Os professores que dão aulas que cuidem de si
artista Escreveu:AikyFriu Escreveu:Para alguém com horário completo receber receber uma DT tem que ter uma disciplina com 2 horas para puder largar. Como as disciplinas de 2 horas são raras nalguns grupos, o teu raciocínio falha aí.
Falha?! e formação cívica? o meu grupo tem disciplinas com 2, 3, 6 e não é por isso que eu tenho sido premeado... embora reconheça que pode haver alguns casos dificeis de encaixar, na grande maioria das situações não é por causa disso que as direções de turma vão parar a contratados, o meu exemplo é mais que evidente!
Estas mensagens estão um lençol, não vou responder ponto por ponto, até porque não vale a pena. Há coisas que não queres perceber, por isso nem que eu repita 500 vezes...
Uma coisa já percebi... estamos a falar de realidades diferentes: quando penso em escola tenho tendência a falar do Secundário, que foi sempre onde estive. Tu estás no Básico, daí alguma diferença de realidades, nomeadamente nas disciplinas de 2 horas. No Secundário também não há "estudo acompanhado" nem essas disciplinas afins... havia Formação Cívica, mas o C.Pedagógico da minha escola decidiu atribuir ao DT, que, obrigatoriamente teve formação na área, logo era efectivo na escola. Como abandonei a Gestão da escola antes do inicio do ano lectivo, não sei se houve excepções, motivadas por situações após o inicio do ano.
Por acaso estive a ver a distribuição do serviço do ano que está a acabar (para preparar os ficheiros para o próximo ano), tive curiosidade e fui ver o teu grupo (600, certo?). Na minha escola o teu grupo tem 1 (uma) disciplina de 2 horas e 3 com 3 horas. Em qualquer dos casos são disciplinas do curso profissional de Design gráfico, portanto entregues a professores da área de formação.
Insisto que nenhum horário completo é aceite com falta de horas, nem com horas extraordinárias (as excepções têm que ser muito bem explicadas). Já me aconteceu ser a Inspecção a obrigar a retirar uma DT de um efectivo para um horário em oferta de escola, porque assim evitava horas extraordinárias.
Atribuir as DT pode parecer uma coisa fácil, mas é bastante complicado. Depois de distribuir o serviço é a primeira coisa que faço na construção dos horários.
20 anos a fazer horários em escolas com mais de 1300 alunos, dão-me autoridade para saber do que falo.
Não, os cargos não têm que ser os primeiros a ser distribuídos, deve ser uma tarefa simultânea, o horário tem que ser completo, e isso é o principal. Nesta fase TODOS as horas do grupo têm que ser atribuídas, incluindo as que vão para horários sem titulares. Claro que podem sempre surgir novas turmas, muitas vezes no inicio de Setembro. Nesse caso há 2 hipóteses: troca de disciplinas com os horários já constituídos, inclusão das disciplinas em horários ainda sem titulares, ou constituição de novos horários.
Já agora não confundas DT com os outros cargos. A DT é o "único" cargo que dá redução da componente lectiva.
Quanto às diferenças entre a CGA e a SS, confesso que não sei muito bem quais são. Felizmente nunca meti um atestado médico.
O professor que referi, que ao fim de 18 anos teve que abandonar o ensino (garanto-te que houve muitos exemplos, sobretudo em historia, português, geografia) nada podiam fazer, porque quando tiraram as licenciaturas estas não tinham o estagio integrado. A alternativa era voltarem à universidade, o que implicava não leccionar, perder uns lugares (sem falar na família).
Os professores com habilitações suficientes, tal como os outros contratados, faziam todas as tarefas na escola, até mais do que agora (na primeira vez que fiz parte de um Conselho Directivo, estava colocado com habilitações suficientes).
Apesar de terem habilitação suficiente, estamos a falar de professores licenciados. Profissionalizados só havia os que eram efectivos e faziam a profissionalização em serviço. Se bem me lembro os cursos para o ensino, começaram a aparecer no meio da década de 90, muitas vezes eram as antigas licenciaturas em que uma ou 2 disciplinas foram trocadas (se calhar estou a generalizar incorrectamente, mas conheço casos destes)
Não tenho dúvidas que as condições dos professores se degradaram. O que afirmo é que se degradaram para todos. Os mais jovens têm oportunidades de (re)começar noutro sitio, o que não é fácil para alguém com 50 ou 60 anos, nalguns casos com filhos a frequentar universidades.
Para finalizar este debate faço-te uma pergunta: se fosses ministro da educação, o que farias para melhorar a situação dos professores na tua situação?
A bolsa é um mundo cheio de oportunidades...
... de perder dinheiro
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AikyFriu Escreveu:Para alguém com horário completo receber receber uma DT tem que ter uma disciplina com 2 horas para puder largar. Como as disciplinas de 2 horas são raras nalguns grupos, o teu raciocínio falha aí.
Falha?! e formação cívica? o meu grupo tem disciplinas com 2, 3, 6 e não é por isso que eu tenho sido premeado... embora reconheça que pode haver alguns casos dificeis de encaixar, na grande maioria das situações não é por causa disso que as direções de turma vão parar a contratados, o meu exemplo é mais que evidente!
AikyFriu Escreveu:Por vezes torna-se impossivel atribuir uma DT a um professor efectivo. Dou-te um exemplo: um professor de Matemática com 18 horas lectivas não pode ter DT, pois 3x6=18. Claro que há Cursos Profissionais com menos horas, mas o professor teria que ter perfil para esses cursos. O inverso é verdade: um professor de Biologia com 22 horas tem que ter DT, pois 2x10=20, faltam 2 horas..
Este ano até desapareceu mas ainda no ano passado havia o "Estudo acompanhado", antes também a "área de projeto". depois também há as ofertas de escola... há muitas formas de encaixar as coisas, embora eu admita que haverá algumas situações difíceis! Mas duvido que na grande maioria das escolas fosse necessário recorrer a professores contratados (não reconduzidos) para garantir todas as direções de turma. Aliás isso vai contra os regulamentos Internos das escolas, por mais voltas que dês...
AikyFriu Escreveu:Para além disso se eu tiver um horário com 20 horas posso-lhe dar uma DT, mas não posso dar horas de outro grupo. Percebeste a diferença?
Por isso não afirmes o que não sabes. Pelo menos na minha escola afirmo-te que se uma DT puder ficar no horário de um efectivo é isso que acontece, e a maioria dos horários dos contratados não seriam completos sem as horas de DT..
Eu sei bem do que estou a falar e já te dei muitos exemplos. Tu é que, ou estás a ser ingénuo, ou estás-te a fazer de... Se tiveres um horário de 20 horas dás a Direção de turma a um efetivo, a um QZP ou a um contratado reconduzido do mesmo grupo de recrutamento e este liberta as duas horas para completares o horário.
Mas nem é isso que está em causa, a escola deve ser gerida em função dos alunos e não dos interesses dos professores. As primeiras horas a serem distribuidas são as respeitantes aos cargos! , Só em casos extraordinários se pode justificar que os cargos não estejam já todos distribuídos antes de encaixar o resto, antes de verificar qauntas horas sobram para os concursos...
Mas muitas escolas fazem o quê? poucos querem direções de turma, sobretudo se forem turmas complicadas, e essas ficam para o fim. Depois dão-se entregam-se aos contratados como se fossem um presente, "assim ficas com mais horas"!


AikyFriu Escreveu:O que acabas de dizer é treta!
Sabes que é a inspeção (e em parte das Direcções regionais) que mandam nos horários. E não há hipóteses de um horário ser aprovado se for incompleto (para pessoal do quadro) ou se tiver horas extraordinárias. O regulamento interno pode dizer tudo, mas no fim o que conta é o nº de horas...
Tretas?! Mas onde é que eu disse algo diferente do que estás a afirmar?? Os horários claro que vão completos, ficam é de fora algumas direções de turma (para os contratados) que já devia ter sido incluídas nos horários dos efetivos e reconduzidos...
AikyFriu Escreveu:Não ponho em questão que essas colegas tenham pedido para não ter DT (isso acontece e não critico), mas porque razão a DT tinha que ficar no teu grupo? podia ter ido para qualquer outro. A proposito: alguma dessas colegas tem disciplinas com duas horas semanais?..
Quase todas as disciplinas que leccionam têm duas horas semanais... EV do 7º e 8º, Expressão plástica do 7º e 8º... e não são duas horas semanais, estás a esquecer-te de Formação cívica!
A minha direção de turma é do 9º ano, são 3 tempos semanais, mais as dois tempos da direção, mais formação cívica, são 6 tempos no total. Podia trocar com qualquer uma delas!
E no ano passado fui colocado num horário de 20 horas, duas direções de turma, a pior turma da escola desse ano, e a pior do ano anterior (uma de 7º e outra de 8º).. quase todos os diretores de turma do 7º eram contratados, houve muitas situações caricatas, um dos DT's meteu baixa prolongada e deram provisoriamente (enquanto não colocaram um sustituto) essa direção de turma a outra contratada a quem nem pagavam horas extraordinárias... e os professores do quadro? Nada!
AikyFriu Escreveu:Não tens CGA! certo, mas a CGA já foi chão que deu uvas (OK. reconheço que ainda é melhor do que a SS).
Também tens direito ao subsidio de desemprego, o que há anos não acontecia. Podias leccionar 10 anos seguidos, que no anos em que não tivesses colocação ficavas a chuchar no dedo.
Melhor que a SS? Não é melhor, é muuuuuito melhor! Tu se faltares dois ou três dias de baixa recebes praticamente tudo, eu recebo zero! Eu para justificar uma falta tenho de ir ao meu médico de família, no próprio dia, porque no dia seguinte ele já não me passa o atestado, a ti basta-te ir a um médico qualquer com adse... e por ai fora!
Eu, e muitos contratados ainda somos desse tempo, comecei em 1994/95, ainda apanhei muitos anos sem subsídio de desemprego... estás a empolar um bocado esse facto, preferia de longe ter as oportunidades que tinha em 94/95 e não ter direito ao Subsidio...
