Bancos vão aplicar dinheiro do apoio estatal em dívida públi
Banco de Portugal fiscalizará execução das metas de crédito impostas pelo Estado
25/04/2012
O Banco de Portugal vai fiscalizar a execução das metas de concessão de crédito a que estarão sujeitos os bancos que recorram ao apoio do Estado para cumprirem os requisitos de capital, entre os quais estão o BCP, BPI e Banif. No âmbito desta missão, o supervisor terá poderes para pedir "todas as informações que considere adequadas" para avaliar se o eventual incumprimento destes objectivos é responsabilidade das instituições financeiras, ou se se deve à falta de procura de crédito por parte das famílias e das empresas, garantiu fonte do Ministério das Finanças ao Negócios.
Certo é que se ficar demonstrado que os bancos não estão a cumprir as metas de concessão de financiamento às famílias e às pequenas e médias empresas, sobretudo de bens e serviços transaccionáveis, o Banco de Portugal e o Governo podem considerar que está em causa "o incumprimento do plano de recapitalização". Se for esta a avaliação das autoridades, essa conclusão terá como "consequência directa e imediata a conversão das acções de que o Estado seja titular em acções ordinárias, permitindo-lhe assim exercer plenamente todos os direitos inerentes à detenção do capital".
Este efeito punitivo aplicar-se-á também no caso de o apoio estatal se fazer através de instrumentos híbridos e de capital contingente ("CoCos"). Neste caso, "os instrumentos subscritos pelo Estado que não tenham ainda sido amortizados são automaticamente convertíveis em acções" com plenos direitos, esclareceu a mesma fonte.
O não cumprimento das metas de crédito tem consequências negativas pelo facto de estes objectivos ficarem contratualmente consagrados, um aspecto previsto no diploma de capitalização da banca e "densificado" na portaria que pormenoriza as regras. Ou seja, o contrato que os bancos vão assinar com o Estado vai definir os objectivos de financiamento à economia. Se estas metas não forem alcançadas, as autoridades poderão concluir tratar-se de situação de "incumprimento materialmente relevante" e accionar as punições previstas.
Além das metas de crédito, os contratos que vão regular o acesso dos bancos ao apoio público podem ainda consagrar uma série de limitações, como o reforço do número de administradores independentes, a adopção de mecanismos que permitam garantir a remuneração do investimento do Estado, a necessidade de obter autorização do ministro das Finanças para pagar dividendos, ou a redução de custos estruturais.
No entanto, a portaria que regulamenta a lei da capitalização não define as situações específicas que podem levar o Banco de Portugal e o Governo a considerar que os bancos estão numa situação de incumprimento materialmente relevante. Esta noção "assenta num conceito propositadamente amplo e elástico, que recorre a conceitos indeterminados para permitir maior margem" na identificação das situações. "A previsão taxativa de situações [concretas] não se revelaria juridicamente adequada", justifica fonte das Finanças.
O documento que pormenoriza as regras de acesso ao apoio do Estado ficou concluído na segunda-feira, depois de obtida luz verde da Direcção-geral da Concorrência da União Europeia. A portaria deve ser publicada esta semana, entrando em vigor no dia seguinte ao da publicação. De seguida, serão conhecidos os planos de capitalização dos bancos, que terão de ser aprovados em assembleia geral.
25/04/2012
O Banco de Portugal vai fiscalizar a execução das metas de concessão de crédito a que estarão sujeitos os bancos que recorram ao apoio do Estado para cumprirem os requisitos de capital, entre os quais estão o BCP, BPI e Banif. No âmbito desta missão, o supervisor terá poderes para pedir "todas as informações que considere adequadas" para avaliar se o eventual incumprimento destes objectivos é responsabilidade das instituições financeiras, ou se se deve à falta de procura de crédito por parte das famílias e das empresas, garantiu fonte do Ministério das Finanças ao Negócios.
Certo é que se ficar demonstrado que os bancos não estão a cumprir as metas de concessão de financiamento às famílias e às pequenas e médias empresas, sobretudo de bens e serviços transaccionáveis, o Banco de Portugal e o Governo podem considerar que está em causa "o incumprimento do plano de recapitalização". Se for esta a avaliação das autoridades, essa conclusão terá como "consequência directa e imediata a conversão das acções de que o Estado seja titular em acções ordinárias, permitindo-lhe assim exercer plenamente todos os direitos inerentes à detenção do capital".
Este efeito punitivo aplicar-se-á também no caso de o apoio estatal se fazer através de instrumentos híbridos e de capital contingente ("CoCos"). Neste caso, "os instrumentos subscritos pelo Estado que não tenham ainda sido amortizados são automaticamente convertíveis em acções" com plenos direitos, esclareceu a mesma fonte.
O não cumprimento das metas de crédito tem consequências negativas pelo facto de estes objectivos ficarem contratualmente consagrados, um aspecto previsto no diploma de capitalização da banca e "densificado" na portaria que pormenoriza as regras. Ou seja, o contrato que os bancos vão assinar com o Estado vai definir os objectivos de financiamento à economia. Se estas metas não forem alcançadas, as autoridades poderão concluir tratar-se de situação de "incumprimento materialmente relevante" e accionar as punições previstas.
Além das metas de crédito, os contratos que vão regular o acesso dos bancos ao apoio público podem ainda consagrar uma série de limitações, como o reforço do número de administradores independentes, a adopção de mecanismos que permitam garantir a remuneração do investimento do Estado, a necessidade de obter autorização do ministro das Finanças para pagar dividendos, ou a redução de custos estruturais.
