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Caldeirão da Bolsa

1º de Maio / Pingo Doce

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por LFA1 » 3/5/2012 11:02

Bruno Nogueira, Tubo de Ensaio
"Pingo Doce"

http://www.tsf.pt/paginainicial/AudioeV ... id=2454824
 
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por Automech » 3/5/2012 10:32

Inclino-me mais para o teu intervalo superior, mas pelo menos já se fica com uma ideia de quanto custou a acção. De notar que os resultados liquidos do grupo em 2011, antes de impostos, foram de 468M de euros ou seja é algo que, embora alto em termos absolutos (são milhões de euros) é relativamente baixo em termos de impacto, como referes.

Há outras contas que se podem fazer que é a % perdida pelo estado em IRC e IVA, se assumirmos que o consumidor tem um X mensal para gastar e aquilo que fez foi gastar o mesmo e trazer mais produtos ou antecipar compras futuras. Se estas forem a maioria dos casos, então o estado terá tido uma perda efectiva equivalente ao IRC do prejuízo da campanha (a taxa efectiva de imposto do grupo é de 23.7%) além do IVA do prejuízo (não sei o balanço entre 6% e 23%). Valores grosseiros, claro, porque eles podem optar por baixar o orçamento de publicidade, entre outras coisas.
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por MarcoAntonio » 3/5/2012 10:09

Automech, eu diria (fazendo uma estimativa rápida) que em termos de prejuízo imediato, a iniciativa do dia 1 terá gerado talvez qualquer coisa entre 5 a 10 milhões de prejuízo (e estou a assumir que o custo foi repartido também com os fornecedores, sob várias formas).

São valores de uma ordem de grandeza que são perfeitamente diluíveis nos resultados do grupo (e também recuperáveis se o efeito for positivo a prazo).


De notar que o investimento em publicidade da JMT situa-se nos 60~70 milhões por ano também segundo os relatórios de contas (não será todo para o Pingo Doce porém).
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Automech » 3/5/2012 10:08

Eheheh

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por carrancho » 3/5/2012 10:06

Pedro Miguel Escreveu:Eu acho engraçado toda essa critica e piada colocada neste site sobre o comportamento animalesco das pessoas, face a este evento.
Mas nao deixa de ter piada vir de pessoas que negoceiam na bolsa.


:lol:

:clap:
Abraço,
Carrancho
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por Pedro Miguel » 3/5/2012 10:05

Eu acho engraçado toda essa critica e piada colocada neste site sobre o comportamento animalesco das pessoas, face a este evento.
Mas nao deixa de ter piada vir de pessoas que negoceiam na bolsa.
 
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por Automech » 3/5/2012 9:53

MarcoAntonio Escreveu:Já agora, um resumo dos resultados:

http://www.jeronimomartins.pt/media/pre ... 41_pt.aspx


Como nota de rodapé: as vendas do Pingo Doce em si rondam os 3 mil milhões (se se incluir o Recheio, as vendas passam para perto de 4 mil milhões). São da mesma ordem de grandeza do Continente diga-se (que ultrapassa os 3 mil milhões por ano) e os dois juntos representam cerca de metade do negócio da distribuição em Portugal.


Olhando para o relatório e contas da JM SGPS, vê-se na página 79 que a margem bruta é de 22.8%. Não encontro o PD isoladamente. Assumindo que a margem bruta do PD é de 25% e ignorando outros custos, a JM deve ter perdido no 1º de Maio o equivalente a cerca de 25% da facturação do dia.

A média de vendas diária é de cerca de 8 milhões de euros. Um dia com o de ontem deve ter tido facilmente uma facturação 7 a 10 vezes superior a essa média diária (se calhar mais, não sei), ou seja entre 56 a 80 milhões. Devem ter perdido só nas vendas entre 14 a 20 milhões de euros (ignorando outros custos e ignorando também eventuais contribuições forçadas ou não dos fornecedores, aumentos de rappel, etc). Contas muito por alto.

