Golpe militar na Guiné-Bissau
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Ao menos...
...quando nos comparamos com a Guine-Bissau atee parecemos um Estado de Direito...
LOL ROFL
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Editado pela última vez por EuroVerde em 14/4/2012 0:43, num total de 1 vez.
Forças Armadas portuguesas prontas para irem para Guiné-Bissau
A Força de Reação Imediata das Forças Armadas portuguesas está a elevar o seu nível de prontidão devido ao agravamento da situação na Guiné-Bissau.
Segundo fontes militares, forças especiais, paraquedistas e fuzileiros receberam ordens nas últimas horas para aumentar a velocidade de resposta para "acautelar" qualquer eventualidade.
A FRI, que tem meios dos três ramos das Forças Armadas que variam consoante o tipo de missão, pode ser deslocada em 72 horas e é comandada pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA).
Contactados pela Lusa, nem o gabinete do ministro da Defesa Nacional nem o porta-voz do EMGFA quiseram fazer qualquer comentário sobre este assunto.
Na quinta-feira à noite um grupo de militares guineenses atacou a residência do primeiro-ministro e candidato presidencial, Carlos Gomes Júnior, e ocupou vários pontos estratégicos da capital da Guiné-Bissau. A ação foi justificada esta sexta-feira, em comunicado, por um autodenominado Comando Militar, cuja composição se desconhece, como visando defender as Forças Armadas de uma alegada agressão de militares angolanos, que teria sido autorizada pelos chefes do Estado interino e do Governo.
A mulher de Carlos Gomes Júnior disse esta sexta-feira que ele foi levado por militares na noite do ataque e encontra-se em parte incerta, bem como o presidente interino, Raimundo Pereira.
Os acontecimentos militares na Guiné-Bissau, descritos como um "golpe de estado" pelo presidente da República português e pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, antecederam o início da campanha eleitoral para a segunda volta das presidenciais previstas para dia 29 de abril.
Paga povo...
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Mundo/Pa ... 94&page=-1
j_paulo Escreveu:ViagraTdi Escreveu:É o que acontece aos países que têm mais soldados/forças armadas do que população...e ainda por cima não sabem fazer mais nada do que andar de arma na mão e cigarro na boca!!!
o rácio é totalmente exagerado...sabes do que falas?
cumps
Como é lógico...estou a exagerar!!! Mas que é um país com um número de forças armadas manifestamente exagerado não tenho qualquer dúvida.
E o pior é que julgam que o país é "deles". O resultado é o que se vê...Golpes de estado por tudo e por nada...quem não lhes der todas as mordomias e favores, está condenado!!! Enfim...
[quote="ViagraTdi"]É o que acontece aos países que têm mais soldados/forças armadas do que população...e ainda por cima não sabem fazer mais nada do que andar de arma na mão e cigarro na boca!!!
o rácio é totalmente exagerado...sabes do que falas?
cumps
o rácio é totalmente exagerado...sabes do que falas?
cumps
O segredo não está em ganhar muito, mas em gastar pouco...
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Elias Escreveu:AutoMech Escreveu:Um país assim é o sonho do Otelo.
ele já lá andou
http://pt.wikipedia.org/wiki/Otelo_Saraiva_de_Carvalho
Realmente andou por lá, mas sem papel de destaque, apenas em tarefas "burocráticas" e mesmo estando no QG, nunca sabia de nada (ex. Operação Mar Verde).
A Guiné é constituída por inúmeras tribos que nutrem um amor de morte umas pelas outras. Algo que foi usado pelo General Spínola em favor de Portugal no tempo da Guerra.
Aliado a esse facto, tem um "partido" , que nunca se entendeu, desde os tempos da sua criação e que tem no seu curriculum, entre outros, o assasinato do seu lider, a perseguição e o assassínio de guinienses ....
É pena que o único movimento a acordar uma solução pacifica para a Guiné, ainda durante a guerra, hoje seja hoje o país que é. Deviam olhar para o exemplo do seu vizinho Senegal.
Pedro
Uma noticia que me recordei ao ler este tópico sobre mais um golpe militar na Guiné...
