[Off Topic]CP - Comboios de Portugal
Re: [Off Topic]CP - Comboios de Portugal
Maquinistas espanhóis não querem trazer o comboio Celta até ao Porto
ÁLVARO VIEIRA 27/09/2013 - 00:00
O Celta é operado em cinjunto pela Renfe e pela CP desde 2 de Julho NELSON GARRIDO
Alegam que parte da Linha do Minho não tem controlo automático de freio e que a segurança requer domínio da língua portuguesa
A Comissão de Trabalhadores da Renfe, a transportadora ferroviária espanhola, e a Confederação Geral do Trabalho (CGT) de Espanha pediram ao Ministério do Fomento deste país para não obrigar maquinistas galegos a conduzirem o Celta (o comboio directo que liga Vigo e Porto) em território português, por não reconhecerem condições de segurança na Linha do Minho. Em causa está sobretudo o facto de, ao contrário do que sucede na parte galega do percurso, esta linha não estar integralmente electrificada e dotada de equipamento de controlo automático de velocidade.
De facto, o Convel (sistema de comunicação, controlo de velocidade e travagem, capaz de se substituir ao próprio maquinista) só existe no troço entre Porto e Nine. Nos restantes 90 quilómetros da Linha do Minho, entre Nine e Valença, vigora ainda o chamado "cantonamento telefónico", com a progressão de estação em estação das composições a depender de autorizações obtidas por telefone.
A CGT enviou uma carta ao ministério que tutela os transportes de Espanha, à qual a Lusa teve acesso, na qual alega que a formação em língua portuguesa que a Renfe está a assegurar a 64 maquinistas e cobradores espanhóis não lhes dará a fluência necessária para que possam assegurar o cumprimento dos protocolos do cantonamento telefónico nem responder a situações imprevistas com segurança.
Maquinistas e sindicatos espanhóis sugerem por isso que se mantenha o sistema actual, de rendição de maquinistas espanhóis por portugueses na fronteira de Valença, até 2016, ano em que Portugal se comprometeu a concluir a modernização de toda a Linha do Minho. O compromisso foi assumido na última Cimeira Ibérica, na qual foi decidida a criação do Celta, que, desde 2 de Julho, é operado em conjunto por Renfe e CP.
Contactado pelo PÚBLICO, Rui Santos, da delegação do Porto do Smaq-Sindicato Nacional dos Maquinistas, considerou a reinvindicação dos colegas espanhóis pertinente, por exigir um reforço de segurança que "interessa sobretudo aos passageiros". Mas ressalvou que o cantonamento telefónico, apesar de prejudicar os tempos de viagem, é feito segundo "protocolos rígidos e está homologado a nível internacional".
http://www.publico.pt/local-porto/jorna ... o-27156755
ÁLVARO VIEIRA 27/09/2013 - 00:00
O Celta é operado em cinjunto pela Renfe e pela CP desde 2 de Julho NELSON GARRIDO
Alegam que parte da Linha do Minho não tem controlo automático de freio e que a segurança requer domínio da língua portuguesa
A Comissão de Trabalhadores da Renfe, a transportadora ferroviária espanhola, e a Confederação Geral do Trabalho (CGT) de Espanha pediram ao Ministério do Fomento deste país para não obrigar maquinistas galegos a conduzirem o Celta (o comboio directo que liga Vigo e Porto) em território português, por não reconhecerem condições de segurança na Linha do Minho. Em causa está sobretudo o facto de, ao contrário do que sucede na parte galega do percurso, esta linha não estar integralmente electrificada e dotada de equipamento de controlo automático de velocidade.
De facto, o Convel (sistema de comunicação, controlo de velocidade e travagem, capaz de se substituir ao próprio maquinista) só existe no troço entre Porto e Nine. Nos restantes 90 quilómetros da Linha do Minho, entre Nine e Valença, vigora ainda o chamado "cantonamento telefónico", com a progressão de estação em estação das composições a depender de autorizações obtidas por telefone.
A CGT enviou uma carta ao ministério que tutela os transportes de Espanha, à qual a Lusa teve acesso, na qual alega que a formação em língua portuguesa que a Renfe está a assegurar a 64 maquinistas e cobradores espanhóis não lhes dará a fluência necessária para que possam assegurar o cumprimento dos protocolos do cantonamento telefónico nem responder a situações imprevistas com segurança.
Maquinistas e sindicatos espanhóis sugerem por isso que se mantenha o sistema actual, de rendição de maquinistas espanhóis por portugueses na fronteira de Valença, até 2016, ano em que Portugal se comprometeu a concluir a modernização de toda a Linha do Minho. O compromisso foi assumido na última Cimeira Ibérica, na qual foi decidida a criação do Celta, que, desde 2 de Julho, é operado em conjunto por Renfe e CP.
Contactado pelo PÚBLICO, Rui Santos, da delegação do Porto do Smaq-Sindicato Nacional dos Maquinistas, considerou a reinvindicação dos colegas espanhóis pertinente, por exigir um reforço de segurança que "interessa sobretudo aos passageiros". Mas ressalvou que o cantonamento telefónico, apesar de prejudicar os tempos de viagem, é feito segundo "protocolos rígidos e está homologado a nível internacional".
http://www.publico.pt/local-porto/jorna ... o-27156755
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Choque comboios. Milagre ninguém morreu nem ficou ferido com gravidade.
A grua que foi mandada para retirar os destroços descarrilou
. Agora chegaram mais duas para por a primeira no sitio...e os dias a passar.
O amadorismo é tanto que nem palavras tenho.
A grua que foi mandada para retirar os destroços descarrilou

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" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
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citação
Poderão um lusitano e uma galega salvar a bitola?
Ou será que Espanha quer crucificar Portugal e surripiar-lhe 800 milhões de euros?
Alguém arguto e desconfiado escreveu-me dando-me conta de um sobressalto: e se, afinal, a Espanha estivesse a preparar-se para surripiar os 800 milhões de euros reservados pela União Europeia para o troço Poceirão-Caia (do Priority Project 3 — PP3), e que não podem ser transferidos para doidices em bitola ibérica, sendo assim aproveitáveis pela Espanha nestes tempos de penúria, já que os tugas andaram a pastar nos mirabolantes terrenos do NAL (Novo Aeroporto de Lisboa) desde a Ota até Alcochete, e se esqueceram de fazer o projeto da linha em bitola europeia entre o Poceirão e o Caia?
Ler texto integral em O António Maria
Link: http://o-antonio-maria.blogspot.pt/2012 ... ncion.html (via shareaholic.com)
Poderão um lusitano e uma galega salvar a bitola?
Ou será que Espanha quer crucificar Portugal e surripiar-lhe 800 milhões de euros?
Alguém arguto e desconfiado escreveu-me dando-me conta de um sobressalto: e se, afinal, a Espanha estivesse a preparar-se para surripiar os 800 milhões de euros reservados pela União Europeia para o troço Poceirão-Caia (do Priority Project 3 — PP3), e que não podem ser transferidos para doidices em bitola ibérica, sendo assim aproveitáveis pela Espanha nestes tempos de penúria, já que os tugas andaram a pastar nos mirabolantes terrenos do NAL (Novo Aeroporto de Lisboa) desde a Ota até Alcochete, e se esqueceram de fazer o projeto da linha em bitola europeia entre o Poceirão e o Caia?
Ler texto integral em O António Maria
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mcarvalho
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Elias Escreveu:Podiam ter encomendado uns de latão... ficava mais em conta e no fundo o que conta é a intenção
Somos um país de doutores, professores, engenheiros e cagões...

Bull And Bear Markets
O jogo da especulação é o mais fascinante do mundo. Mas não é um jogo para os estúpidos, para os mentalmente preguiçosos, para aqueles com fraco balanço emocional e nem para os que querem ficar ricos rapidamente. Esses vão morrer pobres. Jesse Livermore
O jogo da especulação é o mais fascinante do mundo. Mas não é um jogo para os estúpidos, para os mentalmente preguiçosos, para aqueles com fraco balanço emocional e nem para os que querem ficar ricos rapidamente. Esses vão morrer pobres. Jesse Livermore
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mcarvalho Escreveu:http://viametrica.blogspot.pt/2012/08/cp-deixa-cair-objectivos-de-coesao.html
CP deixa cair objectivos de coesão territorial e mobilidade para toda a população
cai tudo nesta colónia ...
