"Extinção imediata" da dívida
BLOCO DE ESQUERDA DESAFIA:
AR deve aceitar fim da dívida com entrega da casa
por LusaHoje
O Bloco de Esquerda desafiou hoje o Parlamento a aprovar uma proposta que "garante que entrega de casa ao banco salda o empréstimo", depois de uma decisão do tribunal de Portalegre nesse sentido.
"A importante decisão do tribunal de Portalegre é um passo na direção certa e reforça a necessidade urgente de clarificação legal neste ponto. Não faz sentido obrigar milhares de famílias, que já nem têm dinheiro para pagar a prestação do seu teto, a terem que recorrer aos tribunais para evitarem ter de pagar o que já não devem", argumentam os bloquistas, em comunicado.
O Bloco "desafia, por isso, o Parlamento a aprovar o seu projeto de lei, colocando um ponto na final numa prática abusiva da banca e que, de acordo com o tribunal, constitui um 'enriquecimento injustificado' do sistema financeiro".
O Diário de Notícias avançou hoje que o Tribunal de Portalegre determinou que a entrega de habitação ao banco paga todo o empréstimo em dívida.
O projeto de lei do Bloco está desde o dia 22 de março na Comissão Parlamentar de Orçamento e Finanças para discussão na especialidade, mas a propostas ainda não começou a ser debatida, "esperando uma suposta proposta que o Governo reiteradamente anuncia mas não há forma de alguém conhecer", afirmam os bloquistas.
O PS também entregou na quinta-feira iniciativas legislativas com cinco medidas nesta área, de prevenção do incumprimento do crédito à habitação e relativas ao pós-incumprimento, que o líder parlamentar, Carlos Zorrinho, considerou na altura traduzirem um "fortíssimo equilíbrio" entre a salvaguarda das famílias e da banca.
Três das medidas propostas destinam-se à prevenção ao incumprimento, começando pela constituição de um fundo de garantia de crédito à Habitação, recupera a ideia de medidas como "a moratória para desempregados, que já existiu em 2009", mas que não sendo financiada pelo Orçamento do Estado, funcionaria à semelhança do fundo de garantia automóvel ou o fundo de garantia salarial.
O PS vai propor ainda a extensão a todas as pessoas dos benefícios que atualmente são facultados aos desempregados de mobilizarem os PPR para efeitos de crédito à habitação, sem penalização e que, em situações de divórcio, a banca possa ter "margem para negociar e reavaliar o risco, mas não deverá aumentar o 'spread'", que considerar estar atualmente a ser aumentado "para níveis incomportáveis, que são autênticas autoestradas para o incumprimento".
Relativamente ao período pós-incumprimento, os socialistas propõem uma alteração do Código do Processo Civil para subir para 85 por cento o valor base das licitações, que atualmente são feitas a partir de 70 por cento do valor dos imóveis, provocando "uma desvalorização artificial do valor dos bens".
O PS propõe ainda "um regime excecional e transitório, para acautelar a especial situação de dificuldade quer das famílias, quer do setor financeiro, que vigorará durante o período de execução do programa de assistência financeira, criando dois regimes de dação em incumprimento", uma para "situações de desemprego de pelo menos um dos membros do agregado familiar" e outro para situações em que haja também "uma quebra de rendimento", mas que "pode ocorrer fora das situações de desemprego".
BOA NOTICIA
Para quem tem dividas e para quem , não tendo, está farto de injustiças e prepotencia dos escroques
http://sicnoticias.sapo.pt/economia/201 ... a-a-divida
Sentença do Tribunal de Portalegre define que entrega da casa ao banco salda a dívida 0 comentar 0 recomendar E-mail Primeiro nome Apelido E-mail destinatário Imprimir A+ A A- Uma decisão do Tribunal de Portalegre pode alterar a devolução das casas aos bancos, por falta de pagamento. De acordo com a edição de hoje do Diário de Notícias, a sentença, que já transitou em julgado, determinou a liquidação da dívida apenas com a devolução da casa à instituição bancária.Até aqui os clientes devedores eram obrigados a pagar aos bancos a diferença entre o valor da avaliação e o alcançado com a venda do imóvel, uma medida considerada pelo Tribunal de Portalegre como "enriquecimento injustificado" por parte dos bancos, que por vezes subavaliam as casas, compram-nas por valor inferior ao do mercado e ainda exigem aos clientes o remanescente.
