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Caldeirão da Bolsa

Bruxelas quer mulheres a administrar empresas

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Jolly Roger » 5/9/2012 22:59

Elias Escreveu:Confesso que acho notável a quantidade de pessoas que defendem que a escolha deve ser pelo mérito e não pelo sexo... como se neste país a escolha das pessoas para os lugares de responsabilidade realmente acontecesse com base no mérito...:roll:

Infelizmente os critérios de escolha que prevalecem cá no burgo têm muito pouco a ver com mérito e muito a ver com variados tipos de favor (partidários, familiares, de amizade, corporativistas, pagamento de outros favores, etc.). E para permitir este tipo de tratamento, introduzem-se sistemas de avaliação dos candidatos e dos trabalhadores com base em critérios muito subjectivos (logo facilmente sujeitos ao livre arbítrio de quem avalia), de modo a que a suposta isenção não possa sequer ser questionada.

Não estou com isto a defender as quotas, mas por favor não vamos fingir que o mérito é realmente o primeiro critério de escolha neste país - mesmo não havendo quaisquer quotas - porque decididamente NÃO É. E esta é uma das razões pelas quais em Portugal se promove a mediocridade em detrimento da excelência. Com ou sem quotas.


Irrelevante.
A pretensão da medida é para toda a União Europeia.

O que tu apontas é um caso particular que nada acrescenta nem legitima a medida por si só.
O que devia estar em causa é se a medida faz sentido, se é legítima e se é útil para aqueles a quem se destina.

As más particularidades portuguesas vêm de longe e extravazam muito para lá deste tema.

E ainda que nos assentasse que nem uma luva, estaria aqui a pegar em armas contra um grupo de burocratas que eu não elegi e que se arrogam o direito de vir mandar dentro da minha casa e dos quais não me posso livrar.
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por Elias » 5/9/2012 22:18

Confesso que acho notável a quantidade de pessoas que defendem que a escolha deve ser pelo mérito e não pelo sexo... como se neste país a escolha das pessoas para os lugares de responsabilidade realmente acontecesse com base no mérito...:roll:

Infelizmente os critérios de escolha que prevalecem cá no burgo têm muito pouco a ver com mérito e muito a ver com variados tipos de favor (partidários, familiares, de amizade, corporativistas, pagamento de outros favores, etc.). E para permitir este tipo de tratamento, introduzem-se sistemas de avaliação dos candidatos e dos trabalhadores com base em critérios muito subjectivos (logo facilmente sujeitos ao livre arbítrio de quem avalia), de modo a que a suposta isenção não possa sequer ser questionada.

Não estou com isto a defender as quotas, mas por favor não vamos fingir que o mérito é realmente o primeiro critério de escolha neste país - mesmo não havendo quaisquer quotas - porque decididamente NÃO É. E esta é uma das razões pelas quais em Portugal se promove a mediocridade em detrimento da excelência. Com ou sem quotas.
 
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por mais_um » 5/9/2012 22:10

Pata-Hari Escreveu:
Mais_um, essa coisa da igualdade dos homens e nas mulheres no papel educativo e de cuidado das crianças é a maior balela que já ouvi. Eu até já defendo que as mulheres deveriam ser educadas para a realidade: são e serão elas as responsáveis pelos filhos. Existem excepções, mas a regra é que os homens simplesmente não estão lá quando são precisos. Mais vale portanto educar e preparar as mulheres para realidade das coisas.



Humm....eu nem falei nisso! :shock: :shock:

Apenas provei que a maioria das mulheres escolhem cursos que as afastam de posições de gestão. Vais me dizer que a culpa é dos homens? :shock:

Sobre o papel dos pais na educação nos filhos, cada vez há mais homens a partilhar em igualdade ou mesmo a assumir sozinhos esse papel.

