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Caldeirão da Bolsa

Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Automech » 22/8/2012 10:01

K. Escreveu:No ano passado dediquei algum tempo a popularizar a recompra como forma de reduzir a dívida.

É uma boa estratégia quando a curva dos yields está disfuncional (as yields de curto prazo acima das de longo) pois pode ser feito paralelamente com uma estratégia de transferência das maturidades para prazos mais longos.

Por outro lado, a compra de prazos longos, apesar de aumentar a redução do valor nominal da dívida, é muito perigosa, pois transfere as maturidades para o curto prazo. No caso da Grécia foi uma das causas que precipitaram a reestruturação.


Não vejo motivos para o estado (através do IGCP) não ter executado um programa de recompras entre Maio de 2011 e Junho de 2012, enquanto os yields estiveram invertidos, dada a estratégia das finanças em alongar as maturidades. Penso eu que terá sido exactamente uma aplicação correcta do plano que levou à normalização da curva dos yields, neste caso tendo o efeito contrário ao que a compra das maturidades longas teve na Grécia. A forma como estão distribuidas as maturidades é um factor importantíssimo na estimativa do risco de default. A passagem da dívida nacional para prazos longos terá sido um factor de redução de risco. Quanto à redução do valor da dívida, terá sido reduzido, dada a baixa liquidez dos mercados. A prazo deve ser possível fazer algum tipo de acordo com o BCE para que ele ceda as mais valias nas compras que fez.

Tudo junto deve permitir uma redução da dívida de cerca de 20 mil milhões, deixando ainda assim uma dívida de 90% do PIB, que está dentro da média da UE.


Lembro-me muito bem dos teus posts naquela altura. Tinha sido um grande tiro. Existe forma de saber se foi feito ?
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por Oberon » 22/8/2012 9:55

jeab Escreveu:O que o MoneyGP apresentou está errado e deve-se argumentar de modo a corrigir, senão ficará a continuar a pensar erradamente. Um fórum serve para isso mesmo, para os foristas colocarem idéias, pensamentos, dúvidas e conhecimento, à consideração dos restantes, havendo argumentação de parte a parte de modo a haver esclarecimento dessas mesmas idéias, pensamentos, etc.

Agora o modo de argumentação é que deve ser curial e não desdenhoso ou sobranceiro.


:clap: :clap:
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Re: dúvida

por Oberon » 22/8/2012 9:51

gorgol Escreveu:
Oberon__ Escreveu:Fazendo a analogia para o caso de Estados soberanos. Entendo que uma qualquer negociação deste género (entre Estado e privados) tenha que ser considerada como um processo de reestruturação. Mas não entendo pq tenha de existir sequer negociação. Qual a razão pela qual o Estado Português não pode ir ao mercado secundário adquirir obrigações do Tesouro que emitiu anteriormente? Por outro lado, o BCE já o pode fazer. Será com certeza uma consequência legal de um qualquer racional económico subjacente. E era isso que eu gostaria de entender...


A questão é sempre de disponibilidades:

O mercado secundário não reflete o mercado global dos detentores de dívida, por isso, para recomprares uma boa tranhe tens de negociar. O BPI fez isso com sucesso, nas suas emissões de dívida.

O Estado português nao tem disponibilidade, visto o financiamento da troika é para novas emissões e pagamento das que se vencem (tudo calculado nos prazos respetivos das tranches). Tem de ter mais recursos para recomprar a emissão que se vence em 2022 (10 anos). Como se pode financiar para isso? O FEEF ou o MEE não dão.

Se se dirigisse ao um grande investidor e negociar, estava a propor uma restruturação, logo com as consequencias respetivas.

A solução passa pelos intermediários financeiros portugueses verem menos risco e ir comprando o que aparece no mercado secundário. A descida das taxas é isso que está a indicar. Não ganha o Estado mas ganham os portugueses.

O Equador recomprou a sua dívida muito desvalorizada com as receitas do petróleo que foi obtendo.

Imaginemos que o Estado poderia vender todo o ouro que temos e com esse dinheiro (17.000 milhões), recomprava dívida a dez anos, fazendo uma grande mais valia, sempre limitado à liquidez disponível.

A disponibildade é a solução, mas foi por falta dela que pedimos ajuda.

Vamos à UE pedir mais para recomprar dívida? Os luteranos chamam-nos loucos!