AikyFriu Escreveu:Reconheço que agora é dificil entrar para o ensino em qualquer grupo. Na altura era dificil para alguns grupos. Houve uma altura que houve mais injustiças do que agora. .
Acho é que tu agora não te dás verdadeiramente conta das injustiças porque a grande maioria das maiores não te afetam!
AikyFriu Escreveu:Já referi o caso de um professor que ao fim de 16 anos começou a ficar para o fim da lista porque aparecia pessoas com o estagio integrado no curso, ao fim de 18 anos deixou de conseguir horário e teve que desistir do ensino. Isso é o quê?.
Não estou a ver de que grupo ele era, mas em 16 anos duvido que não pudesse fazer alguma coisa para ser equiparado a esses... eu não posso fazer nada! Duvido que seja um caso representativo, mas talvez fosse num grupo qualquer...
AikyFriu Escreveu:Aí tens razão antes não se ganhava mais no subsidio de desemprego. Até porque não tinham direito ao subsidio de desemprego!!!!
E tu a dar-lhe com o subsídio de desemprego, é a tua grande arma, ao que parece, a única! Nessa altura havia tantas e crescentes necessidades de professores que raramente, ou durante pouco tempo ficavam desempregados, não te esqueças que eu também passei por isso! Estávamos em fase de crescimento, agora estamos a cortar a torto e a direito...
AikyFriu Escreveu:Se achas que ganhas pouco tenta saber qual era a diferença entre um professor com habilitação suficiente e os ordenados na altura.
Era enorme. mas estás a falar de pessoas com habilitação suficiente, agora estamos a falar de profissionalizados.. aliás até com isso me dás razão, nessa altura até pessoas com habilitação suficiente tinham lugar no ensino!!
AikyFriu Escreveu:Isto está a parecer um diálogo de surdos, mas apenas quero referir que, contrariamente a ti, conheço as duas situações. Nos ultimos 10 anos estive 9 como responsável pelo pessoal docente da minha escola e posso-te garantir que nunca prejudiquei um professor contratado em favor de um efectivo (já fiz o contrário com conhecimento do prejudicado). Em 1986/88 e 1991/93 tive igual cargo.
Quero salientar que os contratados sempre foram uns explorados do sistema, mas os professores que estão nos escalões mais adiantados já passaram por isso (eu estou no 8º escalão, tive sorte e passei nos ultimos dias em que tal foi possivel), mas, mesmo contando o primeiro congelamento já dia ter chegado ao topo há 2 anos.
E eu já devia estar no 3º ou 4º escalão (não tenho a certeza mas penso que seria isso, tinha de ir verificar) e ainda nem nos quadros estou, pior, este ano tenho horário incompleto e nem vou ter qualquer horário no dia 1 de setembro... os professores dos escalões superiores não passaram por isto, quando eles estavam a começar as necessidades eram crescentes, podem ter passado alguns anos, mas nunca 10/15/20 anos para ficar de fora ao fim deste tempo... os dedos das mãos devem chegar para contar os casos comparáveis!
AikyFriu Escreveu:Sabes qual é a grande diferença entre os professores contratados de agora e os de há 10 anos? a recuperação d tempo de serviço. Há 10 anos um professor sabia que se/quando entrasse no quadro o tempo que tinha leccionado até aí contava para a progressão na carreira. Os de agora começam do zero! essa é, para mim, a grande injustiça!!!!
Um abraço e acredita que estou solidário contigo e com todos os heróis que ainda acreditam...
PS: Peço desculpa a todas pela extensão da mensagem e prometo não repetir
Eu também estou solidário com todos os professores, mesmo tendo em conta que a minha situação é pior que as do quadro (muito pior) não deixo de achar que as condições para os professores se têm vindo a degradar, assim como as condições para os alunos aprenderem. Devo ficar fora em setembro mas até estou a pensar aproveitar algum tempo que tenha antes de ser colocado num horário de substituição para avaliar possíveis alternativas. Se para os do quadro já é difícil, para um contratado está a roçar a "escravatura", isto está mal de empregos mas vale a pena pelo menos procurar alternativas!
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artista Escreveu:AikyFriu Escreveu:Quando falei em cargos, não incluí o de Director de Turma, pois esse tem redução na componente lectiva (ao contrários dos outros). Para mim sempre funcionou como uma ferramenta para conseguir pedir horários completos para os contratados.
Isso é uma falácia que as escolas e de certa forma todos usam. As horas não aumentam por darem uma direção de turma a um contratado, elas são exatamente as mesmas. Além do que nunca tive direções de turma com horários completos, e já tive 4 direções de turma (duas no mesmo ano).
Por exemplo, este ano tenho uma direção de turma (horário de colocação de 14 horas). Bastava darem essa direção de turma a umas das três cologas do meu grupo com horários completos que elas libertavam as mesmas horas para mim. Ou seja, eu ficava exatemente com as mesmas 14 horas, só que não era DT, seria uma das minhas colegas, o que faria muito mais sentido...
Para alguém com horário completo receber receber uma DT tem que ter uma disciplina com 2 horas para puder largar. Como as disciplinas de 2 horas são raras nalguns grupos, o teu raciocínio falha aí.
Por vezes torna-se impossivel atribuir uma DT a um professor efectivo. Dou-te um exemplo: um professor de Matemática com 18 horas lectivas não pode ter DT, pois 3x6=18. Claro que há Cursos Profissionais com menos horas, mas o professor teria que ter perfil para esses cursos. O inverso é verdade: um professor de Biologia com 22 horas tem que ter DT, pois 2x10=20, faltam 2 horas.
Para além disso se eu tiver um horário com 20 horas posso-lhe dar uma DT, mas não posso dar horas de outro grupo. Percebeste a diferença?
Por isso não afirmes o que não sabes. Pelo menos na minha escola afirmo-te que se uma DT puder ficar no horário de um efectivo é isso que acontece, e a maioria dos horários dos contratados não seriam completos sem as horas de DT.
artista Escreveu:AikyFriu Escreveu:De qualquer modo, sabes que a escolha dos DT pouco tem a ver com a vocação para o cargo, mas tem sobretudo a ver com o preenchimento do nº de horas do horário, o que é compreensivel, considerando que, na maioria dos grupos, as disciplinas têm carga horaria elevada e o horário do professor tem que ter as 22 (ou 20, 18, 16, 14) tempos lectivos. Na minha escola, enquanto eu estive responsável pela área dos horários, as turmas mais problemáticas eram atribuidas a professorem mais competentes nas áreas. Mas ficava sempre bastantes turmas para os contratados.
Não conheço o Regulamente interno da tua escola, mas quase de certeza que o estiveste a violar. Nos Regulamentos internos estão inscritas as prioridades a observar na escolha de DT's, a primeira será certamente "pertencer ao quadro de escola". Se havia professores do quadro que não tinham cargos, não poderia haver contratados com direções de turma... a desculpa de que é difícil fazer os horários também é recorrente, na realidade o que muitas escolas fazem é ir de encontro aos interesses dos professor da escola... por exemplo na minha escola eu sei que não deram a minha direção de turma a nenhuma das 3 colegas do meu grupo com horários completos (uma do quadro, outra QZP, outra contratada reconduzida) porque elas o solicitaram. Aliás a escola costuma entregar, no final de cada ano letivo, um formulário aos professores para manifestarem as suas preferências para o ano seguinte (disciplinas que pretendem leccionar, cargos que pretendem, mancha horária), depois a escola tenta distribuir o serviço de acordo com esses formulários!
O que acabas de dizer é treta!
Sabes que é a inspeção (e em parte das Direcções regionais) que mandam nos horários. E não há hipóteses de um horário ser aprovado se for incompleto (para pessoal do quadro) ou se tiver horas extraordinárias. O regulamento interno pode dizer tudo, mas no fim o que conta é o nº de horas.
Não ponho em questão que essas colegas tenham pedido para não ter DT (isso acontece e não critico), mas porque razão a DT tinha que ficar no teu grupo? podia ter ido para qualquer outro. A proposito: alguma dessas colegas tem disciplinas com duas horas semanais?
Tirando a mancha horária é normal que os professores (necessariamente em grupo) preencham esses dados. A distribuição do serviço é da responsabilidade do Director, mas ele deve ouvir o grupo. Também é dever garantir com o delegado de grupo que a distribuição é a adequada.
artista Escreveu:AikyFriu Escreveu:Estás enganado: havias professores que esperavam mais de 15 anos pela vaga (conheci um professor de história que esperou 18 anos e acabou por não conseguir o lugar nos quadros porque o seu curso não tinha profissionalização (os cursos com estágio integrado são relativamente recentes) e foi ultrapassado por outros que acabavam o estágio já com profissionalização..
Sim mas são raros esses casos, além do que entretanto também se perderam muitas outras regalias. Por exemplo, os contratados passaram a descontar para a SS e não para a CGA, o que lhes tira uma série de regalias...
São raros???
Achas que todos os anos havia assim tantos professores a reformar-se? Havia um conjunto de grupos em que a situação era pelo menos tão má como é agora. Para os outros grupos havia possibilidades no privado muito superiores em termos remuneratórios.
Não tens CGA! certo, mas a CGA já foi chão que deu uvas (OK. reconheço que ainda é melhor do que a SS).
Também tens direito ao subsidio de desemprego, o que há anos não acontecia. Podias leccionar 10 anos seguidos, que no anos em que não tivesses colocação ficavas a chuchar no dedo.
artista Escreveu:AikyFriu Escreveu:No meu caso, grupo de electrotecnia, consegui lugar no quadro de nomeação provisória ao fim de 6 anos a mudar de escola e a saltar do grupo de electrotecnia e matemática (neste não podia ser efectivo, pois apenas tina habilitação própria)
Eu já dou há 16 ou 17 anos, tenho um pouco mais de 10 anos de tempo de serviço... estás a ver a diferença!
AikyFriu Escreveu:Antigamente, para conseguir um lugar no Quadro, o titular tinha que sair da escola. Havia hipoteses das escola criarem mais vagas, mas era dificil convencer as Direcções Regionais, sempre com medo dos horários zero.
