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Caldeirão da Bolsa

Situação que nos torna Gregos

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por MERCW125 » 24/4/2012 22:04

Trabalhador Portugues recebe em media 12,10 Euros por hora, pura mentira.

O custo de cada hora de trabalho em Portugal vale cerca de metade do valor médio dos outros trabalhadores da União Europeia. Os dados são do Eurostat e dizem respeito a 2011. Dados que revelam ainda que, quando comparado apenas com os países da moeda única, o custo da hora de trabalho em Portugal é ainda mais baixo, segundo diz o relatório em França recebe-se cerca de 38 Euros/hora e na Romenia 4,20 Hora.
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por MERCW125 » 24/4/2012 21:44

Não sei se esta ideia da Associação do 25 de ABril, em que os antigos Capitais de Abril fizem parte, não terá nada por detrás.
Com o 25 de Abril, conseguimos a liberdade de expressão, contudo não conseguimos a liberdade financeira, isso foi apenas para alguns, ou seja dinheiro cada vez mais caro e escasso.
Ainda por cima temos de pagar o dinheiro que os outros roubaram, casos BPP e BPN, ou tou adizer alguma mentira, por estas e por outras qualquer dia algum grupo de militares, ainda comete, alguma..
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por alexandre7ias » 24/4/2012 17:38

Pedro Passos Coelho (Foto: D.R.)
Diagnóstico é da Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco que alerta para o crescimento no longo prazo

Portugal tem de conseguir colocar a sua economia a crescer entre os 4 e 5% ao ano para conseguir pagar a sua dívida, juros associados e eventualmente conseguir reduzir o nível da dívida, considera o presidente da SaeR.

"Para pagar os juros, para pagar a dívida e para reduzir a dÍvida, Portugal não pode crescer a taxas baixas, tem de crescer a taxas relativamente elevadas e portanto tem de procurar crescimento na ordem dos 4 a 5% para conseguir definitivamente dar a volta à situação", afirmou hoje o presidente da SaeR - Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco, José Poças Esteves.

Na apresentação do relatório trimestral da SaeR, o responsável defendeu que Portugal "está no bom caminho" mas "podia ir um pouco mais longe", em especial, tem de resolver definitivamente o seu problema de médio/longo prazo.

"Portugal tem de entrar definitivamente na senda do crescimento, e para entrar tem de identificar os setores da economia internacional em que nós temos condições competitivas fortes e isso ainda não está a ser feito, pensa-se que criando as condições para o investimento que isso é o suficiente para os investidores chegarem e virem para Portugal, mas não é suficiente. Portugal tem de criar incentivos para a procura desses novos setores em crescimento", afirmou.

"Por falta de recursos financeiros começamos a ter níveis de austeridade e níveis de pobreza que são absolutamente insustentáveis, a forma de resolver não é cair na tal armadilha de curto prazo mas sim pensar definitivamente numa reconfiguração para o novo modelo e para novos setores da economia onde Portugal é, de facto, competitivo, tem todas as condições para gerar riqueza e criar novas condições de desenvolvimento", acrescentou.

A SaeR defende que Portugal tem de identificar como prioritários setores como o turismo e turismo náutico em particular, da economia do mar, das pescas, da produção de peixe em aquacultura, das energias renováveis e fósseis (neste caso procurando identificar se o território nacional, em particular no mar, tem recursos naturais) e para isto também identificar quem são os países "amigos".

"Há soluções para o país, temos é de saber encontrá-las. Não vamos ficar pela tese neoliberal de 'vamos criar condições que o investimento aparece'", afirmou.

O presidente da SaeR considera ainda que o Governo "não está a fazer nada de mal" mas que a estratégia é incompleta.

"Não diria que aquilo que está a ser feito pelo atual Governo esteja errado, está certo. Não está é completo. Há novas políticas que têm de ser definidas, nomeadamente estas políticas relacionadas com novos 'clusters', novos setores na economia portuguesa e no posicionamento de Portugal nas tais redes", disse.Dinheiro Vivo | Lusa
.


Vamos crescer e de que maneira, mais até do que 5% mas noutros aspectos:

Desemprego
Pobreza
Criminalidade
Corrupção
Fuga ao fisco
Etc etc
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por PC05 » 19/4/2012 15:18

Dívida pública portuguesa em contra-ciclo com a espanhola:
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por alexandre7ias » 17/4/2012 16:42

Portugal vê aumentar necessidade de financiamento em 2014, diz o FMI

As necessidades de financiamento de Portugal devem voltar a aumentar em 2014, após uma queda pronunciada em 2013, apesar da redução planeada do défice orçamental para os 2,3% para 2014, estima o Fundo Monetário Internacional.


Na atualização do 'Fiscal Monitor' divulgado esta terça-feira, o fundo calcula que as necessidades brutas de financiamento de Portugal devem atingir os 26,7% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, na sequência do elevado volume de dívida que vence este ano e ainda de um défice orçamental planeado ainda nos 4,5%.

Estes valores devem apresentar uma redução considerável em 2013, passando as necessidades de financiamento totais para os 19,7% do PIB, graças a uma forte queda no valor da dívida que terá de ser amortizada nesse ano, que representa 16,7% do PIB, e de um défice orçamental de apenas 3% (meta do acordo com as instituições internacionais).