A decisão judicial, de janeiro deste ano, já transitou em julgado e que pode definir as penhoras das casas como sufientes para saldar a dívida aos bancos.
Decisão semelhante já foi aplicada em Espanha e que, a fazer jurisprudência, poderá aliviar milhares de famílias em Portugal com hipotecas ao banco, numa altura em que, por dia, são devolvidas 25 casas por falta de pagamento
http://sicnoticias.sapo.pt/economia/201 ... a-a-divida
Sentença do Tribunal de Portalegre define que entrega da casa ao banco salda a dívida 0 comentar 0 recomendar E-mail Primeiro nome Apelido E-mail destinatário Imprimir A+ A A- Uma decisão do Tribunal de Portalegre pode alterar a devolução das casas aos bancos, por falta de pagamento. De acordo com a edição de hoje do Diário de Notícias, a sentença, que já transitou em julgado, determinou a liquidação da dívida apenas com a devolução da casa à instituição bancária.Até aqui os clientes devedores eram obrigados a pagar aos bancos a diferença entre o valor da avaliação e o alcançado com a venda do imóvel, uma medida considerada pelo Tribunal de Portalegre como "enriquecimento injustificado" por parte dos bancos, que por vezes subavaliam as casas, compram-nas por valor inferior ao do mercado e ainda exigem aos clientes o remanescente.
A decisão judicial, de janeiro deste ano, já transitou em julgado e que pode definir as penhoras das casas como sufientes para saldar a dívida aos bancos.
Decisão semelhante já foi aplicada em Espanha e que, a fazer jurisprudência, poderá aliviar milhares de famílias em Portugal com hipotecas ao banco, numa altura em que, por dia, são devolvidas 25 casas por falta de pagamento
mcarvalho
- Mensagens: 7051
- Registado: 17/2/2004 1:38
- Localização: PORTO
vamos relativizar estes números!
Temos em Portugal cerca de 6 milhões de casas, se juntarmos terrenos, escritórios e afins chegamos a 10 milhões. Transacionam-se cerca de 200.000 casas/ano, logo 3,3% do parque habitacional.
Estamos num pico de entrega de casas dos contrutores e promotores, por essa razão aparece Albufeira como um dos concelhos, com mais casas entregues, e pouca população. Seria importante ter o nº de casas entregues por empresas imobiliárias e imóveis dados como garantias de crédito noutras empresas.
Se os bancos receberem 10.000/ano a um preço de € 75.000, teremos um acumulado de € 750 milhões e apenas 0,16% do parque habitacional.
Se as venderem com uma perda de 33%, recuperam € 500 milhões e a perda é de € 250 milhões perfeitamente enquadravel nas provisões do risco bancário.
De referir que só a CGD provisionou, em 2011, mais de € 500 milhões em imparidades. A dação é posterior ao vencido, tudo isto já está provisionado.
Para a familia, terá sido a melhor alternativa, visto se faliu poderá não ser possivel ir buscar mais nada.
Se tem recursos mas entregou a casa e esta não chega para liquidar a dívida, terá de ser seguida para pagar a diferença. Pode estar a agir de má fé escondendo rendimentos.
O mercado tem capacidade de transformar em liquidez estes imóveis com relativa facilidade (5% das transações anuais), atendendo que para estes casos os bancos dão crédito a pelo menos 90%.
Estamos num pico de entrega de casas dos contrutores e promotores, por essa razão aparece Albufeira como um dos concelhos, com mais casas entregues, e pouca população. Seria importante ter o nº de casas entregues por empresas imobiliárias e imóveis dados como garantias de crédito noutras empresas.
Se os bancos receberem 10.000/ano a um preço de € 75.000, teremos um acumulado de € 750 milhões e apenas 0,16% do parque habitacional.
Se as venderem com uma perda de 33%, recuperam € 500 milhões e a perda é de € 250 milhões perfeitamente enquadravel nas provisões do risco bancário.
De referir que só a CGD provisionou, em 2011, mais de € 500 milhões em imparidades. A dação é posterior ao vencido, tudo isto já está provisionado.
Para a familia, terá sido a melhor alternativa, visto se faliu poderá não ser possivel ir buscar mais nada.
Se tem recursos mas entregou a casa e esta não chega para liquidar a dívida, terá de ser seguida para pagar a diferença. Pode estar a agir de má fé escondendo rendimentos.