No entanto, a portaria que regulamenta a lei da capitalização não define as situações específicas que podem levar o Banco de Portugal e o Governo a considerar que os bancos estão numa situação de incumprimento materialmente relevante. Esta noção "assenta num conceito propositadamente amplo e elástico, que recorre a conceitos indeterminados para permitir maior margem" na identificação das situações. "A previsão taxativa de situações [concretas] não se revelaria juridicamente adequada", justifica fonte das Finanças.
O documento que pormenoriza as regras de acesso ao apoio do Estado ficou concluído na segunda-feira, depois de obtida luz verde da Direcção-geral da Concorrência da União Europeia. A portaria deve ser publicada esta semana, entrando em vigor no dia seguinte ao da publicação. De seguida, serão conhecidos os planos de capitalização dos bancos, que terão de ser aprovados em assembleia geral.
mcarvalho
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dancar1981 Escreveu:http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=552579
A Morgan Stanley é o primeiro a aplicar dinheiro na divida Portuguesa. Pode ser que isto anime a OT
Estás a ver isto ao contrário, eles apostam contra a dívida portuguesa, abriram uma posição curta!

Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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A Morgan Stanley é o primeiro a aplicar dinheiro na divida Portuguesa. Pode ser que isto anime a OT
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O vice-presidente do Banco Central Europeu, Vítor Constâncio, afirma que os bancos portugueses "resistiram bem" aos abalos recentes e não são motivo de preocupação para o regulador bancário europeu.
"Os bancos portugueses resistiram bem à situação de crise, que também resultou da pressão sobre o soberano e a dívida soberana", disse à Lusa em Washington, à margem das reuniões de primavera do FMI.
A recente auditoria internacional às carteiras dos bancos portugueses e respetivas valorizações "não deu resultados negativos visíveis", e veio mostrar que "tiveram a gestão adequada do risco de crédito neste período", que foi de turbulência nos mercados financeiros, sublinha.
"Isto foi muito importante porque revelou o cumprimento das regras em vigor e que a supervisão que foi feita nos últimos anos garantiu que as valorizações dos créditos estavam corretamente feitas nos balanços dos bancos",
adianta Constâncio.
O ex-governador do Banco de Portugal afirma que, apesar dos "desafios que resultam da situação geral da economia do país", que está em recessão profunda, "não existem neste momento preocupações com bancos portugueses como existem com outros países".
Para Constâncio, as instituições bancárias portuguesas estão também bem preparadas para o chamado "exercício de recapitalização" europeu, a que estão obrigados até Junho deste ano.
"Penso que está tudo previsto para que os bancos verdadeiramente cumpram esse objetivo, que é exigente, mas que coloca os bancos numa posição de melhor capitalização e portanto mais seguros para o futuro", adiantou.![]()
Resultados do BPI e dívida soberana
Lendo o relatório, pela primeira vez aparece alguma informação sobre a dívida soberana:
Dívida portuguesa: 4.671 milhões, dividida por OT`s (2578 M) e BT (2093 M) mais dívida italiana (961 M), mais irlandesa(333 M), nada sobre a restruturação havida na grega. No total com obrigações de empresas vai a 7.317 M. Se precisa de 1400 M do Estado, é facil de controlar. Quando as obrigações portuguesas se vencerem o Estado faz encontro de contas. Se ainda for para comprar mais, então mais o Estado fica garantido.
Os resultados foram fracos. foram ao BCE buscar 3000 M, para recomprar obrigações próprias a desconto e assim fizeram uma mais valia superior a 75 M. Sem este valor não recorrente, teriam ficado a nulos. O custo dos depósitos está a destruir a rentabilidade.
Um comentário à entrevista ao Dr. Ricardo salgado ao Expresso:
No geral mostra que foram e estão em socorro do Estado
Exemplos:
" O que está a acontecer hoje é que os bancos estrangeiros que financiaram o Estado estão a pedir o reembolso e quem está a apoiar são novamente os bancos portugueses, que estão a financiar a CP, o Metro"
" nós só fomos transmitir ao Banco de Portugal e ao ministro Teixeira dos Santos que a dívida estava a ser tomada toda pelos bancos portugueses e que não tinhamos capacidade para continuar e ele disse que ia intervir"
" o nosso crédito à habitação vencido não chega a 1%"
Reafirmando que são as familias que estão a dar a volta:
Numa visão rápida em Espanha o crédito vencido é de 8,5%. Em portugal de 5,3%, com maior dimensão nas empresas e consumo. O BPI na habitação está nos 2%.
As familias contribuem positivamente para a capacidade de financiamento externo. Mesmo com todas as medidas em curso, estão a alterar hábitos e a manter ou reforçar os níveis de poupança. Prevê-se que a poupança vá dos atuais 10% para 15% nos próximos anos.
Precisamos de resiliência e capacidade de aguentar o navio em águas revoltas. No resto gosto da expressão.
"Os cães ladram e a caravana passa"
Dívida portuguesa: 4.671 milhões, dividida por OT`s (2578 M) e BT (2093 M) mais dívida italiana (961 M), mais irlandesa(333 M), nada sobre a restruturação havida na grega. No total com obrigações de empresas vai a 7.317 M. Se precisa de 1400 M do Estado, é facil de controlar. Quando as obrigações portuguesas se vencerem o Estado faz encontro de contas. Se ainda for para comprar mais, então mais o Estado fica garantido.
Os resultados foram fracos. foram ao BCE buscar 3000 M, para recomprar obrigações próprias a desconto e assim fizeram uma mais valia superior a 75 M. Sem este valor não recorrente, teriam ficado a nulos. O custo dos depósitos está a destruir a rentabilidade.