Repara que sempre sugeri i) compra por parte do Estado Português, ii) em pequena escala e iii) no mercado secundário (por oposição a uma negociação directa). A minha grande dúvida era se era sequer possível ao Estado Português comprar obrigações do tesouro próprias no mercado secundário.

A minha primeira ideia passava por usar os financiamentos de curto prazo para intervir de uma forma reduzida no mercado secundário. Imagina dentro do plano de financiamento de curto prazo, usar 1000 milhões para esse fim. Não seria nada que resolvesse directamente a situação do país, mas ajudava. Assim, como nenhuma reforma vai milagrosamente salvar o país, mas ajuda. Mas mencionaste o ouro (que, sinceramente, nem sequer me tinha passado pela cabeça). Porque não ter vendido o ouro em Janeiro de 2012, comprado dívida portuguesa, e voltando a comprar ouro daí a 3 ou 5 anos? Daria origem ou não a uma mais-valia?
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por Automech » 22/8/2012 9:41

mais_um, não percebi o teu comentário. A situação que descreves era a que existia até ter havido a crise das dívidas públicas, ou seja divida soberana com taxas inferiores às taxas de depósitos dos bancos (exclui-se aqui, obviamente, os depósitos promocionais).

Edit: esquece, acabei por postar ao mesmo tempo que a Pata e ficou uma mensagem com teor semelhante.
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por Pata-Hari » 22/8/2012 9:39

Eu dei a explicação técnica para quem não sabia.

Quanto às OTs portuguesas, ainda bem que assim é. Sempre foi a "normalidade" das coisas: os estados "sempre" tiveram menos riscos que as suas instituições financeiras e portanto pagaram menos que os bancos. A anormalidade da situação foi ter sucedido o inverso por uma quantidade de razões (nomeadamente os montantes disponibilizados para a banca e para a sua recapitalização que geraram temporariamente maior confiança na banca que no estado).
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Re: Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

por mais_um » 22/8/2012 9:16

Pata-Hari Escreveu:Sniper, quando as cotações estão acima do par, tens que olhar para o cupão, que numa situação normal explicará o facto face à taxa de juro. Em situações anormais, as cotações de um estado ou empresa podem cotar acima do par se, mesmo que não exista prémio face à taxa de juro, o valor da segurança for grande. É por essa razão que temos yields negativas.


Essa justificação até pode ter algum sentido para a OT alemas, mas para as OT portuguesas?

Como explicas a YTM da OT 2013 (2,9%)?
Há depositos a prazo que pagam mais do que isso (o BIg dá 3,7%) , para o mesmo prazo (1 ano), a partir de 500€, sem comissões de compra, pagamento de cupão, etc...
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Despesa Estado

por Massao1 » 22/8/2012 9:16

Um dos principais fatores da despesa do estado português tem haver muito com o crescimento desmesurado dos vencimentos dos funcionários públicos e o aumento desmesurado dos pensionistas muitos deles com reformas de um país rico.

Não esquecer que na função pública existem classe (finanças, alfandegas, notários, conservatórias) que tem anualmente 12 + 2 + 3 salários. Contudo e para bem da despesa foram retirados o subsidias e de natal aos mesmos.

Não esquecer as horas extraordinárias milionárias que se fazem nos hospitais e empresas públicas (refer, transtejo, metro, metro do porto, cgd, etc), o que origina uma massa salarial que o estado não pode suportar.

Dado a suposta inconstitucionalidade dos subsídios dos funcionários públicos e não concordando com o aumento fiscal na privada (não esquecer a diminuição dos vencimentos privados acrescido do aumento brutal do desemprego) a forma mais razoável da diminuição da despesa pública é diminuir definitivamente os vencimentos dos funcionários públicos (TB empresas publicas - CGD, REFER, METRO, etc) em 20%.

Pode doer aos funcionários públicos, mas é a medida mais correta. Assim repoisem os subsídios e diminuísse os vencimentos de todos aqueles que auferem vencimentos e apoios do estado—
Não faz sentido que os colégios privados que têm apoio do estado não sejam considerados neste processo de diminuição da despesa. Os professores que lecionam nestes colégios muitos deles não terem conseguido o ingresso na função pública sejam agora beneficiados neste processo,
 
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por Bart Simpson » 22/8/2012 9:06

O que o MoneyGP apresentou está errado e deve-se argumentar de modo a corrigir, senão ficará a continuar a pensar erradamente. Um fórum serve para isso mesmo, para os foristas colocarem idéias, pensamentos, dúvidas e conhecimento, à consideração dos restantes, havendo argumentação de parte a parte de modo a haver esclarecimento dessas mesmas idéias, pensamentos, etc.