Fonte: www.jeronimomartins.pt/media/441161/rel ... s_2011.pdf
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por MarcoAntonio » 3/5/2012 9:31

Já agora, um resumo dos resultados:

http://www.jeronimomartins.pt/media/pre ... 41_pt.aspx

A parte do Pingo Doce:


Em 2011, o Pingo Doce reforçou a sua posição num mercado em queda. A redução do poder de compra dos portugueses, o aumento do IVA logo no início do ano, a subida das matérias-primas e o pacote de medidas de austeridade ditaram um enquadramento macroeconómico particularmente difícil.

As vendas do Pingo Doce cresceram 4,2% para os 2,9 mil milhões de euros, com o EBITDA a situar-se nos 193 milhões de euros, a que corresponde uma margem de 6,7%, num ano marcado pela diminuição do ticket médio e pelo aumento da frequência de visitas às lojas. O desempenho das vendas like-for-like reflectiu o impacto do trading down e também o efeito da abertura dos hipermercados aos domingos à tarde que não resultou em benefício para o Pingo Doce, já que a Companhia tem apenas nove lojas neste formato.

No entanto, a postura de inovação e liderança reflectiu-se em todos os pilares estratégicos: Comunicação, Marca Própria, Take Away e Perecíveis.
Ao nível da Comunicação, o Pingo Doce foi a marca mais recordada em 2011 sendo apenas o 10.º anunciante em termos de volume de investimento, segundo estudo da Publivaga.

A penetração da Marca Própria no total das vendas aumentou de 38,6%, em 2010, para 41,4%, beneficiando da confiança dos consumidores relativamente à qualidade dos produtos e da competitividade dos preços.





Como nota de rodapé: as vendas do Pingo Doce em si rondam os 3 mil milhões (se se incluir o Recheio, as vendas passam para perto de 4 mil milhões) e o EBITDA não chega sequer aos 200 milhões. São da mesma ordem de grandeza do Continente diga-se (que ultrapassa os 3 mil milhões por ano) e os dois juntos representam cerca de metade do negócio da distribuição em Portugal.
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por Automech » 3/5/2012 9:12

MarcoAntonio Escreveu:E para finalizar, as margens devem calcular-se em função do valor da venda e não da compra (sendo que 100% é o valor máximo da margem e acontece quando se adquire algo a custo zero).

Eheheh, eu nem queria complicar mas sim, tecnicamente quem fala em margem de 50% até está lá perto. Só que não estão a falar da mesma margem (bruta) que habitualmente se usa para analisar P&Ls. :lol:
Ontem houve um do BE ou do PCP (salvo erro foi o João Semedo) que mandou essa bujarda dos 50% de margem (percebia-se que estava a falar de margem de lucro). Enfim...
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por MarcoAntonio » 3/5/2012 9:02

Apesar, do que escrevi atrás volto a ressalvar que pessoalmente não considero que a questão do dumping nestas situações em torno de promoções pontuais em grandes superfícies seja realmente um problema relevante com efeitos perversos para o consumidor...
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por MarcoAntonio » 3/5/2012 8:56

Ia referir precisamente isso. Acho fantástico como as pessoas atiram números para o ar sem terem a mínima noção da grandeza dos números que estão a dizer (talvez os atirem apenas porque dá jeito).

Já agora, duas coisas: se fossem verdade, significaria então que a fuga fiscal das grandes superfícies era brutal; se fossem verdade (e parece que haveria bastantes que aceitariam pacificamente essas margens) então porque é que as pessoas passam o tempo a protestar em relação aos combustíveis onde a margem bruta em média mal chega aos 10%?

E para finalizar, as margens devem calcular-se em função do valor da venda e não da compra (sendo que 100% é o valor máximo da margem e acontece quando se adquire algo a custo zero).

E não, as grandes superfícies não têm margens médias de 50% (podem tê-lo apenas em alguns produtos).
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 3/5/2012 9:20, num total de 1 vez.
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Re: Pingo Doce

por Automech » 3/5/2012 8:51

toufartodisto Escreveu:50% de desconto? não me façam rir.Dumping,onde?Mas alguém tem dúvida que os hipers tenham mais de 50% de lucro?


