Argentina expropria YFP à espanhola Repsol
PS acusa Governo de confiscar terras a proprietários legítimos
O PS acusou, esta quinta-feira, o Governo de preparar medidas que configuram uma ilegítima expropriação a proprietários de terras, adotando normas "impensáveis" num executivo de "direita" que ferem direitos de propriedade protegidos pela Constituição da República.
António Serrano, deputado do PS
Estas posições foram assumidas em declarações à agência Lusa pelo ex-ministro da Agricultura e atual deputado do PS António Serrano.
António Serrano afirmou que o PS "encara com muita preocupação" a proposta de lei do Governo sobre o banco de terras, a qual apresenta "uma norma em concreto que representa uma expropriação aos proprietários".
Essa norma do Governo, segundo o ex-ministro da Agricultura, "diz que ao fim de dez anos sem utilização de terra e sem dono conhecido o Estado pode vender essa terra".
"Mas não há terras sem dono, há isso sim terras com donos ausentes, que estão por identificar por ausência de cadastro e tal não pode servir de desculpa para que o Estado chegue, exproprie essas terras e venda-as. É impensável uma norma destas vir da área de um Governo de direita", comentou o deputado socialista.
Quando esta proposta for discutida no Parlamento, António Serrano diz que o PS vai exigir uma clarificação ao Governo sobre o alcance deste tipo de normas.
"Admito mesmo que, por esta via, a proposta do Governo esteja a ferir a Constituição da República, designadamente ao mexer com direitos de propriedade da terra", sustentou o ex-ministro do segundo executivo liderado por José Sócrates.
António Serrano afirmou ainda que "o PS ficou perplexo com o que o Governo se prepara para fazer, utilizando uma pequena área de terras do processo de reforma agrária - ainda estão na posse do Estado cerca de 15 mil hectares - para fazer um concurso".
"Só que esta é terra que foi confiscada a particulares, num processo muito traumático [pós revolução de 25 de Abril] para os agricultores e proprietários daquela época. Grande parte ainda estão em litígio com o Estado", frisou o deputado do PS.
Para António Serrano, em matérias resultantes do processo de reforma agrária, "o Governo tem de possuir toda a cautela e não pode utilizar para propaganda terras da reforma agrária".
"O Governo deve antes gerir com muito cuidado este assunto para não prejudicar os legítimos proprietários destas terras", acrescentou.
E isto aqui tão perto....pois não é petróleo...Isto sim é um roubo
Resta saber o que se entende por valor real. A Argentina não tem que pagar o preço de mercado, que inclui potencial de expansão de lucros e muitas outras coisas como oferta/procura. Só faltava a Argentina ter de incluir na indemnização o que a Repsol não vai ganhar nos próximos 5 anos.
As nacionalizações e as expropriações são assim o estado paga o suficiente para o privado não ter prejuízo, não lhe vai pagar uma renda sobre o potencial ganho que o privado teria.
Desde que a Argentina pague o suficiente para não existir prejuízo estão no seu direito, e o futuro dirá se foi boa ou má decisão.
As nacionalizações e as expropriações são assim o estado paga o suficiente para o privado não ter prejuízo, não lhe vai pagar uma renda sobre o potencial ganho que o privado teria.
Desde que a Argentina pague o suficiente para não existir prejuízo estão no seu direito, e o futuro dirá se foi boa ou má decisão.
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dancar1981 Escreveu:AutoMech,
Porque é que dizes que é roubar? Sabes qual vai ser o valor da indemnização? Se para ti nacionalizar=roubar compreendo-te. Está tudo indignado porque a Argentina vai reaver algo por um valor que ainda ninguém sabe qual é.
Qualquer que seja o valor da indemnização vai ser sempre muito abaixo do valor real, já toda a gente viu isso pelos valores avançados na imprensa.
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Claro que é difícil de perceber. O dono da propriedade quer-a de volta e vai pagar uma indemnização por isso.
Quando em Portugal o estado quer passar uma estrada no meu terreno não me pergunta se pode ser. Estabelece um valor para a expropriação e paga-me. O estado não negoceia antes com o dono do terreno para o expropriar!
A Argentina está a fazer o mesmo quer a o petróleo de volta e vai pagar o valor a ser estabelecido.
Quando em Portugal o estado quer passar uma estrada no meu terreno não me pergunta se pode ser. Estabelece um valor para a expropriação e paga-me. O estado não negoceia antes com o dono do terreno para o expropriar!
