai à farmácia 2 ou 3 dias antes da caixa acabar e é o farmacêutico que entra em contacto com o centro de saúde para ver se o médico autoriza nova prescrição.

Cá o doente tem de ir ao centro de saúde pedir nova receita, voltar lá a apanhar a receita, se não a conseguir no mesmo dia (eventualmente paga a consulta pela emissão da receita se não for isento) e só depois, sim, vai à farmácia.

A roda está inventada em muitos sítios. Não é preciso inventar, apenas copiar daqui e dali o que há de melhor.
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por Elias » 29/10/2012 19:33

moppie85 Escreveu:isso acontece tb no privado...


Pois é... acontece que no privado quem não for eficiente não sobrevive muito tempo. Acaba sendo "papado" por concorrentes mais eficientes e mais produtivos.

No Estado esse esforço de optimização é desnecessário porque não existe concorrência, por isso demorar seis dias ou demorar seis meses é basicamente a mesma coisa.

Quanto os serviços de telefones eram públicos, instalar uma linha telefónica no Algarve chegava a demorar 8 anos :roll: - hoje como os serviços são privados, o Estado impõe critérios apertados no que toca a prazos para instalação de serviço, portabilidade de número, etc. - mais uma vez o Estado a impor critérios de eficiência aos privados mas não a si próprio.

E também vale a pena pensar no caso das Finanças: eficientes a cobrar mas muito vagarosos a responder a outras questões.
 
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por moppie85 » 29/10/2012 19:28

AutoMech Escreveu:Uma tia minha, reformada, mudou de NIB. Pediu-me ajuda para tratar disso, porque não tem computador, internet e custa-lhe a deslocar-se.

Eu, que tenho a mania que sou um gajo informado e que vivo num país normal, pensei que seria no portal da segurança social.

Como ela não tinha senha, primeiro pedi a senha, a qual veio rápido. Entro no portal e actualizo o NIB. Pronto, tia, está tratado. Maravilha.

Mês seguinte: reforma no NIB antigo. Ligo para a linha da segurança social. Duas vezes à espera 10 minutos e a chamada cai automaticamente. À terceira lá falo com uma menina que me explicou que, embora o Centro Nacional de Pensões seja segurança social, o Portal da segurança social não serve para mudar NIBs de reformas (apenas de prestações sociais, tipo abonos, subsídios). Além disso não há forma de alterar o NIB da reforma online. Tem toda a lógica, penso.

É possível tratar por telefone ? Não. Tem de ser num balcão da segurança social ou do Centro Nacional de Pensões.

Aqui vou eu à SS de Loures. Chego lá às 10.30. Já acabaram as senhas (o serviço encerra às 16).
Volto lá passados 2 dias às 9.30. Já acabaram as senhas (volto a recordar que o serviço encerra às 16).

OK, também há senha para livro de reclamação ? Não, é no primeiro andar na tesouraria. OK, subo e registo reclamação (à qual recebo a habitual carta chapa três de resposta a dizer que agradecem, muito afluxo, blá blá blá)..

Enquanto escrevo comento para tesoureira: vou deixar reclamação porque vocês não têm gente que chegue e assim pode ser que alguma chefia abra os olhos. Resposta dela: temos as pessoas certas, sim senhor (!), mas há sessões de formação e férias e às vezes o tempo de espera é um pouco (!?) mais demorado.

Ainda pensei em responder que não é normal, com férias ou não, que não haja senhas às 9.30 num serviço que fecha às 16, mas percebi pelo tom e teor da resposta (pereptória) que a senhora está ali para contar notas e não para pensar.

Bom, a alternativa era o Centro Nacional de Pensões ali em Entrecampos. Lá fui directo a entrecampos, tiro senha, uma hora e meia à espera e lá consigo alterar o malfadado NIB da minha tia. Segundo a funcionária só fazia efeito, não no mês seguinte, mas daí a 2 meses. Escusado será dizer que só ao terceiro mês é que a pensão foi para o novo NIB.

E pronto, a minha aventura para essa super complexa tarefa de mudar um NIB onde é creditado uma reforma. Desculpem o testamento. Ficou maior do que imaginava.


isso acontece tb no privado...
 
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por Automech » 29/10/2012 19:27

moppie85 Escreveu:E nao te esqueças de ir às finanças... senão ainda recebes uma surpresa um dia destes :mrgreen:


O cartão do cidadão agora actualiza as finanças, segurança social e cartão do utente. Menos mal.

