Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Passos Coelho anuncia às 19h15 novas medidas de austeridade

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por migluso » 2/10/2012 11:57

PT_Trader Escreveu:Eu sou contra as medidas de ajustamento que se baseiam sobretudo no aumento da carga fiscal. Até dou de barato que se retire um ou outro subsídio, mas isso não pode ser uma medida estrutural.


Eu também. E em termos genérico, a combinação 1/3 aumento de impostos e 2/3 redução da despesa pública parece-me ajustada. O que eu quero mesmo é ver uma travagem no aumento da despesa, sempre à custa de mais impostos, que vínhamos assistindo desde sempre. Finalmente em 2011 isso aconteceu. Em 2012 voltará a acontecer. Em 2013, temo que voltaremos à carga fiscal como forma de "equilibrar" o saldo orçamental.

PT_Trader Escreveu:Claramente que defendo mais tempo e mais dinheiro enquanto for necessário. Se pudessem baixar as taxas de juro, óbvio que também não me importava. Mas, sobretudo, mais tempo e dinheiro até haver condições de regressar aos mercados.


Isso está assegurado. Pelo BCE e pelo MEE. Se o mercado não se abrir em setembro de 2013, o financiamento está praticamente certo.

PT_Trader Escreveu:A troika quando desenhou o plano para Portugal, viu-se que já tinha aprendido com o descalabro grego. Mesmo assim, elaboraram um plano claramente irrealista, que toda a gente sabia que era impossível de ser cumprido. Mesmo com as novas revisões das metas do défice, é impossível obtermos aqueles valores, sem receitas hiper mega extraordinárias. Só que as receitas extraordinárias não são infinitas, destroem a economia e um dia (hj!) já não vão ser exequíveis.


Não há planos perfeitos. Desconfio que se a troika tivesse dado 6 anos logo de início, hoje haveria muita gente a defender que deveria ser de 10 anos. Entretanto, a nossa dívida externa deveria atingir os 500%.

As receitas extraordinárias, nomeadamente as provenientes das privatizações, não destroem a economia. Pelo contrário. Mas devem ser acompanhadas de regulação que possibilite a máxima concorrência.

PT_Trader Escreveu:Defendo uma menor intervenção e subsidiação do Estado na Economia. Acho que temos de ser realistas e analisar o que o Estado pode ou não garantir em termos de Saúde, Educação, etc. O que os cidadãos pagam por estes serviços (transportes, hospitais, ...) deve ser mais próximo do custo real. Mas isto já está a ser feito: as tarifas dos transportes públicos já aumentaram bastante; a electricidade já aumentou; taxas moderadores, ...

Por outro lado, temos que preparar o país para o crescimento. Isso requere a execução das tais medidas estruturais na educação, justiça, mercado de trabalho, ... Para além destas reformas, é crucial que diminua a carga fiscal sobre as empresas e as famílias, de modo a promover o IDE e dinamizar a economia no futuro.


Estamos de acordo.

PT_Trader Escreveu:O que se está a fazer actualmente e que eu critico, é que estamos a destruir uma economia com um objectivo irrealista de cumprir aquelas metas surreais do défice. Era melhor ter criado logo um plano a 6 anos, mas que fosse realmente executado, e onde certamente se atingiria estas metas, sem destruir parte de uma economia, SEM necessidade.


Ajustar a economia tem como consequência o fecho de empresas de construção, da restauração ou de empresas que eram dependentes sobretudo da procura do Estado. Infelizmente, é assim. Se tiveres outra solução, é bem vinda.

PT_Trader Escreveu:Depois, há um factor que ninguém se está a lembrar - mesmo que destruamos o país e cumpramos as metas do défice, se algo correr mal à nossa volta, o que fizemos não vai adiantar de muito. Até há uma referência a isto, num pequeno capítulo dedicado a PT, que está neste livro. Na minha opinião, só devemos utilizar medidas drásticas, como esta da TSU que queriam implementar, já quando estivermos em situação de catástrofe - saída do euro ou num haircut. Não defendo uma reestruturação, mas é estúpido estarmos a implementar medidas deste género, se mais tarde há a real probabilidade de acabarmos por ter um corte de cabelo. Não devemos gastar todos os cartuchos agora porque, mais tarde, poderemos MESMO de precisar de utilizá-los.


Aqui não concordo contigo.
Se o euro se desintegrar, estaremos melhor preparados para aguentar o choque se já tivermos as nossas contas externas equilibradas e as contas públicas numa tendência de equilíbrio.
Por sua vez, em caso de retorno ao escudo, a medida da TSU deixa de fazer sentido. Procede-se à desvalorização cambial e já está. O pior é que se acabam os incentivos para que os péssimos governantes que temos em Portugal implementem as reformas que verdadeiramente contribuem para o crescimento sustentável.

O nosso problema foi adiar constantemente a resolução dos problemas.
Mais tempo, mais dívida, deixar balas no carregador para serem utilizadas mais tarde é isso mesmo. Adiar.
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3146
Registado: 16/11/2009 18:45
Localização: Porto

por tava3 » 2/10/2012 11:55

JMHP Escreveu:O governo deu "Golden Shares" a quem?!.... LOL!!... As "Golden Shares" só existem nas mãos do Estado, não é algo transferível ou vendido até porque não existe valor comercial, dai serem conhecidas por Golden Shares.