Por isso, em determinados grupos, era relativamente fácil entrar para os quadros, mas noutros era tão dificil como agora.
Para além disso nos grupos onde havia vagas, também havia trabalho no particular, muito melhor remunerado (posso-te dizer que recusei trabalhos onde ganhava o triplo, sem falar nos projectos que realizei em part-time).
Tão difícil como agora não, agora muitos profissionalizados nem horário de incompleto de substituição conseguem no ano inteiro!!
Reconheço que agora é dificil entrar para o ensino em qualquer grupo. Na altura era dificil para alguns grupos. Houve uma altura que houve mais injustiças do que agora.
Já referi o caso de um professor que ao fim de 16 anos começou a ficar para o fim da lista porque aparecia pessoas com o estagio integrado no curso, ao fim de 18 anos deixou de conseguir horário e teve que desistir do ensino. Isso é o quê?
artista Escreveu:AikyFriu Escreveu:O vencimento inferior todos tiveram: é um dos problemas do vencimento dos professores, baixos vencimentos durante quase toda a carreira, apenas nos 2 últimos têm um grande aumento.
Tudo o resto que referes também se aplicava à 25 anos.
Estamos a falar de vencimentos verdadeiramente inferiores. Estamos a falar de condições de trabalho que roçam a escravatura... eu por exemplo, neste momento estou a ganhar 840 euros líquidos, 12 meses, o que deverá dar cerca de 700 e tal de média no final do ano... se for colocado em 1 de Setembro, o que é pouco provável! Estaria a ganhar mais se estivesse a receber o subsídio de desemprego, aliás acho que vou ficar a ganhar mais em 1 de Setembro se não for colocado, se ganhar menos não será grande a diferença!... e o pior é que há muita gente bem pior que eu, parece mentira mas é verdade!
Aí tens razão antes não se ganhava mais no subsidio de desemprego. Até porque não tinham direito ao subsidio de desemprego!!!!
Se achas que ganhas pouco tenta saber qual era a diferença entre um professor com habilitação suficiente e os ordenados na altura.
Isto está a parecer um diálogo de surdos, mas apenas quero referir que, contrariamente a ti, conheço as duas situações. Nos ultimos 10 anos estive 9 como responsável pelo pessoal docente da minha escola e posso-te garantir que nunca prejudiquei um professor contratado em favor de um efectivo (já fiz o contrário com conhecimento do prejudicado). Em 1986/88 e 1991/93 tive igual cargo.
Quero salientar que os contratados sempre foram uns explorados do sistema, mas os professores que estão nos escalões mais adiantados já passaram por isso (eu estou no 8º escalão, tive sorte e passei nos ultimos dias em que tal foi possivel), mas, mesmo contando o primeiro congelamento já dia ter chegado ao topo há 2 anos.
Sabes qual é a grande diferença entre os professores contratados de agora e os de há 10 anos? a recuperação d tempo de serviço. Há 10 anos um professor sabia que se/quando entrasse no quadro o tempo que tinha leccionado até aí contava para a progressão na carreira. Os de agora começam do zero! essa é, para mim, a grande injustiça!!!!
Um abraço e acredita que estou solidário contigo e com todos os heróis que ainda acreditam...
PS: Peço desculpa a todas pela extensão da mensagem e prometo não repetir
A bolsa é um mundo cheio de oportunidades...
... de perder dinheiro
... de perder dinheiro
AikyFriu Escreveu:Quando falei em cargos, não incluí o de Director de Turma, pois esse tem redução na componente lectiva (ao contrários dos outros). Para mim sempre funcionou como uma ferramenta para conseguir pedir horários completos para os contratados.
Isso é uma falácia que as escolas e de certa forma todos usam. As horas não aumentam por darem uma direção de turma a um contratado, elas são exatamente as mesmas. Além do que nunca tive direções de turma com horários completos, e já tive 4 direções de turma (duas no mesmo ano).
Por exemplo, este ano tenho uma direção de turma (horário de colocação de 14 horas). Bastava darem essa direção de turma a umas das três cologas do meu grupo com horários completos que elas libertavam as mesmas horas para mim. Ou seja, eu ficava exatemente com as mesmas 14 horas, só que não era DT, seria uma das minhas colegas, o que faria muito mais sentido...
AikyFriu Escreveu:De qualquer modo, sabes que a escolha dos DT pouco tem a ver com a vocação para o cargo, mas tem sobretudo a ver com o preenchimento do nº de horas do horário, o que é compreensivel, considerando que, na maioria dos grupos, as disciplinas têm carga horaria elevada e o horário do professor tem que ter as 22 (ou 20, 18, 16, 14) tempos lectivos. Na minha escola, enquanto eu estive responsável pela área dos horários, as turmas mais problemáticas eram atribuidas a professorem mais competentes nas áreas. Mas ficava sempre bastantes turmas para os contratados.
Não conheço o Regulamente interno da tua escola, mas quase de certeza que o estiveste a violar. Nos Regulamentos internos estão inscritas as prioridades a observar na escolha de DT's, a primeira será certamente "pertencer ao quadro de escola". Se havia professores do quadro que não tinham cargos, não poderia haver contratados com direções de turma... a desculpa de que é difícil fazer os horários também é recorrente, na realidade o que muitas escolas fazem é ir de encontro aos interesses dos professor da escola... por exemplo na minha escola eu sei que não deram a minha direção de turma a nenhuma das 3 colegas do meu grupo com horários completos (uma do quadro, outra QZP, outra contratada reconduzida) porque elas o solicitaram. Aliás a escola costuma entregar, no final de cada ano letivo, um formulário aos professores para manifestarem as suas preferências para o ano seguinte (disciplinas que pretendem leccionar, cargos que pretendem, mancha horária), depois a escola tenta distribuir o serviço de acordo com esses formulários!
AikyFriu Escreveu:Estás enganado: havias professores que esperavam mais de 15 anos pela vaga (conheci um professor de história que esperou 18 anos e acabou por não conseguir o lugar nos quadros porque o seu curso não tinha profissionalização (os cursos com estágio integrado são relativamente recentes) e foi ultrapassado por outros que acabavam o estágio já com profissionalização..
Sim mas são raros esses casos, além do que entretanto também se perderam muitas outras regalias. Por exemplo, os contratados passaram a descontar para a SS e não para a CGA, o que lhes tira uma série de regalias...
AikyFriu Escreveu:No meu caso, grupo de electrotecnia, consegui lugar no quadro de nomeação provisória ao fim de 6 anos a mudar de escola e a saltar do grupo de electrotecnia e matemática (neste não podia ser efectivo, pois apenas tina habilitação própria)
Eu já dou há 16 ou 17 anos, tenho um pouco mais de 10 anos de tempo de serviço... estás a ver a diferença!

AikyFriu Escreveu:Antigamente, para conseguir um lugar no Quadro, o titular tinha que sair da escola. Havia hipoteses das escola criarem mais vagas, mas era dificil convencer as Direcções Regionais, sempre com medo dos horários zero.
Por isso, em determinados grupos, era relativamente fácil entrar para os quadros, mas noutros era tão dificil como agora.
Para além disso nos grupos onde havia vagas, também havia trabalho no particular, muito melhor remunerado (posso-te dizer que recusei trabalhos onde ganhava o triplo, sem falar nos projectos que realizei em part-time).
Tão difícil como agora não, agora muitos profissionalizados nem horário de incompleto de substituição conseguem no ano inteiro!!
AikyFriu Escreveu:O vencimento inferior todos tiveram: é um dos problemas do vencimento dos professores, baixos vencimentos durante quase toda a carreira, apenas nos 2 últimos têm um grande aumento.
Tudo o resto que referes também se aplicava à 25 anos.
Estamos a falar de vencimentos verdadeiramente inferiores. Estamos a falar de condições de trabalho que roçam a escravatura... eu por exemplo, neste momento estou a ganhar 840 euros líquidos, 12 meses, o que deverá dar cerca de 700 e tal de média no final do ano... se for colocado em 1 de Setembro, o que é pouco provável! Estaria a ganhar mais se estivesse a receber o subsídio de desemprego, aliás acho que vou ficar a ganhar mais em 1 de Setembro se não for colocado, se ganhar menos não será grande a diferença!... e o pior é que há muita gente bem pior que eu, parece mentira mas é verdade!

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artista Escreveu:AikyFriu Escreveu:Só quero acrescentar que quando dizes que fazes o mesmo por menos dinheiro, concordo parcialmente contigo (não podes ter alguns cargos, por exemplo)...
Aiky, o "mesmo" obviamente que é sempre relativo, eu estava sobretudo a ver a coisa do lado do ministério, para eles cobrimos as mesmas necessidades. Se uma escola precisa de 3 professores de Inglês, eles prefeririam ter 3 contratados a ganhar 1000 euros cada um, do que professores do quadro a ganhar, pelo menos, mais 250 euros por mês...
E em relação aos cargos eu não me fiava nessa, provavelmente estás a falar da tua escola, mas nem em todas é assim. Eu no ano passado fui colocado numa escola com 20 horas, duas direções de turma, este ano fui colocado noutra com 14 horas, uma direção de turma! No ano passado era de longe o mais novo e com menos experiência nos conselhos de turma a que presidia, a escola era complicada e ninguém queria os cargos, mesmo estando a direção a violar o próprio regulamento interno! Claro que não vou ser coordenador de departamento ou grupo mas...
Tens razão, é por isso que o sistema de criação e preenchimento de vagas nos quadros das escolas mudou.
Quando falei em cargos, não incluí o de Director de Turma, pois esse tem redução na componente lectiva (ao contrários dos outros). Para mim sempre funcionou como uma ferramenta para conseguir pedir horários completos para os contratados.