Guiné-Bissau. Um Estado orgulhosamente à deriva
Por António Aly Silva, publicado em 13 Jan 2012 - 21:07 | Actualizado há 12 semanas 6 dias
Histórias de droga e ostentação num país onde o Estado só existe na capital
Há pouco tempo, uns traficantes arrojados vindos da América do Sul fizeram uma aterragem desesperada, porém bem sucedida, com um Boeing carregado de cocaína em pleno deserto, no Mali. Depois de descarregarem a valiosa carga, incendiaram o aparelho numa ousadia nunca antes vista, considerada um “descaramento” palas autoridades. Na altura, o presidente maliano, Amadou Toumane Touré, abespinhou-se, e, mandando o protocolo às urtigas, proclamou aos quatro ventos: “Não quero que este país se transforme numa nova Guiné-Bissau. Isso era o que mais faltava”, afirmou o chefe de Estado, que os malianos tratam carinhosamente por ATT.
Foi uma referência clara – e triste – à fama que a Guiné-Bissau, um minúsculo país africano de expressão portuguesa, ganhou de há um tempo a esta parte – relacionado com o narcotráfico internacional em grande escala – e com estilo. Com efeito, mercê da fragilidade do Estado guineense e de uma cada vez maior influência dos militares, sobretudo dos oficiais-generais, a Guiné-Bissau foi posta de cócoras pelos narcotraficantes sul--americanos.
Num final de tarde igual a tantas outros, em Abril de 2007, a Polícia Judiciária guineense deu um duro golpe no tráfico de droga: apreendendo de uma só vez uns impressionantes 630 quilos de cocaína – nas contas da ONU fala-se friamente em 50 toneladas de cocaína a transitarem anualmente por alguns países da África ocidental, Guiné-Bissau incluída. Essa droga foi depois incinerada, numa cerimónia bastante mediatizada e filmada até ao fim, com a comunidade internacional em peso, embora incrédula, a assistir e a bater palmas pelo sucesso do governo no combate a este flagelo que movimenta milhares de milhões de dólares anualmente.
Apesar desta operação, que teve enorme sucesso, nunca, em momento algum, alguém chegou a ser preso ou sequer indiciado pela prática de crime de tráfico de droga. Numa atitude de desespero, Carmelita Pires, à altura ministra da Justiça, chegou a propor a Russell Benson, o responsável para a Europa e África da DEA (agência norte-americana de combate à droga), baseado em Dakar, no Senegal, o inverosímil: sugeriu que a comunidade internacional “comprasse as ilhas”, para, justificou, “melhor controlar o narcotráfico”, tendo apelidado os traficantes de droga de “oportunistas”. Os narcotraficantes “aproveitam-se da nossa fragilidade enquanto Estado, e da vulnerabilidade dos que estão no poder”, concluiu a ministra. Ninguém agiu depois destas acusações da ministra.
Pouco depois, o governo de Carlos Gomes Júnior foi exonerado pelo presidente da República. Remodelado o governo, chamado de iniciativa presidencial, Nino Vieira haveria de reconduzir Carmelita Pires. Contudo, o tráfico de droga continuou a não dar descanso à ministra – que todos os embaixadores ocidentais com residência em Bissau admiravam.
O AVIÃO DOS MEDICAMENTOS Passou pouco mais de um ano. Em Julho de 2008, a turbulência voltou a atingir o país. Um avião a jacto desafiou tudo e todos fazendo-se à pista do aeroporto internacional Osvaldo Vieira em Bissalanca, a apenas 7,5 km da capital. Proveniente da Venezuela, veio a saber-se que esse voo não tinha sequer autorização para sobrevoar o espaço aéreo guineense e muito menos para aterrar. Toda a gente foi apanhada desprevenida – menos a classe castrense, sobretudo aquela que está na base aérea, contígua ao aeroporto civil. Sabiam de tudo, ainda que dissessem o contrário.