Mas até concordo que as mulheres assumem esse papel a maior parte das vezes, até porque quando há divórcios normalmente sãos as mulheres que impedem os homens de ficar com os filhos, conheço alguns casos desses.
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por artista1939 » 5/9/2012 21:47

Eu também engomo roupa, limpo a casa, faço a cama, lavo pratos, cozinho... deverei ter tratamento especial? É isso; vamos criar uma lei que imponha às empresas uma quota para todos os tipos que fazem trabalho doméstico, para além de cumprirem com destaque as suas funções profissionais.

Acho que estamos a sair do objecto de discussão.
Penso que todos aqui já estamos um pouco à frente da discussão sobre o voto da mulher e coisas que tais.

Não me parece ser justo ou até moral existirem quotas de acordo com o género/sexo, especialmente num estágio de evolução como sociedade, onde o normal seria as pessoas (sejam homens ou mulheres) desprezarem e abominarem qualquer tipo de favoritismo, ainda que legislado!, que não fosse atribuído pelo mérito.

No meu entender, este tipo de medidas torna o objecto de protecção ainda mais indefeso/fragilizado.
disclaimer: isto é a minha opinião, se não gosta ponha na beira do prato. Se gosta e agir baseado nela, quero deixar claro que o está a fazer por sua única e exclusiva conta e risco.

"When it comes to money, the level of integrity is the least." - Parag Parikh

* Fight club sem nódoas negras: http://artista1939.mybrute.com
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por Jolly Roger » 5/9/2012 20:48

Pata-Hari Escreveu:amigos da bolsa, e a igualdade dos direitos dos negros nos estados unidos? não teve que ser por lei? o que digo é que por vezes, quando as mais básicas regras da justiça e da equidade não são respeitadas, somos obrigados a impor por força.


Estás a confundir duas coisas diferentes.

Uma coisa é reconhecer que um regime é desequilibrado e discrimina pessoas por questões de raça, sexo, religião etc.. A partir daí pode-se legislar no sentido de criar igualdade de oportunidades e dar aos discriminados os direitos que não têm.

Outra coisa é depois de removidas as discriminações da sociedade por via normativa ou legislativa, impôr quotas para alegadamente repôr um equilibrio cujas causas não advêm já da discriminação, mas que são de outra natureza.

Dito de outra maneira:

Se eu posso fazer corridas e tu não podes apenas porque és mulher, então é legítimo que eu te ceda o direito de estares na linha de partida ao meu lado.

Outra coisa diferente é eu ter de saír da linha de partida para ires para lá tu, porque há uma norma que o impõe, ou mesmo que eu não tenha de saír, tu possas ganhar-me porque tens direito a ganhar por quota independentemente de eu ser mais rápido que tu ou não.

Falta substância à tua retórica.
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para resultados destes.. pouco interessa a competencia

por mcarvalho » 5/9/2012 20:39

dedicação ou sensibilidade

cito


Gestores públicos portugueses andaram a jogar no casino dos derivados tóxicos 16 mil milhões de euros, e perderam-NOS potencialmente 2,5 MIL MILHÕES !!!

E não vão para a cadeia??? São inimputáveis como o Sócrates e como o PS??? Que diz a isto o pascácio Seguro? Nada, imagino. Prefere os floreados mariquinhas com a Troika!

Barroso, Merkel e Draghi tomem conta desta ***** quanto antes !


OAM



Helena Garrido: "Como revela o Negócios, as empresas do sector empresarial do Estado realizaram um conjunto de contratos de derivados financeiros, avaliados em 16 mil milhões de euros – quase dez por cento do PIB – que em Junho registavam perdas potenciais de cerca de 2,5 mil milhões de euros, ou seja, quase 16% do valor dos contratos. A esmagadora maioria dessas perdas estão em duas empresas: o Metro de Lisboa e o Metro do Porto. E boa parte dos contratos foram assinados pouco depois de se ter desencadeado a crise, em 2008, e tinham como objectivo proteger a empresa do que os gestores da altura consideraram ser um risco de subida da taxa de juro. Como as taxas de juro desceram, em vez de subirem, como antecipavam os gestores, neste momento têm de pagar aos bancos a diferença e, no fim do contrato, poderão ter de registar as perdas remanescentes. Mas, além desses contratos, há outros que são puras aplicações e aumentam o risco a que as empresas estão expostas."