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dancar1981 Escreveu:O que é que o 25 de Abril tem haver com a pergunta:
Sabes quanto vão pagar? Porque é que nacionalizar é roubar?
Porque se o governo Argentino estivesse de boa fé chegava lá, dizia que o contrato não estava a ser cumprido e que queria comprar a posição. Tal como se faz, por exemplo, quando se precisa de um terreno para passar uma estrada.
Negociação é diferente de nacionalização(+indemnização se a houver). É assim tão dificil de perceber ?
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tavaverquenao2 Escreveu:Cada caso é um caso, e sim, a energia e as telecomunicações são hoje essenciais, e eram nossas, não é como com as farmaceuticas.
Mas repara que se a REN não quiser fornecer energia não a podes nacionalizar (seguindo o teu critério) uma vez que não é um recurso natural nosso (teu argumento para "nacionalizar o petróleo"). O caso da farmacêutica, pode ser similar à REN, se tiverem um medicamento monopolista em termos de bem estar ou aumento significativo da esperança média de vida, o que é o caso.
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tavaverquenao2 Escreveu:Não é uma questão de coerencia, cada caso é um caso, a água é nossa a patente não. Imagina uma empresa que compre as águas e por qualquer razão decide ir embora ou vai à falencia e que ninguem lhe quer comprar o negocio, imagina. O que faz com as nascentes? Mete uma rolha?
Já agora Tavaver, o teu argumento significa então que um estado só pode nacionalizar empresas ligadas a recursos naturais (água, petróleo, minerais, etc). Nenhuma empresa de telecomunicações, por exemplo, poderá ser nacionalizada uma vez que não se tratam de recursos naturais propriedade do país e a rede por onde passam também já não é estatal.

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tavaverquenao2 Escreveu:Não é uma questão de coerencia, cada caso é um caso, a água é nossa a patente não. Imagina uma empresa que compre as águas e por qualquer razão decide ir embora ou vai à falencia e que ninguem lhe quer comprar o negocio, imagina. O que faz com as nascentes? Mete uma rolha?
O Lion argumentou que era o interesse nacional. Aqui também. São nacionais que estão em riscos de vida.

dancar1981, o que foi nacionalizado foi a concessão da extração do petróleo e não o petróleo em si. Convenientemente a solução não foi correr com a Repsol ou terminar-lhe o contrato mais cedo mas sim nacionalizar-lhe (roubar-lhe) tudo, incluindo postos de combustíveis. Não vamos agora branquear a conversa com isso do petróleo estar no subsolo Argentino e portanto não estarem a roubar nada a ninguém.
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Não é uma questão de coerencia, cada caso é um caso, a água é nossa a patente não. Imagina uma empresa que compre as águas e por qualquer razão decide ir embora ou vai à falencia e que ninguem lhe quer comprar o negocio, imagina. O que faz com as nascentes? Mete uma rolha?
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dancar1981 Escreveu:É comprar uma e contrafazer as outras, estudar bem a patente para alterar o composto o suficiente para não estar coberto pela patente, depois o infarmed só tem que dizer que é diferente e que é para uso exclusivo em Portugal.
Mas porquê o medo de usar (roubar / nacionalizar) exactamente o mesmo medicamento ? A Argentina também nacionalizou sem medo, não foi ?
Ahhhh, esperem lá. Pode haver retaliações internacionais da indústria farmacêutica como um todo. Agora já começamos a ficar preocupados.
Estão a perceber porque é que este caso vai muito mais além da 'simples' privatização da Repsol ?
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tavaverquenao2 Escreveu:AutoMech Escreveu:Errado. O medicamento em causa é único nos benefícios (e a doença dos pezinhos é tipicamente portuguesa). T~em portanto o monopólio de algo inovador.
Mesmo assim, a patente não é nem nunca foi nossa, não há mais nada a fazer a não ser negociar.
Nacionaliza-se a patente ou usa-se sem pedir (que é o mesmo que nacionalizar). Aqui são vidas humanas dizes que temos de negociar. Na Repsol é só dinheiro e nacionaliza-se.
Não percebo o teu critério. Eu sou contra nas duas situações, mas pelo menos considero que sou coerente com os princípios da propriedade privada.
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AutoMech Escreveu:Errado. O medicamento em causa é único nos benefícios (e a doença dos pezinhos é tipicamente portuguesa). T~em portanto o monopólio de algo inovador.