De qualquer modo, sabes que a escolha dos DT pouco tem a ver com a vocação para o cargo, mas tem sobretudo a ver com o preenchimento do nº de horas do horário, o que é compreensivel, considerando que, na maioria dos grupos, as disciplinas têm carga horaria elevada e o horário do professor tem que ter as 22 (ou 20, 18, 16, 14) tempos lectivos. Na minha escola, enquanto eu estive responsável pela área dos horários, as turmas mais problemáticas eram atribuidas a professorem mais competentes nas áreas. Mas ficava sempre bastantes turmas para os contratados.
artista Escreveu:AikyFriu Escreveu:mas não te esqueças que os professores efectivos também já passaram pelo que tu estás a passar.
Há duas grandes diferenças:
- a primeira é que a tua esperança de continuares no ensino é muito menor do que a desses professores
- a segunda é que tu ao menos tens direito ao subsidio de desemprego, o que no meu tempo não existia.
Não passaram, até há 6/8 anos todos passavam para os quadros ao fim de poucos anos... o subsídio de desemprego é realmente uma vantagem, mas não no meu caso porque eu teria sempre direito a ele, porque estou há mais de 6 anos a trabalhar, sem interrupções. E há muitas mais desvantagens...
- Vencimento muito inferior;
- Regalias inferiores (esta dava uns 50 sub-capítulos", acho que já falámos nisso aqui);
- Instabilidade constante;
- Desgaste maior:
etc...
Estás enganado: havias professores que esperavam mais de 15 anos pela vaga (conheci um professor de história que esperou 18 anos e acabou por não conseguir o lugar nos quadros porque o seu curso não tinha profissionalização (os cursos com estágio integrado são relativamente recentes) e foi ultrapassado por outros que acabavam o estágio já com profissionalização.
No meu caso, grupo de electrotecnia, consegui lugar no quadro de nomeação provisória ao fim de 6 anos a mudar de escola e a saltar do grupo de electrotecnia e matemática (neste não podia ser efectivo, pois apenas tina habilitação própria)
Antigamente, para conseguir um lugar no Quadro, o titular tinha que sair da escola. Havia hipoteses das escola criarem mais vagas, mas era dificil convencer as Direcções Regionais, sempre com medo dos horários zero.
Por isso, em determinados grupos, era relativamente fácil entrar para os quadros, mas noutros era tão dificil como agora.
Para além disso nos grupos onde havia vagas, também havia trabalho no particular, muito melhor remunerado (posso-te dizer que recusei trabalhos onde ganhava o triplo, sem falar nos projectos que realizei em part-time).
O vencimento inferior todos tiveram: é um dos problemas do vencimento dos professores, baixos vencimentos durante quase toda a carreira, apenas nos 2 últimos têm um grande aumento.
Tudo o resto que referes também se aplicava à 25 anos.
A bolsa é um mundo cheio de oportunidades...
... de perder dinheiro
... de perder dinheiro
Uma classe priviligiada na opinião de alguns
Estudo - hoje, no Público
Metade dos professores portugueses sofre de stress, ansiedade e exaustão
11.06.2012 - 08:28 Por João d´Espiney
Investigadoras do ISPA inquiriram mais de oitocentos docentes de todo o país. A indisciplina e o desinteresse dos alunos, o excesso de carga lectiva e a extrema burocracia nas escolas são os principais motivos apontados.
Luís e Catarina são professores do ensino básico e sentem frequentemente que não conseguem estar à altura do que a profissão lhes exige. Ambos sofrem da chamada síndrome de burnout, um estado físico, emocional e psicológico associado ao stress e à ansiedade que, nos casos mais graves, pode mesmo levar à depressão.
Os dois não estão sós. Segundo um novo estudo conduzido por duas investigadoras do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), metade dos professores portugueses sofre deste distúrbio, que se manifesta mesmo nos níveis mais elevados em 30% dos docentes. O estudo resultou de inquéritos a 807 professores de escolas públicas (a larga maioria) e privadas de Portugal continental e regiões autónomas.
Luís (nome fictício) tem 40 anos, 18 dos quais a dar aulas de Língua Portuguesa e Oficina de Teatro a alunos do 3.º ciclo do ensino básico e a leccionar em Cursos de Educação e Formação, destinados a alunos com mais de 15 anos e com um historial de insucesso escolar. Catarina (que também pediu para não ser identificada pelo nome verdadeiro) tem 48 anos e é professora desde 1984. Dá aulas de Língua Portuguesa, Estudo Acompanhado e Formação Cívica no 2.º ciclo, apoia dois alunos com necessidades educativas especiais e é há vários anos correctora de exames nacionais, além de ser directora de turma e coordenadora de ciclo.
"Um grande vazio"
"O sentimento de ansiedade torna-se gradualmente presente, assim como as suas consequências, nomeadamente o recurso prolongado a ansiolíticos", sintetiza Luís, garantindo que há "muitos professores" que recorrem a ajudas de "carácter psicológico e psiquiátrico, que incluem medicação forte".
"Esta é uma realidade observável através dos comportamentos, da forma de andar e falar. As queixas habituais revelam o extremo cansaço e até mesmo um tom de desespero, justificados pelas situações crescentes de indisciplina e desinteresse dos alunos, o que gera um sentimento de impotência e inevitabilidade", explica o docente.
Catarina concorda: "Muitas vezes, a sala de professores parece o muro das lamentações", conta. "A diversidade de tarefas é uma evidência" e "a carga horária é cada vez maior", diz esta professora, que exemplifica ainda com as "as reuniões constantes e intermináveis", "os alunos mais agitados e sem regras" e "os pais e encarregados de educação que "entram" na escola de forma muito negativa". "Inicialmente senti-me angustiada por verificar que a minha verdadeira função estava a ser posta em causa", descreve a professora, salientando que procurou sempre adaptar-se ao que lhe foi sendo pedido. Mas hoje sente "um grande vazio".
De acordo com a investigação realizada por Ivone Patrão e Joana Santos Rita, são sobretudo os professores do sexo feminino, mais velhos e com vínculo profissional que apresentam níveis de burnout superiores. O primeiro aspecto apontado pelos docentes como causa para o distúrbio prende-se com a dificuldade de gestão dos problemas de indisciplina na sala de aula, com a percepção da desmotivação para o estudo por parte dos alunos e pela pressão para o sucesso. O segundo factor relaciona-se com a insatisfação com a carga lectiva que lhes é atribuída, por todas as responsabilidades não-educacionais e pela falta de trabalho em equipa e de suporte das chefias, além da pressão de supervisores no que toca à avaliação de desempenho.
Luís não tem mesmo dúvidas em afirmar que o actual sistema de avaliação de desempenho, que considera "desonesto e injusto", contribuiu decisivamente para o estado em que se encontra e que o leva a questionar cada vez mais o interesse que sente pelo ensino.
As duas investigadoras do ISPA concluíram ainda que os professores do ensino secundário apresentam valores mais elevados de stress e exaustão emocional, sendo também os que mais se queixam de falta de reconhecimento profissional. Além de se sentirem colocados perante níveis de exigência e expectativas superiores para a execução do seu papel, criticam a falta de condições organizacionais nas escolas e a muita burocracia associada à profissão.Mais intervenção
O estudo, iniciado em 2009, ainda está em curso, salientam ao PÚBLICO as autoras da investigação. "Vamos continuar a recolher dados", diz Ivone Patrão, explicando que falta avaliar, face aos dados já apurados, "quem recorre à medicação e quem está a realizar intervenção psicológica". Joana Santos Rita revela, por outro lado, que agora estão interessadas em perceber quais "os factores e as estratégias que facilitam a resiliência e o envolvimento dos professores que mantêm níveis elevados de bem-estar" profissional.
Apesar da falta de investimento nesta área e de terem consciência de que "é impossível ter um psicólogo em cada escola", as duas investigadoras defendem a necessidade de "dar o salto para a intervenção" através de "metodologias que partam das experiências boas e más dos professores".
Ivone Patrão salienta que os próprios professores inquiridos no estudo apontam "necessidades formativas": 53% querem formação em gestão de conflitos, 22% em competências comunicacionais e 19% em desenvolvimento pessoal. Embora em menor número, há quem também peça formação em actividades mais dirigidas para os alunos ou para a promoção da saúde física e mental dos estudantes.
Joana Santos Rita garante que "esta oferta formativa não existe", mas "cada escola pode definir as suas próprias intervenções". As comunidades de aprendizagem "podem ser o caminho" e "qualquer escola pode ganhar com uma intervenção em grupo", acrescenta Ivone Patrão.
Apesar da "descrença" e do "desânimo", Luís ainda não perdeu a esperança. Considera "que é fundamental continuar a acreditar" que as coisas vão mudar e que vai conseguir "manter interesses e actividades que compensem o sentimento de perda".
Metade dos professores portugueses sofre de stress, ansiedade e exaustão
11.06.2012 - 08:28 Por João d´Espiney
Investigadoras do ISPA inquiriram mais de oitocentos docentes de todo o país. A indisciplina e o desinteresse dos alunos, o excesso de carga lectiva e a extrema burocracia nas escolas são os principais motivos apontados.
Luís e Catarina são professores do ensino básico e sentem frequentemente que não conseguem estar à altura do que a profissão lhes exige. Ambos sofrem da chamada síndrome de burnout, um estado físico, emocional e psicológico associado ao stress e à ansiedade que, nos casos mais graves, pode mesmo levar à depressão.
Os dois não estão sós. Segundo um novo estudo conduzido por duas investigadoras do Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), metade dos professores portugueses sofre deste distúrbio, que se manifesta mesmo nos níveis mais elevados em 30% dos docentes. O estudo resultou de inquéritos a 807 professores de escolas públicas (a larga maioria) e privadas de Portugal continental e regiões autónomas.
Luís (nome fictício) tem 40 anos, 18 dos quais a dar aulas de Língua Portuguesa e Oficina de Teatro a alunos do 3.º ciclo do ensino básico e a leccionar em Cursos de Educação e Formação, destinados a alunos com mais de 15 anos e com um historial de insucesso escolar. Catarina (que também pediu para não ser identificada pelo nome verdadeiro) tem 48 anos e é professora desde 1984. Dá aulas de Língua Portuguesa, Estudo Acompanhado e Formação Cívica no 2.º ciclo, apoia dois alunos com necessidades educativas especiais e é há vários anos correctora de exames nacionais, além de ser directora de turma e coordenadora de ciclo.