Link: http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... 76551&pn=1 (via shareaholic.com
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por atomez » 5/9/2012 20:32

Ui, isto é um tema delicadíssimo e nem queria dizer nada, mas...

A questão básica, na mho, é que os critérios de seleção e nomeação de cargos dirigentes, em especial nas empresas quer privadas quer públicas, tem muito mesmo muito pouco que ver com competência ou capacidade. Esses fatores também contam mas são secundários. O principal acima de todos é uma questão de confiança pessoal entre os dirigentes, quer a nivel individual quer do grupo. São como que um clan, ou uma família alargada.

Há ali relações de confiança e também até de conluio e cumplicidade entre homens que não é possível que existam entre homens e mulheres. O à vontade é diferente, o que se diz é diferente, as insinuações são diferentes. Se há mulheres num grupo as relações tornam-se logo aparentemente mais cautelosas, "politicamente corretas". E quer se queira quer não há sempre, embora muito bem dissimulada, uma tensão de cariz sexual que impede que as pessoas sejam tão abertas e diretas como entre os pares, por receio que as coisas possam ser mal interpretadas.

Por isso uma mulher, ou mais em geral alguém que não faça parte do "grupo", tem sempre barreiras invisíveis pela frente.

So´se as empresas fossem organizadas estritamente por critérios objetivos e racionais é que talvez as coisas pudessem mudar. Mas isso era mudar por completo a cultura enpresarial e não sei se o resultado seria melhor.

Curiosamente há algumas áreas em que as mulheres e minorias conseguem singrar um pouco mais alto porque têm regras de seleção muito concretas e objetivas, como o caso das forças armadas. Quem diria.

Se essa igualdade de oportunidades se pode impôr por lei, não faço ideia. Mas por natureza sou contra qualquer tipo de imposições desse género. O poder, o verdadeiro poder, não se atribui. Tem de ser conquistado.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por Pata-Hari » 5/9/2012 20:11

amigos da bolsa, e a igualdade dos direitos dos negros nos estados unidos? não teve que ser por lei? o que digo é que por vezes, quando as mais básicas regras da justiça e da equidade não são respeitadas, somos obrigados a impor por força. Aliás, é mesmo assim que se educam crianças. Uma vez entendido o conceito, a justiça torna-se a normalidade e não tem que ser imposta.

Mais_um, essa coisa da igualdade dos homens e nas mulheres no papel educativo e de cuidado das crianças é a maior balela que já ouvi. Eu até já defendo que as mulheres deveriam ser educadas para a realidade: são e serão elas as responsáveis pelos filhos. Existem excepções, mas a regra é que os homens simplesmente não estão lá quando são precisos. Mais vale portanto educar e preparar as mulheres para realidade das coisas.

Mais uma vez repito, ao longo dos anos, fui mudando de opinião. Mudei nestes dois temas que acabo de referir. É a minha opinião, aos 42 anos. Oposta à que tinha aos 30 por demasiada exposição à realidade das coisas. E por favor note-se que não se trata sequer de um queixume. Sei bem como contornar tudo isto e conseguir o que quero. Basta mudar de emprego (o que não é assim tão dificil) . O lugar que tenho e o que faço são escolhas minhas, conscientes, ponderadas pelo quanto valorizo os vários factores (estatuto, dinheiro, lifestyle, localização, gozo pelo trabalho que faço, conforto, etc) e tendo em conta os defeitos dessas escolhas. Não se trata de um queixume. Trata-se de uma constatação do que é a realidade que é simplesmente errada e injusta.