O mercado tem capacidade de transformar em liquidez estes imóveis com relativa facilidade (5% das transações anuais), atendendo que para estes casos os bancos dão crédito a pelo menos 90%.
- Mensagens: 551
- Registado: 26/8/2007 20:40
- Localização: 16
.Fisco vende diariamente 25 casas penhoradas
Publicado hoje às 10:32
Foto: Arquivo JN
O Fisco já vendeu, este ano de 2012, uma média de 25 casas alienadas por dia. No total, até à semana passada, foram vendidos 10415 imóveis, executados às famílias e comprados por investidores.
Até Março, houve um total de 25 111 casas penhoras, das quais 40% foram tomadas pelo Fisco.
De acordo com a Imprensa desta manhã, o número de execuções está a crescer face ao número de execuções do primeiro trimestre de 2011.
Até ao final de Março, a Autoridade Tributária lançou 9676, mais 448 do que no mesmo período do ano passado.
http://m.jn.pt/m/newsArticle?contentId=2436401&page=1
Elias Escreveu:uma coisa que nunca percebi muito bem é se os bancos são obrigados a aceitar os imóveis e em que condições.
Não percebo Elias, eles não são obrigados mas se o cliente não tem como pagar o crédito mais vale ficar com o imóvel do que ficar sem nada, mesmo que o valor atual do imóvel seja muito inferior ao crédito do cliente...
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
alexandre7ias Escreveu:Cerca de 25 imóveis entregues por dia aos bancos por incumprimento
Casa
O número de casas devolvidas aos bancos por falta de pagamento do crédito subiu 74 por cento, refere a APEMIP, que compara o primeiro trimestre de 2012 com o homólogo.
De acordo com as estimativas divulgadas pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), «ao longo dos três primeiros meses de 2012, 2.300 imóveis foram entregues em dação em pagamento tanto por famílias, como por promotores imobiliários», em resultado do incumprimento nos créditos à habitação e à construção.
Este valor representa uma subida de 74 por cento, em comparação com o mesmo período do ano passado.
As estimativas da associação liderada por Luís Lima indicam que as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto concentram 39,4 por cento do número total de imóveis entregues em dação em pagamento no primeiro trimestre.
Em 2011, cerca de 6.900 imóveis foram entregues em dação em pagamento.
A APEMIP divulgou hoje também estimativas sobre as transações imobiliárias, segundo as quais foram transacionados «cerca de 43.000 imóveis (urbanos, rústicos e mistos) no primeiro trimestre de 2012, o que corresponde a uma quebra homóloga de 19 por cento».
As áreas metropolitanas concentram «cerca de 32,6 por cento» das transações imobiliárias.
http://m.tsf.pt/m/newsArticle?contentId ... related=no
Pois, estamos mesmo a ver quem vai pagar esses imóveis!!

Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Cerca de 25 imóveis entregues por dia aos bancos por incumprimento
Casa
O número de casas devolvidas aos bancos por falta de pagamento do crédito subiu 74 por cento, refere a APEMIP, que compara o primeiro trimestre de 2012 com o homólogo.
De acordo com as estimativas divulgadas pela Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), «ao longo dos três primeiros meses de 2012, 2.300 imóveis foram entregues em dação em pagamento tanto por famílias, como por promotores imobiliários», em resultado do incumprimento nos créditos à habitação e à construção.
Este valor representa uma subida de 74 por cento, em comparação com o mesmo período do ano passado.
As estimativas da associação liderada por Luís Lima indicam que as Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto concentram 39,4 por cento do número total de imóveis entregues em dação em pagamento no primeiro trimestre.
Em 2011, cerca de 6.900 imóveis foram entregues em dação em pagamento.
A APEMIP divulgou hoje também estimativas sobre as transações imobiliárias, segundo as quais foram transacionados «cerca de 43.000 imóveis (urbanos, rústicos e mistos) no primeiro trimestre de 2012, o que corresponde a uma quebra homóloga de 19 por cento».
As áreas metropolitanas concentram «cerca de 32,6 por cento» das transações imobiliárias.
http://m.tsf.pt/m/newsArticle?contentId ... related=no
.Louçã apela a acordo rápido para regular dívidas de crédito à habitação
14.04.2012 - 18:24 Lusa
Nuno Ferreira Santos (arquivo)
“É tempo de haver um acerto de contas com os bancos”, diz Francisco Louçã
O coordenador do Bloco de Esquerda apelou neste sábado a um rápido acordo em sede de especialidade, no Parlamento, em torno do projecto de regularização de dívidas às instituições de crédito no âmbito do crédito à habitação.