No entanto, um aumento em 1,3 pontos percentuais - para os 18% - do valor total de dívida que atinge a maturidade em 2014 leva a que o valor das necessidades brutas de financiamento suba novamente nesse ano, agora para os 20,4% do PIB nacional.

O crescimento deste valor não é maior porque o FMI parte do princípio que as metas para o défice orçamental irão ser cumpridas até este ano, sendo que Portugal terá de reduzir o défice orçamental para 2,3% do PIB em 2014.

Nos valores respetivos a este ano, Portugal surge assim como o terceiro país (de uma seleção de 15 economias consideradas avançadas) com maiores necessidades de financiamento (em percentagem do PIB nacional de cada um dos países), apenas superado pelo Japão, cujas necessidades de financiamento deverão atingir os 50,8% do PIB e pela Itália, em que os técnicos do fundo estimam que chegue aos 28,7%.

Em 2013, a posição de Portugal já melhora, com Estados Unidos e Espanha a ultrapassarem Portugal nesta lista, sendo que em 2014, a Espanha já deverá ter necessidades ligeiramente menores (peso relativamente ao seu próprio PIB) que Portugal.


:arrow: http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia ... 96&page=-1
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por alexandre7ias » 29/3/2012 15:07

«Uma deterioração do cenário macroeconómico poderá conduzir à necessidade de adoção de medidas adicionais que garantam o cumprimento do objetivo orçamental», lê-se no boletim. Essa medidas poderão revestir-se da forma de aumentos nos «impostos indiretos e preços administrados».

O BdP está agora mais pessimista quanto à evolução da economia; espera uma recessão mais grave este ano e estagnação no próximo.

Ora, os objetivos orçamentais contratualizados entre Portugal e a 'troika' são definidos em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB). Isto é, quanto menor for o PIB, mais difícil é cumprir as metas para o défice (para este ano, Portugal comprometeu-se a um défice de 4,5 por cento do Produto).

O BdP reviu hoje em baixa as suas previsões económicas para Portugal em 2012 e 2013. No seu Boletim de primavera, o Banco espera agora que o PIB português encolha 3,4 por cento este ano, e que tenha uma variação nula em 2013.

Na edição anterior do Boletim, publicada em janeiro, o BdP já estimava que a economia portuguesa sofreria, entre 2011 e 2013, "uma contração que não tem precedente" histórico. O BdP projetava então uma quebra do PIB de 3,1 por cento em 2012, e um crescimento de 0,3 por cento em 2013.
.

http://m.tsf.pt/m/newsArticle?contentId=2391389&related
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por alexandre7ias » 28/3/2012 4:15

Gaspar não concorda com análise da Fitch
Publicado ontem às 20:23
Lusa
O ministro Vítor Gaspar disse em Luanda que não concorda com a previsão hoje divulgada pela agência notação Fitch, que considerou "provável" que o Governo recorra a novas medidas de austeridade.
"A análise que é divulgada pelas agências de notação corresponde a uma opinião. Julgo que a opinião da Fitch é uma opinião respeitável, mas eu não estou de acordo com a análise da Fitch", disse Vítor Gaspar, que falava numa conferência de imprensa em Luanda, último ato da sua visita oficial de dois dias a Angola.

"A posição do governo português e do Ministério das Finanças é aquela que decorre do terceiro exame regular do programa de ajustamento estrutural com o FMI, Comissão Europeia e BCE, segundo o qual o programa está no bom caminho", acrescentou.

Segundo Vítor Gaspar, "os objetivos quantitativos do programa são alcançáveis no quadro de políticas orçamentais e variantes. Sendo assim, eu não estou de acordo com a análise da Fitch", concluiu.

A agência de notação financeira Fitch anunciou hoje que previa que o PIB português encolha 3,7 por cento este ano, e considerou "provável" que o Governo recorra a novas medidas de austeridade.

"O risco de derrapagens relativamente à meta para o défice orçamental em 2012 é grande", escreve a agência numa nota de análise sobre as dívidas soberanas da zona euro. Este receio está relacionado com a probabilidade de um cenário macroeconómico mais negativo que o esperado, ou com novos problemas orçamentais nas empresas públicas.

A Fitch prevê ainda que a economia de Portugal se contraia 3,7 por cento no próximo ano - uma recessão mais grave do que a previsão mais recente do Governo, 3,3 por cento. Para 2013, a Fitch augura um ano de estagnação (variação nula do PIB).

Em novembro, a Fitch reduziu a notação de Portugal de BBB- para BB+, níveis considerados "lixo". Isto significa que a agência considera que o investimento em dívida portuguesa comporta riscos muito elevados.
.

Eu também não concordo com as analises do Gaspar !!!! :mrgreen:
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por gorgo » 23/3/2012 19:28

Eu preciso de ter algum distanciamento em relação a quem está com dificuldades e não generalizar da parte para o todo.

Não pode ser verdade que gastamos 90% do rendimento na habitação. Faltam: os automóveis (moblidade), alimentação, a educação, o vestuário, os 10% de poupança.

A mobilidade tem em média um custo idêntico ao da habitação.

Eu considero que é uma falácia comparar-se o rendimento disponível anual com a dívida total. Esta é para ser paga em 20 anos ou mais. Por essa razão é que existe a taxa de esforço: (juros + amortização)/rendimento. Uma taxa de esforço, na habitação, de 30% deve ser o límite.