Agora o modo de argumentação é que deve ser curial e não desdenhoso ou sobranceiro.
 
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por Elias » 22/8/2012 8:38

Pata, creio que ficou claro que não foi objectivo insultar ninguém.

Se por acaso me excedi peço desculpa, nomeadamente ao MoneyGPS, foi apenas o entusiasmo do momento.

Obrigado pela explicação sobre as taxas.
 
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por Sr_SNiper » 22/8/2012 8:34

Não queria de maneira nenhum insultar ou denegrir o MoneyGP.
Se assim foi intendido peço as mais sinceras desculpas.
Só achei muit estranho a certeza absoluta do MoneyGP, e continuo a achar.
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por Pata-Hari » 22/8/2012 8:33

Lê o que acabei de explicar ao snipper. É assim que funciona.

Elias, a antiguidade não nos traz todos os direitos nem toda a sabedoria do mundo. A agressividade também não nos acrescenta nada.
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por Elias » 22/8/2012 8:30

calma Pata não é bullying nenhum, estamos a analisar as contas apresentadas. Creio que ninguém insultou ninguém.

Mas já que estás dentro do assunto esclarece-me lá uma coisa: se a % de pontos abaixo do par representa a probabilidade de restruturação, a probabilidade de % acima do par representa o quê?
 
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Re: Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

por Pata-Hari » 22/8/2012 8:28

Sr_SNiper Escreveu:
MoneyGPS Escreveu:
Elias Escreveu:
MoneyGPS Escreveu:No fundo as YTM a que transaccionam as OTs Portuguesas tem implícita a certeza de que a dívida pública será restruturada mais tarde ou mais cedo.


Podes explicar melhor esta parte? Porque é que achas que as yields actuais transmitem essa certeza quanto à restruturação da dívida?


Porque senão estariam a transacionar com Yields apenas ligeiramente superiores aos da dívida alemã que estão em 1,56% a 10 anos e não com uma YTM de 9,187% (obrigado PC05), ou seja, com um spread superior a 7,5%.

O facto de os detentores estarem disposto a vender obrigações que têm um valor facial de 100% e pagam cupões de 4,8%/ano por apenas 71% do preço quando em circunstâncias normais estariam a transaccionar acima do par significa que o mercado estima com uma probabilidade de 100% (ou seja com certeza absoluta) que irá existir uma restruturação de pelo menos 30% no valor da nossa dívida a 10 anos.

Gostei particularmente da parte da certeza absoluta, mas então como explicas quando elas cotavam a 50%? O mercado tinha a certeza absoluta que existira uma restruturação de 50% e agora passou a ter certeza absoluta que vai ser de 30%? E no dia do reembolso? Vão cotar a 100% e de certeza absoluta que o mercado vai acreditar que vai ser ressarcido do valor facial de cada uma...
AS de 2013, já cotaram a 90% e agora cotam acima do par... qual era a certeza absoluta quando cotavam a 90% e qual a certeza absoluta agora que cotam acima do par? O mercado acredita que vamos encontrar petróleo até 2013 e por isso cotam acima do par?


Sniper, quando as cotações estão acima do par, tens que olhar para o cupão, que numa situação normal explicará o facto face à taxa de juro. Em situações anormais, as cotações de um estado ou empresa podem cotar acima do par se, mesmo que não exista prémio face à taxa de juro, o valor da segurança for grande. É por essa razão que temos yields negativas.
Editado pela última vez por Pata-Hari em 22/8/2012 8:53, num total de 1 vez.
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por Pata-Hari » 22/8/2012 8:19

A vossa implicação e bullying é portanto com o termo "certeza absoluta"? penso que os cálculos foram explicados. É que ainda por cima a explicação está correctissima e a base do raciocinio está correctissima mesmo que a expressão usada possa não ter sido a perfeita. Mudar para "a descontra" porquê, sniper?

Por favor lembrem-se que o facto de alguns participantes não serem regulares não significa que não saibam exactamente e perfeitamente do que estão a falar e que devam ser recebidos com sete pedras na mão como se, por falta de número de posts, sejam menos bons que outros, saibam menos e não tenham muito a ensinar a quem coloca muitos posts.