Francisco Louçã falava em conferência de imprensa, na qual disse estarem neste momento em situação de dificuldade de cumprimento dos contratos de crédito à habitação junto da bancada cerca de 600 mil famílias portuguesas, “o que constitui uma situação de emergência nacional”.
O projecto do Bloco de Esquerda, que baixou directamente a especialidade sem votação na generalidade, pretende que haja uma moratória total ou parcial das prestações a reembolsar ao banco por um período até 24 meses.
Depois deste período, os mutuários deverão retomar os normais pagamentos aos bancos, “sem que isso dê lugar a uma revisão das condições de contrato de crédito por parte das instituições financeiras.
Outra das principais medidas defendidas pelo Bloco de Esquerda, é aplicar, tal como na Islândia e nos Estados Unidos, um mecanismo em que as famílias no acto de entrega do imóvel ao banco tenham imediatamente extinta a sua dívida contraída.
Segundo Francisco Louçã, o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, afirmou sexta-feira que estava disposto a tomar urgentemente medidas junto da bancada nacional para renegociar contratos, enquanto o PSD e CDS também já vieram dizer que poderiam juntar à proposta do Bloco “as suas próprias ideias, apesar de terem sugerido a proposta peregrina de que poderia haver até 90 dias uma suspensão de pagamentos para quem não tivesse um cêntimo”.
“Estamos perante um tsunami social. Em Espanha, esta semana, o Governo concluiu uma negociação rapidíssima com os quatro principais bancos para fazer exactamente aquilo que o Bloco de Esquerda está a propor. Neste período de emergência económica e social, deverá ser possível haver uma moratória nos pagamentos”, sustentou o coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda.
Para Francisco Louçã, o cidadão nesta situação de dificuldade “poderá pagar só o capital e não os juros” da dívida, “ou adiar o pagamento do capital e dos juros prolongando o contrato no futuro, sem perder a sua casa”.
“No caso em que uma família entregou a sua casa ao banco - e já há dezenas de milhares de famílias que o fizeram - é inaceitável que, depois de ter perdido a casa, continue com uma dívida ao banco, que até pode atingir os 60 mil euros”, salientou.
De acordo com Francisco Louçã, “é tempo de haver um acerto de contas com os bancos”.
“Se a banca vai buscar 50 mil milhões de euros a um por cento ao Banco Central Europeu, não pode cobrar juros de habitação a sete ou oito por cento, porque está a arruinar as pessoas e a criar um gigantesco efeito dominó, em que sucessivamente as famílias vão à falência e a economia é destroçada”, acrescentou.
© Público Comunicação Social SA
Os bancos podem retomar os imóveis aos quais concederam crédito através de duas vias, judicial ou extrajudicial, explicaram dois advogados, numa altura em que o Governo anunciou medidas para evitar o incumprimento das famílias.
Na via extrajudicial, a entrega do imóvel ao banco acontece através da figura jurídica da dação em pagamento. Neste caso, o proprietário que não conseguiu cumprir o pagamento das prestações devolve o imóvel ao banco, podendo dar-se a liquidação integral ou parcial da dívida, consoante a avaliação que o banco faça do imóvel nesta fase.
Por exemplo, em termos genéricos, se o banco avaliar em 70 mil euros e o empréstimo tiver sido de 100 mil, o proprietário fica devedor do restante.
Só em 2011, quase sete mil imóveis foram entregues aos bancos em dação em pagamento por famílias e por promotores imobiliários em 2011, em resultado do incumprimento nos créditos à habitação e à construção, segundo estimativas da associação que representa o setor imobiliário.
De acordo com as estimativas da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), "cerca de 6900 imóveis foram entregues em dação em pagamento".
As estimativas da APEMIP indicam que as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto concentram 45,2% do número total de imóveis entregues no ano passado, sendo que dos 10 municípios mais penalizados em termos nacionais, apenas três - Loulé, Ponta Delgada e Braga - não pertencem a estas duas regiões.
Já na via judicial, existem três tipos de processos em que se dá a adjudicação dos imóveis pelos bancos: processo de execução fiscal, execução do imóvel pelo banco pela mora do pagamento das prestações do crédito à habitação e insolvência do proprietário do imóvel.