:roll:


Isso não é assim tão linear, então o estado vende a empresa mas fica a mandar e os accionistas aceitaram na boa? Das duas uma, ou o governo apontou uma arma e obrigou a comprar ou houveram contrapartidas.
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por JMHP » 2/10/2012 11:50

Renegade Escreveu:
JMHP Escreveu:Não foi sempre assim o nosso "peso" na Europa?!... Não me lembro em vez alguma da nossa história recente (ultimo século) assumirmos algum papel politico e estratégico de relevo.

E Portugal não está sozinho... Até a Espanha à relativamente poucos anos atrás era "irrelevante" em influencia externa até à queda do muro de Berlim e entrada no Euro.


Não falo em ter o mesmo papel da Alemanha, estou a falar de ter algum peso nas decisões sobre o nosso próprio país, pelo menos! Não achas que é o mínimo que se pode pedir?
O PPC deveria andar mais pela Europa, falar com outros lideres, começar a ganhar alguma influencia, "vender" a fama de bom aluno que ele tanto gosta, para depois ir falar com o "pessoal da pesada" e dizer "Meus amigos, nunca coloquei nenhum entrave ao programa, grande parte está implementado, mas com estes encargos, lamento, mas não vamos la. Precisamos de aliviar os custos dos juros e reajustar o prazo para algo mais realista".
Mas como disse anteriormente, isto só acontece no dia em que o PPC tiver os 2 coisinhos no sítio.


Renegade... Não faço a mínima ideia das conversas que são discutidas dentro de salas onde se discute assuntos dessa relevância, nem me lembro de alguma vez essas conversas serem tornadas publicas noutro pais qualquer de modo a revelar o poder de influencia.

Ninguém sabe, logo porque especular?!... Dada a nossa fraqueza e limites estratégicos a nível internacional não creio que seja inteligente criar grandes expectativas vindas dai.

Se bem me lembro há 2 anos atrás todos diziam que os gregos não iam aguentar e a Europa teria de ceder... Olha a onde já vão os gregos:


Ser primeiro-ministro da Grécia "é o pior trabalho do mundo"


Antonis Samaras diz que a sua função é tremendamente ingrata. "É só dor", desabafa, em entrevista ao NYT.
Em entrevista ao "New York Times", Antonis Samaras lamenta estar a governar a Grécia na actual conjuntura, porque se trata do "trabalho mais difícil do mundo". "É só dor", desabafa em entrevista.
Desde que chegou ao poder em Junho, após duas eleições tumultuadas, Samaras tem trabalhado para restaurar a credibilidade da Grécia e dissipar os temores de que o país poderá sair do euro. Esse é um risco, assegura que não mais existe. "O risco de a Grécia deixar o euro é zero".

A entrevista foi concedida na semana em que a Grécia apresentou a sua proposta de Orçamento, que prevê cortes de 11,5 mil milhões de euros nos próximos dois anos, antecipando que 2013 será mais um, o sexto, ano recessão consecutiva, estando o desemprego já em 24%.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=581783
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por JMHP » 2/10/2012 11:42

MiamiBlueHeart Escreveu:
JMHP Escreveu:
Renegade Escreveu:
artista Escreveu:Pois, a questão está mesmo aqui, como é que vamos conseguir pagar o que devemos se todos os anos temos de pagar mais de juros?! Mas os mercados da dívida parece que têm estado a acreditar que nós conseguimos pagar, não sei como mas...


Ora bem, sozinhos não conseguimos. Ou isto muda em breve para que no futuro os países europeus se financiem todos com as mesmas condições, o que era mais justo, ou com a ajuda também dos países europeus (leia-se Alemanha), se consiga diminuir os encargos com os juros, isto é, propôr uma alteração ao meio de pagamento dos 78 MM.

Claro que isto implica uma forte presença europeia, coisa que se antes tinhas pouca força, então com o PPC não temos nada. Ele vale ZERO na Europa. Diz que sim a tudo e nunca diz o que realmente precisamos nem sequer sugere nada. Vai lá, acena com a cabeça e vem embora - quer com isto passar a imagem de bom aluno, quando na prática isto não é ser bom aluno, é ser usado, não tomado a sério, explorado, etc.
No dia em que lhe crescerem 2 coisinhos, se calhar já terá coragem para negociar algo em troca de ser tão "bom aluno". :roll:


Não sempre assim o nosso "peso" na Europa?!... Não me lembro em vez alguma da nossa história recente (ultimo século) assumirmos algum papel politico e estratégico de relevo.

E Portugal não está sozinho... Até a Espanha à relativamente poucos anos atrás era "irrelevante" em influencia externa até à queda do muro de Berlim e entrada no Euro.


O problema que se coloca atualmente nem é saber se Portugal tem ou não "peso" a nível europeu.

O problema é que o atual Governo pura e simplesmente não tem opinião. Não defende uma solução, não expressa uma proposta, não tenta sequer fazer lobby com países em situações similares.

A nível europeu, o atual governo não existe.


Mas tu conheces países em situação similar à nossa com vontade expressa e publica de iniciar qualquer espécie de lobby?!

Olha o Hollande... Onde anda aquela chama da esperança socialista europeia?!