Parece-me estarem a haver comportamentos adequados de correção de excessos:

Importações de automóveis cairam 46% até Fevereiro.
Queda no consumo de combs de cerca de 10%.
Alteração nos planos de férias.
etc.

As pessoas vão cortar certos consumos para salvar o mais importante.

A nossa economia estava sobredimensionada em imobiliário, obras públicas,serviços financeiros para a população que temos e sua evolução. Faz parte da destruição criativa corrigir as bolhas, matar setores ou redimesioná-los. A solução está na aceitação da realidade e mudar.

Em 1984 faliu todo um setor marítimo português sobredimensionado e baseado nas relações com Angola e Moçambique.

Está a doer para os mais fracos, mas a vida não é feita de justiça. "dos fracos não reza a História"

A INTELIGÊNCIA/SOBREVIVENCIA É A CAPACIDADE DE ADAPTAÇÃO, Terá dito Darwin.
 
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por Pata-Hari » 23/3/2012 8:32

A crise da banca imediata foi criada pela dívida. Foi a bala desencadeadora da guerra. Ninguém tem dúvidas ou questiona, essa é uma no-brainer. A consequência directa disso é o corte de crédito que, como sabes, acabou de destruir grande parte do sector de construção. Esses números irão aparecendo por muito disfarçados que tentem ser pela própria banca.

O BPI tem relativamente pouco malparado na habitação, mas está a crescer. O resto da banca ainda está pior. Se estiveres no mercado (e não a ler relatórios com dados passados de há vários anos), saberás que não há crédito, há pouquíssimo crédito à habitação e há cada vez maior número de entregas de casas aos bancos. Constatarás que há cada vez mais leilões, que há gente a ser forçada a vender casas, etc. Que o número está a crescer.

Adorava ver os dados e o modo de cálculo das valorizações do imobiliário em portugal. O fenómeno em Portugal vem de há muito mais tempo, não data de 95 e além de que tem que ser comparado com o crescimento real para o mesmo período. Talvez convenha também comparar com os preços nas grandes cidades já que essas são as que mais população produtiva concentram e o lugar onde as pessoas querem e têm primeiras habitações. Empiricamente esse valor não me parece simplesmente fazer sentido e é totalmente contra-intuitivo.
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por Mcmad » 23/3/2012 3:24

Eu assisti no último sábado a uma conferencia na Universidade de Coimbra, entre Ferreira do Amaral e Vítor Bento relativamente á crise do EURO.

A determinada altura e após alguns "ataques" dos estudantes ao Dr Ferreira do Amaral, por este defender uma saída do Euro para Portugal, este deu um murro na mesa, e diz que a situação do endividamento Português não tem paralelo nem a 17XX. Disse que as pessoas não fazem a mínima ideia de como as coisas estão..

Concordo plenamente.
Confira as minhas opiniões

http://markoeconomico.blogspot.com/
 
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Bela provocação!

por gorgo » 23/3/2012 0:06

Pata, Essa da agressão é em sentido figurado. Só pode. Eu gosto duma boa discussão e que seja diferente da minha percepção, só assim se cresce.

No global concordo com as tuas preocupações e sei que as dificuldades estão no desemprego, divórcios e aspetos comportamentais. A mim interessa-me a big picture e não os 2% de malparado. Para estas familias deverá ser uma tragédia. Existem sempre os irresponsaveis e os que foram apanhados na crise. Os segundos também me preocupam, pois não são responsaveis pelo que lhes aconteceu. Nos grandes números as familias portuguesas são responsáveis, honestos. Isso verifica-se no malparado.

O financiamento ao imobiliário (empresas), turismo, e construção não é um problema das familias, mas da relação dos bancos com este setor. Aqui concordo que se falhou na gestão de risco.

Estive a ler um relatório do BPI sobre o Real Estate em Espanha e aí sim temos um descalabro. Parece que 50% dos empréstimos neste setor está com problemas.

Mantenho a minha observação de que o problema do crédito em Portugal, está nas Empresas e nas obrigações soberanas. Observando os ultimos relatórios de resultados dos Bancos em Portugal, os maus resultados vieram da dívida grega.

Novamente o BPI nesse mesmo research considera que em Portugal temos mais necessidade de capital nos bancos, devido à exposição na dívida portuguesa e Irlandesa e nada sobre imobiliario.

A partir de agora é que vamos ter o imobiliário português em dificuldades? Não sei! A minha opinião é negativa, mesmo com desvalorização dos ativos. Os valores passados já estão provisionados, os bancos geriram o risco com grandes garantias: fiadores, taxas diferenciadoras do rácio valor do imóvel/empréstimo. Os nossos preços médios do imobiliário já estão muito abaixo de Espanha.

Vou ler uma frase do livro referido: Portugal na hora da verdade.

"Os preços do imobiliário português não cresceram muito entre 1995 e 2008"...."os preços médios das casas em Portugal tiveram uma valorização real de apenas 8% em relação a 1985"

Outra frase:

..." ataxa de incumprimento dos empréstimos bancários ainda é baixa, mas também porque o serviço da dívida... permanece reduzido"

Outras frases:

"O nível de endividamento em relação à riqueza ainda não é preocupante para a grande maioria das familias"

" O serviço da dívida ocupa uma parcela modesta do rendimento... em média 5,9%"

A minha visão do arrendamento:

Tem um custo superior ao custo de financiamento.

