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Caldeirão da Bolsa

Portugal "deve baixar salários"

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por tava3 » 27/2/2012 18:16

Também acho que se deveria castigar quem fuma, e já agora, deixar apodrecer nos carros aqueles que têm acidentes a alta velocidade, de entre outras alarvidades que se poderiam encontra.
:roll:
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por Blue Epsilon » 27/2/2012 18:10

lfhm Escreveu:
Concordo acho que o sistema americano é o melhor. Só devia ter acesso à saúde quem trabalha por ela. Pelo menos devia-se ter a opção de descontar ou não.

Uma alternativa seria impor condições a quem fuma e faz uma má alimentação perdia direitos de tratamento. Não sei como se poderia implementar isto mas resolvia grande parte do problema. Muitos das doenças são derivadas de uma má alimentação.

Hospitais devia ser um por capital de distrito e ponto. Não gostam que arranjem casas mais perto.

Ainda neste sector saúde continuo sem perceber fenómeno dos hospitais privados!!! Desde 2007 quantos já abriram em Lisboa??



Em Lisboa não sei, mas na zona do grande Porto abriram imensos hospitais privados!

Penso que o motivo chama-se "Seguros de Saúde". A saúde já é um grande grande negócios.
Segue a tendência e não te armes em herói ao tentar contrariá-la.
Podes tentar, mas o Mercado é um monstro selvagem que provavelmente te irá engolir.
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por BearManBull » 27/2/2012 18:07

ferradura Escreveu:
-Acabar com reformas para idosos com idade sup a 75 anos



Concordo acho que o sistema americano é o melhor. Só devia ter acesso à saúde quem trabalha por ela. Pelo menos devia-se ter a opção de descontar ou não.

Uma alternativa seria impor condições a quem fuma e faz uma má alimentação perdia direitos de tratamento. Não sei como se poderia implementar isto mas resolvia grande parte do problema. Muitos das doenças são derivadas de uma má alimentação.

Hospitais devia ser um por capital de distrito e ponto. Não gostam que arranjem casas mais perto.

Ainda neste sector saúde continuo sem perceber fenómeno dos hospitais privados!!! Desde 2007 quantos já abriram em Lisboa??

--------------

A ideia dos táxis está interessante. Mas já estou a ver a cara dos Srs. taxistas quando lhe tirassem o Mercedes :wink:
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por tava3 » 27/2/2012 17:33

Paul krugman agora em direto na sic noticias.
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por db7 » 27/2/2012 17:31

A nossa soberania foi-se perdendo com o chico espertismo típico português, com a falta de visão de muitos patrões, com uma ditadura de muitos anos baseada no analfabetismo do povo, etc, etc. Mas não tenhamos ilusões, caso não tivéssemos entrada para a então C.E.E hoje estávamos muito pior. Mas a entrada teve um custo. Esse custo foi perdemos alguma soberania e ao mesmo tempo e esta é que é a pior ainda foi começarmos a viver muito acima das nossas possibilidades, ou seja, a credito.
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Re: Uma visão diferente - Importações, exportações e Darwin

por JMHP » 27/2/2012 17:01

assunoadr Escreveu:As coisas não são bem assim! Há muita gente que não teve as mesmas hipóteses estudar e de evoluir que outros tiveram por muitissimas e variadas razões. Uns têm cunhas e outros não. Há incompetentes a ocupar lugares de topo na politica e em muitas empresas apenas porque se movimentam muito bem. Há empresas que são competitivas só porque não cumprem com as suas obrigações para com o fisco, para com os clientes e os colaboradores. Há muita gente muito competente e com boas valências mas com salários quase miseráveis ou no desemprego (muitos são obrigados a emigrar e têm sucesso em países com elevados índices de produtividade quando cá não tiveram qualquer saída em termos profissionais), etc, etc.


Isso é verdade, mas é apenas uma parte que contribui para o estado atual do país. Tudo o que citou não justifica nem é a razão principal porque chegamos ao ponto humilhante da perda da nossa soberania.
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Re: Uma visão diferente - Importações, exportações e Darwin

por assunoadr » 27/2/2012 16:36

JMHP Escreveu:
gorgol Escreveu:Estão os salários elevados em média? Deixemos de lado os casos límite, muito baixos e muito altos.