Os irlandeses não se querem comparar à Grécia, nós idem aspas e os espanhóis já afirmaram publicamente que Espanha não é Portugal.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por Renegade » 2/10/2012 11:42

JMHP Escreveu:Não foi sempre assim o nosso "peso" na Europa?!... Não me lembro em vez alguma da nossa história recente (ultimo século) assumirmos algum papel politico e estratégico de relevo.

E Portugal não está sozinho... Até a Espanha à relativamente poucos anos atrás era "irrelevante" em influencia externa até à queda do muro de Berlim e entrada no Euro.


Não falo em ter o mesmo papel da Alemanha, estou a falar de ter algum peso nas decisões sobre o nosso próprio país, pelo menos! Não achas que é o mínimo que se pode pedir?
O PPC deveria andar mais pela Europa, falar com outros lideres, começar a ganhar alguma influencia, "vender" a fama de bom aluno que ele tanto gosta, para depois ir falar com o "pessoal da pesada" e dizer "Meus amigos, nunca coloquei nenhum entrave ao programa, grande parte está implementado, mas com estes encargos, lamento, mas não vamos la. Precisamos de aliviar os custos dos juros e reajustar o prazo para algo mais realista".
Mas como disse anteriormente, isto só acontece no dia em que o PPC tiver os 2 coisinhos no sítio.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 685
Registado: 12/9/2011 14:15
Localização: Porto

por gorgo » 2/10/2012 11:41

artista Escreveu:O que tenho defendido, rebatendo o que escreveste, é que não são apenas 1,25% dos portugueses que estão contra esta governação! Não só não são apenas estes como são muitos mais, e não querer ver isso é, para mim, não querer ver a realidade!.


Mais uma incorreção:

Vai ver o que escrevi sff. Eu escrevi um milhão, são 10% de manifestantes. Não fui eu que referi 100 mil na manif da CGTP.

Tenho referido uma visão democrática. São as eleições e as regras institucionais que são legitimas para avaliar governos e politicas.

Que tal fazeres uma reflexão pessoal de libertação positiva.
 
Mensagens: 551
Registado: 26/8/2007 20:40
Localização: 16

por MiamiBlue » 2/10/2012 11:38

JMHP Escreveu:
Renegade Escreveu:
artista Escreveu:Pois, a questão está mesmo aqui, como é que vamos conseguir pagar o que devemos se todos os anos temos de pagar mais de juros?! Mas os mercados da dívida parece que têm estado a acreditar que nós conseguimos pagar, não sei como mas...


Ora bem, sozinhos não conseguimos. Ou isto muda em breve para que no futuro os países europeus se financiem todos com as mesmas condições, o que era mais justo, ou com a ajuda também dos países europeus (leia-se Alemanha), se consiga diminuir os encargos com os juros, isto é, propôr uma alteração ao meio de pagamento dos 78 MM.

Claro que isto implica uma forte presença europeia, coisa que se antes tinhas pouca força, então com o PPC não temos nada. Ele vale ZERO na Europa. Diz que sim a tudo e nunca diz o que realmente precisamos nem sequer sugere nada. Vai lá, acena com a cabeça e vem embora - quer com isto passar a imagem de bom aluno, quando na prática isto não é ser bom aluno, é ser usado, não tomado a sério, explorado, etc.
No dia em que lhe crescerem 2 coisinhos, se calhar já terá coragem para negociar algo em troca de ser tão "bom aluno". :roll:


Não sempre assim o nosso "peso" na Europa?!... Não me lembro em vez alguma da nossa história recente (ultimo século) assumirmos algum papel politico e estratégico de relevo.

E Portugal não está sozinho... Até a Espanha à relativamente poucos anos atrás era "irrelevante" em influencia externa até à queda do muro de Berlim e entrada no Euro.


O problema que se coloca atualmente nem é saber se Portugal tem ou não "peso" a nível europeu.

O problema é que o atual Governo pura e simplesmente não tem opinião. Não defende uma solução, não expressa uma proposta, não tenta sequer fazer lobby com países em situações similares.

A nível europeu, o atual governo não existe e isso é extremamente grave porque a crise nunca se resolverá unicamente por via interna.
 
Mensagens: 1399
Registado: 17/10/2010 19:32
Localização: 14

por JMHP » 2/10/2012 11:34

tavaverquenao2 Escreveu:E vocês a darem-lhe que tem de se cortar na educação e na saúde. Eu ainda hoje estou para perceber porque é que este governo entregou de bandeja, deu aos accionistas, as golden shares. Quando a troika pedia para acabar, não era para dar, era para vender. Fazem estas negociatas e depois quando falta a guita, toca de ir cortar nos mais pobres que vivem acima das possibilidades. :roll:


O governo deu "Golden Shares" a quem?!.... LOL!!... As "Golden Shares" só existem nas mãos do Estado, não é algo transferível ou vendido até porque não existe valor comercial, dai serem conhecidas por Golden Shares.

:roll:
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por JMHP » 2/10/2012 11:30

Renegade Escreveu:
artista Escreveu:Pois, a questão está mesmo aqui, como é que vamos conseguir pagar o que devemos se todos os anos temos de pagar mais de juros?! Mas os mercados da dívida parece que têm estado a acreditar que nós conseguimos pagar, não sei como mas...