Aliás, mesmo os participantes que nada sabem de mercados têm a ensinar, quanto mais os que sabem muitíssimo e infinitamente mais do que os participantes que são amadores.
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por Elias » 22/8/2012 0:18

Sr_SNiper Escreveu:
Elias Escreveu:Mas então em Outubro de 2011 quando as OT2013 estavam a 80%, segundo a tua lógica havia uma probabilidade de 100% de haver uma restruturação de 20%.

Acontece que entretanto as mesmas OT estão acima do par. Portanto aquilo que há um ano era uma certeza transformou-se numa miragem.

Elias, tu não estás a perceber, mas eu vou explicar-te:
À uns tempos atrás era de c e r t e z a a b s o l u t a uma restruturação de 20%, pois cotavam a 80%, hoje de certeza absoluta que vão ser pagas e não a 100%, mas acima ... o estado por cada 100, na maturidade, vai dar 102.
Tens que ver isto diariamente, e se diariamente tiveres certeza absoluta da cotação vais ver que vais acertar sempre, porque no dia da maturidade, vais olhar para a cotação e de c e r t e z a a b s o l u t a que vais receber aquilo


tenho de admitir que sempre achei piada à expressão "certeza absoluta" - deve ser para não se confundir com a "certeza relativa"... lol
 
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por Sr_SNiper » 22/8/2012 0:17

Elias Escreveu:Mas então em Outubro de 2011 quando as OT2013 estavam a 80%, segundo a tua lógica havia uma probabilidade de 100% de haver uma restruturação de 20%.

Acontece que entretanto as mesmas OT estão acima do par. Portanto aquilo que há um ano era uma certeza transformou-se numa miragem.

Elias, tu não estás a perceber, mas eu vou explicar-te:
À uns tempos atrás era de c e r t e z a a b s o l u t a uma restruturação de 20%, pois cotavam a 80%, hoje de certeza absoluta que vão ser pagas e não a 100%, mas acima ... o estado por cada 100, na maturidade, vai dar 102.
Tens que ver isto diariamente, e se diariamente tiveres certeza absoluta da cotação vais ver que vais acertar sempre, porque no dia da maturidade, vais olhar para a cotação e de c e r t e z a a b s o l u t a que vais receber aquilo.

PS: Sugiro mudar este tópico para o tópico " Pra Descontra " 8-)
Editado pela última vez por Sr_SNiper em 22/8/2012 0:19, num total de 1 vez.
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por L.S.S » 22/8/2012 0:16

MoneyGPS Escreveu:(...)A minha solução visava apenas dar uma aparência de uma restruturação pacífica(...)


Dar uma aparência?

O que queres dizer com isso?

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por Elias » 22/8/2012 0:12

Mas então em Outubro de 2011 quando as OT2013 estavam a 80%, segundo a tua lógica havia uma probabilidade de 100% de haver uma restruturação de 20%.

Acontece que entretanto as mesmas OT estão acima do par. Portanto aquilo que há um ano era uma certeza transformou-se numa miragem.
 
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Re: Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

por MoneyGPS » 22/8/2012 0:07

Elias Escreveu:
MoneyGPS Escreveu:O cálculo é simples:
Probabilidade x % de restruturação = Desconto sobre face value.

Se quiseres também se poderia dizer que neste momento existe uma a probabilidade de 75% de uma restruturação de 40%.

O facto de as yields estarem a cair há meses significa que o mercado considera que agora a restruturação que teremos que fazer será menor do que aquela que parecia necessária há uns meses atrás.


Mas que trapalhada! :oh:

Primeiro escreves que o desconto representa a probabilidade de restruturação.

Depois dizes que afinal tem a ver com a dimensão da restruturação.

Mas primeiro dizias que havia 100% de certeza sobre a existência de uma restruturação quando afinal nunca nenhuma das OT esteve com 100% de desconto...

Não percebo nada das tuas contas... :-s


Não é assim tão díficil :)

100%{valor facial}-70%{cotação actual}=100%{probabilidade de restruturação} * 30%{dimensão da restruturação}

Quando eu digo que é equivalente a 75% prob. de restruturação * 40% de dimensão é porque o resultado final é na mesma um desconto de 30% (os tais 100%-70%).

O que interessa é o impacto esperado (no sentido estatístico do termo) de uma restruturação.
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Re: Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

por Elias » 21/8/2012 23:25

MoneyGPS Escreveu:O cálculo é simples:
Probabilidade x % de restruturação = Desconto sobre face value.

Se quiseres também se poderia dizer que neste momento existe uma a probabilidade de 75% de uma restruturação de 40%.