Mesmo assim, a patente não é nem nunca foi nossa, não há mais nada a fazer a não ser negociar.
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tavaverquenao2 Escreveu:As duas situações não são comparáveis. Com as farmaceuticas tens escolhas e é indispensavel sem duvida, mas não é estratégico. O pitrol está no terreno, é do país sempre, enquanto houver claro. O mesmo se vai passar cá com as águas, espero que não, mas a acontecer, o estado deve salvaguardar os seus interesses, incluindo a nacionalização se as coisas derem para o torto.
Errado. O medicamento em causa é único nos benefícios (e a doença dos pezinhos é tipicamente portuguesa). T~em portanto o monopólio de algo inovador.
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Caro MarcoAntonio,
Eu não disse que a Respol investiu 10b$ disse que quer no mínimo 10b$.
A questão para mim é a Argentina não está a roubar nada, os recursos são Argentinos, e estavam a ser explorados pela Repsol, neste momento a Argentina quer os seu recursos de volta e vai pagar uma indemnização por isso, não sabemos quanto é pois ainda não foi paga.
Não acho que a Argentina tenha que pagar o valor de mercado e de controle para reaver os seus recursos.
Acho que só deve pagar o Investimento total da Respol menos o que a Respol já lucrou. Assim a operação seria neutra, a Respsol não tinha prejuízo nem lucro, e a Argentina reavê o seu recurso natural petróleo.
É preciso que alguém avalie a indemnização pelo valor justo e até agora ainda não o li em parte alguma, mas tb estou mal informado, só leio imprensa europeia e americana. Sim só sabemos uma versão.
Eu não disse que a Respol investiu 10b$ disse que quer no mínimo 10b$.
A questão para mim é a Argentina não está a roubar nada, os recursos são Argentinos, e estavam a ser explorados pela Repsol, neste momento a Argentina quer os seu recursos de volta e vai pagar uma indemnização por isso, não sabemos quanto é pois ainda não foi paga.
Não acho que a Argentina tenha que pagar o valor de mercado e de controle para reaver os seus recursos.
Acho que só deve pagar o Investimento total da Respol menos o que a Respol já lucrou. Assim a operação seria neutra, a Respsol não tinha prejuízo nem lucro, e a Argentina reavê o seu recurso natural petróleo.
É preciso que alguém avalie a indemnização pelo valor justo e até agora ainda não o li em parte alguma, mas tb estou mal informado, só leio imprensa europeia e americana. Sim só sabemos uma versão.
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AutoMech Escreveu:Não estou, não. Parece-me que o caso configura as duas situações que o Lion comentou: O regulador e o ministério não conseguem forçar um acordo e há interesse nacional (vidas de pessoas portuguesas) em causa. Presumo que se deva nacionalizar.
As duas situações não são comparáveis. Com as farmaceuticas tens escolhas e é indispensavel sem duvida, mas não é estratégico. O pitrol está no terreno, é do país sempre, enquanto houver claro. O mesmo se vai passar cá com as águas, espero que não, mas a acontecer, o estado deve salvaguardar os seus interesses, incluindo a nacionalização se as coisas derem para o torto.
Camisa Roxa Escreveu:Toda a gente sabe que por lei os dividendos são atribuídos a quem precisamente na data X detiver as acções, MAS QUAL A DÚVIDA QUE RESTA RELATIVAMENTE A ISTO?
Quanto a isso não há duvida, a questão é porquê nessa data, eu tenho muitas duvidas nas razões. Não me digam que foi para ter melhor preço, qual é a vantagem em receber mais para depois devolver? Até nem sei se a devolução não saíu primeiro do que o recebimento mas adiante. Eu acho que a edp vale mais, muito mais, e como ninguém pagaria isso, não se vendia.

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a repsol reclama pelo menos 10 mil M de dolars,
mas para mim, logo a começar a argentina vai pagar na moedas deles e não em dolars xD
e depois, se for metade desse valor, vai ser pago com os lucros que a empresa gera eh.
cheira-me que a espanha vai começar a mandar para cada os argentinos em espanha entre outras coisas.
mas para mim, logo a começar a argentina vai pagar na moedas deles e não em dolars xD
e depois, se for metade desse valor, vai ser pago com os lucros que a empresa gera eh.
cheira-me que a espanha vai começar a mandar para cada os argentinos em espanha entre outras coisas.
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