Mas claro que era pedir demais, ao actualizar o cartão do utente, que a morada no hospital ficasse também actualizada. Claro que não fica.
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por Automech » 29/10/2012 19:23

Uma tia minha, reformada, mudou de NIB. Pediu-me ajuda para tratar disso, porque não tem computador, internet e custa-lhe a deslocar-se.

Eu, que tenho a mania que sou um gajo informado e que vivo num país normal, pensei que seria no portal da segurança social.

Como ela não tinha senha, primeiro pedi a senha, a qual veio rápido. Entro no portal e actualizo o NIB. Pronto, tia, está tratado. Maravilha.

Mês seguinte: reforma no NIB antigo. Ligo para a linha da segurança social. Duas vezes à espera 10 minutos e a chamada cai automaticamente. À terceira lá falo com uma menina que me explicou que, embora o Centro Nacional de Pensões seja segurança social, o Portal da segurança social não serve para mudar NIBs de reformas (apenas de prestações sociais, tipo abonos, subsídios). Além disso não há forma de alterar o NIB da reforma online. Tem toda a lógica, penso.

É possível tratar por telefone ? Não. Tem de ser num balcão da segurança social ou do Centro Nacional de Pensões.

Aqui vou eu à SS de Loures. Chego lá às 10.30. Já acabaram as senhas (o serviço encerra às 16).
Volto lá passados 2 dias às 9.30. Já acabaram as senhas (volto a recordar que o serviço encerra às 16).

OK, também há senha para livro de reclamação ? Não, é no primeiro andar na tesouraria. OK, subo e registo reclamação (à qual recebo a habitual carta chapa três de resposta a dizer que agradecem, muito afluxo, blá blá blá)..

Enquanto escrevo comento para tesoureira: vou deixar reclamação porque vocês não têm gente que chegue e assim pode ser que alguma chefia abra os olhos. Resposta dela: temos as pessoas certas, sim senhor (!), mas há sessões de formação e férias e às vezes o tempo de espera é um pouco (!?) mais demorado.

Ainda pensei em responder que não é normal, com férias ou não, que não haja senhas às 9.30 num serviço que fecha às 16, mas percebi pelo tom e teor da resposta (pereptória) que a senhora está ali para contar notas e não para pensar.

Bom, a alternativa era o Centro Nacional de Pensões ali em Entrecampos. Lá fui directo a entrecampos, tiro senha, uma hora e meia à espera e lá consigo alterar o malfadado NIB da minha tia. Segundo a funcionária só fazia efeito, não no mês seguinte, mas daí a 2 meses. Escusado será dizer que só ao terceiro mês é que a pensão foi para o novo NIB.

E pronto, a minha aventura para essa super complexa tarefa de mudar um NIB onde é creditado uma reforma. Desculpem o testamento. Ficou maior do que imaginava.
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por Elias » 29/10/2012 19:22

urukai,

Eu em momento algum defendi o fecho do hospital.

Apenas escrevi - e mantenho - que o Estado não aplica a si próprio os mesmos critérios de exigência que impõe a terceiros. Na saúde e noutras áreas.
 
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por urukai » 29/10/2012 19:12

Elias Escreveu:
mais_um Escreveu:Não sejas demagógico, queres encerrar o Hospital de Santa Maria? :lol:


Nada disso, quero apenas salientar que os critérios de exigência que o Estado impõe aos privados, não os impõe a si próprio.

Outro exemplo é o das condições de trabalho: ainda há dias deu na TV uma reportagem sobre as condições degradantes de trabalho nalgumas esquadras da PSP, com o tecto e outras porcarias a cair. Se fosse uma empresa privada e fosse lá a ACT, vai lá vai...

Outro exemplo ainda é o facto de o Estado obrigar os veículos privados a ter seguro mas dispensar os seus próprios veículos de tal obrigação.


Elias,

pelo menos uma das pessoas envolvidas (o farmacêutico) já não trabalha lá e foi julgado em sede própria. Se me disseres que no hospital todos se tentaram esquivar à responsabilidade é uma coisa, mas neste caso o estado fez o que lhe competia. Investigou e acusou os envolvidos. Segundo a defesa do farmacêutico não havia manual implementado pelo que não foram infringidas regras (supostamente o manual só apareceu uma semana depois do incidente) mas não me parece neste caso haver dois pesos e duas medidas. Não se iria fechar o hospital pelo erro (identificado e corrigido) de alguns dos seus funcionários.
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por moppie85 » 29/10/2012 19:08

AutoMech Escreveu:O meu prédio mudou de número.

Como ainda tinha BI, tive de ir tirar o cartão do cidadão. Dá cá 15 euros.

A seguir tive de actualizar o documento único de circulação. Dá cá mais 35 euros.