Ora bem, sozinhos não conseguimos. Ou isto muda em breve para que no futuro os países europeus se financiem todos com as mesmas condições, o que era mais justo, ou com a ajuda também dos países europeus (leia-se Alemanha), se consiga diminuir os encargos com os juros, isto é, propôr uma alteração ao meio de pagamento dos 78 MM.

Claro que isto implica uma forte presença europeia, coisa que se antes tinhas pouca força, então com o PPC não temos nada. Ele vale ZERO na Europa. Diz que sim a tudo e nunca diz o que realmente precisamos nem sequer sugere nada. Vai lá, acena com a cabeça e vem embora - quer com isto passar a imagem de bom aluno, quando na prática isto não é ser bom aluno, é ser usado, não tomado a sério, explorado, etc.
No dia em que lhe crescerem 2 coisinhos, se calhar já terá coragem para negociar algo em troca de ser tão "bom aluno". :roll:


Não foi sempre assim o nosso "peso" na Europa?!... Não me lembro em vez alguma da nossa história recente (ultimo século) assumirmos algum papel politico e estratégico de relevo.

E Portugal não está sozinho... Até a Espanha à relativamente poucos anos atrás era "irrelevante" em influencia externa até à queda do muro de Berlim e entrada no Euro.
Editado pela última vez por JMHP em 2/10/2012 11:34, num total de 1 vez.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por tava3 » 2/10/2012 10:56

E vocês a darem-lhe que tem de se cortar na educação e na saúde. Eu ainda hoje estou para perceber porque é que este governo entregou de bandeja, deu aos accionistas, as golden shares. Quando a troika pedia para acabar, não era para dar, era para vender. Fazem estas negociatas e depois quando falta a guita, toca de ir cortar nos mais pobres que vivem acima das possibilidades. :roll:
Plan the trade and trade the plan
 
Mensagens: 3604
Registado: 3/11/2004 15:53
Localização: Lisboa

por PT_Trader » 2/10/2012 10:56

JMHP Escreveu:Se isto não é motivo para a austeridade que estamos a viver.... Não sei mais o que possa acontecer para as pessoas entenderam a necessidade da austeridade que estamos a viver e porque ela ainda será maior no futuro.


Comentário completamente irrealista.

Não consegues pagar a dívida sem crescimento do produto.

Em que teorias ou casos práticos tu te baseias, onde a austeridade contribuiu para o crescimento do produto?
 
Mensagens: 1191
Registado: 20/6/2011 21:48
Localização: 16

por Renegade » 2/10/2012 10:51

artista Escreveu:Pois, a questão está mesmo aqui, como é que vamos conseguir pagar o que devemos se todos os anos temos de pagar mais de juros?! Mas os mercados da dívida parece que têm estado a acreditar que nós conseguimos pagar, não sei como mas...


Ora bem, sozinhos não conseguimos. Ou isto muda em breve para que no futuro os países europeus se financiem todos com as mesmas condições, o que era mais justo, ou com a ajuda também dos países europeus (leia-se Alemanha), se consiga diminuir os encargos com os juros, isto é, propôr uma alteração ao meio de pagamento dos 78 MM.

Claro que isto implica uma forte presença europeia, coisa que se antes tinhas pouca força, então com o PPC não temos nada. Ele vale ZERO na Europa. Diz que sim a tudo e nunca diz o que realmente precisamos nem sequer sugere nada. Vai lá, acena com a cabeça e vem embora - quer com isto passar a imagem de bom aluno, quando na prática isto não é ser bom aluno, é ser usado, não tomado a sério, explorado, etc.
No dia em que lhe crescerem 2 coisinhos, se calhar já terá coragem para negociar algo em troca de ser tão "bom aluno". :roll:
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 685
Registado: 12/9/2011 14:15
Localização: Porto

por PT_Trader » 2/10/2012 10:49

JMHP Escreveu:
PT_Trader Escreveu:
JMHP Escreveu:Eu creio que tu nem te dá ao trabalho de ler o que aqui se escreve quanto mais as noticias e artigos.

Por aqui termino esta discussão contigo... Não vale a pena chover no molhado.


Nem me dou ao trabalho?

Tu é que estás constantemente com os mesmos argumentos e patetices sem nexo,com mania de Professor e com os argumentos da praxe, e cada vez que quero aprofundar a discussão contigo, sais logo do barco. Não queres enfrentar a realidade dos números, não queres enfrentar a big picture da situação.

Já ouviste falar do JP Morgan?! Devias, pq estamos, sobretudo, perante uma crise de confiança.


PT_Trader... Tu em apenas um post conseguiste concordar ou compreender a observação do Migluso relativamente à crise de Espanha que é idêntica à minha... Estamos conversados.

Boa noite e passa bem!


:-#
 
Mensagens: 1191
Registado: 20/6/2011 21:48
Localização: 16

por PT_Trader » 2/10/2012 10:47

migluso Escreveu:O crescimento sustentado no crédito ao consumo e à obra pública acabou.
E ainda bem. Há 10 anos, quando começamos a divergir em relação à Europa, que ficou evidente que esse modelo de crescimento não funciona.