Um comentário à entrevista ao Dr. Ricardo salgado ao Expresso:
No geral mostra que foram e estão em socorro do Estado
Exemplos:
" O que está a acontecer hoje é que os bancos estrangeiros que financiaram o Estado estão a pedir o reembolso e quem está a apoiar são novamente os bancos portugueses, que estão a financiar a CP, o Metro"
" nós só fomos transmitir ao Banco de Portugal e ao ministro Teixeira dos Santos que a dívida estava a ser tomada toda pelos bancos portugueses e que não tinhamos capacidade para continuar e ele disse que ia intervir"
" o nosso crédito à habitação vencido não chega a 1%"
Reafirmando que são as familias que estão a dar a volta:
Numa visão rápida em Espanha o crédito vencido é de 8,5%. Em portugal de 5,3%, com maior dimensão nas empresas e consumo. O BPI na habitação está nos 2%.
As familias contribuem positivamente para a capacidade de financiamento externo. Mesmo com todas as medidas em curso, estão a alterar hábitos e a manter ou reforçar os níveis de poupança. Prevê-se que a poupança vá dos atuais 10% para 15% nos próximos anos.
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artista Escreveu: onde estava "empréstimos" devia estar "depósitos"...
Isso é um problema da banca em geral

---Tudo o que for por mim escrito expressa apenas a minha opinião pessoal e não é uma recomendação de investimento de qualquer tipo---
https://twitter.com/JCSTrendTrading
"We can confidently predict yesterdays price. Everything else is unknown."
"Every trade is a test"
"Price is the aggregation of everyone's expectations"
"I don't define a good trade as a trade that makes money. I define a good trade as a trade where I did the right thing". (Trend Follower Kevin Bruce, $5000 to $100.000.000 in 25 years).
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K. Escreveu:2,3) Estas perguntas são mais difíceis de responder, espero que consiga fazê-lo nos próximos dias.
Olá K., obrigado pelas respostas, não tive ainda tempo de as ler bem porque vou ter já e sair (arranjaram-me um bilhete para ir ver o glorioso

artista Escreveu:2. Até que ponto em qualquer um dos bancos (a começar pelo BPN) não sairia mais barato ao estado garantir os depósitos e liquidar os bancos, no caso de este falirem?!
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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Existe um questão que me pertuba que é a seguinte:
Para que compra a Banca paletes de divida publica? Sem ser ultimamente é claro.
Não é verdade que a maioria vai para produtos tipo ppr´s , fundos de pensões e etc?
Se a maioria vai para os clientes de que se queixam? Ate gostava de ver a rendibilidade dos ppr's no ano passado.
Encontrei isto:
"Sem os benefícios fiscais, e tendo em conta a rendibilidade média dos fundos PPR em 2011, que foi mesmo negativa em 0,31%, os portugueses procuraram alternativas para rentabilizar as suas poupanças. Muito deste dinheiro terá sido transferido para depósitos a prazo no último ano, onde as taxas de juro chegaram aos 6% em meados de 2011.
fonte:http://economico.sapo.pt/"
Para que compra a Banca paletes de divida publica? Sem ser ultimamente é claro.
Não é verdade que a maioria vai para produtos tipo ppr´s , fundos de pensões e etc?
Se a maioria vai para os clientes de que se queixam? Ate gostava de ver a rendibilidade dos ppr's no ano passado.
Encontrei isto:
"Sem os benefícios fiscais, e tendo em conta a rendibilidade média dos fundos PPR em 2011, que foi mesmo negativa em 0,31%, os portugueses procuraram alternativas para rentabilizar as suas poupanças. Muito deste dinheiro terá sido transferido para depósitos a prazo no último ano, onde as taxas de juro chegaram aos 6% em meados de 2011.
fonte:http://economico.sapo.pt/"
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
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Artista,
são questões interessantes às quais gostava de responder de alguma forma.
Penso que não se deve misturar o BPN com o que se está a passar nos grandes bancos, que estão subcapitalizados devido à desvalorização da dívida do estado.
1) Em primeiro lugar há que ter em conta que todos os estados desenvolvidos são financiados pelos bancos do próprio país, logo a solvência ou não de Portugal está directamente ligada à possíbilidade de, no futuro, existirem no país bancos suficientemente fortes para comprarem dívida pública.
Não consegui encontrar no meu texto o que dizes na frase
"De acordo com os teus esclarecimentos um único banco com uma gestão danosa pode levar um país à falência"
pelo que peço que expliques melhor.
2,3) Estas perguntas são mais difíceis de responder, espero que consiga fazê-lo nos próximos dias.
4)O que eu quis dizer é que *por definição* os depósitos a prazo não podem ter risco. Logo, se um governo não conseguir garantir essa ausência de risco, estará a comprometer o funcionamento do país para além do sistema financeiro, talvez de forma irreversível (como na Argentina). Em relação à minha opinião sobre ter ou não dinheiro a prazo em Portugal, é algo que me perguntam muito frequentemente. Como é óbvio, tento explicar a situação de forma a que as pessoas fiquem informadas sobre os riscos reais, mas tentando ser o menos conclusivo possível. Claro que se a taxa de juro é mais alta do que na Austria (ou em qualquer outro país fora da Europa Latina) é porque o risco efectivamente existe, quando visto na perspectiva de quem tem contas nos dois países. Quero dizer, não existe um risco de perder os depósitos, devido às prioridades que descrevi nos posts acima, mas existe o risco de um governo de um país da Europa Greco-Latina decidir sair do Euro *overnight*- em segredo, da mesma forma que foi feito com o cancelemento das reformas, e que o próprio primeiro ministro referiu, naquelas gaffes características que têm a sua piada, que estas coisas "são como as desvalorizações da "moeda", têm de ser feitas em segredo. Ou seja, os 3% que uma conta em Portugal paga a mais ao ano é o preço do risco de um dia acordar e vê-la transformada em escudos e a flutuar nas ondas de Elliot de um novo mercado monetário...Como não é o tipo de risco com o qual sei trabalhar ( prefiro especular com volatilidade), não tenho (desde o pedido de ajuda externa) qualquer depósito de dimensão relevante no mau país natal. De qualquer maneira estou muito mais confiante agora do que estava há um ano atrás, e penso que o euro é praticamente indestrutível (se não o fosse, não tinha sobrevivido até agora). O BCE tem (finalmente!) alguém competente a dirigi-lo. O governo português tem dois ministros que sabem o que estão a fazer nas pastas decisivas: finanças e na economia. Tudo isto (e o facto de ter passado pouco tempo em Portugal no último ano) tem-me feito a pouco e pouco começar a acreditar que talvez a solvência seja possível.
são questões interessantes às quais gostava de responder de alguma forma.