"Um grande vazio"
"O sentimento de ansiedade torna-se gradualmente presente, assim como as suas consequências, nomeadamente o recurso prolongado a ansiolíticos", sintetiza Luís, garantindo que há "muitos professores" que recorrem a ajudas de "carácter psicológico e psiquiátrico, que incluem medicação forte".
"Esta é uma realidade observável através dos comportamentos, da forma de andar e falar. As queixas habituais revelam o extremo cansaço e até mesmo um tom de desespero, justificados pelas situações crescentes de indisciplina e desinteresse dos alunos, o que gera um sentimento de impotência e inevitabilidade", explica o docente.
Catarina concorda: "Muitas vezes, a sala de professores parece o muro das lamentações", conta. "A diversidade de tarefas é uma evidência" e "a carga horária é cada vez maior", diz esta professora, que exemplifica ainda com as "as reuniões constantes e intermináveis", "os alunos mais agitados e sem regras" e "os pais e encarregados de educação que "entram" na escola de forma muito negativa". "Inicialmente senti-me angustiada por verificar que a minha verdadeira função estava a ser posta em causa", descreve a professora, salientando que procurou sempre adaptar-se ao que lhe foi sendo pedido. Mas hoje sente "um grande vazio".
De acordo com a investigação realizada por Ivone Patrão e Joana Santos Rita, são sobretudo os professores do sexo feminino, mais velhos e com vínculo profissional que apresentam níveis de burnout superiores. O primeiro aspecto apontado pelos docentes como causa para o distúrbio prende-se com a dificuldade de gestão dos problemas de indisciplina na sala de aula, com a percepção da desmotivação para o estudo por parte dos alunos e pela pressão para o sucesso. O segundo factor relaciona-se com a insatisfação com a carga lectiva que lhes é atribuída, por todas as responsabilidades não-educacionais e pela falta de trabalho em equipa e de suporte das chefias, além da pressão de supervisores no que toca à avaliação de desempenho.
Luís não tem mesmo dúvidas em afirmar que o actual sistema de avaliação de desempenho, que considera "desonesto e injusto", contribuiu decisivamente para o estado em que se encontra e que o leva a questionar cada vez mais o interesse que sente pelo ensino.
As duas investigadoras do ISPA concluíram ainda que os professores do ensino secundário apresentam valores mais elevados de stress e exaustão emocional, sendo também os que mais se queixam de falta de reconhecimento profissional. Além de se sentirem colocados perante níveis de exigência e expectativas superiores para a execução do seu papel, criticam a falta de condições organizacionais nas escolas e a muita burocracia associada à profissão.Mais intervenção
O estudo, iniciado em 2009, ainda está em curso, salientam ao PÚBLICO as autoras da investigação. "Vamos continuar a recolher dados", diz Ivone Patrão, explicando que falta avaliar, face aos dados já apurados, "quem recorre à medicação e quem está a realizar intervenção psicológica". Joana Santos Rita revela, por outro lado, que agora estão interessadas em perceber quais "os factores e as estratégias que facilitam a resiliência e o envolvimento dos professores que mantêm níveis elevados de bem-estar" profissional.
Apesar da falta de investimento nesta área e de terem consciência de que "é impossível ter um psicólogo em cada escola", as duas investigadoras defendem a necessidade de "dar o salto para a intervenção" através de "metodologias que partam das experiências boas e más dos professores".
Ivone Patrão salienta que os próprios professores inquiridos no estudo apontam "necessidades formativas": 53% querem formação em gestão de conflitos, 22% em competências comunicacionais e 19% em desenvolvimento pessoal. Embora em menor número, há quem também peça formação em actividades mais dirigidas para os alunos ou para a promoção da saúde física e mental dos estudantes.
Joana Santos Rita garante que "esta oferta formativa não existe", mas "cada escola pode definir as suas próprias intervenções". As comunidades de aprendizagem "podem ser o caminho" e "qualquer escola pode ganhar com uma intervenção em grupo", acrescenta Ivone Patrão.
Apesar da "descrença" e do "desânimo", Luís ainda não perdeu a esperança. Considera "que é fundamental continuar a acreditar" que as coisas vão mudar e que vai conseguir "manter interesses e actividades que compensem o sentimento de perda".
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majomo Escreveu:Desculpem a linguagem, mas estou farto desses *** que só sabem criticar o trabalho dos outros... esfolo-me a trabalhar, trabalho bem mais que o horário de Lei... são raras as noites e fins de semana que não trabalho em casa... tenho de abdicar muitíssimas vezes da família em prol dos meus alunos...
E aparecem estes *** a dizerem, de uma forma generalizada, que nas escolas não se trabalha!!!![]()
Mas, uma coisa eles têm razão... "o burro sou eu"!
Novamente, desculpa pelo desabafo...


Como se ganha dinheiro na bolsa?!
-Devo usar STOP's
-A tendência é minha amiga
-Não posso transformar um lucro em perda
-Devo cortar as perdas e deixar correr os ganhos
-As ações podem subir/descer mais do que penso e mais rápido
-Cumprir as regras anteriores...
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Majomo, edita o teu post para eu não ter de o remover e/ou bloquear o tópico...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
majomo, acho que realmente a linguagem não é a mais adequada... embora também me revolte bastante que uma classe que faz tanto pelo país, cada vez mais mal paga, em alguns casos quase "escravizada", seja tratada por alguns da forma como é... eu não hesitarei em sair assim que tenha alternativas válidas... por este andar trabalhar na Caixa do Continente ou Pingo Doce já começa a ser uma alternativa válida!
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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Desculpem a linguagem, mas estou farto desses *** que só sabem criticar o trabalho dos outros... esfolo-me a trabalhar, trabalho bem mais que o horário de Lei... são raras as noites e fins de semana que não trabalho em casa... tenho de abdicar muitíssimas vezes da família em prol dos meus alunos...
E aparecem estes *** a dizerem, de uma forma generalizada, que nas escolas não se trabalha!!!
Mas, uma coisa eles têm razão... "o burro sou eu"!

E aparecem estes *** a dizerem, de uma forma generalizada, que nas escolas não se trabalha!!!

Mas, uma coisa eles têm razão... "o burro sou eu"!

Editado pela última vez por majomo em 9/6/2012 19:22, num total de 1 vez.
Como se ganha dinheiro na bolsa?!
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AikyFriu Escreveu: Nessas horas, os professores têm que preparar aulas, ver testes, preparar materiais de estudo para os alunos (nem todas as disciplinas têm manuais), ter as reuniões que a escola decidir convocar, etc.
... corrigir TPC's, elaborar planificações, matrizes de provas de equivalência à frequência e respetivas provas, prestar esclarecimentos aos pais (sobretudo os DT's), organizar actividades (visitas de estudo, exposições, eventos desportivos, etc), acompanhar a atualização da legislação, efetuar Planos individuais de trabalho (estes felizmente vão acabar), etc...
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AikyFriu Escreveu:Só quero acrescentar que quando dizes que fazes o mesmo por menos dinheiro, concordo parcialmente contigo (não podes ter alguns cargos, por exemplo)...
Aiky, o "mesmo" obviamente que é sempre relativo, eu estava sobretudo a ver a coisa do lado do ministério, para eles cobrimos as mesmas necessidades. Se uma escola precisa de 3 professores de Inglês, eles prefeririam ter 3 contratados a ganhar 1000 euros cada um, do que professores do quadro a ganhar, pelo menos, mais 250 euros por mês...
E em relação aos cargos eu não me fiava nessa, provavelmente estás a falar da tua escola, mas nem em todas é assim. Eu no ano passado fui colocado numa escola com 20 horas, duas direções de turma, este ano fui colocado noutra com 14 horas, uma direção de turma! No ano passado era de longe o mais novo e com menos experiência nos conselhos de turma a que presidia, a escola era complicada e ninguém queria os cargos, mesmo estando a direção a violar o próprio regulamento interno! Claro que não vou ser coordenador de departamento ou grupo mas...
AikyFriu Escreveu:mas não te esqueças que os professores efectivos também já passaram pelo que tu estás a passar.
Há duas grandes diferenças:
- a primeira é que a tua esperança de continuares no ensino é muito menor do que a desses professores
- a segunda é que tu ao menos tens direito ao subsidio de desemprego, o que no meu tempo não existia.
Não passaram, até há 6/8 anos todos passavam para os quadros ao fim de poucos anos... o subsídio de desemprego é realmente uma vantagem, mas não no meu caso porque eu teria sempre direito a ele, porque estou há mais de 6 anos a trabalhar, sem interrupções. E há muitas mais desvantagens...
- Vencimento muito inferior;
- Regalias inferiores (esta dava uns 50 sub-capítulos", acho que já falámos nisso aqui);
- Instabilidade constante;
- Desgaste maior:
etc...
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lfhm Escreveu:toze2020 Escreveu:Sem tecer grandes comentários, porque são desnecessários, gostaria de saber qual é a escola em que os professores trabalham (12 horas por semana). Penso que devemos ser mais cuidadosos nas afirmações e este local costuma primar por transmitir boa informação. Os professores do ensino secundário não trabalham somente 12 horas por semana. Têm um horário de 22 horas lectivas (25 tempos) mais alguns tempos de trabalho de escola, totalizando no final 35 horas por semana.PONTO FINAL. Se alguém tiver dúvidas podem consultar nos sítios devidos tal informação.
Humm! e a redução da carga horária com os anos de experiência prevista pelo estatuto docente??
Os docentos como funcionários públicos têm obrigação de fazer 35 horas semanais e no ínicio para o ensino básico têm de ter 22 horas de aulas e para o secundário 20 horas. O resto é preparação, apoio e avaliação. Isto vai diminuindo com os anos de carreira. No limite ficam com 12 horas semanais de aulas.artista Escreveu:Toze, habitua-se, isto aqui é só gente a atirar bitaites para o ar! icon_smile.gif
Eu também me custa ver pessoas que falam com propriedade do que não sabem, mas isso sou eu!