Sobre este assunto, ver
http://anossaterrinha.blogspot.pt/2012/ ... ional.html
Podiam ter encomendado uns de latão... ficava mais em conta e no fundo o que conta é a intenção

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Re: Pins de Ouro e Prata!
Podiam ter encomendado uns de latão... ficava mais em conta e no fundo o que conta é a intenção

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Pins de Ouro e Prata!
mcarvalho Escreveu:http://viametrica.blogspot.pt/2012/08/cp-deixa-cair-objectivos-de-coesao.html
CP deixa cair objectivos de coesão territorial e mobilidade para toda a população
cai tudo nesta colónia ...
Mário,
eles tem que arranjar dinheiro para os pins de ouro e prata...
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O jogo da especulação é o mais fascinante do mundo. Mas não é um jogo para os estúpidos, para os mentalmente preguiçosos, para aqueles com fraco balanço emocional e nem para os que querem ficar ricos rapidamente. Esses vão morrer pobres. Jesse Livermore
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http://viametrica.blogspot.pt/2012/08/c ... oesao.html
CP deixa cair objectivos de coesão territorial e mobilidade para toda a população
cai tudo nesta colónia ...
CP deixa cair objectivos de coesão territorial e mobilidade para toda a população
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mcarvalho
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CP perdeu mais de 6 milhões de passageiros no primeiro semestre
28 Julho 2012 | 14:30
Lusa
A CP – Comboios de Portugal perdeu mais de seis milhões de passageiros nos primeiros seis meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2011, segundo dados fornecidos pela empresa à Lusa.
Entre Janeiro e Junho, viajaram nos comboios da CP - Urbanos, Regionais e Longo Curso – 57,9 milhões de passageiros, uma quebra de 10% em relação aos 64,5 milhões registados em igual período de 2011. A maior redução mensal foi registada em Junho, mês em que foi verificada uma descida de 16% no número de passageiros transportados.
Já Janeiro foi o mês em que foi registada uma menor redução: 1%.
A partir de Fevereiro, data em que entrou em vigor o aumento do preço dos transportes, as reduções acentuaram-se e oscilaram entre os sete (Abril) e os 16% (Junho).
Fonte oficial da CP explicou à Lusa que as flutuações na procura de passageiros são sempre influenciadas por diversos factores e que, no caso específico da transportadora ferroviária, há que considerar o facto de a empresa ter “vindo a ser alvo de surtos de greves constantes”.
28 Julho 2012 | 14:30
Lusa
A CP – Comboios de Portugal perdeu mais de seis milhões de passageiros nos primeiros seis meses deste ano, em comparação com o mesmo período de 2011, segundo dados fornecidos pela empresa à Lusa.
Entre Janeiro e Junho, viajaram nos comboios da CP - Urbanos, Regionais e Longo Curso – 57,9 milhões de passageiros, uma quebra de 10% em relação aos 64,5 milhões registados em igual período de 2011. A maior redução mensal foi registada em Junho, mês em que foi verificada uma descida de 16% no número de passageiros transportados.
Já Janeiro foi o mês em que foi registada uma menor redução: 1%.
A partir de Fevereiro, data em que entrou em vigor o aumento do preço dos transportes, as reduções acentuaram-se e oscilaram entre os sete (Abril) e os 16% (Junho).
Fonte oficial da CP explicou à Lusa que as flutuações na procura de passageiros são sempre influenciadas por diversos factores e que, no caso específico da transportadora ferroviária, há que considerar o facto de a empresa ter “vindo a ser alvo de surtos de greves constantes”.
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como se acaba com um comboio...
Refer prepara-se para retirar o seu pessoal de estações na linha do Douro
Por Carlos Cipriano
Regime simplificado de exploração vai deixar estações entre a Régua e o Pocinho sem pessoal da Refer e é meio caminho para o encerramento deste troço, em plena área de Património da Humanidade
A Refer está a estudar a introdução do RES (Regime de Exploração Simplificado) na linha do Douro, entre a Régua e o Pocinho, retirando assim o seu pessoal das estações. Como a montante da Régua a CP também já não tem nenhum funcionário (os bilhetes são vendidos pelos revisores dos comboios), as estações do Douro que ainda tinham alguma vida ficarão desguarnecidas e, no imediato, abandonadas.
Actualmente, a exploração dos comboios nesta linha é feita através do regime de cantonamento telefónico, de que é exemplo este diálogo:
- "Estação da Régua ao Pinhão. Número 47.509. Comboio n.º 861 pode avançar? Rocha transmite."
- "Estação do Pinhão a Régua. Número 10.528. Sim, o comboio n.º 861 pode avançar. Oliveira transmite."
Enquanto falam ao telefone, os dois agentes da Refer fazem o registo escrito destes procedimentos, que servirá para apurar responsabilidades se alguma coisa de errado se passar. Só depois de o avanço para a estação seguinte estar concedido é que o ferroviário da Régua pode apitar para o comboio seguir. Enquanto isto, o seu colega do Pinhão estará a pedir à estação do Tua o avanço para o prosseguimento da marcha.
Embora arcaico e totalmente dependente de meios humanos, o cantonamento telefónico é um sistema seguro e é também usado nas linhas do Minho, Oeste e parte da linha do Algarve. Mas isso implica que haja nas estações agentes de circulação e manobradores que accionem as agulhas quando há cruzamentos de comboios. Agora, a Refer pretende retirar o seu pessoal das estações entre Régua e Pocinho, implementando um regime simplificado no qual é um agente da empresa que viaja no próprio comboio, ou até o próprio revisor, que sai nas estações para pedir avanço a um posto regulador central, localizado na Régua.
O RES permite poupar duas dezenas de funcionários que estão afectos à estações de Pinhão e Tua, mas vai deixá-las vazias, transformando todas as estações do Douro em apeadeiros, sem qualquer elemento humano que possa dar informações e deixando os edifícios mais vulneráveis ao vandalismo e a uma mais acentuada degradação. Neste troço circulam diariamente cinco automotoras em cada sentido mais três comboios de mercadorias três vezes por semana. Na época alta organizam- -se, por vezes, comboios especiais e circula aos fins-de-semana, entre a Régua e o Pinhão, o comboio histórico a vapor.
Com o novo regime, a linha perde flexibilidade para se programarem mais comboios caso haja necessidade. E as velocidades comerciais, que já são baixas, serão ainda mais reduzidas, porque, mesmo quando não há cruzamentos, as composições terão de passar nas agulhas a uma velocidade não superior a 30 km/hora. Este downgrade na linha do Douro é o corolário da perda da importância deste caminho-de-ferro depois de encerradas as linhas do Tâmega, Corgo e Tua, que alimentavam a via larga principal.
Por outro lado, a própria CP obriga a transbordos na Régua para os passageiros que viajam entre as duas metades da linha do Douro. Além do incómodo da mudança de comboio (passa-se de uma automotora para outra exactamente igual), a viagem é penalizada com tempos que variam entre dez minutos e meia hora, o que constitui mais um desincentivo ao uso do modo ferroviário. Em resposta ao PÚBLICO, a porta-voz da CP diz que a empresa "está a estudar a diminuição dos tempos de paragem" na estação da Régua.
O troço entre a Régua e o Pocinho, de 68 quilómetros, chegou a ser indicado à troika, ainda durante o Governo de Sócrates, como passível de ser encerrado, mas sobreviveu ao PET (Plano Estratégico de Transportes, que prevê cortes em 600 quilómetros de vias férreas), tendo em conta o interesse turístico da linha e a grande procura de que é alvo nos meses de Verão.
A linha não fechou, mas fecham as estações. E a menos que a Refer Património (uma empresa do grupo Refer destinada a valorizar os seus activos dando-lhes utilização através de parcerias e concessões) as salve da degradação, tudo caminha para que um dos ícones que ajudou o Douro a ser Património da Humanidade - o seu caminho-de-ferro - acabe por soçobrar.