O arrendatário tem de ter atualmente uma taxa de rentabilidade mínima de 6% para correr o riscos ligados a esta atividade. Os impostos são muito elevados, taxa marginal de IRS. Vai ter de passar estes fatores para o inquilino.

A compra da casa pressupõe amortizar, logo poupança. Pode ser forçada para alguns, mas para outros pode ser racional e uma boa opção.

O bonito é que o mercado está a dar muitas alternativas no financiamento, que são semelhantes a arrendamento: período de carência, aluguer com opção de compra, deixar 30% para o fim de valor residual, prazos muito longos para jovens. No limite os bancos ou fundos em que os bancos participam podem ser arrendatáios puros.

Este meu otimismo não se verifica na dívida do Estado e entes públicos. Nas familias os erros pagam-se caro. No Estado quem erra pouco paga.

Já agora, espero ser eu a ter razão para o bem das pessoas.
 
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por migluso » 22/3/2012 23:08

[quote="Pata-Hari"A da banca é gerida profissionalmente e nem por isso está a correr bem.[/quote]

Isto é humor com um sarcasmo atroz... :wink:

Isto deve doer mais a um banqueiro do que ouvir o Exploração...
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por Pata-Hari » 22/3/2012 22:43

Gorgol, não há necessidade de me agredir por ter ido buscar um texto e te pedir o comentário. Era uma pergunta com genuíno interesse, sobretudo porque não concordo com a tua visão (por observação empírica). Se não quiseres discutir ou achares que só respondes a "conversas" com um padrão de argumentação que tu consideres elevado, não há razão sequer para te responder, ler ou, no limite para participares. Tentei trocar ideias contigo, se não quiseres, diz já.

A holanda será o primeiro país mais endividado. Logo, não é um bom termo de comparação.

Argumentas que os portugueses precisam de 6% para pagar o serviço da dívida, só que o PIB não é calculado com base no rendimento das famílias apenas. Interessa sim saber que percentagem representam esses 6% do pib no rendimento das famílias. Bem, 12%, porque afinal só metade está endividada, certo?


A facilidade com que se acedeu ao crédito nos últimos anos alimentou em grande parte a bolha no valor do imobiliário e fez com que as pessoas se aventurassem em créditos que acreditaram poder vir a pagar baseadas simplesmente na crença de que a valorização do imóvel compensaria sempre os juros que estavam a pagar. A questão é que a partir do momento em que esses imóveis não valorizam a taxas significativas, a proporção da dívida face ao valor real do activo é efectivamente muito grande.


Acho a poupança forçada uma coisa bonita desde que te sobre dinheiro para comer e viver condignamente. Se juntares a isso desemprego, crise, aumento de impostos, és capaz de ter um problema sério.

Não sei como calculas e afirmas que o arrendamento é mais caro (eu nunca consegui chegar a essa conclusão). Só fez sentido na premissa de que o valor do imóvel sobe sempre. Ups.

Dizes que o incumprimento no CH é baixo. É verdade, é aliás o mais baixo de todos tipos de crédito (é a ultima coisa que se deixa de pagar). Em breve subirá muito, não te preocupes. Subirá porque os construtores estão a falir e a entregar à banca milhares de casas, porque o preço dos imoveis está a cair, porque não há crédito e o que há é proibitivo, e porque o valor dos imoveis está a descer. Mesmo assim, o rendimento disponível dos portugueses vai em 90% para o pagamento da habitação. Tu achas saudável a poupança forçada, eu não (sem questionar os números, não tenho os números que deram origem ao artigo).

Terminas falando na banca e na sua gestão de risco. Eu gostaria de falar da gestão de risco de cada particular que é onde verdadeiramente está o problema. A da banca é gerida profissionalmente e nem por isso está a correr bem.
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por gorgo » 22/3/2012 12:31

Pata, Não vejo onde contraria, talvez possas ser mais concreta. Os dados que referi são dum livro publicado e com base no Banco de Portugal.

Este artigo é tipico no jornalismo: endividamento de 120% do rendimento disponível. A Holanda está em 180%.Muito fraco.

Ninguém vai pagar um crédito à habitação com um ano de rendimento! Já podia estar melhor se rácio considerar o rendimento no período de pagamento do empréstimo (20 anos).

Um exemplo normal:

Uma familia ganha € 30.000 líquidos/ano e tem um crédito à Habitação de € 50.000. Temos um endividamento de 166%, todavia o custo do financiamento a 4% da dívida é apenas de € 2000/ano, logo de 6,6 %. Isto é gasta apenas 6,6% do rendimento com o custo da dívida. A eventual amortização deve ser considerada poupança.

Para os números globais do país.

Considerando um endividamento de 120% do PIB, temos uma divida de € 200 mil milhões nas familias. Considerando uma taxa de juro média de 5% resulta um encargo anual com a dívida de 10 mil milhões, que dá um custo de financiamento de cerca de 6% do PIB.

Os portugueses precisam apenas de 6% do rendimento para pagar a "renda do empréstimo".

A alternativa - arrendamento - ou é mais cara ou igual.

Se metade das familias não têm qualquer dívida, significa que terão depósitos, são aforradores liquidos.