Neste caso até estou um bocadinho por dentro que a minha mãe faz processamento de ordenados dos docentes.
Resumindo e concluindo na tua opinião o que vale mesmo são as 12 horas de aulas efectivas que vamos lá, generalizamos a todos os docentes porque convém e fazemos de conta que preparar aulas, fazer testes, corrigir testes, pensar em trabalhos, corrigir trabalhos, etc, etc, isso não é verdadeiramente trabalho. Logo os professores são uma classe previligiada com ordenados elevadíssimos e sugadores dos dinheiros publicos.
Sinceramente não entendo o ataque que se faz aos professores
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lfhm Escreveu:toze2020 Escreveu:Sem tecer grandes comentários, porque são desnecessários, gostaria de saber qual é a escola em que os professores trabalham (12 horas por semana). Penso que devemos ser mais cuidadosos nas afirmações e este local costuma primar por transmitir boa informação. Os professores do ensino secundário não trabalham somente 12 horas por semana. Têm um horário de 22 horas lectivas (25 tempos) mais alguns tempos de trabalho de escola, totalizando no final 35 horas por semana.PONTO FINAL. Se alguém tiver dúvidas podem consultar nos sítios devidos tal informação.
Humm! e a redução da carga horária com os anos de experiência prevista pelo estatuto docente??
Os docentos como funcionários públicos têm obrigação de fazer 35 horas semanais e no ínicio para o ensino básico têm de ter 22 horas de aulas e para o secundário 20 horas. O resto é preparação, apoio e avaliação. Isto vai diminuindo com os anos de carreira. No limite ficam com 12 horas semanais de aulas.artista Escreveu:Toze, habitua-se, isto aqui é só gente a atirar bitaites para o ar! icon_smile.gif
Eu também me custa ver pessoas que falam com propriedade do que não sabem, mas isso sou eu!
Neste caso até estou um bocadinho por dentro que a minha mãe faz processamento de ordenados dos docentes.
Nesse caso informa-te para não fazeres figuras tristes!
Há muitos anos que isso não é verdade. O estatuto da Maria de Lurdes Rodrigues alterou isso! Os professores têm 22 horas lectivas, quer sejam do secundário, quer sejam do básico.
Para além das 22 horas, os docentes têm no seu horário mais 2 horas para apoios aos alunos (OAs) e, pelo menos, 2 horas de Tempos de Escola (TE) para cargos, projectos, etc
Se um docente tiver redução essas horas passam a TE e são utilizadas como tal.
Na melhor das hipóteses, TODOS os docentes apenas têm 11 que não são marcadas no horário. Nessas horas, os professores têm que preparar aulas, ver testes, preparar materiais de estudo para os alunos (nem todas as disciplinas têm manuais), ter as reuniões que a escola decidir convocar, etc.
Para a maioria dos professores, nem o dobro dessas horas chegavam para os trabalhos que têm que executar.
Se dependesse de mim, há muito tempo que o horário dos professores teria 40 horas no horário. Claro que depois não teria que trabalhar em casa, como qualquer outro trabalhador.
PS: há 2 horas que não contam para as 35. São as OAs que servem para compensar a passagem dos tempos de 50 minutos para 45.
Com as novas orientações, desaparecem. O horário dos professores terão 22 tempos lectivo (se os tempos forem de 50 minutos) ou 25 (se os tempos forem de 45 minutos). A isto somam-se os TE (no máximo de 3, mínimo 2)
artista Escreveu:Quanto ao texto dos contratados, que era o que vinha comentar, acho que aquilo não passa das notícias, eles nunca vão por nos quadros os milhares que andam a contratar a termo, ano após ano... eu já faço destes contratos desde 1994/95 e é quase certo que no dia 1 de Setembro terei de passar pelo centro de emprego, 7 ou 8 anos depois da última vez que lá tive de ir! icon_rolleyes.gif
De qualquer forma até nem me importo muito, para o ano a vida de professor vai tornar-se ainda mais complicada, sobretudo para os contratados que fazem o mesmo por menos dinheiro e com direito a muito menos regalias... será talvez tempo de refletir sobre o que quero fazer no futuro que isto já foi chão que deu uvas, embora eu sempre tenha ficado com as que caiam no chão!
Artista, infelizmente tens razão: no próximo anos, praticamente todos os contratados vão ser "corridos" do ensino.
Por um lado o aumento do número de alunos por turma (turmas de cursos profissionais com 30 alunos, é de doidos; desdobramentos com 15 alunos, onde se fazem soldaduras e outras actividades perigosas é criminoso), por outro, a diminuição das cargas horárias e o desaparecimento de alguns desdobramentos fazem com que as horas nas escolas não cheguem para os professores efectivos (que mais tarde ou mais cedo também não se livram de ser "corridos")
Só quero acrescentar que quando dizes que fazes o mesmo por menos dinheiro, concordo parcialmente contigo (não podes ter alguns cargos, por exemplo), mas não te esqueças que os professores efectivos também já passaram pelo que tu estás a passar.
Há duas grandes diferenças:
- a primeira é que a tua esperança de continuares no ensino é muito menor do que a desses professores
- a segunda é que tu ao menos tens direito ao subsidio de desemprego, o que no meu tempo não existia.
A bolsa é um mundo cheio de oportunidades...
... de perder dinheiro
... de perder dinheiro
toze2020 Escreveu:Sem tecer grandes comentários, porque são desnecessários, gostaria de saber qual é a escola em que os professores trabalham (12 horas por semana). Penso que devemos ser mais cuidadosos nas afirmações e este local costuma primar por transmitir boa informação. Os professores do ensino secundário não trabalham somente 12 horas por semana. Têm um horário de 22 horas lectivas (25 tempos) mais alguns tempos de trabalho de escola, totalizando no final 35 horas por semana.PONTO FINAL. Se alguém tiver dúvidas podem consultar nos sítios devidos tal informação.
Humm! e a redução da carga horária com os anos de experiência prevista pelo estatuto docente??
Os docentos como funcionários públicos têm obrigação de fazer 35 horas semanais e no ínicio para o ensino básico têm de ter 22 horas de aulas e para o secundário 20 horas. O resto é preparação, apoio e avaliação. Isto vai diminuindo com os anos de carreira. No limite ficam com 12 horas semanais de aulas.
artista Escreveu:Toze, habitua-se, isto aqui é só gente a atirar bitaites para o ar! icon_smile.gif
Eu também me custa ver pessoas que falam com propriedade do que não sabem, mas isso sou eu!
Neste caso até estou um bocadinho por dentro que a minha mãe faz processamento de ordenados dos docentes.
.artista Escreveu:Toze, habitua-se, isto aqui é só gente a atirar bitaites para o ar!
Eu também me custa ver pessoas que falam com propriedade do que não sabem, mas isso sou eu!
Quanto ao texto dos contratados, que era o que vinha comentar, acho que aquilo não passa das notícias, eles nunca vão por nos quadros os milhares que andam a contratar a termo, ano após ano... eu já faço destes contratos desde 1994/95 e é quase certo que no dia 1 de Setembro terei de passar pelo centro de emprego, 7 ou 8 anos depois da última vez que lá tive de ir!![]()
De qualquer forma até nem me importo muito, para o ano a vida de professor vai tornar-se ainda mais complicada, sobretudo para os contratados que fazem o mesmo por menos dinheiro e com direito a muito menos regalias... será talvez tempo de refletir sobre o que quero fazer no futuro que isto já foi chão que deu uvas, embora eu sempre tenha ficado com as que caiam no chão!
Isso é o tribunal que vai decidir! Acho que vamos ter uma agradável surpresa.
É quase como o trabalho temporário que as pessoas fazem 5,6,7,8 e por aí fora...
Vou aguardar para ver a decisão do tribunal!
Dom_Quixote Escreveu:artista Escreveu:Toze, habitua-se, isto aqui é só gente a atirar bitaites para o ar!
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artista Escreveu:(...) para o ano a vida de professor vai tornar-se ainda mais complicada, sobretudo para os contratados que fazem o mesmo por menos dinheiro e com direito a muito menos regalias... será talvez tempo de refletir sobre o que quero fazer no futuro que isto já foi chão que deu uvas (...)
Quem terá pago as uvas? E a que preço?![]()
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artista Escreveu:Toze, habitua-se, isto aqui é só gente a atirar bitaites para o ar!



artista Escreveu:(...) para o ano a vida de professor vai tornar-se ainda mais complicada, sobretudo para os contratados que fazem o mesmo por menos dinheiro e com direito a muito menos regalias... será talvez tempo de refletir sobre o que quero fazer no futuro que isto já foi chão que deu uvas (...)
Quem terá pago as uvas? E a que preço?



artista Escreveu:Toze, habitua-se, isto aqui é só gente a atirar bitaites para o ar!
Eu também me custa ver pessoas que falam com propriedade do que não sabem, mas isso sou eu!
Quanto ao texto dos contratados, que era o que vinha comentar, acho que aquilo não passa das notícias, eles nunca vão por nos quadros os milhares que andam a contratar a termo, ano após ano... eu já faço destes contratos desde 1994/95 e é quase certo que no dia 1 de Setembro terei de passar pelo centro de emprego, 7 ou 8 anos depois da última vez que lá tive de ir!![]()
De qualquer forma até nem me importo muito, para o ano a vida de professor vai tornar-se ainda mais complicada, sobretudo para os contratados que fazem o mesmo por menos dinheiro e com direito a muito menos regalias... será talvez tempo de refletir sobre o que quero fazer no futuro que isto já foi chão que deu uvas, embora eu sempre tenha ficado com as que caiam no chão!
Se a situação não fosse tão triste até se podia fazer uma piada e dizer que o 1º ministro afinal tem razão. O desemprego pode ser uma coisa boa, é uma oportunidade para mudares de vida.
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- Registado: 25/1/2012 12:00
Toze, habitua-se, isto aqui é só gente a atirar bitaites para o ar!