Naturalmente, entendo que outras pessoas tenham outras opiniões, eu também já as tive.
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homem

por mcarvalho » 5/9/2012 17:32

http://pt.wikipedia.org/wiki/Homem


....................


mulher + homem = empresa familiar
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mulher

por mcarvalho » 5/9/2012 17:28

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por Jolly Roger » 5/9/2012 17:21

Pata-Hari Escreveu:
A frase é digna de um ditadura.
E o pretexto é desprezível - o mito da desgraçadinha, da coitadinha, da mulher eternamente discriminada e explorada levado ao seu máximo expoente. Mulher essa que hoje pode fazer o que quiser e chegar onde quiser. É só querer.



Digna de ditadura é aceitar que as mulheres sejam discriminadas e que isso seja normal. A seguir vais achar normal as burkas e mais umas tantas atrocidades e dizer que é ridiculo legislar contra.

E MITO?! só podes estar a brincar. Percebes o que os números significam, ou não? a realidade está nos números. MITO é acreditar que não existe uma gigantesca descriminação das mulheres.


Percebo o que os números significam e sei que os números muitas vezes apenas significam aquilo que nos dá jeito que signifiquem.

Já não estamos no século XIX. Já ninguém impede nenhuma mulher de fazer nada que ainda há algumas décadas era visto como coisa apenas de homens.

E ainda a propósito de números, eles provavelmente também dirão que nos conselhos de administração não há coxos, nem vesgos, nem manetas, nem paraplégicos, nem panilas, nem pretos, nem índios, nem esquimós, nem tipos com paralesia cerebral e por aí adiante, em percentagem significativa. Partir disso para concluír que todos eles são vítimas de descriminação é completamente aberrante. Impôr quotas por decreto para corrigir isso é outra aberração.

Uma última referência apenas para dizer que as empresas europeias estão extremamente pujantes e cheias de saúde para responderem com multas e sanções a um decreto desta natureza, como atesta o crescimento económico que a Europa está a ter. Os países asiáticos que não inventam porcarias destas agradecem e recebem sempre as empresas deslocalizadas de braços abertos. Entretanto vamos coleccionando desempregados.
Esta Comissão Europeia é composta por gente doente.
Editado pela última vez por Jolly Roger em 5/9/2012 17:32, num total de 1 vez.
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por mais_um » 5/9/2012 14:44

Pata-Hari Escreveu:No meu curso de economia da nova diria (a olho) que eram metade homens e metade mulheres.



A questão primordial residiria então, e já neste período, nas áreas do
conhecimento maioritariamente procuradas pelas raparigas: se mais de 70%
das universitárias escolhia as Humanidades e as Artes como domínio de
prosseguimento de estudos, pouco mais de 10% o fazia nos domínios das
Engenharias.

(...)

Assim, concluíamos nós, de acordo
com os dados das Estatísticas da Educação do INE, que em 1986-1987,
(…) embora a percentagem de mulheres inscritas no ensino superior
[seja] igual à dos homens, elas encontram-se sub-representadas em áreas
consideradas estratégicas, como as Engenharias, a Arquitectura (...),a Gestão. Ao mesmo tempo, continuam a deter uma percentagem muito
relevante nas áreas de especialização tradicional feminina, como Letras,
Ciências da Educação, Saúde, Informação e Documentação.

(...)

No entanto, e ainda segundo a
CIG (2007), continuavam a verificar-se nas saídas deste último grau de
ensino os enviesamentos de género que, desde o início, temos referido como
marcando persistentemente as escolhas de áreas de estudo: as taxas de
feminização atingiam máximos em domínios como o da Educação (86,3%),
Saúde e Protecção Social (79,8%) e, agora um pouco mais atenuadamente,
Artes e Humanidades (66,5%), enquanto resistiam a sair da casa dos trinta
por cento nas Engenharias (33,4%).



http://www.cite.gov.pt/asstscite/downlo ... TE_NET.pdf

Agora diz-me, se as mulheres na sua maioria não escolhem cursos que as podem levar ao assumir cargos de gestão, como queres que elas estejam representadas na mesma forma que os homens?
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por PT_Trader » 5/9/2012 14:36

Ah, esqueci-me de referir que qualquer medida deste género seria inconstitucional... Num anúncio de recrutamento é proibido referir o género pretendido, apesar de muitos anúncios o fazerem, como as lojas dos centros comerciais (onde aparece sempre sexo feminino) :twisted:
 
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por pdcarrico » 5/9/2012 14:11

Por princípio sou a favor de quotas. Seja de mulheres, indígenas, pobres, ou qualquer outras coisa, desde que estatisticamente se comprove uma correlação evidente entre uma característica física e um nível social.