Penso que não se deve misturar o BPN com o que se está a passar nos grandes bancos, que estão subcapitalizados devido à desvalorização da dívida do estado.
1) Em primeiro lugar há que ter em conta que todos os estados desenvolvidos são financiados pelos bancos do próprio país, logo a solvência ou não de Portugal está directamente ligada à possíbilidade de, no futuro, existirem no país bancos suficientemente fortes para comprarem dívida pública.
Não consegui encontrar no meu texto o que dizes na frase
"De acordo com os teus esclarecimentos um único banco com uma gestão danosa pode levar um país à falência"
pelo que peço que expliques melhor.
2,3) Estas perguntas são mais difíceis de responder, espero que consiga fazê-lo nos próximos dias.
4)O que eu quis dizer é que *por definição* os depósitos a prazo não podem ter risco. Logo, se um governo não conseguir garantir essa ausência de risco, estará a comprometer o funcionamento do país para além do sistema financeiro, talvez de forma irreversível (como na Argentina). Em relação à minha opinião sobre ter ou não dinheiro a prazo em Portugal, é algo que me perguntam muito frequentemente. Como é óbvio, tento explicar a situação de forma a que as pessoas fiquem informadas sobre os riscos reais, mas tentando ser o menos conclusivo possível. Claro que se a taxa de juro é mais alta do que na Austria (ou em qualquer outro país fora da Europa Latina) é porque o risco efectivamente existe, quando visto na perspectiva de quem tem contas nos dois países. Quero dizer, não existe um risco de perder os depósitos, devido às prioridades que descrevi nos posts acima, mas existe o risco de um governo de um país da Europa Greco-Latina decidir sair do Euro *overnight*- em segredo, da mesma forma que foi feito com o cancelemento das reformas, e que o próprio primeiro ministro referiu, naquelas gaffes características que têm a sua piada, que estas coisas "são como as desvalorizações da "moeda", têm de ser feitas em segredo. Ou seja, os 3% que uma conta em Portugal paga a mais ao ano é o preço do risco de um dia acordar e vê-la transformada em escudos e a flutuar nas ondas de Elliot de um novo mercado monetário...Como não é o tipo de risco com o qual sei trabalhar ( prefiro especular com volatilidade), não tenho (desde o pedido de ajuda externa) qualquer depósito de dimensão relevante no mau país natal. De qualquer maneira estou muito mais confiante agora do que estava há um ano atrás, e penso que o euro é praticamente indestrutível (se não o fosse, não tinha sobrevivido até agora). O BCE tem (finalmente!) alguém competente a dirigi-lo. O governo português tem dois ministros que sabem o que estão a fazer nas pastas decisivas: finanças e na economia. Tudo isto (e o facto de ter passado pouco tempo em Portugal no último ano) tem-me feito a pouco e pouco começar a acreditar que talvez a solvência seja possível.
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K. Escreveu:Esta questão parece-me que é, em geral, mal interpretada.
Não se trata de salvar os bancos, mas sim de respeitar a sequência de privilégios de credores que é seguida em todas as economias de mercado quando existem riscos de incumprimento.
Neste caso, os credores que estão a ser protegidos são os particulares que têm depósitos em bancos portugueses.
A sequência, por ordem decrescente de prioridades é a seguinte:
1-FMI
2-Titulares de depósitos em bancos
3-Detentores de obrigações
Ou seja, enquanto o estado não entrar em incumprimento (ou seja, deixar de proteger os credores do grupo 3) tem de proteger os credores do grupo 2, isto implica proteger os depósitos, manter o euro e garantir que os bancos continuem a funcionar.
Reparem que quando o grupo 2 é afectado todo o sistema implode. Repare-se também que tal só acontece quando as coisas atingem o ponto de ser necessário o dinheiro dos depósitos para pagar ao FMI.
Em caso de default desprogramado torna-se impossível proteger os depositantes. Foi o que se passou na Argentina:
-em 6 de Novembro de 2001, o famoso "Swap" de de la Rua (que não foi swap nenhum, mas um puro Default mascarado de swap para enfrentar a oposição interna acusando as agências de rating) gerou uma corrida aos bancos.
-em 30 de Novembro de 2001 de la Rua proibiu os levantamentos em dolares.
Não existe (na minha opinião, e aqui penso não estar muito desviado do mainstream) nenhum "moral hazzard" em proteger os depositantes dos bancos (sim, porque ninguém está a proteger os bancos em si-ou seja, os accionistas- basta olhar para as cotações em bolsa).
No caso do Lehman Brothers havia moral hazzard sim- era um banco de investimentos, logo não foi necessário proteger o grupo 2- por isso foi decidido (correctamente, a meu ver) que deveria seguir as regras do mundo onde vivia (!).
Por cá, aplicou-se o mesmo princípio ao BPP. Só que a decisão foi, neste caso, perturbada com algo semelhante a uma fraude (o julgamento em si que fique para os profissionais!), pois o BPP era moralmente um banco de retalho mas legalmente funcionava como banco de investimentos.