Outra ideia: se dividirmos a dívida total pelos 50% endividados, resulta uma dívida média de cerca de € 70.000.

Os dados atuais do crédito malparado na habitação continuam baixos (médias) de 2% e suportável pela atividade normal dos bancos. Os outros créditos das familias têm taxas mais elevadas, logo suportam maior risco. Mesmo assim á média é de 4%.

Nas empresas a situação é pior, malparado de 7%.

A média do malparado de todos os créditos está em 5%, enquanto que em Espanha está nos 8%.

Quando tratamos de médias temos de ter o cuidado de que há milhares de casos individuais soreendividados. Para quem gere risco, atividade principal dos bancos, deve atuar nos casos individuais sem perder a visão global.

Aberto a corrigir alguma afirmação menos correta desde que fundamentada.
 
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por Pata-Hari » 21/3/2012 23:06

Gorgol, este artigo contraria os teus números de endividamento das famílias:

O endividamento das famílias




1. Por endividamento entende-se o saldo devedor de um agregado familiar. Este é por norma associado a créditos, ao consumo (de bens ou serviços correntes e de bens duradouros) ou à aquisição de imóveis. No caso português, o endividamento tem andado sobretudo associado à aquisição de habitação própria.
2. O recurso ao crédito é algo inerente ao modelo de sociedade actual e, neste contexto, não assume carga negativa. O crédito permite aos consumidores um maior consumo no presente, contribuindo para a satisfação de necessidades e a realização de desejos que os rendimentos presentes não viabilizam. A questão só muda de figura quando o crédito é utilizado para satisfazer necessidades fúteis e, sobretudo, porque muitas das decisões de contracção de créditos que são tomadas não atendem à capacidade futura de solver a dívida, isto é, estão na origem de situações de incumprimento dos compromissos contraídos.
3. Em notícia de 19 de Maio de 2009, a rádio TSF noticiava que o endividamento das famílias portuguesas era o segundo mais elevado da Europa. Invocava, para o efeito, os resultados de um relatório do Banco de Portugal divulgado pouco antes, reportado a 2008, em que a instituição em causa alertava para a ameaça de acentuação das situações de crédito mal parado com que a banca já se vinha confrontando. Curiosamente, em primeiro lugar nesta lista apresentava-se a Holanda, que sabemos integrar um grupo de países com economias bem mais consolidadas que a portuguesa e com padrões de vida configurando um maior nível de bem-estar.
4. De acordo com o relatório em causa, esse endividamento resultava em cerca de 75% de crédito bancário contraído para aquisição de habitação. Mais se acrescentava que os empréstimos bancários para habitação representavam, já em 2008, mais de 90% do rendimento disponível das famílias portuguesas. Esta situação punha carga dramática adicional na realidade retratada, uma vez que qualquer instabilidade que se viesse a verificar no orçamento dos indivíduos arrastava imediatamente o espectro do incumprimento.
5. A invocação deste risco não era em vão dada a situação de crise financeira e económica que se vivia na Europa e nos Estados Unidos, e, logo, também em Portugal, sendo certo que, desde então, por força dos défices públicas e da crise da dívida do país, a situação não deixou de agravar-se. Na verdade, não só o crédito foi ficando cada vez mais caro, como a situação em matéria de emprego e as perspectivas de relançamento económico foram sendo transferidas para momentos futuros cada vez mais afastados. Atente-se a este propósito nos dados mais actuais em matéria de desempenho da economia portuguesa, de que são expressão a taxa média de desemprego, que vai nos 11,1% (dados do INE do 4º trimestre de 2010), e o quadro económico recessivo de que falava o governador do Banco de Portugal há poucos dias, e que é quase certo vir a estender-se ao conjunto do ano de 2011, pelo menos.
6. O resultado a que se chegou no que ao endividamento das famílias respeita, não surgiu de um dia para o outro e tem razões várias. No que à evolução do fenómeno se refere, é relevante assinalar que o endividamento das famílias teve um forte incremento a partir dos anos 90. Em concreto, este passou de cerca de 19,6% do rendimento disponível das famílias, em 1990, para 92%, no ano 2000, situando em 2008 já em 129%, número que configura indisfarçável sobre-endividamento, posto que, em termos médios, significava incapacidade de cobertura da dívida a partir dos rendimentos correntes auferidos. Em situação limite, o aumento do crédito às famílias chegou a ser de 15% de um ano para o outro (de 1998 para 1999).
7. Esta expansão do nível de endividamento encontrou razões do lado da oferta e da procura de crédito. Do lado da oferta, pode-se mencionar, em especial, a liberalização e a desregulamentação das operações bancárias visando os particulares e, também, os regimes de subsídio das taxas de juro praticadas no crédito à habitação. Do lado da procura, cumpre destacar a descida verificada nas taxas de juro, associada à diminuição das taxas de inflação e ao aumento da concorrência entre operadores na captação de clientes. A conjugação destes factores ditou a situação de endividamento a que se chegou, sendo que é a reversão da situação vigente no mercado bancário e o quadro económico geral do país o que justifica a situação de alarme com que o fenómeno é encarado no momento actual.
8. Entendido o modo como se chegou aqui, fica criado espaço para que melhor se perceba como gerir o problema que está criado e perspectivar actuações que evitem que se venham a verificar situações futuras da mesma natureza. Na componente gestão do processo, vão no bom sentido instrumentos que, em contexto de carência absoluta, substituam às famílias na liquidação dos débitos aos bancos, no curto/médio prazo. Na perspectiva da actuação projectada para o futuro, a informação e formação dos indivíduos afigura-se peça central. Na verdade, não se percebe porque não se apetrecham os jovens com noções básicas como são o custo do dinheiro, as virtudes da poupança, a gestão de um orçamento familiar, o risco económico, etc. Porventura, também aqui, pela via dos filhos, se pudesse sensibilizar os pais e, logo, chegar a resultados satisfatórios a não muito largo prazo.