Mas acho que quotas são mais viáveis para cargos públicos (ou até acesso à universidade) e menos para empresas privadas. Mas não quer dizer que tb não seja a favor de quotas em empresas.

O meu ponto é: se uma determinada sub-população tem uma desvantagem (seja cultural, seja histórica), essa desvantagem deve corrigida. E quando for corrigida, então a quota deixa de fazer sentido.

Onde eu vivo existem quotas para negros na universidade. E eu sou a favor não por dívida histórica, mas sim porque ser negro no Brasil ainda é, em termos médios, uma característica que retira possibilidades. E das duas uma - ou são menos capacitados (o que me parece que ninguém de bom senso vai defender) ou então há uma distorção que se deve corrigir. Curiosamente uma das argumentações contra as quotas era a possibilidade de deterioração do nível dos alunos - não só não se verificou como aliás os quotistas eram mais dedicados, esforçados e melhores alunos.

Uma vez corrigida a distorção (aqui pede-se ajuda à estatística) a quota deve extinguir-se
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por mais_um » 5/9/2012 13:54

Pata-Hari Escreveu:E sim, é melhor ser por lei do que deixar que a injustiça e ilegalidade se perpetue.



Qual injustiça? Não me recordo de ler ou ouvir de uma mulher que não foi escolhida para um cargo de administradora não-executiva pelo facto de ser mulher.

Já agora, segundo este estudo, em Portugal 30% dos cargos de gestão (em todas as hieraquias)são ocupados por mulheres:

http://www.informadb.pt/img/EstudosInfo ... _Mar11.pdf



Qual ilegalidade?
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por mais_um » 5/9/2012 13:39

Pata-Hari Escreveu:Mais_um, o que raio tem a empregada a ver com a história, altera-a? achas que é igual ou comparável viver sozinho e estudar a tomar conta de três crianças abaixo de três anos, trabalhar full time E estudar!?

(agora vou trabalhar, se não se importam)


A ou (as) empregadas fazem a diferença. Tu referes as crianças como sendo um handicap. E estás a valorizar a medica ao referir isso (sim, a tua referência não foi inocente). O que eu questionei foi, se o facto de os 3 filhos implicarem um esforço adicional é real ou propagandistico, porque conheço casos de mulheres que tiraram o seu curso superior em areas com empregabilidade e que preferem ficar em casa, a viver à sombra dos maridos, com filhos e com empregadas para tudo e mais alguma coisa. E também conheço situações de mulheres que são autenticas heroinas (mas sem empregadas..).

Para que fique claro, não estou questionar a capacidade e os direitos das mulheres, apenas sou contra as quotas, de mulheres ou de qualquer outro grupo.
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por AmigosdaBolsa » 5/9/2012 13:13

Pata-Hari Escreveu:Não, querido, lavava e engomava enquanto dava consultas em full time.

No meu curso de economia da nova diria (a olho) que eram metade homens e metade mulheres.

E sim, é melhor ser por lei do que deixar que a injustiça e ilegalidade se perpetue. Aliás, eu diria que já é tempo dos incompetentes pararem de ser promovidos preterindo melhores candidatos(as), se quiseres ver as coisas assim.


Desculpa mas não concordo com o que dizes. Não discordo que as mulheres devam ter as mesmas oportunidades e que são igualmente inteligentes (julgo que ninguém discute isso), e em muitos casos até mais.

Agora dizer que é ilegal não se colocarem o mesmo número de mulheres em cargos de chefia é que está completamente errado.