Refer prepara-se para retirar o seu pessoal de estações na linha do Douro
Por Carlos Cipriano
Regime simplificado de exploração vai deixar estações entre a Régua e o Pocinho sem pessoal da Refer e é meio caminho para o encerramento deste troço, em plena área de Património da Humanidade
A Refer está a estudar a introdução do RES (Regime de Exploração Simplificado) na linha do Douro, entre a Régua e o Pocinho, retirando assim o seu pessoal das estações. Como a montante da Régua a CP também já não tem nenhum funcionário (os bilhetes são vendidos pelos revisores dos comboios), as estações do Douro que ainda tinham alguma vida ficarão desguarnecidas e, no imediato, abandonadas.
Actualmente, a exploração dos comboios nesta linha é feita através do regime de cantonamento telefónico, de que é exemplo este diálogo:
- "Estação da Régua ao Pinhão. Número 47.509. Comboio n.º 861 pode avançar? Rocha transmite."
- "Estação do Pinhão a Régua. Número 10.528. Sim, o comboio n.º 861 pode avançar. Oliveira transmite."
Enquanto falam ao telefone, os dois agentes da Refer fazem o registo escrito destes procedimentos, que servirá para apurar responsabilidades se alguma coisa de errado se passar. Só depois de o avanço para a estação seguinte estar concedido é que o ferroviário da Régua pode apitar para o comboio seguir. Enquanto isto, o seu colega do Pinhão estará a pedir à estação do Tua o avanço para o prosseguimento da marcha.
Embora arcaico e totalmente dependente de meios humanos, o cantonamento telefónico é um sistema seguro e é também usado nas linhas do Minho, Oeste e parte da linha do Algarve. Mas isso implica que haja nas estações agentes de circulação e manobradores que accionem as agulhas quando há cruzamentos de comboios. Agora, a Refer pretende retirar o seu pessoal das estações entre Régua e Pocinho, implementando um regime simplificado no qual é um agente da empresa que viaja no próprio comboio, ou até o próprio revisor, que sai nas estações para pedir avanço a um posto regulador central, localizado na Régua.
O RES permite poupar duas dezenas de funcionários que estão afectos à estações de Pinhão e Tua, mas vai deixá-las vazias, transformando todas as estações do Douro em apeadeiros, sem qualquer elemento humano que possa dar informações e deixando os edifícios mais vulneráveis ao vandalismo e a uma mais acentuada degradação. Neste troço circulam diariamente cinco automotoras em cada sentido mais três comboios de mercadorias três vezes por semana. Na época alta organizam- -se, por vezes, comboios especiais e circula aos fins-de-semana, entre a Régua e o Pinhão, o comboio histórico a vapor.
Com o novo regime, a linha perde flexibilidade para se programarem mais comboios caso haja necessidade. E as velocidades comerciais, que já são baixas, serão ainda mais reduzidas, porque, mesmo quando não há cruzamentos, as composições terão de passar nas agulhas a uma velocidade não superior a 30 km/hora. Este downgrade na linha do Douro é o corolário da perda da importância deste caminho-de-ferro depois de encerradas as linhas do Tâmega, Corgo e Tua, que alimentavam a via larga principal.
Por outro lado, a própria CP obriga a transbordos na Régua para os passageiros que viajam entre as duas metades da linha do Douro. Além do incómodo da mudança de comboio (passa-se de uma automotora para outra exactamente igual), a viagem é penalizada com tempos que variam entre dez minutos e meia hora, o que constitui mais um desincentivo ao uso do modo ferroviário. Em resposta ao PÚBLICO, a porta-voz da CP diz que a empresa "está a estudar a diminuição dos tempos de paragem" na estação da Régua.
O troço entre a Régua e o Pocinho, de 68 quilómetros, chegou a ser indicado à troika, ainda durante o Governo de Sócrates, como passível de ser encerrado, mas sobreviveu ao PET (Plano Estratégico de Transportes, que prevê cortes em 600 quilómetros de vias férreas), tendo em conta o interesse turístico da linha e a grande procura de que é alvo nos meses de Verão.
A linha não fechou, mas fecham as estações. E a menos que a Refer Património (uma empresa do grupo Refer destinada a valorizar os seus activos dando-lhes utilização através de parcerias e concessões) as salve da degradação, tudo caminha para que um dos ícones que ajudou o Douro a ser Património da Humanidade - o seu caminho-de-ferro - acabe por soçobrar.
mcarvalho
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será porque não têm passageiros. de acordo com o tal artigo?
Comboios especiais de Carnaval para Ovar e Estarreja cancelados devido à greve dos maquinistas
20/02/2012
A CP - Comboios de Portugal anunciou que devido à greve decretada pelo Sindicato dos Maquinistas não se irão realizar os comboios especiais de Carnaval programados para hoje e terça-feira para Ovar e Estarreja.
As cidades de Ovar e Estarreja acolhem as principais festas do Carnaval de toda a zona Centro/Norte.
A greve dos maquinistas da CP no dia de Carnaval deverá levar a empresa a realizar apenas os 162 comboios definidos como serviços mínimos pelo tribunal arbitral, um número que corresponde a cerca de 19% da oferta prevista.
Na terça-feira, os maquinistas da CP voltam a parar, no âmbito da greve ao trabalho em horas extraordinárias, dias de descanso semanal e feriados que têm em curso, uma vez que o Acordo de Empresa considera o dia feriado.
A porta-voz da CP, Ana Portela, disse à Lusa que a empresa tinha programado para aquele dia a realização de 841 comboios, sendo que os serviços mínimos apenas abrangem a realização de 162, "o que corresponde a cerca de 19% da oferta" prevista pela transportadora ferroviária.
A responsável salientou, no entanto, que "se a empresa puder fazer mais comboios certamente não deixará de fazê-los", mas já anunciou em comunicado o cancelamento dos comboios especiais que habitualmente se realizam para as cidades de Ovar e Estarreja.
A greve ao trabalho em horas extraordinárias, dias de descanso semanal e feriados foi decretada pelo Sindicato Nacional dos Maquinistas (SMAQ) no início de Janeiro e prolonga-se até final deste mês.
O SMAQ, que já tinha cumprido vários dias de greve com a duração de 24 horas no período do Natal, contesta os processos disciplinares alegadamente ilegais interpostos pela CP pelo incumprimento de serviços mínimos em paralisações anteriores.
20/02/2012
A CP - Comboios de Portugal anunciou que devido à greve decretada pelo Sindicato dos Maquinistas não se irão realizar os comboios especiais de Carnaval programados para hoje e terça-feira para Ovar e Estarreja.
As cidades de Ovar e Estarreja acolhem as principais festas do Carnaval de toda a zona Centro/Norte.
A greve dos maquinistas da CP no dia de Carnaval deverá levar a empresa a realizar apenas os 162 comboios definidos como serviços mínimos pelo tribunal arbitral, um número que corresponde a cerca de 19% da oferta prevista.
Na terça-feira, os maquinistas da CP voltam a parar, no âmbito da greve ao trabalho em horas extraordinárias, dias de descanso semanal e feriados que têm em curso, uma vez que o Acordo de Empresa considera o dia feriado.
A porta-voz da CP, Ana Portela, disse à Lusa que a empresa tinha programado para aquele dia a realização de 841 comboios, sendo que os serviços mínimos apenas abrangem a realização de 162, "o que corresponde a cerca de 19% da oferta" prevista pela transportadora ferroviária.
A responsável salientou, no entanto, que "se a empresa puder fazer mais comboios certamente não deixará de fazê-los", mas já anunciou em comunicado o cancelamento dos comboios especiais que habitualmente se realizam para as cidades de Ovar e Estarreja.
A greve ao trabalho em horas extraordinárias, dias de descanso semanal e feriados foi decretada pelo Sindicato Nacional dos Maquinistas (SMAQ) no início de Janeiro e prolonga-se até final deste mês.