Para finalizar, para quem se deu ao trabalho de ler até ao fim, volto a repetir a ideia central de uma forma mais assertiva e também um pouco provocatória:
-Deixar falir o BCP ou o BPI seria financiar as dividas do estado com o dinheiro dos depositantes.
Concordo na generalidade com o que escreves, vindo de quem vem admito a credibilidade das partes que não são do meu conhecimento.
Os teus esclarecimentos deixam-me algumas dúvidas ou situações em que gostaria de ter a tua opinião:
1. Até que ponto é que a importância da banca é demasiado elevada? Até que ponto ela deve ser controlada pelas entidades estatais? De acordo com os teus esclarecimentos um único banco com uma gestão danosa pode levar um país à falência. Aliás os gastos do estado no BPN poderão por si só ser factor decisivo caso o país venha a entrar em incumprimento. Imagino o que pode fazer ao país se a gestão de um banco como o BCP tiver o mesmo grau de "eficiência"!

2. Até que ponto em qualquer um dos bancos (a começar pelo BPN) não sairia mais barato ao estado garantir os depósitos e liquidar os bancos, no caso de este falirem?!
3. O que pensas da forma de entrada do estado no capital dos bancos? Até que ponto o estado não poderá estar a assumir riscos elevados não tendo muito a ganhar?!
4. Não sei se percebi bem mas disseste que os depósitos a prazo são neste momento produtos arriscados? muito mais que depósitos à ordem? (vou já liquidar todos os que tenho!

5. Já agora, como avalias a responsabilidade da gestão da banca nos problemas em que estão metidos? Até que ponto podiam ter feito uma gestão mais responsável e evitar estar na situação em que estão? Isso seria espectável, utópico, ou apenas desejável?
abraço
Editado pela última vez por artista_ em 21/4/2012 15:02, num total de 1 vez.
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Trata-se da jornalista brasileira Salete Lemos:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Salete_Lemos
O episódio em causa ocorreu em 2007 e supostamente foi demitida por pressão da Federação Brasileira de Bancos.
Actualmente, a jornalista trabalha noutra cadeia de televisão.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Salete_Lemos
O episódio em causa ocorreu em 2007 e supostamente foi demitida por pressão da Federação Brasileira de Bancos.
Actualmente, a jornalista trabalha noutra cadeia de televisão.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Passa este e-mail, fá-lo circular por Portugal
Um dos Motivos porque o Governo se tornou fiador de 20 mil milhões de euros de transacções intra bancárias......???
Os de hoje, vão estar como gestores de Banca amanhã, pois os de ontem, já estão por lá hoje.
Correcto???? Se pensa que não, vejamos:
EIS A LISTA :
Fernando Nogueira:
Antes -Ministro da Presidência, Justiça e Defesa
Agora - Presidente do BCP Angola
-------------------------------------------------------------
Rui Machete: (AGORA NINGUÉM O OUVE)
Antes - Ministro dos Assuntos Sociais
Agora - Presidente do Conselho Superior do BPN; (o banco falido, é só gamanço) e Presidente do Conselho Executivo da FLAD
------------------------------------------------------------------------------
Paulo Teixeira Pinto: (o tal que antes de trabalhar já estava reformado)
Antes - Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, depois Presidente do BCP (Ex. - Depois de 3 anos de 'trabalho', Saiu com 10 milhões de indemnização !!! e mais 35.000EUR x 15 meses por ano até morrer...)
Agora – Novo administrador da Comissão Executiva da EDP
----------------------------------------------------------------------------
Celeste Cardona: (a tal que só aceitava o lugar na Biblioteca do Porto se tivesse carro e motorista às ordens - mas o vencimento era muito curto)
Antes - Ministra da Justiça, depois vogal do CA da CGD
Agora - Nova administradora da Comissão Executiva da EDP
------------------------------------------------------------------------------
José Silveira Godinho:
Antes - Secretário de Estado das Finanças
Agora - Administrador do BES
--------------------------------------------------------------------------------
João de Deus Pinheiro: (aquele que agora nem se vê)
Antes - Ministro da Educação e Negócios Estrangeiros
Agora - Vogal do CA do Banco Privado Português (O TAL QUE DEU O BERRO).
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Elias da Costa:
Antes - Secretário de Estado da Construção e Habitação -
Agora - Vogal do CA do BES
--------------------------------------------------------------------------------------------------
Ferreira do Amaral: (O ESPERTALHÃO, QUE PREPAROU O TERRENO)
Antes - Ministro das Obras Públicas (que entregou todas as pontes a jusante de Vila Franca de Xira à Lusoponte)
Agora - Presidente da Lusoponte, com quem se tem de renegociar o contrato (POIS CLARO, À TRIPA FORRA).
------------------------------------------------------------------------------------
Eduardo Catroga:
Antes – Foi Vice Presidente da Quimigal, Presidente do CA da SAPEC e Ministro das Finanças do 12º Governo de Cavaco Silva
Agora – Novo Chairman da EDP, que acumula com Administrador não Executivo da NUTRINVESTE e do BANCO FINANTIA (não prescinde de receber todas as reformas e pensões a que tem direito, pudera também eu!!!!!!)
etc etc etc...
O que é isto ?
Cunha ?
Gamanço ?
É Portugal no seu esplendor .
...e depois até querem que se declarem as prendas de casamento e o seu valor.
Já é tempo de parar esta canalha nojenta !
Não te cales,DENUNCIA!
Passa este e-mail, fá-lo circular por Portugal.
(Eu faço a minha parte. Por mim estes sangue-sugas já os tinha posto a trabalhar na estiva...)
Sabes quem é que tem a culpa desta roubalheira?
És tu, sou eu, somos todos nós, que permitimos todas estas situações.
Como é que estes gatunos ainda nos pedem sacrifícios?
Será que continuamos a ser, como dizia um monarca português (D, Carlos) , um País de bananas governados por ladrões....ops, desculpem eu não queria escrever ladrões mas sacanas.