O Cavaco e o Guterres "esgotaram o retorno marginal do capital" investido em obra pública. Depois desses dois foi sempre a descer. Por cada euro investido em obra pública a partir do ano 2000, o retorno deve ter sido praí de 30 cêntimos.


Ainda bem. Uma das vertentes do ajustamento já está feita 8-)

migluso Escreveu:Tu és contra as medidas de ajustamento, que valem 78 mil milhões a 7-20 anos, com uma taxa de juro entre 3,5% e 4,5% (salvo erro).

As medidas de ajustamento visam corrigir os défices externo e público. Há várias combinações para se fazer isso.

Defendes o quê para atingir aqueles objectivos?
Mais dívida? Renegociação da dívida pública detida pelo sector privado (o que acontecerá à capitalização da SS e aos bancos portugueses)? Mais tempo? Juros mais baixos?

Ou defendes uma determinada combinação de aumento de impostos e redução de despesa, ao mesmo tempo que se implementam reformas que potenciem o crescimento?

É aqui, nas reformas necessárias para o crescimento, que temo que Portugal falhe. É o mais difícil, pois depende de factores muito mais difíceis de prever, quanto mais controlar, por parte dos governos.

Na minha opinião, devemos aprofundar o programa de privatizações, incluindo a CGD, e há muito que já deveria estar no terreno um programa agressivo para atrair IDE "físico" para o país.


Eu sou contra as medidas de ajustamento que se baseiam sobretudo no aumento da carga fiscal. Até dou de barato que se retire um ou outro subsídio, mas isso não pode ser uma medida estrutural.

Claramente que defendo mais tempo e mais dinheiro enquanto for necessário. Se pudessem baixar as taxas de juro, óbvio que também não me importava. Mas, sobretudo, mais tempo e dinheiro até haver condições de regressar aos mercados.

A troika quando desenhou o plano para Portugal, viu-se que já tinha aprendido com o descalabro grego. Mesmo assim, elaboraram um plano claramente irrealista, que toda a gente sabia que era impossível de ser cumprido. Mesmo com as novas revisões das metas do défice, é impossível obtermos aqueles valores, sem receitas hiper mega extraordinárias. Só que as receitas extraordinárias não são infinitas, destroem a economia e um dia (hj!) já não vão ser exequíveis.

Defendo uma menor intervenção e subsidiação do Estado na Economia. Acho que temos de ser realistas e analisar o que o Estado pode ou não garantir em termos de Saúde, Educação, etc. O que os cidadãos pagam por estes serviços (transportes, hospitais, ...) deve ser mais próximo do custo real. Mas isto já está a ser feito: as tarifas dos transportes públicos já aumentaram bastante; a electricidade já aumentou; taxas moderadores, ...

Por outro lado, temos que preparar o país para o crescimento. Isso requere a execução das tais medidas estruturais na educação, justiça, mercado de trabalho, ... Para além destas reformas, é crucial que diminua a carga fiscal sobre as empresas e as famílias, de modo a promover o IDE e dinamizar a economia no futuro.

O que se está a fazer actualmente e que eu critico, é que estamos a destruir uma economia com um objectivo irrealista de cumprir aquelas metas surreais do défice. Era melhor ter criado logo um plano a 6 anos, mas que fosse realmente executado, e onde certamente se atingiria estas metas, sem destruir parte de uma economia, SEM necessidade.

Depois, há um factor que ninguém se está a lembrar - mesmo que destruamos o país e cumpramos as metas do défice, se algo correr mal à nossa volta, o que fizemos não vai adiantar de muito. Até há uma referência a isto, num pequeno capítulo dedicado a PT, que está neste livro. Na minha opinião, só devemos utilizar medidas drásticas, como esta da TSU que queriam implementar, já quando estivermos em situação de catástrofe - saída do euro ou num haircut. Não defendo uma reestruturação, mas é estúpido estarmos a implementar medidas deste género, se mais tarde há a real probabilidade de acabarmos por ter um corte de cabelo. Não devemos gastar todos os cartuchos agora porque, mais tarde, poderemos MESMO de precisar de utilizá-los.
 
Mensagens: 1191
Registado: 20/6/2011 21:48
Localização: 16

por artista_ » 2/10/2012 10:45

Renegade Escreveu:
JMHP Escreveu:Ontem, ouvi o Medina Carreira na TVI24 dizer que o pagamento de juros da nossa divida publica (10 mil milhões Euros) este ano já ultrapassa a despesa da Saúde em Portugal.

Se isto não é motivo para a austeridade que estamos a viver.... Não sei mais o que possa acontecer para as pessoas entenderam a necessidade da austeridade que estamos a viver e porque ela ainda será maior no futuro.


Ora bem... o problema é conter os gastos com, entre outras coisas, os pagamentos dos juros.
Como a austeridade não tem funcionado, o aumento de impostos já não equivale a um aumento de receita, porque não renegociar os juros? Porque havemos de pagar 4% quando muito outros países europeus pagam 1%? É do interesse de todos que Portugal pague. Não estou a falar de um haircut, mas sim uma renegociação de juros, apenas. O montante iria ser pago na integra, mas com juros mais "lógicos" e justos.