O SMAQ, que já tinha cumprido vários dias de greve com a duração de 24 horas no período do Natal, contesta os processos disciplinares alegadamente ilegais interpostos pela CP pelo incumprimento de serviços mínimos em paralisações anteriores.
mcarvalho
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Aviso
L. Beira Baixa - Supressão S. Rodoviário Covilhã/Guarda - 1/03/2012
Considerando as medidas aprovadas pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 45/2011, de 10 de Novembro, no que respeita ao Plano Estratégico dos Transportes, a CP informa que o serviço rodoviário de substituição existente na relação Covilhã <> Guarda será suprimido a partir do próximo dia 1 de março de 2012.
A baixa procura registada neste serviço, comprova que a solução rodoviária com recurso a operadores locais é seguramente a solução de mobilidade mais adequada, quer do ponto de vista da sustentabilidade económica quer do ponto de vista ambiental.
http://www.cp.pt/cp/displayPage.do?vgne ... 01a8c0RCRD
L. Beira Baixa - Supressão S. Rodoviário Covilhã/Guarda - 1/03/2012
Considerando as medidas aprovadas pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 45/2011, de 10 de Novembro, no que respeita ao Plano Estratégico dos Transportes, a CP informa que o serviço rodoviário de substituição existente na relação Covilhã <> Guarda será suprimido a partir do próximo dia 1 de março de 2012.
A baixa procura registada neste serviço, comprova que a solução rodoviária com recurso a operadores locais é seguramente a solução de mobilidade mais adequada, quer do ponto de vista da sustentabilidade económica quer do ponto de vista ambiental.
http://www.cp.pt/cp/displayPage.do?vgne ... 01a8c0RCRD
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http://o-antonio-maria.blogspot.com/
citação
Para quê desativar a Linha do Oeste se a Figueira cresce?
E já agora outra pergunta: a quem interessa a fusão dos portos nacionais numa única entidade? Eu tenho uma resposta: ao grupo Mello! A ideia deve ser esta: faz-se aos portos o que se fez à ANA e depois entrega-se tudo aos rendeiros da família Mello que, desta forma brutal e contrária a todo o espírito anti-monopolista proclamado pela UE, passam a dominar 99% a mobilidade no nosso país! Até as canadianas devem ser controladas por eles através das suas magníficas PPPs hospitalares: quer tenhamos ou não as pernas partidas, pagamos as muletas! Álvaro Santos Pereira: acorda para os piratas que te rodeiam como tubarões!!!
PS: o lóbi da SLN, a tríade de Macau e o residente da Urbanização da Coelha que em má hora colocámos em Belém, continuam a conspirar a favor do embuste da Ota em Alcochete. Álvaro Santos Pereira sabe bem, pela experiência canadiana, no que estes elefantes de corrupção podem dar, tal como deveria saber até que ponto o NAT (Novo Aeroporto de Atenas) olimpicamente contribui para o colapso da Grécia. Eu não me espantaria que o Gasparinho, tão afoito no ataque à classe média, estivesse na disposição de mandar calar uma vez mais o ASP para fazer mais um favor sorridente à cáfila que arruinou o país e se prepara para rapar o que resta do tacho nacional. O rapaz não passa, afinal, dum escriturário do sistema! OAM
OAM
Depois de em 2010 se terem movimentado no Porto da Figueira da Foz 1.615.891,18 toneladas de mercadorias, um recorde que deixava bem para trás a última melhor marca alcançada em 2007, a movimentação voltou a crescer em 2011, desta feita «na ordem dos 6%», adianta José Luís Cacho, sendo que os números definitivos serão divulgados em breve. O presidente da APFF (Administração do Porto da Figueira da Foz) afirma que tal se deve «à estratégia delineada, aos investimentos realizados na estabilização e melhoria do porto e, claro, aos projectos das empresas privadas».
Link: http://www.portosdeportugal.pt/sartigo/index.php?x=7314 (via shareaholic.com)
citação
Para quê desativar a Linha do Oeste se a Figueira cresce?
E já agora outra pergunta: a quem interessa a fusão dos portos nacionais numa única entidade? Eu tenho uma resposta: ao grupo Mello! A ideia deve ser esta: faz-se aos portos o que se fez à ANA e depois entrega-se tudo aos rendeiros da família Mello que, desta forma brutal e contrária a todo o espírito anti-monopolista proclamado pela UE, passam a dominar 99% a mobilidade no nosso país! Até as canadianas devem ser controladas por eles através das suas magníficas PPPs hospitalares: quer tenhamos ou não as pernas partidas, pagamos as muletas! Álvaro Santos Pereira: acorda para os piratas que te rodeiam como tubarões!!!
PS: o lóbi da SLN, a tríade de Macau e o residente da Urbanização da Coelha que em má hora colocámos em Belém, continuam a conspirar a favor do embuste da Ota em Alcochete. Álvaro Santos Pereira sabe bem, pela experiência canadiana, no que estes elefantes de corrupção podem dar, tal como deveria saber até que ponto o NAT (Novo Aeroporto de Atenas) olimpicamente contribui para o colapso da Grécia. Eu não me espantaria que o Gasparinho, tão afoito no ataque à classe média, estivesse na disposição de mandar calar uma vez mais o ASP para fazer mais um favor sorridente à cáfila que arruinou o país e se prepara para rapar o que resta do tacho nacional. O rapaz não passa, afinal, dum escriturário do sistema! OAM
OAM
Depois de em 2010 se terem movimentado no Porto da Figueira da Foz 1.615.891,18 toneladas de mercadorias, um recorde que deixava bem para trás a última melhor marca alcançada em 2007, a movimentação voltou a crescer em 2011, desta feita «na ordem dos 6%», adianta José Luís Cacho, sendo que os números definitivos serão divulgados em breve. O presidente da APFF (Administração do Porto da Figueira da Foz) afirma que tal se deve «à estratégia delineada, aos investimentos realizados na estabilização e melhoria do porto e, claro, aos projectos das empresas privadas».
Link: http://www.portosdeportugal.pt/sartigo/index.php?x=7314 (via shareaholic.com)
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AutoMech Escreveu:mcarvalho Escreveu:eu nunca digo mal dos Lisboetas puros .. tenho muitos amigos.. insurjo-me é contra os que vão da provincia e muitos deles transmontanos , que ficam "malucos" com os prédios muito altos, com as lampadinhas todas acesas, com os carros de alta cilindrada a fazer bruuummm , com as badalhocas a cheira a chanel 5 e rápidamente esquecem os neles confiaram e tão orgulhosamente votaram...Esse sim
Parece o resumo da Queda dum Anjo. Tal e qual.
caro auto mech
por acaso nunca li... sei que é um livro de Camilo Castelo Branco.. familiar da minha bisavó--
é curioso.. eu escrevo ao correr da tecla ... como costumo dizer.. e muitas vezes não sei onde vou "buscar a " inspiração .. parece que alguém me poe a escrever .. enfim .. sja o que for .. não meinteressa .. só me interessa estar de bem com a minha consciencia.. e com aquilo que m parece ser o mais certo
grande abraço
mcarvalho
ps detesto dizer .. tinha razão ... porque infelizmente o que se confirma não é nada de agradável.. conmforme os loucos óptmistas pretendiam impor
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Aumento da procura leva CP a adiar encerramento da ligação Régua-Pocinho
Por Carlos Cipriano e Cátia Vilaça - 03-12-2011
Apesar de ter adiado o encerramento do último troço da Linha do Douro, o fim da ligação Régua-Pocinho continua a constar do rol das ferrovias a fechar do plano apresentado à troika. Governo analisa o caso
A "supressão de circulações entre Régua e Pocinho" era uma das medidas de redução de custos do Plano de Actividades e Orçamento de 2011 da CP, que deveria ter sido implementada em Fevereiro deste ano, mas que a empresa deixou caiu por "haver procura" neste troço.
Esta decisão consta do relatório semestral de gestão da CP, a que o PÚBLICO teve acesso, no qual estes 68 quilómetros de via férrea continuam, todavia, a constar na lista dos 800 quilómetros de linhas que poderão encerrar, nos termos do plano apresentado pela Refer à troika.
O aumento da procura no Douro é sazonal, tendo-se verificado nos últimos meses comboios congestionados, com passageiros a viajar de pé, insatisfeitos por terem comprado um passeio de comboio na linha mais bonita do país e não encontrarem condições para apreciar devidamente a paisagem.