J. Cadima Ribeiro
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por migluso » 21/3/2012 2:01

Como seria de esperar, Portugal tem sido falado diariamente nos blogues. Então no zerohedge o "ataque" é contínuo...até os comunistas citam...

Deixo este link de um outro blogue que tenho seguido ultimamente.

Just as Greece, Portugal has been bailing out its banks, but quietly. Portugal basically had the nation's large banks issue unsecured debt to themselves. The Portuguese government would slap a guarantee on that "internally issued" debt. The banks would then use their own bonds as collateral at the ECB to get LTRO financing


http://soberlook.com/2012/03/migration- ... -from.html
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por migluso » 20/3/2012 18:41

Afinal este governo está a sair menos liberal do que a encomenda.

Para mal do país.

O Catroga hoje veio fazer umas declarações nojentas. Não tenho outro termo para caracterizar semelhante insulto.

Já sabemos quem ele defende agora, mas ok, não há problema, pois o seu argumento é muito fácil de rebater.

Ele atira a bola para o Estado, afirmando que este agora é que tem que se entender entre ele mesmo, encontrar "um equilíbrio" entre as suas funções reguladora e accionista.

ERRADO. ERRADO. ERRADO.

No caso das rendas da energia, o Estado não é nem uma coisa nem outra. O Estado é devedor e a EDP (e as outras empresas) é credora.

O ESTADO É DEVEDOR e é nesta qualidade que se deve sentar à mesa e renegociar com todos as entidades nacionais, como sejam, os trabalhadores do Estado, os pensionistas, os fornecedores, etc...

Infelizmente, só o fez com os dois primeiros.

Todos falamos em desalavancar. É inevitável. Mas como se faz de uma forma rápida e o menos injusta possível?

Para além de toda a reorganização dos serviços, o Estado, tal como lhe foi permitido cortar o vencimento dos FP com base numa "lei para situações extraordinárias", deveria também ser permitido por exemplo abater 20% ou 30% da sua dívida a todas as ENTIDADES NACIONAIS.

Se "fizesse um default" aos credores nacionais (menos os obrigacionistas), mas pagasse imediatamente toda a dívida já vencida, seria um estímulo à economia.

Mas mais importante, toda a reestruturação assentava num PRINCÍPIO.

É o que falta nas sociedades modernas, PRINCÍPIOS. Nem me estou a referir a princípios morais, mas princípios de acção e de decisão por parte dos políticos ou dos que gerem a coisa pública, o que por sua vez abre espaço à arbitrariedade da lei e à particularização dos casos.

Na minha opinião, a forma mais justa, transparente e possivelmente mais eficaz do ponto de vista económico seria o Estado reestruturar todas as suas dívidas aos credores nacionais, sejam eles trabalhadores, fornecedores ou outra coisa qualquer, com excepção dos detentores de obrigações, volto a repetir.

Quando na base das políticas não estão princípios claros, surgem sempre excepções e argumentos que livram uns quantos.

Nota: A realidade é um pouco mais complexa, pois hoje em dia as empresas não têm apenas uma nacionalidade, há vários tipos de contratos, etc...
MAS NÃO TENHO DÚVIDAS QUE BASTAVA HAVER VONTADE E CORAGEM POLÍTICA PARA SE EFECTUAR UMA DESALAVANCAGEM DO ESTADO TRANSVERSAL A TODOS OS AGENTES NACIONAIS, possivelmente apenas com mais 2 ou 3 critérios para além da % a reestruturar (reestruturar=calote).

Se mesmo depois de uma desalavancagem geral dos portugueses, da reorganização dos serviços públicos e da implementação das reformas estruturais a situação continuar insustentável, aí sim, chegará a hora dos credores internacionais.

Até lá, penso que temos que fazer um esforço, pois ainda em 2009 votámos em quem sabemos. Temos o que merecemos como povo.
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por Lion_Heart » 20/3/2012 12:21

Pois para mim as dividas das autarquias deve ser de 15 MM€ ou mais. Se uns dizem 10 e outros dizem 12 a realidade deve ser 15.
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por Lion_Heart » 20/3/2012 12:18

Decisão judicial
PSD e CDS vão pagar multas partidárias a prestações
20.03.2012 - 08:08 Por Nuno Sá Lourenço

Partidos invocaram dificuldades de tesouraria, juízes mostraram-se insensíveis

O PSD queria pagar em dez prestações e o CDS em 24. Mas o Tribunal Constitucional (TC) decidiu que os dois partidos que compõem a actual coligação governamental vão desembolsar, respectivamente, em duas e quatro parcelas os valores das coimas relativas às contas anuais dos partidos políticos de 2006.