Se os salários não fossem razoáveis não importávamos tanto: automóveis, equipamentos para casa, equipamentos tecnológicos de comunicações, alimentos importados, tanto consumo de combustíveis, viagens de férias.

Se os salários fossem mais baixos não tinha sido comprado tanto crédito para fins que não a habitação. Os bancos com salários baixos não dão crédito.

Uma das componentes para consumir mais português ou exportar mais é tornar os produtos portugueses mais baratos. Para isso precisamos de vários fatores: inovação, capital de investimento, custos mais baixos e melhor gestão

Os custos é uma das componentes, logo custos com pessoal, que será uma ajuda.

Imaginemos que não estavamos no Euro, como seriam os nossos salários em comparação com a Europa, não tenho dúvidas de que muito mais baixos, moeda mais fraca, taxas de juro mais elevadas e baixo acesso a produtos importados.

O que cada um ganha não é o que é justo. Somos todos diferentes: à nascença (inteligência, doenças, talentos diversos). Somos diferentes na capacidade de evolução (contexto de partida, tipo de formação, competências que o mercado valoriza e paga, atitudes perante as dificuldades, opções de vida orientadas nem sempre para salários ou valores financeiros). Quem não quer ganhar o que ganha o Cristiano Ronaldo?
É justo o que ele ganha? Só ganha o que lhe pagam!

A maior parte dos que têm o salário mínimo fizeram tudo na sua evolução nesse sentido. Parece uma provocação mas explico melhor. Retiro desta observação os que têm handicaps de partida, uma minoria.

Não estudaram ou muito pouco. Contentaram-se sempre com pouco, não acreditaram que podiam ser mais e melhores. O que fazem hoje para alterar a situação? O que têm de fazer para deixarem de ganhar o que ganham? Plano de ação precisa-se.

As leis da oferta e da procura é que definem os salários. A teoria de Darwin pode ser controlada com legislação, mas que tem muita força lá isso tem.

Os salários liquidos estão e vão continuar a ser reduzidos (vamos chegar aos 20%):

1 - aumento de impostos todos os anos e todos os tipos. No IRS valerá 2%

2 - Inflação de 3% ao ano sem aumentos. Ao fim de 3 anos temos 9%

3 - Despedimentos, reduzindo o custo laboral. Na fase seguinte empregam-se desempregados a um custo mais baixo. Outras regras de flexibilização laboral Estimo 2%

4 - Corte de subsídios na função pública.

5 - aumentos dos preços serviços prestados pelo Estado e aumento das comparticipações no principio utilizador pagador. Redução dos serviços prestados pelo Estado. Estimo 5%

6 - Outros cortes para cumprir o acordo de financiamento, dependendo de como evolui a situação económica e politica.

Fazendo contas: Ao fim de 3 anos teremos os 20%.

Nem podia ser de outra maneira:

O Estado quando gasta, esse valor é injectado na economia, via salários, investimento e gastos. Os utilizadores últimos são as pessoas que usam os serviços produzidos.Agora é necessário, fazer retornar esse valor injetado, logo têm de ser as pessoas a fazer o retorno.

Pergunta: Quem esteve em Portugal, como técnico do FMI na última vez que lhe recorremos?


Excelente post... Um dos melhores que já li por aqui e que aponta factos que verdadeiramente dominam e influenciam a realidade da nossa sociedade. :clap:

Quanto a pergunta que deixa no fim, não sei a resposta, mas fiquei curioso pela questão levanta.... Porque essa pergunta?! :-k


As coisas não são bem assim! Há muita gente que não teve as mesmas hipóteses estudar e de evoluir que outros tiveram por muitissimas e variadas razões. Uns têm cunhas e outros não. Há incompetentes a ocupar lugares de topo na politica e em muitas empresas apenas porque se movimentam muito bem. Há empresas que são competitivas só porque não cumprem com as suas obrigações para com o fisco, para com os clientes e os colaboradores. Há muita gente muito competente e com boas valências mas com salários quase miseráveis ou no desemprego (muitos são obrigados a emigrar e têm sucesso em países com elevados índices de produtividade quando cá não tiveram qualquer saída em termos profissionais), etc, etc.
 