"A minha mãe foi hoje levar a Margarida ao Lamego [estação da Régua] no comboio das 9h15 em S. Bento e assistiu novamente à pouca-vergonha: o comboio partiu atafulhado de gente em pé, a ponto de ter ficado em Ermesinde à espera de composição para sentar as pessoas. Mesmo assim, ainda seguiram pessoas de pé! Eu fui levá-las lá e presenciei a quantidade de turistas estrangeiros que viajavam nele". Este é o conteúdo de uma reclamação entregue na CP durante o mês de Agosto. Na estação da Régua assistiu-se frequentemente à partida de composições com gente de pé, na sua maioria utentes que usavam o comboio não por necessidade de mobilidade mas pelo puro prazer da viagem.
O comboio acaba de sair da Régua para o Pocinho. José Ribeiro viaja com um grupo de 20 amigos. É a segunda vez que percorre o Alto Douro vinhateiro de comboio, e garante que esta é a única forma de o fazer serenamente. "De autocarro chegamos enjoados, e depois temos uma prova de vinhos à espera". Apenas uma unidade com três carruagens faz o trajecto final Régua-Pocinho. Quem vem do Porto tem de se certificar na Régua de que está na carruagem certa, ou mudar aí para as da frente, como aconselha o revisor, porque à saída de S. Bento a composição é formada por duas automotoras de três carruagens cada que, neste domingo soalheiro, vão quase cheias.
Abel Lameiro é outro dos convivas. É estreante no troço Régua-Pocinho, mas já lhe reconhece potencial turístico. Defende a aposta numa maior publicitação da linha para tirar partido desse mesmo potencial. Paulo Coelho aponta na mesma direcção do companheiro de viagem. Em vias de se mudar para a região, vai passar de turista a passageiro frequente, pelo que defende melhorias no sentido de tornar a linha mais atractiva. Defende a criação de uma verdadeira rota turística, acessível por bilhete simples aos residentes e vendida a um preço mais elevado a turistas. Esse aumento de preço seria acompanhado por uma melhoria no serviço, como a criação de um bar à disposição dos passageiros.
O problema é que a CP não tem comboios para esta linha. As automotoras que por aqui circulam são espanholas e a CP paga por elas 5,35 milhões de euros anuais à Renfe. O contrato tem a duração de cinco anos e deverá ser prorrogado, porque a transportadora portuguesa não tem material para este serviço, dado que parte das locomotivas e carruagens que estavam afectas ao Douro foram vendidas à Argentina.
A alternativa é o material em segunda mão espanhol. Tem ar condicionado e assentos mais confortáveis do que as composições anteriores, mas está longe de ser o material mais adequado para uma linha com potencial turístico, onde muitos passageiros desejam abrir a janela para melhor usufruir da paisagem.
A CP, em resposta a questões do PÚBLICO, diz que "não existem estudos que possam sustentar uma resposta sobre as opiniões dos clientes relativamente a estas automotoras"
Pinhão (tal como a Régua) é uma das poucas estações do Douro que ficam no centro das localidades que servem. A assistente de direcção do CS Vintage House Hotel, Patrícia Silva, já ouviu falar da intenção de fechar a linha da Régua ao Pocinho, mas não prevê uma diminuição do fluxo de clientes, embora considere que os programas turísticos desenvolvidos nas imediações, que incluem tours de comboio, possam sair afectados, caso a medida venha a concretizar-se.
O restaurante Calça Curta é o único estabelecimento visível nas imediações da estação do Tua. Apesar de se situar a escassos metros da linha, mesmo em frente à estação, o proprietário acredita na força da reputação da casa: "[Os clientes] se não vierem de comboio, vêm de carro ou de avião." Apesar de tudo, acredita que o encerramento do troço Régua-Pocinho não será concretizado, dado o potencial paisagístico do percurso. O empresário da restauração observa que o trajecto Porto-Vigo (cujo encerramento também está previsto) dispõe de alternativas, o que não acontece com este. Mas se a alternativa for fechar a linha para o Pocinho, podem contar com a sua indignação: "Que nos entreguem aos espanhóis!"
Faltam estudos
A CP não sabe quantos dos seus passageiros do Douro viajam por motivos de lazer. Em 2010, nos meses de Junho, Julho e Agosto, viajaram na Linha do Douro 306 mil passageiros, dos quais 62 mil em comboios especiais ou em grupos organizados pela empresa. Dos restantes 244 mil ignora quantos viajaram por motivos estritamente turísticos, embora admita que, "nesta época do ano", "existem números consideráveis de turistas individuais (não organizados em grupos) que viajam na oferta regular". Este ano, antes ainda do final do mês de Agosto, o número de clientes neste eixo era de 289 mil, dos quais 54 mil em viagens organizadas.
Chegada ao Pocinho. Os transeuntes e os automóveis contam-se pelos dedos. Apesar de ser hora de almoço, são poucos os clientes do café-restaurante O Gaveto, em frente à estação. As mesas onde se servem os almoços estão quase todas vazias, e os turistas acabados de chegar não entram. Segundo a proprietária, seguem directamente para as camionetas que os hão-de levar ao passeio turístico de barco pelo Douro.
Governo avalia
No entanto, este cenário despovoado pode sofrer uma alteração em breve, com a inauguração do Centro de Competição de Remo do Pocinho. Este é, aliás, um dos motivos que levam Gustavo Duarte, presidente da Câmara Municipal de Foz Côa, à convicção de que o troço é para manter. "Nem me passa pela cabeça que isso se irá concretizar", exclama o edil. Além do centro de remo, actualmente em construção, o autarca lembra a tomada de posse da nova administração do Museu do Côa (o Governo deu recentemente luz verde à criação da Fundação Côa Parque), salientando que a publicidade em torno da região justifica a manutenção da linha.
Questionado sobre o eventual encerramento de parte da linha do Douro, o Ministério da Economia e Emprego, que tutela a Secretaria de Estado dos Transportes, apenas diz que a matéria está a ser avaliada.
Por Carlos Cipriano e Cátia Vilaça - 03-12-2011
Apesar de ter adiado o encerramento do último troço da Linha do Douro, o fim da ligação Régua-Pocinho continua a constar do rol das ferrovias a fechar do plano apresentado à troika. Governo analisa o caso
A "supressão de circulações entre Régua e Pocinho" era uma das medidas de redução de custos do Plano de Actividades e Orçamento de 2011 da CP, que deveria ter sido implementada em Fevereiro deste ano, mas que a empresa deixou caiu por "haver procura" neste troço.
Esta decisão consta do relatório semestral de gestão da CP, a que o PÚBLICO teve acesso, no qual estes 68 quilómetros de via férrea continuam, todavia, a constar na lista dos 800 quilómetros de linhas que poderão encerrar, nos termos do plano apresentado pela Refer à troika.
O aumento da procura no Douro é sazonal, tendo-se verificado nos últimos meses comboios congestionados, com passageiros a viajar de pé, insatisfeitos por terem comprado um passeio de comboio na linha mais bonita do país e não encontrarem condições para apreciar devidamente a paisagem.
"A minha mãe foi hoje levar a Margarida ao Lamego [estação da Régua] no comboio das 9h15 em S. Bento e assistiu novamente à pouca-vergonha: o comboio partiu atafulhado de gente em pé, a ponto de ter ficado em Ermesinde à espera de composição para sentar as pessoas. Mesmo assim, ainda seguiram pessoas de pé! Eu fui levá-las lá e presenciei a quantidade de turistas estrangeiros que viajavam nele". Este é o conteúdo de uma reclamação entregue na CP durante o mês de Agosto. Na estação da Régua assistiu-se frequentemente à partida de composições com gente de pé, na sua maioria utentes que usavam o comboio não por necessidade de mobilidade mas pelo puro prazer da viagem.
O comboio acaba de sair da Régua para o Pocinho. José Ribeiro viaja com um grupo de 20 amigos. É a segunda vez que percorre o Alto Douro vinhateiro de comboio, e garante que esta é a única forma de o fazer serenamente. "De autocarro chegamos enjoados, e depois temos uma prova de vinhos à espera". Apenas uma unidade com três carruagens faz o trajecto final Régua-Pocinho. Quem vem do Porto tem de se certificar na Régua de que está na carruagem certa, ou mudar aí para as da frente, como aconselha o revisor, porque à saída de S. Bento a composição é formada por duas automotoras de três carruagens cada que, neste domingo soalheiro, vão quase cheias.