O facto de as yields estarem a cair há meses significa que o mercado considera que agora a restruturação que teremos que fazer será menor do que aquela que parecia necessária há uns meses atrás.


Mas que trapalhada! :oh:

Primeiro escreves que o desconto representa a probabilidade de restruturação.

Depois dizes que afinal tem a ver com a dimensão da restruturação.

Mas primeiro dizias que havia 100% de certeza sobre a existência de uma restruturação quando afinal nunca nenhuma das OT esteve com 100% de desconto...

Não percebo nada das tuas contas... :-s
 
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Re: Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

por MoneyGPS » 21/8/2012 23:22

Banesco Escreveu:
MoneyGPS Escreveu:O facto de os detentores estarem disposto a vender obrigações que têm um valor facial de 100% e pagam cupões de 4,8%/ano por apenas 71% do preço quando em circunstâncias normais estariam a transaccionar acima do par significa que o mercado estima com uma probabilidade de 100% (ou seja com certeza absoluta) que irá existir uma restruturação de pelo menos 30% no valor da nossa dívida a 10 anos.


Mas os detentores de dívida que compraram a 100% podem já tê-la vendido quando ela esteve a 60 % (p.ex), no período de medo, e actualmente quem esteja a vender sejam os que compraram a esses 60 %, e logo a realizar mais valias.

Como calculas esses 100 % de probabilidade? E no teu raciocinio não estás a incluir o facto de as yields estarem a cair há meses.


O cálculo é simples:
Probabilidade x % de restruturação = Desconto sobre face value.

Se quiseres também se poderia dizer que neste momento existe uma a probabilidade de 75% de uma restruturação de 40%.

O facto de as yields estarem a cair há meses significa que o mercado considera que agora a restruturação que teremos que fazer será menor do que aquela que parecia necessária há uns meses atrás.
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Re: Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

por Elias » 21/8/2012 23:16

Sr_SNiper Escreveu:
MoneyGPS Escreveu:
Elias Escreveu:
MoneyGPS Escreveu:No fundo as YTM a que transaccionam as OTs Portuguesas tem implícita a certeza de que a dívida pública será restruturada mais tarde ou mais cedo.


Podes explicar melhor esta parte? Porque é que achas que as yields actuais transmitem essa certeza quanto à restruturação da dívida?


Porque senão estariam a transacionar com Yields apenas ligeiramente superiores aos da dívida alemã que estão em 1,56% a 10 anos e não com uma YTM de 9,187% (obrigado PC05), ou seja, com um spread superior a 7,5%.

O facto de os detentores estarem disposto a vender obrigações que têm um valor facial de 100% e pagam cupões de 4,8%/ano por apenas 71% do preço quando em circunstâncias normais estariam a transaccionar acima do par significa que o mercado estima com uma probabilidade de 100% (ou seja com certeza absoluta) que irá existir uma restruturação de pelo menos 30% no valor da nossa dívida a 10 anos.

Gostei particularmente da parte da certeza absoluta, mas então como explicas quando elas cotavam a 50%? O mercado tinha a certeza absoluta que existira uma restruturação de 50% e agora passou a ter certeza absoluta que vai ser de 30%? E no dia do reembolso? Vão cotar a 100% e de certeza absoluta que o mercado vai acreditar que vai ser ressarcido do valor facial de cada uma...
AS de 2013, já cotaram a 90% e agora cotam acima do par... qual era a certeza absoluta quando cotavam a 90% e qual a certeza absoluta agora que cotam acima do par? O mercado acredita que vamos encontrar petróleo até 2013 e por isso cotam acima do par?


Nem mais. :clap:

MoneyGPS Escreveu:Até 23 de Setembro de 2013 estamos ao abrigo da Troika e por isso pagamos 100% de certeza absoluta. O problema vem depois...


Com uma ressalva: em contexto de mercados não há certezas acerca de NADA.
 
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Re: Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

por MoneyGPS » 21/8/2012 23:14

Sr_SNiper Escreveu:
MoneyGPS Escreveu:
Elias Escreveu:
MoneyGPS Escreveu:No fundo as YTM a que transaccionam as OTs Portuguesas tem implícita a certeza de que a dívida pública será restruturada mais tarde ou mais cedo.


Podes explicar melhor esta parte? Porque é que achas que as yields actuais transmitem essa certeza quanto à restruturação da dívida?