Eu também me custa ver pessoas que falam com propriedade do que não sabem, mas isso sou eu!
Quanto ao texto dos contratados, que era o que vinha comentar, acho que aquilo não passa das notícias, eles nunca vão por nos quadros os milhares que andam a contratar a termo, ano após ano... eu já faço destes contratos desde 1994/95 e é quase certo que no dia 1 de Setembro terei de passar pelo centro de emprego, 7 ou 8 anos depois da última vez que lá tive de ir!
De qualquer forma até nem me importo muito, para o ano a vida de professor vai tornar-se ainda mais complicada, sobretudo para os contratados que fazem o mesmo por menos dinheiro e com direito a muito menos regalias... será talvez tempo de refletir sobre o que quero fazer no futuro que isto já foi chão que deu uvas, embora eu sempre tenha ficado com as que caiam no chão!

Eu também me custa ver pessoas que falam com propriedade do que não sabem, mas isso sou eu!

Quanto ao texto dos contratados, que era o que vinha comentar, acho que aquilo não passa das notícias, eles nunca vão por nos quadros os milhares que andam a contratar a termo, ano após ano... eu já faço destes contratos desde 1994/95 e é quase certo que no dia 1 de Setembro terei de passar pelo centro de emprego, 7 ou 8 anos depois da última vez que lá tive de ir!

De qualquer forma até nem me importo muito, para o ano a vida de professor vai tornar-se ainda mais complicada, sobretudo para os contratados que fazem o mesmo por menos dinheiro e com direito a muito menos regalias... será talvez tempo de refletir sobre o que quero fazer no futuro que isto já foi chão que deu uvas, embora eu sempre tenha ficado com as que caiam no chão!

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Sem tecer grandes comentários, porque são desnecessários, gostaria de saber qual é a escola em que os professores trabalham (12 horas por semana). Penso que devemos ser mais cuidadosos nas afirmações e este local costuma primar por transmitir boa informação. Os professores do ensino secundário não trabalham somente 12 horas por semana. Têm um horário de 22 horas lectivas (25 tempos) mais alguns tempos de trabalho de escola, totalizando no final 35 horas por semana.PONTO FINAL. Se alguém tiver dúvidas podem consultar nos sítios devidos tal informação.
viva a vida k vai passar mt tempo morto
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Re: Por economia de meios.
AikyFriu Escreveu:
As ordens nunca tiveram nada a ver com as habilitações dos engenheiros.
Só lhes foi atribuida habilitações próprias para o grupo, porque a falta de professores de matemática era enorme. Ainda me lembro quando na minha escola havia professores de matemática com o 11º ano a leccionar o 10º porque não havia mais ninguém.
Pois quando a coisa se torna um bocadinho mais dificil já num há quem lhe pegue.
Ainda gostava que me explicassem porque é que um professor catedrático tem sempre uma segunda profissão (investigação ou activo nas cadeiras que leciona) e um professor de secundário que tem de ensiar uma quantidade de matéria infimamente menor exerce esse cargo a tempo inteiro quando em grande parte das situações dão umas 12 horas de aulas por semana...
jarc tou contigo nos teus comentários.
Noves fora a situação actual é resultado de um sector ultra saturado já há 10 anos era complicado deviam ter reduzido o número de cursos em vez disso aumentaram...
Professores contratados em condições de reclamar o quadro nos tribunais
08.06.2012 - 10:47 Graça Barbosa Ribeiro
Foto: PÚBLICO
A jurisprudência está ao lado dos professores contratados e dos sindicatos
Actual legislação viola directiva europeia que visa evitar a utilização abusiva dos contratos a termo, escreve o provedor de Justiça num ofício ao ministro da Educação. Há milhares de professores nesta situação.
O provedor do Justiça, Alfredo José de Sousa, admite que os milhares de professores que já cumpriram múltiplos e sucessivos contratos a termo possam vir, com sucesso, a intentar acções judiciais contra o Estado. Em causa está a não transposição para o regime jurídico português de uma directiva europeia de 1999 que visa evitar os abusos decorrentes da utilização dos contratos a termo.
No ofício dirigido ao ministro da Educação, a que o PÚBLICO teve acesso, o provedor põe a tónica na necessidade de proceder a adequações na futura legislação. Paralelamente, alerta para a possibilidade de os docentes terem sucesso em batalhas judiciais que tenham em vista a indemnização por violação de direitos e a conversão do contrato para termo indeterminado. A eventualidade de o desacordo legislativo dar origem a um processo por incumprimento na sequência de queixas à Comissão Europeia é outro dos cenários descritos como possíveis.
Os avisos surgem na sequência de uma queixa de um professor que tem vindo a leccionar desde 2001, em diferentes escolas, ao abrigo de sucessivos contratos de duração anual. Mas a situação corresponde a milhares de docentes que, como tem vindo a denunciar a Federação Nacional de Professores (Fenprof), são todos os anos contratados para responder a "necessidades ditas transitórias que, na realidade, são permanentes".
Só no ano lectivo de 2011/12 foram mais de 12 mil os docentes que viram renovados os contratos e foram colocados em Setembro, com horários completos. No ano anterior tinham sido 20 mil os docentes naquelas condições.
Directiva violada
Na queixa agora apresentada ao provedor, o professor em causa alega - e a Provedoria de Justiça acaba por dar-lhe razão - que aquela situação viola o direito comunitário. Em concreto, a Directiva 1999/70/CE do Conselho, de 28 de Junho de 1999, que, especifica o provedor no ofício, visa "evitar os abusos decorrentes da utilização de sucessivos contratos de trabalho" e também garantir a "aplicação do princípio da não discriminação". Mais propriamente, tem como objectivo assegurar que "os trabalhadores contratados a termo não têm um tratamento menos favorável do que os trabalhadores permanentes" que se encontram numa situação comparável, salvo se isso se justificar "por razões objectivas".
Ao longo de 16 páginas, a Provedoria analisa a situação dos docentes contratados em Portugal, concluindo que o tratamento entre os contratados e os permanentes é diferenciado e não justificado por qualquer uma das razões previstas na directiva comunitária. Assim, tal como os sindicatos vêm a denunciar há anos, apesar de cumprirem funções semelhantes, os professores contratados têm menos benefícios no que respeita à remuneração, ao número de horas da componente lectiva e à periodicidade das avaliações.
O provedor sublinha que, ao contrário do que prevê a directiva, no regime jurídico português não existem medidas eficazes e dissuasoras da utilização abusiva dos contratos a termo. Aponta como indicador disso mesmo "o número de contratos e a duração do período pelo qual" o professor que apresentou a queixa "exerceu funções ao abrigo de relações laborais a termo".
70% ficam fora das escolas
Considera que aquele caso contém "elementos importantes na aferição da idoneidade do regime à luz do direito da União Europeia" e sublinha que a sua "relevância é acrescida" por estar longe de se tratar de caso único. "O número de trabalhadores com múltiplos contratos há vários anos é muito elevado e verifica-se na generalidade dos estabelecimentos de ensino públicos", constata.
No texto enviado ao ministro, o provedor recorda que "os Estados-membros ficaram obrigados a pôr em vigor as disposições legislativas, regulamentares e administrativas necessárias para dar cumprimento à directiva até 10 de Julho de 2001".
A favor dos docentes contratados e dos sindicatos está também a jurisprudência. Esta determina, diz o provedor, que a obrigação decorrente de uma directiva se impõe a todas as autoridades dos Estados-membros. Em último caso, refere, os tribunais nacionais e os órgãos da administração têm o dever de aplicar integralmente o direito da União e de proteger os direitos que aquele confere aos particulares. Isto "deixando de aplicar, se necessário, qualquer disposição contrária de direito interno", sublinha.
A notícia deste ofício surge num momento de particular fragilidade dos chamados "professores contratados". No ano passado, apresentaram-se a concurso mais de 51 mil, dos quais 71% não ficaram colocados no início do ano. Com as alterações curriculares, o aumento do número de alunos por turma e a criação dos mega-agrupamentos, a tendência é para o aumento do desemprego. Mário Nogueira, dirigente da Fenprof, prevê que aquelas medidas atinjam 25 mil docentes, entre contratados e professores do quadro que passarão a ter horário zero.
A TELEVISÃO NÃO NOTICIOU...(vá-se lá saber por quê!!!...)
Nem o Miguelito Sousa Tavares. Por que será???
Ora, aqui está algo para animar a malta! Divulguem bastante, mesmo aos não professores. Sobretudo a esses!
Domingo, 9 de Janeiro de 2011
Uma Ovelha Negra Não Estraga o Rebanho
No meio da crise sócio/económica e do cinzentismo emocional instalado no país há vários meses, eis que o *relatório PISA* trouxe algumas boas evidências para Portugal.
E a melhor de todas, a que considero verdadeiramente paradigmática, foi omitida pela maioria dos órgãos de comunicação social: Mais de 90% dos alunos portugueses afirmaram ter uma imagem positiva dos seus professores!
O relatório conclui que os professores portugueses são os que têm a imagem mais positiva de entre os docentes dos 33 países da OCDE, tendo em 2006 aumentado 10 pontos percentuais.
O mesmo relatório conclui que os professores portugueses estão sempre disponíveis para as ajudas extras aos alunos e que mantêm com eles um excelente relacionamento.
Estas evidências são altamente abonatórias para os professores portugueses e deveriam ter sido amplamente divulgadas pelos órgãos de comunicação social (e pelos habituais "fazedores de opinião" luxuosamente remunerados que escrevem para os jornais ou são comentadores na rádio e na televisão) que ostensivamente consideram os professores do ensino básico e secundário uma classe pouco profissional, com imensos privilégios e luxuosas remunerações...
Uma classe profissional que deveria ser acarinhada e apoiada por todos, que deveria ter direito às melhores condições de trabalho (salas de aula, equipamento, formação, etc.) e que tem sido maltratada pelo poder político e por todos aqueles que tinham o dever de estar suficientemente informados para poder produzir uma opinião isenta para os demais membros da comunidade.