Basta ler o relatório e contas da JM para perceber que a margem bruta está muito abaixo dos 50% (seleccionar um ou outro produto para tirar conclusões é um erro).

Já agora, para dar um desconto de 50% a margem tem de ser de 100%. :wink:

E, finalmente, comparar o sector da grande distribução (onde o ponto chave é rotação) com o da saúde (onde o ponto chave é margem) é comparar negócios que não têm nada a ver.
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Re: Pingo Doce

por A330-300 » 3/5/2012 8:42

toufartodisto Escreveu:Eu trabalho numa área na saúde ,que não importa dizer,porque possivelmente alguns forenses não gostarão,em que transformo matéria prima em peças que são vendidas ao (utilizador,paciente,utente)com um aumento de pelo menos 230% em alguns casos 600%. .


Será um médico legista a vender matéria prima para a produção de salsichas?


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por Las_Vegas » 3/5/2012 8:42

Mcmad Escreveu:Quanto á coaçao já vi que não querem entender-:)


Eu já entendi, faz-te comichão não é?
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Pingo Doce

por protar » 3/5/2012 8:33

Cá para mim ,quem mais se queixa ,são aqueles que não tiveram hipótese de aproveitar este desconto.

Só pode ser isso ou então,só falam desta maneira porque simplesmente ganham tão bem e podem estar a assistir da bancada, a ver aqueles que menos podem.

Foi um golpe de mestre,não acredito que tenha havido dumping.
Quem não se lembra de uma reportagem em que alguns hipers compravam a maçã a 0,20€ e vendiam-na a 1,69€.

50% de desconto? não me façam rir.Dumping,onde?Mas alguém tem dúvida que os hipers tenham mais de 50% de lucro?
Eu que não ligo a descontos,pontos ,cartões de fidelização e dessas coisas,aquando da campanha PD decidi também ir comprar,isto às 4 da tarde,foi quando soube da campanha.
Precisava e ainda preciso de 2 presuntos inteiros para oferecer.Preço normal é uma pipa de massa e pensei que levaria 2 pelo preço de um.
Pois pensei,não havia nem um,claro,outros tiveram a ideia antes.
Eu trabalho numa área na saúde ,que não importa dizer,porque possivelmente alguns forenses não gostarão,em que transformo matéria prima em peças que são vendidas ao (utilizador,paciente,utente)com um aumento de pelo menos 230% em alguns casos 600%.

Por isso não sei qual a admiração por esta campanha.

Sei de lojas de produtos didácticos que vendem algumas peças também com essa margem(600%) e de vez em quando fazem saldos de (tudo a metade do preço para eliminação de stock)Dumping?Onde?

Desculpem,a conversa já vai longa e tenho que trabalhar,mas acho que campanhas destas são sempre boas para quem tem que gerir o pouco que ganha.
 
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por MiamiBlue » 3/5/2012 8:22

No memorando da TROIKA não vinha referido que havia um excesso de concentração na área da distribuição. Falando mesmo em monópolio?

O que originava um poder excessivo junto dos pequenos produtores?

Por isso, os fornecedores podem ter alguma razão no que estão a falar..
 
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por Automech » 3/5/2012 8:01

Bom artigo de opinião
Cegueira ideológica
by helenafmatos

Há muitos anos que o 1º de Maio é uma celebração corporativa afecta ao PCP e a que o PS quando está na oposição dá importância. É um direito que lhes assiste mas que se pudessem transformavam num dever para todos.

Todos os anos é a mesma ladaínha: foi pouca gente porque fazia chuva. Foi pouca gente porque fazia sol. Os jornais, rádiso e televisões enchem-se com os discursos dos dirigentes sindicais e de umas pessoas com ar de reformadas e pronto cumpre-se o ritual com os desfiles cada vez mais rarefeitos e as bandeiras a tapar as clareiras.

Ao contrário da Igreja que averigua, estuda e não esconde que está a perder fiéis, a perda de influência dos sindicatos é um tabu: não se pode dizer que não representam quase ninguém e que o 1º de Maio é apenas um dia em que não se trabalha.