Porque senão estariam a transacionar com Yields apenas ligeiramente superiores aos da dívida alemã que estão em 1,56% a 10 anos e não com uma YTM de 9,187% (obrigado PC05), ou seja, com um spread superior a 7,5%.

O facto de os detentores estarem disposto a vender obrigações que têm um valor facial de 100% e pagam cupões de 4,8%/ano por apenas 71% do preço quando em circunstâncias normais estariam a transaccionar acima do par significa que o mercado estima com uma probabilidade de 100% (ou seja com certeza absoluta) que irá existir uma restruturação de pelo menos 30% no valor da nossa dívida a 10 anos.

Gostei particularmente da parte da certeza absoluta, mas então como explicas quando elas cotavam a 50%? O mercado tinha a certeza absoluta que existira uma restruturação de 50% e agora passou a ter certeza absoluta que vai ser de 30%? E no dia do reembolso? Vão cotar a 100% e de certeza absoluta que o mercado vai acreditar que vai ser ressarcido do valor facial de cada uma...
AS de 2013, já cotaram a 90% e agora cotam acima do par... qual era a certeza absoluta quando cotavam a 90% e qual a certeza absoluta agora que cotam acima do par? O mercado acredita que vamos encontrar petróleo até 2013 e por isso cotam acima do par?


É verdade que se continuassemos a construir uma 3ª autoestrada Lisboa-Porto e uma 3ª ponte sobre o tejo e um novo aeroporto a dimensão da restruturação seria maior :)

Até 23 de Setembro de 2013 estamos ao abrigo da Troika e por isso pagamos 100% de certeza absoluta. O problema vem depois...

Só se acreditar que iremos ter défices de zero é que é possível vislumbrar que evitamos a restruturação. Se o peso da dívida pública sobre o PIB está agora em 112% e continuarmos a acumular défices (já para não falar de quedas do PIB) é inevitável que mais cedo ou mais tarde tenha de existir uma restruturação.
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Re: Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

por Texano Bill » 21/8/2012 23:06

MoneyGPS Escreveu:O facto de os detentores estarem disposto a vender obrigações que têm um valor facial de 100% e pagam cupões de 4,8%/ano por apenas 71% do preço quando em circunstâncias normais estariam a transaccionar acima do par significa que o mercado estima com uma probabilidade de 100% (ou seja com certeza absoluta) que irá existir uma restruturação de pelo menos 30% no valor da nossa dívida a 10 anos.


Mas os detentores de dívida que compraram a 100% podem já tê-la vendido quando ela esteve a 60 % (p.ex), no período de medo, e actualmente quem esteja a vender sejam os que compraram a esses 60 %, e logo a realizar mais valias.

Como calculas esses 100 % de probabilidade? E no teu raciocinio não estás a incluir o facto de as yields estarem a cair há meses.
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Re: Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

por Sr_SNiper » 21/8/2012 23:03

MoneyGPS Escreveu:
Elias Escreveu:
MoneyGPS Escreveu:No fundo as YTM a que transaccionam as OTs Portuguesas tem implícita a certeza de que a dívida pública será restruturada mais tarde ou mais cedo.


Podes explicar melhor esta parte? Porque é que achas que as yields actuais transmitem essa certeza quanto à restruturação da dívida?


Porque senão estariam a transacionar com Yields apenas ligeiramente superiores aos da dívida alemã que estão em 1,56% a 10 anos e não com uma YTM de 9,187% (obrigado PC05), ou seja, com um spread superior a 7,5%.

O facto de os detentores estarem disposto a vender obrigações que têm um valor facial de 100% e pagam cupões de 4,8%/ano por apenas 71% do preço quando em circunstâncias normais estariam a transaccionar acima do par significa que o mercado estima com uma probabilidade de 100% (ou seja com certeza absoluta) que irá existir uma restruturação de pelo menos 30% no valor da nossa dívida a 10 anos.

Gostei particularmente da parte da certeza absoluta, mas então como explicas quando elas cotavam a 50%? O mercado tinha a certeza absoluta que existira uma restruturação de 50% e agora passou a ter certeza absoluta que vai ser de 30%? E no dia do reembolso? Vão cotar a 100% e de certeza absoluta que o mercado vai acreditar que vai ser ressarcido do valor facial de cada uma...
AS de 2013, já cotaram a 90% e agora cotam acima do par... qual era a certeza absoluta quando cotavam a 90% e qual a certeza absoluta agora que cotam acima do par? O mercado acredita que vamos encontrar petróleo até 2013 e por isso cotam acima do par?
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