Pois, a questão está mesmo aqui, como é que vamos conseguir pagar o que devemos se todos os anos temos de pagar mais de juros?! Mas os mercados da dívida parece que têm estado a acreditar que nós conseguimos pagar, não sei como mas...
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 17491
Registado: 17/3/2003 22:51
Localização: Almada

por JMHP » 2/10/2012 10:43

Renegade Escreveu:
JMHP Escreveu:Ontem, ouvi o Medina Carreira na TVI24 dizer que o pagamento de juros da nossa divida publica (10 mil milhões Euros) este ano já ultrapassa a despesa da Saúde em Portugal.

Se isto não é motivo para a austeridade que estamos a viver.... Não sei mais o que possa acontecer para as pessoas entenderam a necessidade da austeridade que estamos a viver e porque ela ainda será maior no futuro.


Ora bem... o problema é conter os gastos com, entre outras coisas, os pagamentos dos juros.
Como a austeridade não tem funcionado, o aumento de impostos já não equivale a um aumento de receita, porque não renegociar os juros? Porque havemos de pagar 4% quando muito outros países europeus pagam 1%? É do interesse de todos que Portugal pague. Não estou a falar de um haircut, mas sim uma renegociação de juros, apenas. O montante iria ser pago na integra, mas com juros mais "lógicos" e justos.


Renegade... Quem são os outros países europeus que estão intervencionados que possuem melhor taxas de juros que as nossas?!

Creio que Portugal de todos os países intervencionados é o que tem juros mais baixos. Isto como é evidente não depende de nós, dado que a quando do acordo preveniente da ajuda externa aceitamos pagar este nível de juros (inicialmente começou em 5%).

Por ultimo convém lembrar que os 10 mil milhões de Euros que vamos pagar este ano não contem somente o pagamento do montante da ajuda externa, mas sim os juros de empréstimos de anos anteriores como até de há 10 anos atrás.

Aquele período que em que Portugal contraiu empréstimos com juros acima de 5% e mesmo 7%, não faço ideia de quando vamos iniciar o pagamento...
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por Renegade » 2/10/2012 10:32

JMHP Escreveu:Ontem, ouvi o Medina Carreira na TVI24 dizer que o pagamento de juros da nossa divida publica (10 mil milhões Euros) este ano já ultrapassa a despesa da Saúde em Portugal.

Se isto não é motivo para a austeridade que estamos a viver.... Não sei mais o que possa acontecer para as pessoas entenderam a necessidade da austeridade que estamos a viver e porque ela ainda será maior no futuro.


Ora bem... o problema é conter os gastos com, entre outras coisas, os pagamentos dos juros.
Como a austeridade não tem funcionado, o aumento de impostos já não equivale a um aumento de receita, porque não renegociar os juros? Porque havemos de pagar 4% quando muito outros países europeus pagam 1%? É do interesse de todos que Portugal pague. Não estou a falar de um haircut, mas sim uma renegociação de juros, apenas. O montante iria ser pago na integra, mas com juros mais "lógicos" e justos.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 685
Registado: 12/9/2011 14:15
Localização: Porto

por JMHP » 2/10/2012 10:19

Renegade Escreveu:
JMHP Escreveu:
Renegade Escreveu:Basicamente achas que é cortando salários, aumentando impostos e despedir pessoal que vamos pagar a divida e ficar felizes.

Não precisamos deste género de ajustamento. Está à vista de todos que é violento demais. Precisamos de algo a longo prazo. Um programa de 3-4 anos é demasiado curto e nunca terá sucesso. Precisamos de muito mais tempo para o ajuste ser sustentável.


Se existirem credores disponíveis para arriscar na nossa divida e a suportar o nosso nível de vida actual... Tudo bem.

Em Setembro de 2013 quando terminar ajuda externa (Troika), logo veremos de onde vem essa misericórdia.

Se a austeridade te faz confusão ao não compreendes a necessidade, esquece os pontos que mencionei e pensa na forma e como parar o crescimento da nossa divida externa em 120% do PIB... Apenas dois anos atrás estava ultrapassar a barreira dos 100%!


Como parar? Não vamos parar para já. É impossível. Os pagamentos de juros vão ser pesar muito nos próximos anos, pelo que temos que nos continuar a endividar para os pagar. Podiamos era tentar pagar menos - pedir que os juros fossem mais baixos (passar de 4% para 3% ou 2%). Pagavamos na mesma o que deviamos, mas poupavamos 1 ou 2 milhares de milhões.
Este ajuste não vai acabar em 2013! Vai demorar muitos anos! Deviam prolongar o ajustamento de modo sustentável e reduzir as taxas dos empréstimos! É a única maneira possível! Já a Dª FMI veio dizer que a meta do défice afinal podia ter menos importância e devia-se esforçar mais por implementar as alterações e ajustamentos necessários às economias.



Ontem, ouvi o Medina Carreira na TVI24 dizer que o pagamento de juros da nossa divida publica (10 mil milhões Euros) este ano já ultrapassa a despesa da Saúde em Portugal.