Depois de terem sido condenados a pagar multas de 65 e 60 mil euros cada um, os dois partidos da direita solicitaram ao TC que estendesse o pagamento no tempo. O MRPP fez o mesmo. Numa primeira fase do processo nem sequer apresentaram qualquer justificação para o pedido, pelo que o juiz-conselheiro responsável pela decisão entendeu não haver "justificação para autorizar o pagamento das coimas tal como foi requerido", lembrando mesmo que, em 2011, o PSD havia recebido do Estado 5,5 milhões de euros de subvenção pública e o CDS outros 1,8 milhões. Apesar disso decidiu que esses dois partidos podiam pagar as multas em duas e quatro prestações.

Só que os partidos decidiram reclamar da decisão, insistindo no alargamento do prazo. O PSD invocou a necessidade de "evitar maior impacto na gestão da tesouraria para o próximo trimestre". O CDS justificou-se com o facto de a subvenção ser paga em duodécimos, recordando até o corte de 10% decretado. O pagamento em quatro prestações, remataram os centristas, "penalizaria de forma desproporcional a sua situação de tesouraria e também a de terceiros".

O plenário do TC revelou-se insensível aos apelos. Os juízes queriam penalizar os partidos: "As coimas têm natureza sancionatória e, consequentemente, é natural que, de algum modo, tenham impacto ou penalizem a situação de tesouraria daqueles que foram condenados." E fizeram questão de lembrar que, na sua percepção, as contas dos partidos até nem estavam mal de saúde. "Não só todos eles apresentaram resultados líquidos positivos nas últimas contas conhecidas do TC, mas também são-lhes atribuídas subvenções públicas."

Ao avaliar as contas dos partidos, o TC considerou provadas 11 irregularidades cometidas pelo PSD. No caso do CDS, contabilizou sete. E assim estabeleceu os valores de 65 mil e 60 mil para as coimas. De acordo com a lei de financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais, a coima aplicada pode ir dos dez aos 400 salários mínimos mensais nacionais (SMMN). Feitas as contas, as coimas definidas pelo TC representam, aproximadamente, 134 e 124 SMMN. No caso de ter aplicado o valor máximo, a multa poderia ter chegado aos 194 mil euros.

Nas contas relativas a esse ano de 2006, estes foram os dois partidos com as mais elevadas coimas aplicadas. O PS – que nesse ano já era Governo graças à maioria absoluta conseguida por José Sócrates – foi multado em 55 mil euros. O PCP foi condenado em 45 mil euros, enquanto o BE teve de desembolsar 10 mil.


In Publico
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por artista_ » 20/3/2012 9:33

O tuga paga isso, mais uns cortes nos vencimentos, pensões e subsídios e resolve-se a coisa! :shock: :x
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por alexandre7ias » 20/3/2012 4:53

Afinal, a dívida total das autarquias será de 12 mil milhões de euros. O montante foi anunciado pelo ministro Miguel Relvas. Este montante ultrapassa em muito – quatro mil milhões – a estimativa inicial feita pelo governo.

"A dívida dos municípios e empresas municipais, de curto, médio e longo prazo, na totalidade, andará nos 12 mil milhões de euros. A dívida de curto prazo dos municípios, que está a ser apurada, nunca será inferior a três mil milhões", disse.

O ministro acrescenta que "estamos a falar de números muito elevados, muito elevados mesmo, mais elevado do que aquilo que desejava".

Miguel Relvas divulgou a verba de 12 mil milhões numa palestra sobre governação autárquica, que decorreu na Universidade Técnica de Lisboa. À entrada, o ministro já tinha dito que espera concluir até ao fim da semana a avaliação das dívidas das autarquias 

"Prevemos que ao longo do dia de hoje cheguem todas as propostas e o trabalho tem que ser feito até ao fim desta semana, fazer uma avaliação da totalidade das dívidas de curto prazo, de médio e longo prazo para que possamos desenhar soluções para esses municípios mas, acima de tudo, para que situações como esta não voltem a acontecer", acrescenta o ministro.

O Governo tinha dado até 15 de Março para as autarquias divulgarem as dívidas.
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por Mcmad » 20/3/2012 2:35

O BPI já faz contas à Grego..

Corte de 50% na dívida detida por privados colocaria stock total abaixo dos 100% do PIB
20 Março 2012 | 00:01


Partindo de uma dívida pública no final deste ano de cerca de 120% do PIB – um valor superior ao previsto pela troika por assumir a concretização de alguns riscos orçamentais – o BPI estima que a eliminação de 50% da dívida pública portuguesa detida por privados no final de 2012 colocaria o "stock" total da dívida abaixo dos 98,7% do PIB, um valor que deixaria Portugal melhor que Itália ou Bélgica.
"A admissão da hipótese de um perdão de dívida pelos credores privados de 50% sobre o valor nominal como observado na Grécia significaria um regresso da dívida publica para níveis inferiores à fasquia de 100%, situando-se numa posição melhor que Itália, Irlanda, ou Bélgica", escreve Cristina Casalinho, a economista-chefe do BPI, numa nota enviada a clientes, onde acrescenta que confere "uma baixa probabilidade a esta hipótese" que aliviaria o Estado de 36 mil milhões de euros de dívida.