Abel Lameiro é outro dos convivas. É estreante no troço Régua-Pocinho, mas já lhe reconhece potencial turístico. Defende a aposta numa maior publicitação da linha para tirar partido desse mesmo potencial. Paulo Coelho aponta na mesma direcção do companheiro de viagem. Em vias de se mudar para a região, vai passar de turista a passageiro frequente, pelo que defende melhorias no sentido de tornar a linha mais atractiva. Defende a criação de uma verdadeira rota turística, acessível por bilhete simples aos residentes e vendida a um preço mais elevado a turistas. Esse aumento de preço seria acompanhado por uma melhoria no serviço, como a criação de um bar à disposição dos passageiros.
O problema é que a CP não tem comboios para esta linha. As automotoras que por aqui circulam são espanholas e a CP paga por elas 5,35 milhões de euros anuais à Renfe. O contrato tem a duração de cinco anos e deverá ser prorrogado, porque a transportadora portuguesa não tem material para este serviço, dado que parte das locomotivas e carruagens que estavam afectas ao Douro foram vendidas à Argentina.
A alternativa é o material em segunda mão espanhol. Tem ar condicionado e assentos mais confortáveis do que as composições anteriores, mas está longe de ser o material mais adequado para uma linha com potencial turístico, onde muitos passageiros desejam abrir a janela para melhor usufruir da paisagem.
A CP, em resposta a questões do PÚBLICO, diz que "não existem estudos que possam sustentar uma resposta sobre as opiniões dos clientes relativamente a estas automotoras"
Pinhão (tal como a Régua) é uma das poucas estações do Douro que ficam no centro das localidades que servem. A assistente de direcção do CS Vintage House Hotel, Patrícia Silva, já ouviu falar da intenção de fechar a linha da Régua ao Pocinho, mas não prevê uma diminuição do fluxo de clientes, embora considere que os programas turísticos desenvolvidos nas imediações, que incluem tours de comboio, possam sair afectados, caso a medida venha a concretizar-se.
O restaurante Calça Curta é o único estabelecimento visível nas imediações da estação do Tua. Apesar de se situar a escassos metros da linha, mesmo em frente à estação, o proprietário acredita na força da reputação da casa: "[Os clientes] se não vierem de comboio, vêm de carro ou de avião." Apesar de tudo, acredita que o encerramento do troço Régua-Pocinho não será concretizado, dado o potencial paisagístico do percurso. O empresário da restauração observa que o trajecto Porto-Vigo (cujo encerramento também está previsto) dispõe de alternativas, o que não acontece com este. Mas se a alternativa for fechar a linha para o Pocinho, podem contar com a sua indignação: "Que nos entreguem aos espanhóis!"
Faltam estudos
A CP não sabe quantos dos seus passageiros do Douro viajam por motivos de lazer. Em 2010, nos meses de Junho, Julho e Agosto, viajaram na Linha do Douro 306 mil passageiros, dos quais 62 mil em comboios especiais ou em grupos organizados pela empresa. Dos restantes 244 mil ignora quantos viajaram por motivos estritamente turísticos, embora admita que, "nesta época do ano", "existem números consideráveis de turistas individuais (não organizados em grupos) que viajam na oferta regular". Este ano, antes ainda do final do mês de Agosto, o número de clientes neste eixo era de 289 mil, dos quais 54 mil em viagens organizadas.
Chegada ao Pocinho. Os transeuntes e os automóveis contam-se pelos dedos. Apesar de ser hora de almoço, são poucos os clientes do café-restaurante O Gaveto, em frente à estação. As mesas onde se servem os almoços estão quase todas vazias, e os turistas acabados de chegar não entram. Segundo a proprietária, seguem directamente para as camionetas que os hão-de levar ao passeio turístico de barco pelo Douro.
Governo avalia
No entanto, este cenário despovoado pode sofrer uma alteração em breve, com a inauguração do Centro de Competição de Remo do Pocinho. Este é, aliás, um dos motivos que levam Gustavo Duarte, presidente da Câmara Municipal de Foz Côa, à convicção de que o troço é para manter. "Nem me passa pela cabeça que isso se irá concretizar", exclama o edil. Além do centro de remo, actualmente em construção, o autarca lembra a tomada de posse da nova administração do Museu do Côa (o Governo deu recentemente luz verde à criação da Fundação Côa Parque), salientando que a publicidade em torno da região justifica a manutenção da linha.
Questionado sobre o eventual encerramento de parte da linha do Douro, o Ministério da Economia e Emprego, que tutela a Secretaria de Estado dos Transportes, apenas diz que a matéria está a ser avaliada.
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Carta Aberta: Hipocrisia do Conselho de Administração da CP - Ganiel Conde
Fui recentemente confrontado, não sem algum choque, pesem embora anos de experiência como utente e como cidadão a respeito do modus operandi da CP, com uma notícia que dava conta da tentativa desta – galantemente gorada – em vender o Comboio Histórico de Via Estreita do Corgo para um qualquer museu no estrangeiro.
Jacques Daffis, Vice-presidente da FEDECRAIL (Federação Europeia das Associações de Caminhos-de-Ferro Turísticos), com o qual tive já o prazer de trocar algumas impressões sobre a Linha do Tua, foi responsável por indagar junto do próprio Museu Ferroviário Nacional se este tinha conhecimento da tentativa trapalhona de venda da CP deste material único, os quais, mesmo apesar de terem interposto um pedido de cedência deste material, não haviam sido informados. Segundo o próprio, "Essa proposta pareceu-nos escandalosa, porque o material em via métrica português é raro e é uma composição que está em bom estado".
Ao que se apurou, uma porta-voz da CP terá tentado justificar esta trapalhada da seguinte forma: "Podendo haver interesse por alguma companhia ferroviária na sua colocação ao serviço para fins turísticos, a CP fez uma primeira auscultação do mercado para verificar a existência de eventuais interessados”.
E é aqui que eu entro: tem graça, a mim ninguém me perguntou nada.
À margem da minha actividade no Movimento Cívico pela Linha do Tua, do qual sou co-fundador, participei na 1ª edição do concurso nacional de empreendedorismo denominado “Realiza o teu Sonho”, da autoria e responsabilidade da associação Acredita Portugal. O projecto que levei a concurso teve o sugestivo nome de “Turismo Ferroviário na Linha do Tua”, e ficou em 3º lugar, entre centenas de projectos admitidos a concurso (vide http://www.acreditaportugal.pt/realiza- ... jectos.php).
Após receber o galardão em Julho de 2010, indaguei imediatamente o Conselho de Administração (CA) da CP sobre a sua disponibilidade e amabilidade em me receberem em reunião, para lhes poder ser apresentado o meu projecto, uma vez que tinha como ponto fulcral a cedência ou venda do mesmíssimo material histórico de que estamos a tratar nesta carta. Em correio electrónico de 1 de Outubro desse ano, a secretária do Vogal Dr. Nuno Moreira, do CA da CP, fazia-me chegar a deliberação deste membro da cúpula da arruinada empresa pública:
Como é do seu conhecimento a Linha do Tua encontra-se interdita à circulação ferroviária. Nesse contexto, o projecto apresentado de exploração do comboio a vapor de via estreita na referida linha é inviável enquanto se mantiverem as actuais restrições, que, sendo alteradas, permitirão uma reavaliação do projecto. Não contente com esta desculpa esfarrapada, remeti novo pedido de audiência a 3 de Março de 2011, do qual não obtive ainda qualquer resposta.