Confundir o direito ao voto com a obrigatoriedade de ter quotas nos cargos de chefia é que não lembra a ninguém. As mulheres têm tanto o direito ao voto como têm o direito a exercer cargos de chefia, se lá não estão é porque quem escolhe não quer (não interessa os motivos) e tem o direito de escolher o que considera a melhor opção para a gerir a sua empresa.

Quotas?!? Talvez seja melhor criar quotas para todos os grupos então.

Ou vivemos em liberdade ou não.
 
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Ò pata

por Iniciado » 5/9/2012 12:54

Ò Pata estás a ser injusta , não é só lavar e engomar... :shock: è tambem cozer as meias :mrgreen: .
Desculpa .....foi mais forte que eu
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por Elias » 5/9/2012 12:48

Pata-Hari Escreveu:Cada resposta que leio confirma que os homens acham que as mulheres devem ficar como estão, estão bem a lavar e a engomar e a serem preteridas sempre e que o melhor é mesmo deixar a injustiça continuar para sempre, até porque os beneficia.


A minha opinião deixei-a no post de abertura. Eu não sou contra as quotas, mas sou contra que os governantes venham pôr-se a arrumar a casa dos outros antes de arrumarem a sua.

Porque é que no parlamento europeu não há 50% de mulheres?
Porque é que na comissão europeia não temos metade das comissárias do sexo feminino?
Porque é que nos governos e nos parlamentos dos países membros não temos 50% de mulheres?

Para mim a resposta é só uma: os partidos e os governantes não acreditam nas virtudes da paridade que andam a apregoar e embora defendam a aplicação dessa regra para os outros, continuam a preferir escolher maioritariamente homens para os seus elencos governativos e legislativos.

Acontece que não tenho muita paciência para bullshit (aliás, cada vez tenho menos). E como esta proposta de impor quotas na administração das empresas tresanda a bullshit de uma ponta a outra, não a posso apoiar. Admitirei rever a minha posição no dia em que houver 50% de mulheres nos órgãos governativos europeus e dos vários países membros (ou pelo menos na maioria deles). Deitar sentenças sobre o que os outros devem fazer é muito bonito mas liderar pelo exemplo é uma chatice...
 
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por Pata-Hari » 5/9/2012 12:38

Cada resposta que leio confirma que os homens acham que as mulheres devem ficar como estão, estão bem a lavar e a engomar e a serem preteridas sempre e que o melhor é mesmo deixar a injustiça continuar para sempre, até porque os beneficia.

Mais_um, o que raio tem a empregada a ver com a história, altera-a? achas que é igual ou comparável viver sozinho e estudar a tomar conta de três crianças abaixo de três anos, trabalhar full time E estudar!?

(agora vou trabalhar, se não se importam)
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por Pata-Hari » 5/9/2012 12:34

Não, querido, lavava e engomava enquanto dava consultas em full time.

No meu curso de economia da nova diria (a olho) que eram metade homens e metade mulheres.

E sim, é melhor ser por lei do que deixar que a injustiça e ilegalidade se perpetue. Aliás, eu diria que já é tempo dos incompetentes pararem de ser promovidos preterindo melhores candidatos(as), se quiseres ver as coisas assim.
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por Elias » 5/9/2012 12:33

 
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por mais_um » 5/9/2012 12:27

Pata-Hari Escreveu:A mulher dele ficou em Portugal, com 3 crianças de menos de 3 anos, era médica e exercia e estava a estudar para o exame da especialidade (onde entrou no que escolheu). Entretanto fez já o doutoramento, , e tem ganho inúmeros prémios de investigação na sua área.




E empregada? Não tinha? :roll: :roll:
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por mais_um » 5/9/2012 12:24

Esta história das quotas das mulheres nos CA(aparentemente é apenas para cargos não-executivos e não é para todas as empresas) é uma grande palhaçada.

As empresas vão ser melhor geridas devido à medida? Não me parece. A eventual descriminação vai acabar? Não me parece.

Se eu ocupasse um determinado cargo devido ao facto de ser imposto por uma quota e não por mérito não me sentira propriamente feliz e contente.