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por alexandre7ias » 27/2/2012 15:51

Tratamentos sem interrupção apesar de suspensão de venda a crédito da Roche
Publicado hoje às 13:50

O Ministério da Saúde lamentou, esta segunda-feira, a decisão da Roche de suspender o crédito a 23 hospitais com dívidas e garantiu que não haverá qualquer interrupção de tratamentos atuais e futuros no Serviço Nacional de Saúde.
O ministério liderado por Paulo Macedo reagiu desta forma à notícia da agência Lusa que revelou a suspensão do crédito da Roche Farmacêutica a 23 hospitais públicos com dívidas há mais de 500 dias.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o laboratório lembra que "os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) acumulam já uma dívida à Roche Farmacêutica superior a 135 milhões de euros", além de juros de mora no valor de seis milhões de euros, e um atraso médio no pagamento superior a 420 dias.

No caso destes 23 hospitais, apresentam "dívidas acumuladas há mais de 500 dias, chegando mesmo em alguns casos a superar os 1000 dias, em claro incumprimento do prazo de pagamento de 60 dias, acordado contratualmente por ambas as partes".

Perante este anúncio, o Ministério da Saúde disse que não haverá "qualquer interrupção de tratamentos atuais e futuros e que os hospitais do SNS continuarão a disponibilizar, sempre que justificado, os medicamentos fornecidos pela Roche".

Lamentando a decisão da Roche, o Ministério da Saúde garantiu que "o SNS encontrará soluções alternativas, inclusivamente junto de outros fornecedores" e que "assegurará pagamentos atempados".

"Durante anos, a Roche beneficiou de centenas de milhões de euros de proveitos do SNS, pelo que esta decisão é uma atitude reprovável de um parceiro, ainda mais numa altura em que o país se encontra em situação de grande endividamento e num esforço histórico para ultrapassar a crise financeira", prossegue este ministério, em comunicado.



Podemos começar já a descer os ordenados destes que não pagam as dividas. Depois nos que mandam nestes e a seguir nos que ficam chateados por não haver mais empréstimos e logo a seguir nos que continuam a quer mais empréstimos.
O Sol brilha todos os dias, os humanos é que não!
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por ferradura » 27/2/2012 15:47

Emigrar é uma falácia autêntica, quando o objectivo é esse.
Por isso, os EUA já não permitem tão facilmente,emigração portuguesa desde que o Passos teve aquela alucinação.
Quando uma nação não tem capacidade para absorver a sua massa humana, então deve restringi-la.
Como

-Impondo limites na natalidade (tipo China)

-Acabar ou limitar o ensino secundário e o ensino supeiror (limitar a pupulação ao ensino básico).Assim reduzemse os custos com o ensino.Quem quiser estudar não pode ser à custa do contribuinte.Terá de pagar tudo.

-Impor limites de idade para ter direito a SNS gratuito.Por exemplo, a partir dos 75 anos, se não tiver dinheiro para curar-se azar.

-Acabar com reformas para idosos com idade sup a 75 anos

Estão chocados ?
Se formos a ver bem, estão a ser aplicadas, mas de forma indirecta
Temos que perceber, que Portugal não evolui, não por causa de quem trabalha, nem por causa dos ordenados.

Vou dar um exemplo:
Se virem as bolsas mundiais, o PSI deve ser o único do mundo, onde os pesos pesados são empresas de serviços básicos e sem concorrência, ou concorrÊncia disfarçada (PT, EDT, REN, GALP), ou então empresas que não acrescentam qualquer valor, ou seja empresas que afinal não passam de grandes mercearias (JM e Sonae).
Faltam-nos empresas que criem valor.Mas para isso, os nossos empresários deveriam unir-se em vez de cocorrerem entre si, em mercados tão pequenos (ainda por cima nacional).
Se esses empresários se juntassem, por exemplo, alias eu vou dar aqui a ideia de um projecto que eu avançaria se tivesse dinheiro.