"Em nome dos cortes salariais e do roubo, do subsídio de férias e Natal, vamos circular este apelo que ESTÁ CIRCULANDO EM TODA A ESPANHA!E PORQUE NÃO, EM PORTUGAL?
Exigimos:
Reduzir os salários de TODOS os cargos políticos em 50%.
Retirar TODOS os subsídios, abonos ou subvenções. Apenas poderão auferir o salário.
Limitar o salário dos cargos políticos, ao valor de 5 salários mínimos (+/- 2.500 ¤ ?)
Apenas poderão auferir UM salário.
Reforma para os políticos aos 65 anos de idade, como todos os outros portugueses.
ESTÁ CIRCULANDO EM TODA A ESPANHA!
Vamos fazê-la circular em PORTUGAL....MUITAS VEZES, tantas quantas as necessárias...
FONTE: Possivelmente milhares de contas de email de Portugueses que se sentem gamados.
Mais uma pequena mas importante coisa:
A não existência de moral hazzard no caso da protecção dos depósitos a prazo baseia-se num cenário de taxas de juro relativamente reduzidas(que tem sido de facto ameaçado- vários avisos do Banco de Portugal neste sentido).
O depósito é feito com a expectativa de ausência de volatilidade ou de incumprimento. Muito diferente das opções (onde se investe em volatilidade) ou de obrigações (onde se investe em risco de crédito). O não retorno de depósitos levaria, por este motivo, à total perda de confiança por parte de todos os participantes na economia de um país, à excepção de narcotraficantes, terroristas, e outros afins. Devido à sua localização geográfica talvez Portugal ainda tivesse um papel a desempenhar na economia europeia. Como narcoestado...
A não existência de moral hazzard no caso da protecção dos depósitos a prazo baseia-se num cenário de taxas de juro relativamente reduzidas(que tem sido de facto ameaçado- vários avisos do Banco de Portugal neste sentido).
O depósito é feito com a expectativa de ausência de volatilidade ou de incumprimento. Muito diferente das opções (onde se investe em volatilidade) ou de obrigações (onde se investe em risco de crédito). O não retorno de depósitos levaria, por este motivo, à total perda de confiança por parte de todos os participantes na economia de um país, à excepção de narcotraficantes, terroristas, e outros afins. Devido à sua localização geográfica talvez Portugal ainda tivesse um papel a desempenhar na economia europeia. Como narcoestado...
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Fiducia.
Ele atee ha pessoas que ainda veem os bancos como meros "cofres", aquele siitio seguro onde se poe a bagalhoc,a. Era assim no Far-West, quando haviam os cow-boys e a corrida ao ouro.
Nao senhor. O dinheiro que vai para a banca (moderna) deve ser posto ao servic,o da Economia.
Tem servido ee uma cambada de gatunage que, ainda por cima, se tornaram os tutores do regime.
Como algueem dizia aii acima: eu quero laa saber se os bancos aplicaram mal o dinheiro em casas e bolhas e diivida e o raio que os partam ! Eu nao queria era pagar essa trafulhice com os meus impostos: pagam banqueiros, bancaarios, SAMs, trafulhices, jogadas financeiras incompetentes, um nunca mais acabar de trafulhices.
Quero laa saber da Troika ! Quem se endividou que pague as diividas. Arranjem ee postos de trabalho e deixem-se de liberalismos pacoovios.
Nao senhor. O dinheiro que vai para a banca (moderna) deve ser posto ao servic,o da Economia.
Tem servido ee uma cambada de gatunage que, ainda por cima, se tornaram os tutores do regime.
Como algueem dizia aii acima: eu quero laa saber se os bancos aplicaram mal o dinheiro em casas e bolhas e diivida e o raio que os partam ! Eu nao queria era pagar essa trafulhice com os meus impostos: pagam banqueiros, bancaarios, SAMs, trafulhices, jogadas financeiras incompetentes, um nunca mais acabar de trafulhices.
Quero laa saber da Troika ! Quem se endividou que pague as diividas. Arranjem ee postos de trabalho e deixem-se de liberalismos pacoovios.

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Exacto.
K. Escreveu:.
Não existe (na minha opinião, e aqui penso não estar muito desviado do mainstream) nenhum "moral hazzard" em proteger os depositantes dos bancos (sim, porque ninguém está a proteger os bancos em si-ou seja, os accionistas- basta olhar para as cotações em bolsa).
...
-Deixar falir o BCP ou o BPI seria financiar as dividas do estado com o dinheiro dos depositantes.
Sem me alongar sobre o assunto, e em jeito de dica, gostava de salientar que o caso do BPN é exactamente ao contrário do BPP: legalmente era um banco de depósitos mas moralmente era um banco de investimentos. Ou seja, enquanto no BPP toda a história aponta para uma certa ingenuidade e excesso de confiança por parte da gestão, o caso BPN levanta suspeitas sobre uma actuação bem mais profissional.
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Esta questão parece-me que é, em geral, mal interpretada.
Não se trata de salvar os bancos, mas sim de respeitar a sequência de privilégios de credores que é seguida em todas as economias de mercado quando existem riscos de incumprimento.
Neste caso, os credores que estão a ser protegidos são os particulares que têm depósitos em bancos portugueses.
A sequência, por ordem decrescente de prioridades é a seguinte:
1-FMI
2-Titulares de depósitos em bancos
3-Detentores de obrigações
Ou seja, enquanto o estado não entrar em incumprimento (ou seja, deixar de proteger os credores do grupo 3) tem de proteger os credores do grupo 2, isto implica proteger os depósitos, manter o euro e garantir que os bancos continuem a funcionar.