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Confira as minhas opiniões

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por alexandre7ias » 19/3/2012 22:50

Quase metade dos alunos do ensino superior atravessa dificuldades económicas e muitos temem abandonar o curso ainda neste ano lectivo, segundo um estudo divulgado esta segunda-feira.

Estes são os dados nacionais dos inquéritos feitos aos universitários e tratados pela Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (AAUTAD), com o objectivo de saber qual a situação económica e as dificuldades dos estudantes do ensino superior.

Dos 4.000 inquiridos, 1.855 (48%) afirmaram passar dificuldades económicas. Destes, 1.224 (65%) disseram temer abandonar o ensino superior por esse motivo e 1.275 (69%) revelaram que não recebem bolsa de acção social. 

Nos inquéritos foi perguntado aos alunos se se sentem preparados para entrar no mercado de trabalho, tendo 2.214 (58%) respondido que não e 1.620 (42%) que sim. 

Os estudantes foram também questionados sobre se a sua formação se ajusta às oportunidades de emprego em Portugal, com mais de metade (62%) a considerar que não e 38% que sim. 

Emigrar é solução? 
Quanto às intenções de emigrar depois de terminar o curso, 2.110 (55%) responderam que sim e 1.743 (45%) disseram que não. 

O presidente da AAUTAD, Sérgio Martinho, disse que o associativismo nacional está "muito preocupado" com os dados revelados pelo estudo, cujo resultado vai ser enviado para o Ministério da Educação e para outros órgãos do sector para "terem a noção da realidade do ensino superior". 

De acordo com os promotores do estudo, aos inquéritos, que foram feitos já este ano nas universidades e politécnicos de Portugal Continental e Açores, responderam 4.000 alunos num universo de cerca de 130 mil estudantes. 

O estudo foi divulgado esta segunda-feira num encontro com jornalistas, após o Encontro Nacional de Direcções Associativas (ENDA), que decorreu em Évora durante o fim-de-semana e que reuniu dirigentes das associações académicas e de estudantes das universidades e institutos politécnicos portugueses. 
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por mcarvalho » 19/3/2012 15:10

A cleptocracia grega não pode ser um modelo para Europa!

O seu colapso deve, pelo contrário, servir de aviso às demais democracias corrompidas pelo populismo partidário, pelas corporações profissionais instaladas, e pelos grandes rendeiros económico-financeiros improdutivos. Ou a Alemanha ou a Grécia. A isto chegámos :(

O Gasparinho foi chamado a Washington para receber instruções rigorosas a este respeito. Bem basta já a desestabilização que vai no Golfo Pérsico e no Mediterrâneo Oriental! O flanco ibero-atlântico não pode ser mais fragilizado, nem continuar portanto a abrir as pernas à China (à EDP não se deve seguir mais nada!)

Ou então (explicará Geithner e Bernanke ao Gasparinho) estaremos como os gregos num ápice. Basta o FMI recuar no apoio à Troika e lá se vai o Portugal pelo esgoto do euro abaixo :(

OAM

http://o-antonio-maria.blogspot.pt/


...Berlin confirmed that Germany’s private bank ‘firewall’ fund (the so-called Soffin) had been reinstated – with a budget of $625 billion. Again, while few have commented on this, I am informed that the old legislation has been amended to allow private banks to sell any ClubMed sovereign bonds to Soffin….aka, Soffin will write off the losses on any and all debtor bonds should future events require that.
This might suggest a reason why Germany remains less than keen on boosting the EFSF/ESM firewall with German money: Germany is already adequately protected, thank you very much. On the other hand, it might also suggest a Chancellery preparing for a departure from the eurozone itself. The Maulwurf has an interesting take on this:
“I think one thing has been made clear to the Chancellor by my colleagues in the German banking community. Namely, that we cannot have a Fiskal Union or indeed a eurozone where there is both Germany and Greece. One of them has to go, and she must make her mind up about that”.
Link: http://hat4uk.wordpress.com/2012/03/19/ ... many-must/ (via shareaholic.com)
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por alexandre7ias » 18/3/2012 18:00

"Infelizmente será assim", disse, em entrevista ao semanário alemão "Der Spiegel", Mohamed El-Erian, presidente executivo da Pacific Investment Management Co. (PIMCO), que administra um capital de 1,3 biliões de dólares e tem uma grande influência nos mercados financeiros internacionais.

El Erian, que foi técnico do Fundo Monetário Internacional durante 15 anos, antecipa que o primeiro resgate não será suficiente e que Lisboa irá pedir um segundo pacote de ajuda aos parceiros europeus, o que levará ao "nervosismo dos mercados financeiros".

Considera ainda que a situação geral provocada pela crise da dívida "é dramática" e acusa os governos de estarem a fazer "má política, tanto nos Estados Unidos como na zona do euro".

O chefe do maior fundo de obrigações do mundo alerta ainda que está em risco a credibilidade dos bancos centrais, que só servem de pontes para outras instituições estatais, que realizam o trabalho real.

El Erian considera que as medidas tomadas para enfrentar a crise orçamental e da dívida externa parecem estar a funcionar em Itália e Espanha, enquanto a Grécia se pode considerar um caso perdido.

"Creio que o pacote grego se vai decompor rapidamente. As pontes construídas em direção a lado nenhum acabam por se derrubar em algum momento", diz El Erian, formado nas universidades de Cambridge e Oxford.
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