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Caldeirão da Bolsa

Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por migluso » 21/8/2012 1:29

O que tu sugeres é: primeiro repudiamos a dívida, a seguir pedimos emprestado.

Eu pergunto: quem seria o maluco que emprestaria?

Por fim, essa solução é considerada default.

Uma reestruturação, que eu não ponho de parte, deve ser sempre negociada com os nossos credores (somos um país de bem e honrado ou não?) e de preferência com os saldos orçamental e com o exterior já em equilíbrio, de forma a estarmos numa posição negocial mais forte, menos dependentes e sem aquela atitude da mão estendida.

E os accionistas e credores dos bancos que assumam as consequências das suas decisões.
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por Texano Bill » 21/8/2012 1:07

As yields portuguesas não têm parado de cair desde a sua cotação mais baixa no inicio deste ano. Isto significa que cada vez mais os investidores acreditam que a dívida vai ser paga e sem restruturações. No caso da Grécia aconteceu o contrário.

Aliás, já temos OTs que vencem bem após a saída da troika (OT 2016) com cotação acima dos 100 % e outras com YTM nos 4 %. :shock:
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Re: Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

por Elias » 21/8/2012 0:33

MoneyGPS Escreveu:No fundo as YTM a que transaccionam as OTs Portuguesas tem implícita a certeza de que a dívida pública será restruturada mais tarde ou mais cedo.


Podes explicar melhor esta parte? Porque é que achas que as yields actuais transmitem essa certeza quanto à restruturação da dívida?
 
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Uma solução para o Sobre-endividamento de Portugal

por MoneyGPS » 21/8/2012 0:28

O problema de Portugal é que é o Estado está sobre-endividado com uma dívida pública sobre o PIB superior a 111,7% do PIB e que deverá atingir pelo menos 116% no final de 2013. Mas, há uma solução...

O problema é que a partir do momento em que se atinge um nível destes só há uma solução que é re-estruturar a dívida, pois só os juros da dívida pública contribuem para uma espiral incontrolável. Quantas vezes é que Portugal conseguiu um superavit orçamental desde o 25 de Abril? 0! Já foi testado e comprovado que mais aumentos de impostos só vão reduzir a receita e o PIB. Também não parece ser possível levar Portugal para uma rota de crescimento que permitisse reduzir o endividamento por via do crescimento do PIB, pois se nós nunca crescemos a sério nem quando despejavam dinheiro em 2ªs auto-estradas Porto Lisboa ou recuperações do Parque Escolar porque raio é que era agora que começaríamos a crescer a sério?

No fundo as YTM a que transaccionam as OTs Portuguesas tem implícita a certeza de que a dívida pública será restruturada mais tarde ou mais cedo.

O que o BCE está a fazer ao comprar OTs no mercado é uma mera manipulaçãozeca de meia tigela que apenas permite ganhar tempo e esconder a verdade por mais uns meses. Mas, basicamente está a desperdiçar dinheiro só para livrar bancos das suas posições incómodas.

Porquê esperar até que a taxa de desemprego chegue aos 20% ou o PIB caia ainda mais para enfrentar o inevitável?

Provavelmente existe o medo de que isso possa levar à falência alguns bancos portugueses carregados em dívida nacional até aos cabelos e destruir a confiança que os nossos credores têm em nós.

MAS, há uma solução inteligente para fazer esta restruturação que é:
1) Anunciar num sábado que a dívida portuguesa será comprada aos valores de mercado do fecho de Sexta-Feira.
2) Pedir emprestado ao fundo da UE e do FMI 73 mil milhões de euros (que é isso para quem emprestou 19 mil milhões ao Bankia há meia dúzia de semanas?).
3) Comprar TODAS as OTs vivas com um face value de 93,8 mil milhões à cotação de mercado por 72,9 Mil milhões, com um desconto de 22,3%. (Quem quiser verificar as minhas contas está à vontade - estes eram os preços a 6 de Julho de 2012 - eventualmente hoje o desconto seria um pouco inferior).

Se acreditarmos que o Eurostat estima a dívida pública em 190 mil milhões e que isto permitiria poupar 21 mil milhões, o nosso endividamento sobre o PIB baixaria para um nível de 99,4% o que ainda é excessivo, mas não utópico.

É verdade que o FMI e os fundos da UE ficariam numa situação desconfortável (carregados de dívida portuguesa), mas que não é muito diferente do que já está a ocorrer progressivamente, ou seja, mais tarde ou mais cedo senão formos aos mercados os FMI e a UE tem que refinanciar toda a nossa dívida.

Esta medida tinha a vantagem de não poder ser considerado um incumprimento, mas mais como uma OPA.

E provavelmente Portugal até poderia regressar mais rapidamente aos mercados.
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