Se isto não é motivo para a austeridade que estamos a viver.... Não sei mais o que possa acontecer para as pessoas entenderam a necessidade da austeridade que estamos a viver e porque ela ainda será maior no futuro.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por _urbanista_ » 2/10/2012 10:07

Paulo Núncio concedeu benefícios fiscais a grupos económicos ao arrepio da IGF

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=581785
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 488
Registado: 29/6/2009 12:38
Localização: 20

por Renegade » 2/10/2012 9:55

JMHP Escreveu:
Renegade Escreveu:Basicamente achas que é cortando salários, aumentando impostos e despedir pessoal que vamos pagar a divida e ficar felizes.

Não precisamos deste género de ajustamento. Está à vista de todos que é violento demais. Precisamos de algo a longo prazo. Um programa de 3-4 anos é demasiado curto e nunca terá sucesso. Precisamos de muito mais tempo para o ajuste ser sustentável.


Se existirem credores disponíveis para arriscar na nossa divida e a suportar o nosso nível de vida actual... Tudo bem.

Em Setembro de 2013 quando terminar ajuda externa (Troika), logo veremos de onde vem essa misericórdia.

Se a austeridade te faz confusão ao não compreendes a necessidade, esquece os pontos que mencionei e pensa na forma e como parar o crescimento da nossa divida externa em 120% do PIB... Apenas dois anos atrás estava ultrapassar a barreira dos 100%!


Como parar? Não vamos parar para já. É impossível. Os pagamentos de juros vão ser pesar muito nos próximos anos, pelo que temos que nos continuar a endividar para os pagar. Podiamos era tentar pagar menos - pedir que os juros fossem mais baixos (passar de 4% para 3% ou 2%). Pagavamos na mesma o que deviamos, mas poupavamos 1 ou 2 milhares de milhões.
Este ajuste não vai acabar em 2013! Vai demorar muitos anos! Deviam prolongar o ajustamento de modo sustentável e reduzir as taxas dos empréstimos! É a única maneira possível! Já a Dª FMI veio dizer que a meta do défice afinal podia ter menos importância e devia-se esforçar mais por implementar as alterações e ajustamentos necessários às economias.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 685
Registado: 12/9/2011 14:15
Localização: Porto

por alexandre7ias » 2/10/2012 3:53

Inquérito por insulto a Passos

02-10-2012 1:00:00
Pedro Afonso, aluno de 20 anos do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) que, na quarta -feira, insultou o primeiro-ministro e foi abordado pelo chefe de segurança de Passos Coelho para sair do edifício do instituto vai ser alvo de processo disciplinar, garantiu o presidente do ISCSP, Manuel Meirinho.

Antes de assumir a presidência do ISCSP, Manuel Meirinho foi cabeça-de-lista do PSD pelo distrito da Guarda nas últimas eleições. O estudante já afirmou que se Meirinho fosse "outra figura, de outro partido, as coisas poderiam ser diferentes". O CM contactou o aluno, que recusou prestar mais declarações.

A Associação de Estudantes do ISCSP já saiu em defesa de Pedro. "Consideramos lamentável que um membro da equipa de segurança do chefe de Governo reaja de forma tão intempestiva e num tom autoritário e agressivo dentro do espaço que pertence, antes de mais, aos alunos". A associação lamenta que a direcção do ISCSP "não tenha intercedido no sentido de impedir que o aluno fosse transportado para fora da faculdade e obrigado a identificar-se num sítio onde não cometeu o alegado acto injurioso". O CM solicitou um esclarecimento ao presidente do ISCSP, mas sem sucesso.
.

O Pedro olha o que tu andas a fazer!
O Sol brilha todos os dias, os humanos é que não!
Android Mobile
Imagem
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3732
Registado: 24/2/2005 19:41
Localização: Maia

por JMHP » 2/10/2012 1:00

Mais um "prego no caixão"... É sempre assim que estas coisas começam a pensar no "social" e mais tarde numa despesa para o Estado ver-se aflito de se livrar... :roll:

Estes políticos nunca aprendem, nem as ex-Scuts servem de lição.... :wall:

Governo quer criar tarifa social no preço da água

Durante uma cerimónia para assinalar o Dia Nacional da Água, que se comemora nesta segunda-feira, a ministra da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território salientou a necessidade de introduzir benefícios sociais na água, no seguimento de uma medida da Empresa Pública de Águas Livres (EPAL) para atribuir um desconto a famílias carenciadas de Lisboa.

"É intenção do Governo, na proposta da lei orgânica da entidade reguladora que irá mandar para o Parlamento, prever que se passe a considerar um tarifário social dentro de todas as tarifas que venham a ser fixadas ou recomendadas pela entidade", disse Assunção Cristas aos jornalistas à margem do evento.

A ministra considerou ser importante em altura de crise "acomodar as situações de maior dificuldade", tendo uma "sensibilidade social nas tarifas", uma vez que a água "é um bem imprescindível" e que "as pessoas não podem deixar de ter água de qualidade nas suas casas".

Assunção Cristas admitiu que a introdução desta tarifa social "ainda não será possível para o próximo ano", uma vez que o desenho da medida "precisa de ser avaliado, sinalizado e desenvolvido pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos [ERSAR]", tendo a EPAL como precursora do tarifário.

O presidente da EPAL, Luís Sardinha, disse à Agência Lusa à margem da cerimónia que a empresa está a "estudar uma tarifa social genérica" a propor à tutela em breve, que funcionará com base num desconto "significativo" a ser aplicado na factura final da água consoante as necessidades do agregado familiar.
Questionada sobre se o preço da água vai aumentar em 2013, Assunção Cristas respondeu que se "vai ver", esperando ser o último ano em que cabe ao ministro do Ambiente fixar as tarifas.