Assim que aterrou e se imobilizou na placa do aeroporto, os militares cercaram o aparelho, armados de AK-47, e proibiram a impotente polícia científica da Polícia Judiciária de se aproximar sequer do avião. O braço-de-ferro e as trocas de acusações entre a polícia, o governo e os militares duraram desesperantes duas semanas. Porém, com o cerco a apertar-se cada vez mais, quer pela imprensa quer pela opinião pública, além da comunidade internacional, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, Papa Camara (que os EUA tinham acusado pouco tempo antes de envolvimento no tráfico de droga, juntamente com o chefe do Estado-Maior da Armada, Bubo Na Tchuto, hoje detido na prisão de Mansoa, acusado de estar por trás da sublevação do passado dia 26 de Dezembro) veio publicamente dizer que se tratava apenas de “medicamentos para as forças armadas”.
A Polícia Judiciária, através da sua directora-geral, Lucinda Barbosa Aukharie, veio logo a terreiro desmentir prontamente a tropa: “Desde o início que a PJ sabia que se tratava de droga.” E disse mais, disse algo que desarmaria a patética teoria dos militares: “As embalagens são iguais às encontradas na operação anterior.”
Ainda assim, e mesmo debaixo dos olhares da impotente PJ, os militares, sempre de kalashnikov em riste, reforçaram a sua teoria e rebocaram o avião para dentro de um hangar desactivado, tendo descarregado todos os pacotes – um a um. Sem qualquer resistência. E esperaram que as coisas acalmassem. Porém, o barulho continuou, ganhando contornos cada vez mais obscuros. E mais decibéis. Assim, e perante uma cada vez mais forte pressão internacional, os militares acabaram por ceder.
Dois agentes federais norte-americanos, entre eles Russell Benson, da DEA, e também alguns portugueses chegaram a Bissau para ajudar as autoridades guineenses nas investigações que se seguiriam. Não viram um grama de cocaína (desaparecera misteriosamente, até hoje), mas em contrapartida os norte-americanos fizeram revelações surpreendentes: os pilotos eram todos venezuelanos e um deles, a cereja no topo do bolo, dava pelo famoso nome de Carmelo Vázquez Guerra, um títere procurado pela Interpol, e meio mundo mais, por tráfico de droga e a quem os norte-americanos viriam a reconhecer a façanha de, num único carregamento, ter traficado cinco toneladas e meia de cocaína do México para os Estados Unidos da América – um feito que os yankees nunca esquecerão.
Carmelo Vázquez Guerra e os seus comparsas foram detidos numa cela da Polícia Judiciária, mas, curiosamente – ou não –, e perante a incredulidade de todos, comunidade internacional incluída, a justiça guineense viria autorizar a sua libertação. Tanto de Vázquez Guerra como do resto da tripulação, que passeavam por Bissau sem receio, como quem se sente bem protegido. Russell Benson, sem nada mais poder fazer, desabafou apenas, em surdina, que o que mais desejava “era ver o senhor Vázquez Guerra ser conduzido para o México, para ser julgado por tráfico de droga”. Ficou a intenção.
MUDANÇAS Depois as coisas acalmaram um pouco. O tráfico passou a resumir- -se a correios de droga desesperados, que, aliciados por tuta e meia, vinham do Brasil para Bissau, em trânsito para Lisboa, onde muitas vezes eram caçados à chegada, mercê da cooperação entre as duas polícias judiciárias, a da Guiné-Bissau e a de Portugal.
No ano de 2009, em Bissau, um quilo de cocaína custava 13 mil euros no “mercado” – cinco anos antes custava 8 mil euros. Mesmo assim, ainda era dez vezes menos que na Europa. Hoje o seu custo andará pelos 30 mil euros. Na opinião de um conhecido passador contactado pelo i, “foram bons tempos, mas de repente tudo mudou, mesmo para os traficantes que cá vinham”.
Actualmente, passear num imponente Hummer ou noutro carro de alta cilindrada deixou de ser novidade. O encanto parece ter desaparecido. Aqueles que em tempos ganharam notoriedade pela façanha no narcotráfico, mudaram-se sorrateiramente para Conacri, a capital francófona de outro país famoso pelo narcotráfico, e igualmente controlado pelos militares de alta patente – a outra Guiné. Outros escolheram a Europa, outros ainda o Brasil.