Como noticiou e muito bem o jornalista autor da peça pela qual soube desta ignomínia, só na França, Reino Unido e Alemanha, o turismo ferroviário emprega quase quatro mil pessoas, e rende anualmente 174 milhões de euros, por vezes em vias-férreas recuperadas de décadas de ruína com a ajuda de mão-de-obra voluntária. Convém ainda referir que algumas destas jóias industriais, paisagísticas e humanas, desenrolam-se em traçados de distância inferior a 16 km, que é aquela de que a Linha do Tua dispõe actualmente para circulações ferroviárias, entre o Cachão e Carvalhais, fora os 20 km entre a Brunheda e o Cachão – à espera de uma decisão advinda da barragem do Tua – e os 76 km amputados entre Carvalhais e Bragança em 1992, que incluem por exemplo o cume ferroviário português em Santa Comba de Rossas.
Portugal possui 2 serviços turísticos ferroviários apenas, ambos no troço Régua – Pocinho, o mais ameaçado de extermínio na Linha do Douro. Entre os países francófonos da Europa, são 70 as empresas de exploração ferroviária turística, e na Espanha só a FEVE – maior operadora de Via Estreita do país de nuestros hermanos – conta com quase 10 destes serviços, de entre os quais 2 são comboios de luxo com programas de uma semana inteira. No País de Gales, o pequeno/grande projecto e exemplo de empreendedorismo e civismo da Welsh Highland Railway foi responsável por recuperar uma Via Estreita cuja linha há décadas havia desaparecido, graças a apoios comunitários, mas também a mecenas e voluntários de todos os quadrantes sociais; emprega 65 funcionários, gera anualmente 15 milhões de libras esterlinas de receitas para a economia local, e criou 350 postos de trabalho indirectos na região. A sua extensão é de 40 km – da Brunheda a Carvalhais, na Linha do Tua, são 37 km.
No País Basco, existe uma automotora Allan em exibição que circulou anos a fio nas Linhas do Tua e do Vouga, para além de uma locomotiva a vapor que faz serviços turísticos, gratificantemente apelidada de “Portuguesa”; na Suíça, o comboio histórico do Vale do Jura circula com outra locomotiva a vapor que cruzou a orografia trasmontana décadas a fio; nos Andes, as “Xepas” – automotoras que serviram nas Linhas do Tua e do Corgo – escalam montanhas de emoções únicas; na África subsaariana, as mais potentes locomotivas diesel de Via Estreita que circularam em Portugal (1.000 cavalos de potência), sendo a Linha do Tua a última via que serviram, rebocam pobres carruagens apinhadas de gente; recentemente, outra locomotiva a vapor de Via Estreita foi desmantelada e levada do Pocinho para a Alemanha para restauro, enquanto as fantásticas carruagens italianas “Napolitanas” apodrecem com displicência no Tua, e o museu ferroviário de Bragança segue com mais de 10 anos de encerramento.
Na qualidade de cidadão português trapaceado e negligenciado por um Conselho de Administração que esbanja nesciamente todos os anos o meu dinheiro de impostos, e que prefere ver material histórico ferroviário de Via Estreita exposto em museus estrangeiros, a rebocar comboios turísticos ou de passageiros no estrangeiro, ou a apodrecer e a cair aos pedaços em linhas de resguardo ou escondidos da vista em cocheiras espalhadas pelo país a fora, venho por este meio exigir uma satisfação. De quem, tanto faz, desde que tenha a vergonha e a decência de dar a cara por 30 anos de extermínio e escárnio do nosso património ferroviário de Via Estreita PORTUGUÊS, e explicar como é que é possível que certos gestores e
governantes clamem por iniciativas privadas, quando ao mesmo tempo tecem todos os esforços e ardis por castrar todas elas sem um pingo de decência, honra patriótica, ou pura e simples vergonha na cara.
Mirandela, 12 de Janeiro de 2012
Daniel Conde
Fui recentemente confrontado, não sem algum choque, pesem embora anos de experiência como utente e como cidadão a respeito do modus operandi da CP, com uma notícia que dava conta da tentativa desta – galantemente gorada – em vender o Comboio Histórico de Via Estreita do Corgo para um qualquer museu no estrangeiro.
Jacques Daffis, Vice-presidente da FEDECRAIL (Federação Europeia das Associações de Caminhos-de-Ferro Turísticos), com o qual tive já o prazer de trocar algumas impressões sobre a Linha do Tua, foi responsável por indagar junto do próprio Museu Ferroviário Nacional se este tinha conhecimento da tentativa trapalhona de venda da CP deste material único, os quais, mesmo apesar de terem interposto um pedido de cedência deste material, não haviam sido informados. Segundo o próprio, "Essa proposta pareceu-nos escandalosa, porque o material em via métrica português é raro e é uma composição que está em bom estado".
Ao que se apurou, uma porta-voz da CP terá tentado justificar esta trapalhada da seguinte forma: "Podendo haver interesse por alguma companhia ferroviária na sua colocação ao serviço para fins turísticos, a CP fez uma primeira auscultação do mercado para verificar a existência de eventuais interessados”.
E é aqui que eu entro: tem graça, a mim ninguém me perguntou nada.
À margem da minha actividade no Movimento Cívico pela Linha do Tua, do qual sou co-fundador, participei na 1ª edição do concurso nacional de empreendedorismo denominado “Realiza o teu Sonho”, da autoria e responsabilidade da associação Acredita Portugal. O projecto que levei a concurso teve o sugestivo nome de “Turismo Ferroviário na Linha do Tua”, e ficou em 3º lugar, entre centenas de projectos admitidos a concurso (vide http://www.acreditaportugal.pt/realiza- ... jectos.php).
Após receber o galardão em Julho de 2010, indaguei imediatamente o Conselho de Administração (CA) da CP sobre a sua disponibilidade e amabilidade em me receberem em reunião, para lhes poder ser apresentado o meu projecto, uma vez que tinha como ponto fulcral a cedência ou venda do mesmíssimo material histórico de que estamos a tratar nesta carta. Em correio electrónico de 1 de Outubro desse ano, a secretária do Vogal Dr. Nuno Moreira, do CA da CP, fazia-me chegar a deliberação deste membro da cúpula da arruinada empresa pública:
Como é do seu conhecimento a Linha do Tua encontra-se interdita à circulação ferroviária. Nesse contexto, o projecto apresentado de exploração do comboio a vapor de via estreita na referida linha é inviável enquanto se mantiverem as actuais restrições, que, sendo alteradas, permitirão uma reavaliação do projecto. Não contente com esta desculpa esfarrapada, remeti novo pedido de audiência a 3 de Março de 2011, do qual não obtive ainda qualquer resposta.
Como noticiou e muito bem o jornalista autor da peça pela qual soube desta ignomínia, só na França, Reino Unido e Alemanha, o turismo ferroviário emprega quase quatro mil pessoas, e rende anualmente 174 milhões de euros, por vezes em vias-férreas recuperadas de décadas de ruína com a ajuda de mão-de-obra voluntária. Convém ainda referir que algumas destas jóias industriais, paisagísticas e humanas, desenrolam-se em traçados de distância inferior a 16 km, que é aquela de que a Linha do Tua dispõe actualmente para circulações ferroviárias, entre o Cachão e Carvalhais, fora os 20 km entre a Brunheda e o Cachão – à espera de uma decisão advinda da barragem do Tua – e os 76 km amputados entre Carvalhais e Bragança em 1992, que incluem por exemplo o cume ferroviário português em Santa Comba de Rossas.
Portugal possui 2 serviços turísticos ferroviários apenas, ambos no troço Régua – Pocinho, o mais ameaçado de extermínio na Linha do Douro. Entre os países francófonos da Europa, são 70 as empresas de exploração ferroviária turística, e na Espanha só a FEVE – maior operadora de Via Estreita do país de nuestros hermanos – conta com quase 10 destes serviços, de entre os quais 2 são comboios de luxo com programas de uma semana inteira. No País de Gales, o pequeno/grande projecto e exemplo de empreendedorismo e civismo da Welsh Highland Railway foi responsável por recuperar uma Via Estreita cuja linha há décadas havia desaparecido, graças a apoios comunitários, mas também a mecenas e voluntários de todos os quadrantes sociais; emprega 65 funcionários, gera anualmente 15 milhões de libras esterlinas de receitas para a economia local, e criou 350 postos de trabalho indirectos na região. A sua extensão é de 40 km – da Brunheda a Carvalhais, na Linha do Tua, são 37 km.