No primeiro caso, a execução fiscal, o banco reclama o seu crédito e, por ser credor privilegiado (tem a hipoteca do imóvel), pode pedir a adjudicação deste.
O banco pode também mover um processo de execução do imóvel pela mora do pagamento das prestações do crédito à habitação, em que há penhora e é promovida a venda. O banco faz então uma proposta para lhe ser adjudicado o bem, o que acontece por ter a hipoteca.
Por fim, se um credor ou o próprio proprietário pedir a insolvência, o banco faz a reclamação do seu crédito e também aqui pode haver liquidação dos bens do insolvente. Neste caso, o banco, se tiver interesse nisso, faz uma proposta de compra e é-lhe adjudicado o bem, mais uma vez tendo em conta a garantia dada pela hipoteca.
O secretário de Estado Adjunto e Desenvolvimento Regional, Almeida Henriques, apresentou em meados de março um conjunto de medidas legislativas, a implementar até ao Verão, para prevenir o incumprimento dos contratos de crédito celebrados entre os consumidores e os bancos e, quando tal não seja possível, a estimular e a viabilizar a recuperação extrajudicial dos créditos.
Em declarações à agência Lusa, Almeida Henriques disse que estas medidas "levam a uma maior responsabilização dos bancos, mas também os protegem".
"Os bancos passarão a estar obrigados a avisar o consumidor sempre que este entre numa situação de sobre-endividamento e, ao mesmo tempo, a apresentarem um plano de recuperação em consonância com esse mesmo consumidor", acrescentou.
As propostas estão a ser elaboradas por uma comissão que integra os ministérios da Economia e da Justiça e o Banco de Portugal. "O objetivo é apresentar uma proposta de decreto-lei que visa fazer essas alterações onde pensamos que todos ganharão", sublinhou o secretário de Estado.
Já em dezembro, a associação que defende os utilizadores de produtos financeiros tinha entregue ao Governo uma proposta para limitar as penhoras que os bancos podem fazer sobre os seus clientes que deixam de pagar o crédito à habitação.
"O imóvel entregue ao banco somado às prestações já pagas pelo cliente deviam ser suficientes para garantir a liquidação da dívida e os bancos deviam ser impedidos nesses casos de penhorar salários ou recorrer aos seguros de vida [em caso de morte do devedor]", disse à Lusa o presidente da Associação Portuguesa dos Utilizadores e Consumidores de Serviços e Produtos Financeiros (SEFIN), António Júlio de Almeida.
Sendo morosa uma alteração das várias leis em vigor nesta matéria, a proposta da SEFIN que acaba de ser entregue ao Ministério das Finanças sugere que seja o próprio Banco de Portugal a emitir uma norma que imponha limites de recuperação de créditos aos bancos.
Quase 7 mil imóveis entregues aos bancos em 2011 por incumprimento
Quase sete mil imóveis foram entregues aos bancos em dação em pagamento por famílias e por promotores imobiliários em 2011, em resultado do incumprimento nos créditos à habitação e à construção, segundo estimativas da associação que representa o setor imobiliário.
De acordo com as estimativas da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), "cerca de 6.900 imóveis foram entregues em dação em pagamento".
Só no mês de dezembro foram entregues 1100 imóveis, o que representa "o pior resultado do ano transato e substantiva-se como o corolário de um segundo semestre extremamente difícil, em que o agravamento homólogo deste fenómeno se situou em torno dos 17,9%".
As estimativas da APEMIP indicam que as áreas metropolitanas de Lisboa e Porto concentram 45,2% do número total de imóveis entregues no ano passado, sendo que dos 10 municípios mais penalizados em termos nacionais, apenas três - Loulé, Ponta Delgada e Braga - não pertencem a estas duas regiões.
Estes números foram acompanhados por uma quebra de 7,2% do número de transações no setor imobiliário, face a 2010.
No que respeita ao parque habitacional português, os resultados pré-provisórios dos Censos 2011 indicam que, entre 2001 e 2011, foi registado um crescimento de 37,6% dos alojamentos vagos para arrendar, com o total dos espaços arrendados a ter crescido 6,3% face à viragem do século.
Mcmad Escreveu:Oberon é a tua visão. Foram as taxas baixas que nos trouxeram até aqui. O que tu referes como consequência é um menor endividamento ... Isso é positivo para a economia. Trabalhar... Poupar.. Investir. Este é para mim o ciclo.