Ao conjunto destas evidências acresce outra, onde o papel do professor é determinante: a inclusão.
O relatório revela-nos que *Portugal é o sexto pais da OCDE cujo sistema educativo melhor compensa as assimetrias sócio/económicas!
E ainda refere que *o nosso país tem a maior percentagem de alunos carenciados com excelentes níveis de desempenho em leitura. Nada acontece por acaso! Os professores portugueses são excelentes profissionais, pessoas que se dedicam de corpo e alma aos seus alunos, mesmo quando são vilipendiados e ofendidos por membros de classes profissionais tão corporativistas (ou mais!) que a dos professores!
Como diz a quase totalidade dos alunos, os professores são excelentes pessoas que estão sempre disponíveis para ajudar os seus alunos. Esta é que é a realidade dos professores das escolas do ensino básico e secundário!
Obviamente, como em todas as demais classes profissionais, haverá exceções à regra, aqueles que não cumprem, não assumem as suas responsabilidades, não justificam o ordenado que recebem. Mas, assim como uma andorinha não faz a primavera, também uma ovelha negra não estraga um rebanho.
Pergunto: porque se escondem os arautos da desgraça, detentores da verdade absoluta, que estão sempre na linha da frente para achincalhar os professores do ensino básico e secundário. Estranha-se o silêncio.
Margarida Rufino in “Jornal de Cascais”
Ora, aqui está algo para animar a malta! Divulguem bastante, mesmo aos não professores. Sobretudo a esses!
Domingo, 9 de Janeiro de 2011
Uma Ovelha Negra Não Estraga o Rebanho
No meio da crise sócio/económica e do cinzentismo emocional instalado no país há vários meses, eis que o *relatório PISA* trouxe algumas boas evidências para Portugal.
E a melhor de todas, a que considero verdadeiramente paradigmática, foi omitida pela maioria dos órgãos de comunicação social: Mais de 90% dos alunos portugueses afirmaram ter uma imagem positiva dos seus professores!
O relatório conclui que os professores portugueses são os que têm a imagem mais positiva de entre os docentes dos 33 países da OCDE, tendo em 2006 aumentado 10 pontos percentuais.
O mesmo relatório conclui que os professores portugueses estão sempre disponíveis para as ajudas extras aos alunos e que mantêm com eles um excelente relacionamento.
Estas evidências são altamente abonatórias para os professores portugueses e deveriam ter sido amplamente divulgadas pelos órgãos de comunicação social (e pelos habituais "fazedores de opinião" luxuosamente remunerados que escrevem para os jornais ou são comentadores na rádio e na televisão) que ostensivamente consideram os professores do ensino básico e secundário uma classe pouco profissional, com imensos privilégios e luxuosas remunerações...
Uma classe profissional que deveria ser acarinhada e apoiada por todos, que deveria ter direito às melhores condições de trabalho (salas de aula, equipamento, formação, etc.) e que tem sido maltratada pelo poder político e por todos aqueles que tinham o dever de estar suficientemente informados para poder produzir uma opinião isenta para os demais membros da comunidade.
Ao conjunto destas evidências acresce outra, onde o papel do professor é determinante: a inclusão.
O relatório revela-nos que *Portugal é o sexto pais da OCDE cujo sistema educativo melhor compensa as assimetrias sócio/económicas!
E ainda refere que *o nosso país tem a maior percentagem de alunos carenciados com excelentes níveis de desempenho em leitura. Nada acontece por acaso! Os professores portugueses são excelentes profissionais, pessoas que se dedicam de corpo e alma aos seus alunos, mesmo quando são vilipendiados e ofendidos por membros de classes profissionais tão corporativistas (ou mais!) que a dos professores!
Como diz a quase totalidade dos alunos, os professores são excelentes pessoas que estão sempre disponíveis para ajudar os seus alunos. Esta é que é a realidade dos professores das escolas do ensino básico e secundário!
Obviamente, como em todas as demais classes profissionais, haverá exceções à regra, aqueles que não cumprem, não assumem as suas responsabilidades, não justificam o ordenado que recebem. Mas, assim como uma andorinha não faz a primavera, também uma ovelha negra não estraga um rebanho.
Pergunto: porque se escondem os arautos da desgraça, detentores da verdade absoluta, que estão sempre na linha da frente para achincalhar os professores do ensino básico e secundário. Estranha-se o silêncio.
Margarida Rufino in “Jornal de Cascais”
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Re: Por economia de meios.
majomo Escreveu:Só há cerca de 10 anos é que os engenheiros, e outros semelhantes, deixaram de ter acesso ao ensino pois entravam com habilitação própria/suficiente para os quadros...
e só a partir dessa altura é que os professores profissionalizados ultrapassaram essas pessoas, devido à redução das vagas e ao aumento da formação de professores...
eu por exemplo, formei-me em 2001 mas só em 2004 é que pude concorrer aos quadros, sendo que entretanto as vagas nas escolas às quais poderia concorrer foram ocupadas, uma parte significa por pessoas com habilitação não profissional...
Atualmente ninguém entra nos quadros há anos e saíram milhares de professores para a reforma.
Estive as ver os documentos das habilitações e em 1999/2000 (Despacho Normativo n.o 1-A/99) abriu-se uma janela que deu habilitação ao Licenciados em Engenharia, desde que tivesse, 30 unidades de crédito em disciplinas de matemática.
No entanto essa janela durou apenas 2 anos, tal como a janela aberta em 1982 ou 83.
Para além desses períodos, os engenheiros apenas tinham habilitação suficiente que, repito, não permitiam concorrer ao Quadros.
Falo por experiência própria, tendo concorrido de 1985 a 1990 ao grupo de matemática com habilitação suficiente (havia algumas vagas) e ao grupo de Electrotecnia com habilitação própria (não havia vagas). Ao fim de 5 anos a ser colocado em Setembro, consegui uma vaga no meu grupo e passei aos Quadros de Nomeação Provisória, onde fiquei por 3 anos, até fazer a profissionalização em serviço.
Contrariamente ao que afirmas, os estágios não eram deficientes, antes pelo contrário, eram bastante trabalhosos, com os trabalhos desenvolvidos pelos professores a serem, muitas vezes, utilizados nos mestrados dos professores (universitários) que leccionavam as disciplinas.
Estou a falar dos estágio da época em que fiz o meu (inicio da década de 90).
De qualquer modo, em nenhuma das escolas que conheci, reconheci mais capacidades aos licenciados em ensino de matemática, em relação aos engenheiros. Antes pelo contrário, nas alturas em que eu fui responsável pelos cursos profissionais e profissionalizantes insistia não lecionação da matemática por engenheiros, ou por professores dos grupos da área do curso (exemplo: matemática do curso de mecânica era leccionado por um professor de mecânica).
Para além disso, na altura existiam, nas escolas dois tipos de quadros: Quadros de nomeação provisória e quadros de nomeação definitiva. Isto justificava-se para impedir que professores com habilitação própria e tempo de serviço (nalguns grupos ia aos 20 anos) fossem ultrapassados por candidatos sem experiência, mas com a profissionalização.
majomo Escreveu:Até 2002/2003 entravam engenheiros nos quadro com habilitação própria ou suficiente (não posso confirmar se era própria ou suficiente, mas entraram, pois ocuparam as vagas), tinham apenas de ter um determinado tempo de serviço e depois podiam entrar no quadro, pois havia vagas para tal, depois faziam a profissionalização em serviço... que normalmente era bastaste deficiente
Acho que é uma questão de justiça: quem tem habilitações e está dentro ter prioridade sobre quem inicia. Tenho a certeza que a experiência desses professores compensava a falta de profissionalização (que acabaram por fazer). Mas esta é uma opinião, admito que tenhas uma diferente (ainda por cima és parte interessada).
As vagas nunca foram para eles, mas tendo o tempo de serviço e habilitação própria tinham prioridade, o que me parece ser correcto.
Incorrecto é o que aconteceu a professores que eu conhecia: ao fim de 18 anos de ensino deixou de ter colocação devido a não ter habilitação própria. Se um licenciado no ensino estava mais preparado do que esta professora, vou ali já volto.
majomo Escreveu:O bboniek00 referiu os dois grupos como impreparados, repara que deu o exemplo das TIC, que se associa aos colegas com mais experiência.
Isto para dizer que normalmente os piores exemplos da classe docente vêm de pessoas cuja formação inicial não foi a de professor ou cuja universidade não tem/tinha uma boa formação.
As ordens tiverem a sua influência pois o ministério da educação, em alturas que não eram necessários os tais engenheiros/professores permitiu que os mesmos ocupassem as vagas de professores profissionalizados... e estas decisões devido às jogadas de bastidores das ordens.
Aqui tens as afirmações do boniek:
bboniek00 Escreveu:"...nessa gente..." refiro-me
1. aos professores em fim de carreira que ignoram o estado de precariedade dos mais novos, sendo que muitos (muitos ee vago, eu sei, aqui refere-se a "mais que a conta"), arrastam os rabos pelas escolas com estrateegias de fazer passar o tempo e arquivar o vencimento sem muita chatice (gabo-lhes ainda assim a Paciencia de aturar autenticos centros de reeducac,ao de delinquentes);
2. aos mais novos que sao culturalmente ignorantes, impreparados, e que foram parar a professores porque se licenciaram a fugir das "matemaaticas" em cursos que Portugal nao precisou nem nunca ha-de precisar.
Quanto a mim estes dois tipos nao fazem falta ao Sistema de Ensino que ee Crucial para Portugal a meedio e longo prazo.
Devem ser raapidamente descartados.
Como vês não era exactamente isso...
Quanto às ordens dos engenheiros sempre viram muito mal os professores, penso que por duas razões: pousos professores pertenciam às ordens (ainda se mantêm - por acaso pertenço à Ordem dos Engenheiros Técnicos, apesar de ter tirado licenciatura e especialização na área) e porque havia falta de engenheiros no mundo do trabalho.
A bolsa é um mundo cheio de oportunidades...
... de perder dinheiro
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