Reparem que quando o grupo 2 é afectado todo o sistema implode. Repare-se também que tal só acontece quando as coisas atingem o ponto de ser necessário o dinheiro dos depósitos para pagar ao FMI.
Em caso de default desprogramado torna-se impossível proteger os depositantes. Foi o que se passou na Argentina:
-em 6 de Novembro de 2001, o famoso "Swap" de de la Rua (que não foi swap nenhum, mas um puro Default mascarado de swap para enfrentar a oposição interna acusando as agências de rating) gerou uma corrida aos bancos.
-em 30 de Novembro de 2001 de la Rua proibiu os levantamentos em dolares.
Não existe (na minha opinião, e aqui penso não estar muito desviado do mainstream) nenhum "moral hazzard" em proteger os depositantes dos bancos (sim, porque ninguém está a proteger os bancos em si-ou seja, os accionistas- basta olhar para as cotações em bolsa).
No caso do Lehman Brothers havia moral hazzard sim- era um banco de investimentos, logo não foi necessário proteger o grupo 2- por isso foi decidido (correctamente, a meu ver) que deveria seguir as regras do mundo onde vivia (!).
Por cá, aplicou-se o mesmo princípio ao BPP. Só que a decisão foi, neste caso, perturbada com algo semelhante a uma fraude (o julgamento em si que fique para os profissionais!), pois o BPP era moralmente um banco de retalho mas legalmente funcionava como banco de investimentos.
Para finalizar, para quem se deu ao trabalho de ler até ao fim, volto a repetir a ideia central de uma forma mais assertiva e também um pouco provocatória:
-Deixar falir o BCP ou o BPI seria financiar as dividas do estado com o dinheiro dos depositantes.
Não se trata de salvar os bancos, mas sim de respeitar a sequência de privilégios de credores que é seguida em todas as economias de mercado quando existem riscos de incumprimento.
Neste caso, os credores que estão a ser protegidos são os particulares que têm depósitos em bancos portugueses.
A sequência, por ordem decrescente de prioridades é a seguinte:
1-FMI
2-Titulares de depósitos em bancos
3-Detentores de obrigações
Ou seja, enquanto o estado não entrar em incumprimento (ou seja, deixar de proteger os credores do grupo 3) tem de proteger os credores do grupo 2, isto implica proteger os depósitos, manter o euro e garantir que os bancos continuem a funcionar.
Reparem que quando o grupo 2 é afectado todo o sistema implode. Repare-se também que tal só acontece quando as coisas atingem o ponto de ser necessário o dinheiro dos depósitos para pagar ao FMI.
Em caso de default desprogramado torna-se impossível proteger os depositantes. Foi o que se passou na Argentina:
-em 6 de Novembro de 2001, o famoso "Swap" de de la Rua (que não foi swap nenhum, mas um puro Default mascarado de swap para enfrentar a oposição interna acusando as agências de rating) gerou uma corrida aos bancos.
-em 30 de Novembro de 2001 de la Rua proibiu os levantamentos em dolares.
Não existe (na minha opinião, e aqui penso não estar muito desviado do mainstream) nenhum "moral hazzard" em proteger os depositantes dos bancos (sim, porque ninguém está a proteger os bancos em si-ou seja, os accionistas- basta olhar para as cotações em bolsa).
No caso do Lehman Brothers havia moral hazzard sim- era um banco de investimentos, logo não foi necessário proteger o grupo 2- por isso foi decidido (correctamente, a meu ver) que deveria seguir as regras do mundo onde vivia (!).
Por cá, aplicou-se o mesmo princípio ao BPP. Só que a decisão foi, neste caso, perturbada com algo semelhante a uma fraude (o julgamento em si que fique para os profissionais!), pois o BPP era moralmente um banco de retalho mas legalmente funcionava como banco de investimentos.
Para finalizar, para quem se deu ao trabalho de ler até ao fim, volto a repetir a ideia central de uma forma mais assertiva e também um pouco provocatória:
-Deixar falir o BCP ou o BPI seria financiar as dividas do estado com o dinheiro dos depositantes.
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Artista, acho que estás a ignorar o facto da banca ser o depositário das poupanças da maior parte da população. E igualmente o financiador da maior parte das empresas do país, que são igualmente os empregadores do país. Apoiar a banca não é só pelos seus lindos olhos, é porque o seu papel na economia é demasiado crucial para falhar.
Agora, presumo que até tu aches que é irónico estares a falar no favor que o estado (teu dinheiro) está a fazer à banca quando o drama está no esbanjar do estado (=teu dinheiro) e da situação que isso provocou. Não fales no estado como o salvador quando foi o primeiro causador do problema. Nota igualmente que a ajuda não vem do estado (esse já o estoirou e esbanjou ,não tem para mandar cantar um cego). O dinheiro vem da troika.
Agora, presumo que até tu aches que é irónico estares a falar no favor que o estado (teu dinheiro) está a fazer à banca quando o drama está no esbanjar do estado (=teu dinheiro) e da situação que isso provocou. Não fales no estado como o salvador quando foi o primeiro causador do problema. Nota igualmente que a ajuda não vem do estado (esse já o estoirou e esbanjou ,não tem para mandar cantar um cego). O dinheiro vem da troika.
Ulisses Pereira Escreveu:MPC, complementando o que estás a dizer, a aposta em dívida pública de países que vieram a ter problemas é uma das principais causas das cotações actuais da Banca portuguesa.