A seguir carta de condução. Dá cá mais 15 euros.

Total: 65 euros para comunicar à mesma entidade (estado) que a morada alterou e tudo em balcões diferentes, claro, porque a loja do cidadão de Odivelas não tem um dos que centraliza (penso que é o "perdi a carteira" ou algo assim).


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por moppie85 » 29/10/2012 19:05

Eu só nao entendo é pq é q qd ocorre "porcaria" no hospital privado, mandem o doente para o publico e fiquem com o dinheiro da "porcaria" que fizeram ao doente...

Fazem o trabalho fácil mal feito e mandam para o público as complicações e não são responsabilizados monetariamente por isso... depois aparecem teses de mestrado feitas em Portugal a dizer que os hospitais privados têm menos gastos quer com pessoal quer com duração de internamentos e que os serviços prestados pelo SNS deviam passar para o privado... enfim...
 
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por Automech » 29/10/2012 19:00

O meu prédio mudou de número.

Como ainda tinha BI, tive de ir tirar o cartão do cidadão. Dá cá 15 euros.

A seguir tive de actualizar o documento único de circulação. Dá cá mais 35 euros.

A seguir carta de condução. Dá cá mais 15 euros.

Total: 65 euros para comunicar à mesma entidade (estado) que a morada alterou e tudo em balcões diferentes, claro, porque a loja do cidadão de Odivelas não tem um dos que centraliza (penso que é o "perdi a carteira" ou algo assim).
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por alexandre7ias » 29/10/2012 18:56

Segurança Social quer cobrar dívida de um cêntimo com sete anos
Publicado hoje às 12:18
Fernando Pires

José Carlos Teixeira nem queria acreditar quando, na passada sexta-feira, abriu e leu a carta registada enviada pelo Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social a notificá-lo para liquidar uma dívida de um cêntimo, que se reporta a agosto de 2005, e que, adicionando as custas do processo, já totaliza 75,55 euros.
"Confesso que a minha primeira reação foi sorrir", conta o proprietário de uma loja de produtos regionais, em Mirandela, que não conhece outro negócio onde se possa ganhar tanto dinheiro. "Apetecia-me perguntar qual é o jardim onde se plantam os cêntimos, para eu poder daqui a sete anos e dois meses ir lá buscar 75 euros. Assim deixava de trabalhar e sentava-me ao sol", ironiza.

Para além disso, entende que este caso é um sinal de muita desorganização na Administração Pública. "A mesma instituição que diz que lhe devo dinheiro é a mesma que já garantiu, por escrito, através de declarações de não dívida, que nada lhe devo", refere.

A carta do Instituto de Gestão Financeira (IGF) da Segurança Social explica apenas que a dívida de um cêntimo diz respeito a contribuições "Só diz que não paguei, em 2005, uma dívida que, na altura, devia ser de um cêntimo, e agora acrescentaram mais 75,54 euros de custas, quando durante estes anos todos nunca fui informado que devia alguma coisa à segurança social", afirma.

José Carlos Teixeira tem um prazo de dez dias para recorrer, por escrito, e garante que não paga esta quantia.

O IGF da Segurança Social apenas confirmou a existência da dívida de 75,55 euros, mas sem qualquer explicação para o facto de já ter passado declarações de não dívida ao mesmo beneficiário que foi notificado para saldar uma pretensa dívida.

No entanto, fonte da Segurança Social do distrito de Bragança revelou ao JN que esta situação pode estar ligada a um erro do sistema informático e que não será caso único na região.
.

http://m.jn.pt/m/newsArticle?contentId= ... related=no
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por Elias » 29/10/2012 18:24

mais_um Escreveu:Não sejas demagógico, queres encerrar o Hospital de Santa Maria? :lol:


Nada disso, quero apenas salientar que os critérios de exigência que o Estado impõe aos privados, não os impõe a si próprio.

Outro exemplo é o das condições de trabalho: ainda há dias deu na TV uma reportagem sobre as condições degradantes de trabalho nalgumas esquadras da PSP, com o tecto e outras porcarias a cair. Se fosse uma empresa privada e fosse lá a ACT, vai lá vai...

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por mais_um » 29/10/2012 18:23

Pata-Hari Escreveu:Vou pedir-te o teu número de telefone. Quando tiver uma chatice, ligo-te a ti e aposto que resulta :). Comigo nunca funciona como deve ser a não ser se conhecer alguém (triste, mas verdade).
.


:lol: :lol:

Nem sempre corre bem, mas eu sou um gajo com sorte :P e as vezes que correu mal são poucas comparando com as correu bem. :)
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