"Depois a partir do próximo ano, com o reforço dos poderes da ERSAR, já será a ERSAR a fazer essa fixação e cumpre-nos a nós - Governo - dar as linhas gerais que devem depois orientar a fixação dessas tarifas", explicou.

http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/notic ... co-da-agua
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por JMHP » 2/10/2012 0:47

PT_Trader Escreveu:
JMHP Escreveu:Eu creio que tu nem te dá ao trabalho de ler o que aqui se escreve quanto mais as noticias e artigos.

Por aqui termino esta discussão contigo... Não vale a pena chover no molhado.


Nem me dou ao trabalho?

Tu é que estás constantemente com os mesmos argumentos e patetices sem nexo,com mania de Professor e com os argumentos da praxe, e cada vez que quero aprofundar a discussão contigo, sais logo do barco. Não queres enfrentar a realidade dos números, não queres enfrentar a big picture da situação.

Já ouviste falar do JP Morgan?! Devias, pq estamos, sobretudo, perante uma crise de confiança.


PT_Trader... Tu em apenas um post conseguiste concordar ou compreender a observação do Migluso relativamente à crise de Espanha que é idêntica à minha... Estamos conversados.

Boa noite e passa bem!
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por migluso » 1/10/2012 23:44

PT_Trader Escreveu:Tal como também disse, se as mesmas medidas fossem aplicadas na Alemanha, a dívida em % do PIB também iria aumentar consideravelmente. Não há milagres.


Sim, e esse facto está previsto nos programas, que não funcionarão se passados 2 ou 3 anos não houver crescimento.

O crescimento sustentado no crédito ao consumo e à obra pública acabou.
E ainda bem. Há 10 anos, quando começamos a divergir em relação à Europa, que ficou evidente que esse modelo de crescimento não funciona.

O Cavaco e o Guterres "esgotaram o retorno marginal do capital" investido em obra pública. Depois desses dois foi sempre a descer. Por cada euro investido em obra pública a partir do ano 2000, o retorno deve ter sido praí de 30 cêntimos.

Tu és contra as medidas de ajustamento, que valem 78 mil milhões a 7-20 anos, com uma taxa de juro entre 3,5% e 4,5% (salvo erro).

As medidas de ajustamento visam corrigir os défices externo e público. Há várias combinações para se fazer isso.

Defendes o quê para atingir aqueles objectivos?
Mais dívida? Renegociação da dívida pública detida pelo sector privado (o que acontecerá à capitalização da SS e aos bancos portugueses)? Mais tempo? Juros mais baixos?

Ou defendes uma determinada combinação de aumento de impostos e redução de despesa, ao mesmo tempo que se implementam reformas que potenciem o crescimento?

É aqui, nas reformas necessárias para o crescimento, que temo que Portugal falhe. É o mais difícil, pois depende de factores muito mais difíceis de prever, quanto mais controlar, por parte dos governos.

Na minha opinião, devemos aprofundar o programa de privatizações, incluindo a CGD, e há muito que já deveria estar no terreno um programa agressivo para atrair IDE "físico" para o país.

PT_Trader Escreveu:Um dado interessante, sabes quantos vezes, nos últimos anos, a Alemanha furou o PEC? Depois compara com a Espanha...


A Alemanha e os bancos alemães também têm culpa no cartório.
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3146
Registado: 16/11/2009 18:45
Localização: Porto

por PT_Trader » 1/10/2012 22:41

migluso Escreveu:
PT_Trader Escreveu:
Eu trouxe o exemplo da Espanha, porque estão e vão ser aplicadas medidas semelhantes às nossas, quando eles têm uma dívida relativa INFERIOR à Alemã...



Espanha deverá terminar este ano (ou o próximo, não tenho a certeza) com uma dívida em % do PIB superior a 90% e o défice superior a 7%. É óbvio que precisa tomar medidas.

Eu creio que o que revolta verdadeiramente os espanhóis é esta crise dever-se, essencialmente, a um sistema bancário semi-falido que precisa de um bailout do Estado.

Compreendo muito melhor a revolta dos espanhóis do que a dos portugueses ou dos gregos.


Tudo bem, e a continuar assim até pode estar nos 150% daqui a 2 anos.

O que eu quis dizer é que chegaram a esta situação, devido em grande parte às medidas que estão a ser aplicadas.

Tal como também disse, se as mesmas medidas fossem aplicadas na Alemanha, a dívida em % do PIB também iria aumentar consideravelmente. Não há milagres.

A parte final do teu comentário tb tem contribuído para o agravar desta crise. É certo que todos, uns mais que outros, têm culpa no cartório, mas não estamos em tempos de ajustes de contas e de elevar a moralidade para justificar a aplicacao destas medidas aos periféricos.

Um dado interessante, sabes quantos vezes, nos últimos anos, a Alemanha furou o PEC? Depois compara com a Espanha...
 
Mensagens: 1191
Registado: 20/6/2011 21:48
Localização: 16

AnteriorPróximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Google [Bot], LionHeart, Shimazaki_2 e 142 visitantes