Um abraço,
Ulisses
E daí, agora uma coisa é certa, será que iremos ter mais um BPN pela frente?? O BCP, claramente precisará de apoio Estatal, ou seja não conseguiu convencer os chineses para entrarem no Capital e afundou, simplesmente, se entretanto Espanha pedir ajuda, facilmenete o BCp vem aos 0,07 centimos, portanto, daqui nada estará nos micro centimos, agora pergunto, porque não existe coraem d eem Portugal se deixar falir um BAnco, ficou provado se o BPN falisse, o Estado gasaria apena so dinheiro dos Depositos na altura, que seriam na ordem dos 1800 milhoes, assim gastou perto dos 6000 milhoes, fora o que está debaixo do tapete, parecia mal as familias ricas perderem o dinheiro, assim nunca conseguiremos sair da crise, falta simplesmente coragem, o OBAMA deixou cair o LEMAN, enão foi por isso que a Economia dos EUA caiu...
gorgol Escreveu:Bastava que o Estado recomprasse as obrigações, ao preço nominal, para os bancos se safarem sozinhos.
Serão cerca de € 20.000 milhões.
Tem o Estado aqui um dever moral, pois a origem do problema está no Estado, que é uma pessoa de bem!
Dever moral?! Estamos a falar de quê? Então os bancos ficavam com os lucros (caso as coisas corressem bem) o estado com os riscos (se as coisas correrem mal)?!

Ou seja, os bancos compram dívida e arrecadam os lucros (financiam-se a +-2% emprestavam a Portugal e Grécia a +-5%) e se a coisa correr mal vendem sem prejuízos, por causa do dever moral!?
gorgol Escreveu:Por outro lado o Estado tem o dever de regular alguns aspetos da economia, e determinar o que é melhor para o todo, se a falência de um banco com o previsivel efeito dominó sobre todos nós ou medidas de restruturação ordeira. Foi logo previsto com a troika a verba de € 12.000 milhoes para este efeito. Estamos melhor pois apenas uma parte deste valor será necessário.
Por enquanto... mas concordo, ainda bem que parece que não vai ser preciso tanto!
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
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alexandre7ias Escreveu:Tudo isto tem um nome: incompetência!!! Quero lá saber se o banco comprou divida Portuguesa ou o que? Os bancos são privados, logo se forem mal geridos devem fechar. Foram incompetentes durante anos e agora são salvos com o nosso dinheiro. Bom pensando melhor até foram competentes mas no roubo.
Ainda me lembro do valor da oferta do BCP ao BPI em que diziam que estava abaixo de que valia. Devem estar muito satisfeitos os accionistas que não quiserem vender.
Cambada de incompetentes.
Exactamente. Já aqui deixei o exemplo do padeiro e outros. Fechem o tasco.
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Tudo isto tem um nome: incompetência!!! Quero lá saber se o banco comprou divida Portuguesa ou o que? Os bancos são privados, logo se forem mal geridos devem fechar. Foram incompetentes durante anos e agora são salvos com o nosso dinheiro. Bom pensando melhor até foram competentes mas no roubo.
Ainda me lembro do valor da oferta do BCP ao BPI em que diziam que estava abaixo de que valia. Devem estar muito satisfeitos os accionistas que não quiserem vender.
Cambada de incompetentes.
Ainda me lembro do valor da oferta do BCP ao BPI em que diziam que estava abaixo de que valia. Devem estar muito satisfeitos os accionistas que não quiserem vender.
Cambada de incompetentes.
gorgol Escreveu:sevenairam Escreveu:Eu disse e repeti que eu não estou contra os bancos !
( mais uma vez : isto que estou a escrever não é o que eu penso, é apenas uma reflexão acerca do post do Gorgol, pois penso que moralmente não se pode olhar para 2 casos e analisá-los sob principios diferentes, que é o que ele faz no post)
Vou clarificar e enquadrar:
Os Bancos portugueses já provisionaram a dívida grega a preços de mercado, tiveram prejuizos por causa disso, em 2011. Os acionistas pagaram nas ações. Funcionou o mercado. Em Portugal os depositantes têm uma garantia até € 100 K. Num banco primeiro perde-se o capital doa acionistas, depois os empréstimos obrigacionistas e de seguida os depositantes. Isto é numa empresa não financeira morre apenas com o capital próprio e depois entram os fornecedores e financiadores, não existem garantias estatais a garantir um dos stakeholders. O stakeholder depositante nos bancos tem uma garantia do Estado, logo nossa. O Estado tem a obrigação de salvar um banco, ou fechá-lo para não ter que pagar essas garantias. A FDIC, nos USA interveio em centenas de bancos. Precisamos duma organização europeia idêntica. Devem os depositantes terem essa garantia? É um dos casos em que vejo vantagens e inconvenientes e aceito as duas possibilidades.
A ligação Banca/Estado é tão forte que ou se salvam os dois ou vão os dois para o fundo.
Bastava que o Estado recomprasse as obrigações, ao preço nominal, para os bancos se safarem sozinhos.
Serão cerca de € 20.000 milhões.
Tem o Estado aqui um dever moral, pois a origem do problema está no Estado, que é uma pessoa de bem!
Por outro lado o Estado tem o dever de regular alguns aspetos da economia, e determinar o que é melhor para o todo, se a falência de um banco com o previsivel efeito dominó sobre todos nós ou medidas de restruturação ordeira. Foi logo previsto com a troika a verba de € 12.000 milhoes para este efeito. Estamos melhor pois apenas uma parte deste valor será necessário.
Todo o ajustamento da Troika visa uma modificação ordeira de Portugal e evitar um colapso instantaneo, sem ordenados, restrição de levantamentos no sistema bancário. Taxas nas importações ou fecho de fronteiras em pessoas, capitais e mercadorias.
Estamos a evitar uma situação à Argentina. Nestes casos é sempre o mais fraco que paga mais.
Precisamos de mais mercado. Os Estado tem encargos de 48% do PIB. Se juntarmos todo o setor de empresas públicas mais os poderes indiretos, chegaremos a um controlo de 60 a 70% do PIB.

Concordo com tudo isso. E agora retiro as minhas dúvidas.
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