No País Basco, existe uma automotora Allan em exibição que circulou anos a fio nas Linhas do Tua e do Vouga, para além de uma locomotiva a vapor que faz serviços turísticos, gratificantemente apelidada de “Portuguesa”; na Suíça, o comboio histórico do Vale do Jura circula com outra locomotiva a vapor que cruzou a orografia trasmontana décadas a fio; nos Andes, as “Xepas” – automotoras que serviram nas Linhas do Tua e do Corgo – escalam montanhas de emoções únicas; na África subsaariana, as mais potentes locomotivas diesel de Via Estreita que circularam em Portugal (1.000 cavalos de potência), sendo a Linha do Tua a última via que serviram, rebocam pobres carruagens apinhadas de gente; recentemente, outra locomotiva a vapor de Via Estreita foi desmantelada e levada do Pocinho para a Alemanha para restauro, enquanto as fantásticas carruagens italianas “Napolitanas” apodrecem com displicência no Tua, e o museu ferroviário de Bragança segue com mais de 10 anos de encerramento.
Na qualidade de cidadão português trapaceado e negligenciado por um Conselho de Administração que esbanja nesciamente todos os anos o meu dinheiro de impostos, e que prefere ver material histórico ferroviário de Via Estreita exposto em museus estrangeiros, a rebocar comboios turísticos ou de passageiros no estrangeiro, ou a apodrecer e a cair aos pedaços em linhas de resguardo ou escondidos da vista em cocheiras espalhadas pelo país a fora, venho por este meio exigir uma satisfação. De quem, tanto faz, desde que tenha a vergonha e a decência de dar a cara por 30 anos de extermínio e escárnio do nosso património ferroviário de Via Estreita PORTUGUÊS, e explicar como é que é possível que certos gestores e
governantes clamem por iniciativas privadas, quando ao mesmo tempo tecem todos os esforços e ardis por castrar todas elas sem um pingo de decência, honra patriótica, ou pura e simples vergonha na cara.
Mirandela, 12 de Janeiro de 2012
Daniel Conde
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Comboios Intercidades sem serviço de bar devido a falência da concessionária.
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mcarvalho Escreveu:eu nunca digo mal dos Lisboetas puros .. tenho muitos amigos.. insurjo-me é contra os que vão da provincia e muitos deles transmontanos , que ficam "malucos" com os prédios muito altos, com as lampadinhas todas acesas, com os carros de alta cilindrada a fazer bruuummm , com as badalhocas a cheira a chanel 5 e rápidamente esquecem os neles confiaram e tão orgulhosamente votaram...Esse sim
Parece o resumo da Queda dum Anjo. Tal e qual.

No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
mcarvalho Escreveu:Caro Charles
Lê com mais calma o que escrevi.. por favor
eu nunca digo mal dos Lisboetas puros .. tenho muitos amigos.. insurjo-me é contra os que vão da provincia e muitos deles transmontanos , que ficam "malucos" com os prédios muito altos, com as lampadinhas todas acesas, com os carros de alta cilindrada a fazer bruuummm , com as badalhocas a cheira a chanel 5 e rápidamente esquecem os neles confiaram e tão orgulhosamente votaram...Esse sim
............
Quanto aos melhoramnetos que falas.. AE e mais não sei quê--- para quem? os transmontanos e os portugueses nem dinheiro têm para comer quanto mais para pagar o gasoleo ou as portagens,, tinhamos, pelos vistos como sabes, o IP4 , onde fruto do traçado e da má sinalçização e também de inconsciencia pessoal dos condutores uma estrada de morte,,, mas não era paga ... agor a A$ vai passra por cima e se não quiseres pagar tens de voltar às estradas do velho Salazar...
Tinhas linhas de combóio, hospitais, urgencias, centros de saude ... práticamente tudo fechou.. prometeram uns helicópteros que nunca funcionaram e agora ... vão acabar também sem terem começado.
Fecharam correios, serviços, Pt EDp ... etc .. não eram rentáveis?? mas antigamente eram e o país não foi à falencia,, como agora
Desculpa Charles ... o arrazoado ..mas tenho de sair e amnhã não estarei
e tu mereces sempre uma resposta...
Em Lisboa tenho muitos amigos.. detesto sãop os que esquecem as origens e só prejudicam os que neles confiaram "orgulhosamente"
abraço
mcarvalho
Viva, eu li bem o que escreveste/tens escrito, não estou sequer a personalizar o assunto, limito-me e expressar uma opinião sobre os temas que vais aflorando, é uma opinião com conhecimento de causa, abordo questões que gostava de ver "rebatidas", quando falei no que considero o mito de "Lisboa/Lisboetas", é algo que já ouvi diversas vezes do Porto (e não só, Sul também) para cima, quer por via de vários anos de trabalho quer por amizades ou proximidades familiares nessas zonas e ainda pelo que vou lendo e ouvindo sobre o assunto, é nessa base que emiti a opinião
acho que essas pessoas confundem, ou querem confundir incompreensivelmente AR com Lisboa/Lisboetas, ok fica em Lisboa capital do País, e daí, o discurso é vazio, não leva a lado nenhum, parece que Lisboa/Lisboetas é algo abstrato

Outro mito que surgiu agora com esta crise, embora já se notassem comentários de café desde alguns anos a esta parte, é o mito que qualquer outra parte do País (interior) paga para os Lisboetas andarem em boas estradas em Lisboa e outras coisas do género, quem paga todos aqueles exemplos que te dei sobre o interior?
Deixo dois exemplos que me lembrei para duas regiões do País, quem pagou a casa da música do Porto e qual a sustentabilidade da mesma, quem pagou o CCB e qual a sutentabilidade do mesmo, quer quem seja do Porto ou de Lisboa pode-se questionar, porque motivo têm de contribuir para tudo isto se não usufruirem dos espaços?
Isto foi só para dar um exemplo,não devemos ir por ai senão acabamos reduzidos à nossa rua, ao nosso local de trabalho, às nossas escolas, aos nossos meios de transporte etc, eu digo sempre não ao divisionismo e sim à união do País.
a uns perdoa-se a ignorância, falando por exemplo da questão das portagens, que a CREL por exemplo é paga há anos, a A5 é paga, a Ponte 25 de Abril é paga a Ponte Vasco da Gama é paga etc, e tudo aquilo que eu disse no post anterior sobre os recursos de uns e outros, os rendimentos relativos de uns e outros
com outros, simplesmente não vale a pena gastar latim, porque é um misto de ignorância e incapacidade intrinseca de perceberem coisas simples como os rendimentos/encargos relativos de cada um em pontos diferentes do País e as condições de vida em Lisboa não serem aquilo que apregoam
eu devo no entanto dizer que ouço queixas que em Lisboa para o mesmo emprego se ganha mais, da minha experiência pessoal concluo que tenho tido azar, pois por exemplo no Porto ex colegas tinham rendimentos superiores ao meu nas mesmas funções, azar o meu e sorte a deles é assim a vida, essa coisa de Lisboa/Lisboetas faz-me uma certa confusão.....não não estou zangado com ninguém

A reorganização e adequação de meios hospitalares e de serviços, sejam da PT, EDP CTT são uma necessidade, a questão é também pertinente como já aflorei para os meios de transporte sejam a CP ou outros que dependem do erário público, seria errado que os governos não fizessem essas reorganizações, eu não quero crer que alguém não consiga ter acesso a estes meios que dizes que encerram, ok podem não ter ficado ao virar da esquina, mas eles existem, consegues dar algum exemplo de pessoas que ficaram impossibilitadas de aceder aos serviços que falas por via de encerramentos ou reorganizações geográficas dos mesmos?
Sobre os comboios/CP de que forma pensas ser possivel inverter ou resolver o problema desta empresa falida, o problema das linhas de comboio de que falas resolvem-se de que forma, de que forma pensas ser economicamente viável manter essas linhas, o carro e as empresas de transporte rodoviário tomaram ou não uma posição priveligiada no transporte de passageiros?
O principal ponto que não devemos esquecer é, o País mudou

Cumprimentos natalícios

Editado pela última vez por charles em 29/12/2011 14:40, num total de 1 vez.
Cumpt
só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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