A Guiné-Bissau, quer se queira quer não, não passa de uma ilusão como estado. O abastecimento de energia eléctrica é deficitário – o país precisa de 20 megawatts mas só dispõe de sete. E não havendo energia não há água potável. O Estado existe – e é quando existe – apenas na poeirenta capital, Bissau, onde o caos e a desorganização deixam qualquer um espantado. A corrupção atingiu limites fora do aceitável. No entender de um conhecido comentador radiofónico contactado pelo i, que preferiu manter o anonimato, “este Estado nunca foi tão roubado como nestes últimos cinco anos”.
Bull And Bear Markets
O jogo da especulação é o mais fascinante do mundo. Mas não é um jogo para os estúpidos, para os mentalmente preguiçosos, para aqueles com fraco balanço emocional e nem para os que querem ficar ricos rapidamente. Esses vão morrer pobres. Jesse Livermore
O jogo da especulação é o mais fascinante do mundo. Mas não é um jogo para os estúpidos, para os mentalmente preguiçosos, para aqueles com fraco balanço emocional e nem para os que querem ficar ricos rapidamente. Esses vão morrer pobres. Jesse Livermore
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AutoMech Escreveu:Um país assim é o sonho do Otelo.
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Golpe militar na Guiné-Bissau
Golpe militar em curso na Guiné-Bissau
12 de Abril, 2012
Militares ocupam ruas da capital da Guiné-Bissau. RTP avançou inicialmente que Carlos Gomes Júnior teria sido morto, mas outras fontes garantem que o governante está em local seguro. Embaixada de Portugal cercada.
Os primeiros disparos foram ouvidos cerca das 19h locais (20h em Lisboa), momentos após a chegada de dezenas de militares às imediações da residência de Carlos Gomes Júnior, ex-primeiro-ministro e candidato do PAIGC vencedor da primeira volta das presidenciais guineenses. A casa, na Rua Combatentes da Liberdade da Pátria, foi ataca à granada, havendo relatos de disparos retaliatórios por parte do corpo de segurança de Gomes Júnior.
Segundo informação inicialmente avançada pela RTP citando fonte «muito próxima» de Gomes Júnior, o governante teria sido morto. Mais tarde, o blogue Ditadura do Consenso do jornalista guineense António Aly Silva informou que Gomes Júnior estava em «local seguro». O seu paradeiro permanece desconhecido.
A Rádio Nacional também foi ocupada por soldados. A embaixada de Portugal em Bissau, tal como a de Angola e a representação da CEDEAO, está cercada, relata ainda a RTP. Os representantes diplomáticos lusos aconselham os cidadãos portugueses no país a não sair de casa.
O edifício da alfândega está em chamas e registam-se cortes de energia eléctrica. As rádios e a televisão deixaram de emitir.
Após os primeiros disparos, que lançaram o pânico nas ruas da cidade, a capital encontra-se praticamente deserta. Desde as 21h locais que não se ouve troca de tiros.
Tensão eleitoral
Os acontecimentos das últimas horas sucedem após a primeira volta das eleições presidenciais antecipadas, que segundo as autoridades eleitorais e os observadores internacionais foram ganhas por Gomes Júnior (popularmente conhecido como Cadogo) com quase 50% dos votos.
Os resultados foram contestados pela oposição, tendo o segundo candidato mais votado, o ex-Presidente Kumba Yalá, recusado participar na segunda volta, marcada para o próximo dia 29. Esta quinta-feira, Yalá pediu a anulação das eleições e exigiu à CNE a retirada do seu nome e da sua fotografia do boletim de voto da segunda volta. Os candidatos Serifo Nhamadjo, Henrique Rosa, Afonso Té e Serifo Baldé subscreveram o protesto.
Angola retira de Bissau, CPLP reúne de emergência
Os últimos dias foram também marcados pelo fim do apoio de Angola à reforma das forças armadas guineenses, um processo tido como fundamental para a estabilização do mais pobre e conturbado dos estados lusófonos.
O motivo apontado para a iminente saída do contingente militar angolano (Missang) relaciona-se com a contestação das chefias militares guineenses, nomeadamente o CEMGFA António Indjai, à presença e acção das forças estrangeiras em Bissau.
Gomes Júnior, por seu turno, é favorável à presença das forças angolanas, como declarou recentemente ao SOL (clique para ler a entrevista).