Com a crise enfiou-se na cabeça destas almas que as massas desfilariam atrás das suas bandeiras. Há meses que aparecem uns profetas do apocalipse anunciando barricadas, tumultos e montras partidas. E claro um 1º de Maio de luta.

Pois aí tiveram a luta por que andavam a reclamar: as massas acorreram ao Pingo Doce. Não para o escavacar mas sim para aproveitar uma promoção que só pode ser menosprezada por aqueles que têm emprego garantido para toda a vida ou grandes contas bancárias.

Os sindicalistas com promoções automáticas na função pública e os jornalistas que pagam o triplo do preço pelos produtos nas lojas ditas tradicionais estão para o mundo do trabalho como as senhoras da Obra das Mães estavam para as famílias numerosas: defendem um modelo de sociedade que só existe na cabeça deles. As senhoras da Obra das Mães após as incursões pelos bairros operários a exaltar a virtuda das famílias numerosas regressavam às suas casas onde as esperavam as suas pequenas famílias que isso de ter muitos filhos não se lhes aplicava.

Já esta espécie de frente de esquerda que hoje se escandaliza por as massas terem acorrido a fazer compras ao Pingo Doce estaria exultante se uma montra tivesse sido partida numa manifestação dita contra a crise. Um extremistas de direita e de esquerda que atiraram pedras uns aos outros foram tratados com mais respeito pela comunicação social do que as pessoas que encheram carrinhos com as compras a metade do preço.

Para a nossa comunicação social atirar pedras é ideologicamente coerente. Comprar o mais barato possível é coisa de bimbos.

Enfim, por cegueira ideológica os jornalistas-filhos de Boaventura Sousa Santos ficam desconcertados com a realidade e os sindicatos estão a perder influência. Defender os trabalhadores e os mais pobres passava por ontem ter defendido esta iniciativa do Pingo Doce e ter perguntado porque não fazem os outros supermercado o mesmo. Eo resto é conversa.
http://blasfemias.net/2012/05/02/cegueira-ideologica/
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por A330-300 » 3/5/2012 5:22

Acho esta celeuma toda em volta disto mesmo coisa de país pequenino.Só se fala nisto.A esquerda faz aproveitamento político.Dizem que acabaram com as manifs como se o tuga fosse a alguma manif caso não houvesse o desconto, etc.

Até devem estar a aprovar mais umas coisas contra o povão enquanto se discute esta treta.

Em Londres quando (acho que o Harrods) faz saldos e se junta uma multidão à porta ninguém se queixa.

Aqui um supermercado faz uma promoção, e é o que é.

Affff...

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por Mcmad » 3/5/2012 4:57

Essa está boa Alexandre. Produtores e consumidores á porta do pingo doce a fazer troca directa eheh
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por alexandre7ias » 3/5/2012 4:49

A nova taxa de segurança alimentar, aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros, é «injustificada, inoportuna e socialmente injusta», disse à Lusa fonte oficial da Jerónimo Martins, dona da rede de supermercados Pingo Doce.

O valor da nova taxa vai situar-se entre os cinco e oito euros por metro quadrado, aplicando-se apenas às grandes superfícies, anunciou a ministra da Agricultura, Assunção Cristas, após a reunião de Conselho de Ministros. 1.800 supermercados deverão ser atingidos.

«Dado que ainda não conhecemos o texto final do diploma aprovado hoje em Conselho de Ministros não podemos saber com rigor qual a base de incidência da nova taxa nem o valor final que se aplicará. No entanto, em nosso entender, e do pouco que se conhece sobre esta nova taxa, parece-nos estarmos mais perante um novo imposto do que perante uma taxa, na medida em que não nos parece existir um serviço efetivamente prestado aos operadores sobre os quais a mesma incidirá», adiantou fonte do grupo.

Nesse sentido, «é uma medida que nos parece injustificada, inoportuna e socialmente injusta», acrescentou. Isto porque «tememos estar perante o pior cenário, que é o de um novo imposto sobre o consumo de bens alimentares, num momento particularmente difícil para os consumidores portugueses, com especial gravidade para os mais carenciados, que são, por definição, quem tem a maior percentagem do rendimento disponível alocado à compra de alimentação».