Concordo com o teu ciclo. Mas o problema é tu leres o q eu escrevi e pensares q é uma visão... o q eu refiro cm consequência é menor endividamento e aumento do custo do endividamento. Um maior custo de endividamento afecta tudo, não só crédito à habitação. A única coisa que me preocupa é q proponhas uma solução sem teres a visão integrada das suas consequências. Qd dizes q os bancos têm de perder dinheiro, e q para isso sugeres aumentar o risco do banco no crédito à habitação, estás te a iludir. O aumento do risco para os bancos no crédito à habitação iria reflectir-se noutro sítio qq, mas não nos lucros dos bancos (e.g. crédito às empresas). Os bancos não perdem dinheiro com medidas cm a sugerida. Se tu achas q é uma visão, pois bem, este país está repleto de medidas que se provam mais tarde não cumprir os objectivos a que se propunham. Seria apenas mais uma.
E para deixar bem claro, não estou a discordar do objectivo. Quero apenas deixar bem claro que um aumento do risco do crédito à habitação para os bancos não implica uma redução dos seus lucros, mas sim um aumento do custo do endividamento em geral na economia. A análise custo benefício da medida pode na mesma ser positiva, apenas o teu raciocínio causa consequência é que não está muito bem formulado
Pata-Hari Escreveu:pena não falarem no aumento do custo.
Mas esse custo não foi afectado pelo LTRO do BCE?!

BCP e BES foram buscar 12 mil milhões à LTRO do BCE
O Banco COmercial Português (BCP) e o Bancos Espírito Santo (BES) acederam hoje, em conjunto, a 12 mil milhões de euros facilitados na LTRO (Long-Term Refinancing Operation) realizada pelo Banco Central Europeu, avança o Negócios online citando fontes das instituições portuguesas.
O BCP subscreveu sete mil milhões e o BES cinco mil milhões de euros na operação a três anos e com juro mínimo (1%) concretizada esta manhã pelo BCE.
Segundo o jornal, ambos os bancos procuraram aproveitar a operação da instituição de Frankfurt sobretudo para renovar linhas com maturidade mais próxima.
Segundo anunciado pelo BCE, a operação realizada esta quarta-feira forneceu cerca de 530 mil milhões de euros do liquidez a 800 instituições do sistema euro.
- Mensagens: 935
- Registado: 17/3/2009 14:43
- Localização: 16
Pata-Hari Escreveu:pena não falarem no aumento do custo.
Enfim jornalismo económico.
Lá por o spread ter aumento não é lucro. Seria lucro em principio se se conseguissem financiar à Euribor como acontecia em condições normais.
Que é coisa que não acontece actualmente. Logo denominar o spread de lucro, é não saber mesmo do que se fala e faz-me uma comichão tremenda estes jornalistas económicos.
- Mensagens: 1750
- Registado: 18/12/2009 18:54
- Localização: 16
Mcmad Escreveu:Por muito que vos custe meus caros colegas liberais, esta medida seria das mais justas para o funcionamento do livre mercado. Vai dificultar os empréstimos no futuro, mas é óbvio que empréstimos habitação têm implícito risco. Os bancos têm que perder dinheiro...
Custar aos liberais?
Os liberais é precisamente isso que defendem.
Que quem emprestou, se avaliou mal o grau de risco incorra em perdas. É o mercado livre a funcionar e a castigar quem fez mal as suas assumpções.
Não custa aos liberais admitir isso porque é precisamente isso que defendem.
- Mensagens: 1750
- Registado: 18/12/2009 18:54
- Localização: 16
Mcmad Escreveu:O aumento margem dos bancos não é mais do que o equilíbrio do mercado a funcionar, perante a perceção de maiores riscos. O crédito bancário não pode ser um negócio seguro...
Os bancos não podem "perder dinheiro"; suponho que te refiras a prejuízos. Querer aumentar o risco dos bancos é atentar a todo sistema capitalista como ele está montado. Ou mudas o sistema de raiz ( e olha q até a China está a virar para o capitalismo) ou então não podes recorrentemente ignorar as ondas de choque no sistema que aumentos de risco nos banco trazem. São tiros nos pés. Aumentar o risco dos bancos não se vai reflectir nos bancos, vai se reflectir na economia (famílias e empresas), de uma forma ou de outra.
Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Google Adsense [Bot], navaldoc e 341 visitantes