O SOL, em artigo a publicar na edição desta sexta-feira, cita fontes de Bissau que falam do interesse de «'lobbies' de 'empresários' sul-americanos» na desestabilização do país.
Recorde-se que a Guiné-Bissau é apontada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos como um «narcoestado», sendo referida como uma das principais plataformas de trânsito da droga sul-americana para o mercado europeu. As chefias militares são suspeitas de participação do narcotráfico.
A nova crise, já antes do golpe militar desta quinta-feira, motivou a convocação de uma reunião de urgência, sábado, em Lisboa, entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
em actualização
SOL
12 de Abril, 2012
Militares ocupam ruas da capital da Guiné-Bissau. RTP avançou inicialmente que Carlos Gomes Júnior teria sido morto, mas outras fontes garantem que o governante está em local seguro. Embaixada de Portugal cercada.
Os primeiros disparos foram ouvidos cerca das 19h locais (20h em Lisboa), momentos após a chegada de dezenas de militares às imediações da residência de Carlos Gomes Júnior, ex-primeiro-ministro e candidato do PAIGC vencedor da primeira volta das presidenciais guineenses. A casa, na Rua Combatentes da Liberdade da Pátria, foi ataca à granada, havendo relatos de disparos retaliatórios por parte do corpo de segurança de Gomes Júnior.
Segundo informação inicialmente avançada pela RTP citando fonte «muito próxima» de Gomes Júnior, o governante teria sido morto. Mais tarde, o blogue Ditadura do Consenso do jornalista guineense António Aly Silva informou que Gomes Júnior estava em «local seguro». O seu paradeiro permanece desconhecido.
A Rádio Nacional também foi ocupada por soldados. A embaixada de Portugal em Bissau, tal como a de Angola e a representação da CEDEAO, está cercada, relata ainda a RTP. Os representantes diplomáticos lusos aconselham os cidadãos portugueses no país a não sair de casa.
O edifício da alfândega está em chamas e registam-se cortes de energia eléctrica. As rádios e a televisão deixaram de emitir.
Após os primeiros disparos, que lançaram o pânico nas ruas da cidade, a capital encontra-se praticamente deserta. Desde as 21h locais que não se ouve troca de tiros.
Tensão eleitoral
Os acontecimentos das últimas horas sucedem após a primeira volta das eleições presidenciais antecipadas, que segundo as autoridades eleitorais e os observadores internacionais foram ganhas por Gomes Júnior (popularmente conhecido como Cadogo) com quase 50% dos votos.
Os resultados foram contestados pela oposição, tendo o segundo candidato mais votado, o ex-Presidente Kumba Yalá, recusado participar na segunda volta, marcada para o próximo dia 29. Esta quinta-feira, Yalá pediu a anulação das eleições e exigiu à CNE a retirada do seu nome e da sua fotografia do boletim de voto da segunda volta. Os candidatos Serifo Nhamadjo, Henrique Rosa, Afonso Té e Serifo Baldé subscreveram o protesto.
Angola retira de Bissau, CPLP reúne de emergência
Os últimos dias foram também marcados pelo fim do apoio de Angola à reforma das forças armadas guineenses, um processo tido como fundamental para a estabilização do mais pobre e conturbado dos estados lusófonos.
O motivo apontado para a iminente saída do contingente militar angolano (Missang) relaciona-se com a contestação das chefias militares guineenses, nomeadamente o CEMGFA António Indjai, à presença e acção das forças estrangeiras em Bissau.
Gomes Júnior, por seu turno, é favorável à presença das forças angolanas, como declarou recentemente ao SOL (clique para ler a entrevista).
O SOL, em artigo a publicar na edição desta sexta-feira, cita fontes de Bissau que falam do interesse de «'lobbies' de 'empresários' sul-americanos» na desestabilização do país.
Recorde-se que a Guiné-Bissau é apontada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos como um «narcoestado», sendo referida como uma das principais plataformas de trânsito da droga sul-americana para o mercado europeu. As chefias militares são suspeitas de participação do narcotráfico.
A nova crise, já antes do golpe militar desta quinta-feira, motivou a convocação de uma reunião de urgência, sábado, em Lisboa, entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
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