Já agora seria interessante saber qual a percentagem de mulheres, dos alunos que acabam os cursos de gestão/economia, será que são 40%?

No IST, apenas 25% dos alunos são do sexo feminino, (embora o IST possa não representar a realidade no país) fazia sentido impôr uma quota de cargos de engenharias de 40% para mulheres?
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por Elias » 5/9/2012 12:04

Senegal makes headway on gender equality – but not everyone is happy
A gender parity law has given women a significant parliamentary presence, but critics claim they've not been chosen on merit

In March, Senegal came of age as a democracy. After 12 years in office, the country's 86-year-old president, Abdoulaye Wade, ceded electoral defeat to his popular rival Macky Sall. The republic had proved it was capable of managing democratic transitions of power.

On 1 July, elections to the national assembly – the lower of Senegal's two French-style legislative bodies – confirmed Sall's victory, with his Benno Bokk Yakaar (BBY) coalition comfortably beating Wade's Parti Démocratique Sénégalais (PDS).

But as the new government settles down to business, it is becoming clear that this year's elections have been more than a test for democracy in the west African country. Sixty four of the 150 new representatives in the national assembly are women, a development cited as a landmark step towards gender equality.

"Having this record number of female parliamentarians is excellent not only for women in Senegal but in the entire sub-region," said Hawa Ba, Senegal officer at the Dakar-based Open Society Initiative for West Africa.

In 2010, Senegal's gender parity law came into force, which requires political parties to ensure that at least half their candidates in local and national elections are women. The law is viewed by many as a necessary step to force change in a country with complex gender dynamics, influenced by traditional customs and beliefs, Islam and French colonialism. More than half of Senegal's 12.5 million population is female and although women have long organised at a local level, forming co-operatives and associations to improve access to public services, this has not translated easily into power at parliamentary level.

"This high representation will raise self-esteem among women in a predominantly male-dominated society where politics is largely viewed as a man's business," said Ba. "For young girls, the image of a parliament in which women are a significant majority clearly illustrates the limitless bounds of opportunities and the possibility of access to any sphere of [the] decisionmaking process."

But criticism of the parity law, and its newly felt effects on the national assembly, has been mounting in Senegal in recent weeks. El Hadji Diouf, a prominent Senegalese lawyer, has been outspoken in his condemnation, and has threatened to propose new legislation striking down the measures. "This law is an injustice. It is pure humbug coupled with political fraud," Diouf said last month. "It will slow down development. Instead, we must have the courage to tell women that they will not be given an easy route into politics as a gift [without working for it]."

Pape Diogaye Faye, chairman of the PDS in the town of Mbour in the central region of Senegal, said: "The parity law was one of the worst mistakes of the outgoing Wade government – it was a fatal blow against Senegalese democracy."

And some voters – even those who support the goal of gender equality in Senegalese politics – are concerned that candidates were not chosen on merit. "The initiative of gender parity is a good one, but I'm not sure Senegal is ready for this," said Amadou Diop, a male voter in Dakar. "Women going to the national assembly need to be better educated – I have no issue with them being elected if they are chosen based on skills, but I do have a problem with them being elected simply because they are women."

The inauguration comes at a time when jubilation in Senegal has begun to give way to the reality of governing a country facing severe development challenges. Senegal is ranked 155 out of 187 in the 2011 UNDP Human Development Index and faces not only massive youth unemployment – with 44% of its population now under 15 – but also shrinking agriculture, depleting fish stocks, persistent food insecurity and long-term infrastructure challenges.

But some in Senegal believe that women are uniquely placed to confront the country's needs. "Women parliamentarians are better placed to plead for more human socio-economic policies in Senegal," said Ba. "Women are the ones who deal, on a daily basis, [with] the reality of hard life conditions for the over 70% of the population who live below the poverty line. It is women who line up for long hours under the sun to find the precious gas, water and bread when the state fails to do what it was supposed to do to guarantee proper public services and equal access to resources."

http://www.guardian.co.uk/global-develo ... r-equality
 
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