Segundo a mesma fonte, «será sobre o consumidor final que esta taxa acabará por incidir também, por via indireta, na medida em que os preços não poderão deixar de refletir o impacto económico desta medida».

Também a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) considerou que a nova taxa de saúde e segurança alimentar vai ter um impacto negativo no setor e prejudicar os consumidores.

«A medida aprovada recai não só sobre os associados da APED, mas também sobre todos os consumidores e no preço final dos alimentos, num contexto económico de já tão grandes dificuldades como o que vivemos, com fortes penalizações sobre o rendimento e restrição do consumo das famílias», escreveu a APED em comunicado.

A nova taxa, segundo a APED, vai acarretar efeitos negativos sobre «todos os operadores económicos desde o setor agrícola, ao agroalimentar até à distribuição, afetando toda a cadeia de abastecimento».

A associação alertou, também, para a possibilidade de, ao utilizar como critério o metro quadrado, o Governo ter que vir a garantir que a taxa «só se poderá aplicar às áreas de venda de produtos alimentares, excluindo toda a área afeta a outros produtos e mercadorias», ou seja, deixando de fora os produtos não-alimentares.

Já o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, havia alertado hoje, em relação à nova taxa sobre a distribuição, que esta vai ter impacto junto dos preços no consumidor.

«Não vejo grande possibilidade de, em termos comerciais, se poder vir a absorver essa margem, por isso a tendência vai ser para se repercutir no consumidor», afirmou João Vieira Lopes à Lusa, depois do anúncio feito em Conselho de Ministros pela ministra da Agricultura, Assunção Cristas.
.


Coitadinhos, tanta preocupação com os Tugas e as suas dificuldades no dia 1 de Maio e por causa de um mísero imposto já vai ser o consumidor a pagar. 
Que pena que tenho deles!!! 

E se de repente os produtores dessem os produtos de borla aos clientes a porta do pingo doce como seria a reacção. Gostava de ver!
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por Mcmad » 3/5/2012 4:03

Já agora se foi tanto sucesso porque nao continuam com tudo a 50%? eheh

Os fornecedores ajudam. LOL
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por Mcmad » 3/5/2012 4:00

Pata-Hari Escreveu:Mas alguém tem provas de que os trabalhadores foram coagidos? pelo que li de muitos, estavam bem contentes quer com o pagamento extra, quer com os dias de folga extra, quer com os 4 dias em que poderão usar a promoção, quer com o evento em si.

Alguém sabe que os fornecedores não alinharam na promoção? e que desse modo a mercadoria não foi efectivamente vendida abaixo do custo?



Parece que alinharam. Hoje no jn publica-se que estão preocupados em serem eles a para a fatura dos descontos. Quanto á coaçao já vi que não querem entender-:)
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por Lion_Heart » 3/5/2012 3:43

Vergonhoso como sempre é a AR andar a dicutir este assunto que não lhe diz respeito.
Mas como todos sabemos uns não vivem sem os outros la tivemos mais umas palhaçadas.

Mas a palhaçada com o Tribunal Constitucional não se preocupam eles e a maioria dos Portugueses infelizmente também não.
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por Pata-Hari » 3/5/2012 3:40

Mas alguém tem provas de que os trabalhadores foram coagidos? pelo que li de muitos, estavam bem contentes quer com o pagamento extra, quer com os dias de folga extra, quer com os 4 dias em que poderão usar a promoção, quer com o evento em si.

Alguém sabe que os fornecedores não alinharam na promoção? e que desse modo a mercadoria não foi efectivamente vendida abaixo do custo?
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por Automech » 3/5/2012 3:28

Mcmad Escreveu:Desde que por livre vontade sem coação.

Isso da coacção tem muito que se lhe diga. Então e se um piloto não lhe apetecer voar num feriado ? E se um funcionário da televisão não quiser trabalhar no feriado ? E se um restaurante planear abrir para fazer negócio no feriado e os funcionários não quiserem trabalhar ?

Nada disto são serviços essenciais. Na tua opinião cada um deve fazer o que lhe apetecer, não ?
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