Muitos de vós, já andaram em taxis londrinos (os tipicos).São taxis muito práticos para se entrar com bagagens.
Porque razão não criavamos uma produção de automóveis taxi (semelhante a esses), e até com outras valências.
Tinha como vantagens a não importação de mais carros para taxi, e além disso poderia criar-se um cluster.
Viram um exemplo ?
Querem outro ?
Cá vai
Microsubmarinos de recreio.Penso ser um negocio muito promissor.MAs é necessário musculo financeiro.Nunca para um empresário em inicio de carreira.

A nossa classe empresarial é que tem de mudar.Mas infelizmente, o Passos é muito limitado, e não vê isso.Pensa que é reduzindo ordenados, tirando feriados, e aumentar impostos.
Assim só vai criar desconforto, e baixas de rendimento laboral.As pessoas começam a pensar..."ora fazendo 10 ganho X e fazendo 5 ganho X...mais vale estar quieto"....se for despedido...azar...

Temos de quebrar este ciclo.Mas acima de tudo, criar um sector ancora para a nossa economia.
Por exemplo, fala-se tanto nos supermercados e grandes superficies, mas isso nem sequer é uma mais valia internacional.
Nós temos que ser referência em alguma coisa, e exportar fortemente.
Podem ser pequenas ferramentas, taxis, peneus, etc, etc, mas tem de ser um sector com força.
A cortiça é um ponto importante, mas não será nessa importante matéria prima que nos fará sair da crise.



bmmteixeira Escreveu:Excelente post do gorgol... Aliás em linha do meu pensamento que me levou à cerca de um ano decidir emigrar... E , felizmente ao contrário de muitos, tenho emprego...
Na altura um colega meu disse-me que não compensava e tal... a diferença não era muita... não era, mas com o decorrer dos anos vai-se tornando significativa... e quando uma pessoa se apercebe... De um ano para o outro vê uma quebra de 20% do rendimento bruto na declaração de IRS como este ano...
O problema desta crise é que ela é lenta, mói e não desencalha... O povo português adapta-se com facilidade, vai gerindo o seu dia-a-dia de forma a contornar algum défice de capital (marmitas para aki, produtos de linha branca, etc.) e parece que a coisa dá... Mas quando nos apercebe-mos já levamos uma cacetada de -20% euros nos rendimentos brutos anuais só em um ano...
Imaginem agora voltar a tirar 20% nos próximos dois anos (através da inflacção e impostos)... é neste pressuposto que a emigração segundo o meu colega (na minha função professional claro), não valia a pena.... mas vai passar a valer...
 
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por FerroPT » 27/2/2012 15:19

Se diminuíram, não sei mas também não interessa. O Bónus dos gestores geralmente tem várias componentes. Eles eventualmente podem ter cumprido apenas outras componente e receberem o bónus referente ás outras...

Tu perguntas-te se alguém conseguia explicar... eu consegui explicar, se não gostaste da explicação não posso fazer nada...
 
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Re: Uma visão diferente - Importações, exportações e Darwin

por BearManBull » 27/2/2012 15:13

gorgol Escreveu:Imaginemos que não estavamos no Euro, como seriam os nossos salários em comparação com a Europa, não tenho dúvidas de que muito mais baixos, moeda mais fraca, taxas de juro mais elevadas e baixo acesso a produtos importados.


É bem verdade ainda me lembro quando comecei a estudar sonhava ter um ordenado de 200 contos que era uma fortuna autêntica quando saí lá consegui o dito salário, 1000 euros, e vi que mal me dava para as contas (em Lisboa no Porto até é um bom ordenado).

Lá está os ordenados não são baixos nós é que vivemos acima daquilo que pode-mos. E claro que não se consegue acompanhar a inflação...

Isto faz-me pensar quando alguns colegas dizem que os carros são caros em Portugal, eu rio-me e pergunto-lhes mas o que é que nós já fizemos para merecer ter carros baratos?
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por Blue Epsilon » 27/2/2012 14:26

FerroPT Escreveu:
Blue Epsilon Escreveu:
Por outro lado, alguém me consegue explicar como é possível gestores de empresas terem bónus xpto quando a mesma apresenta prejuízos (ex:REFER,CP)?
Sinto vergonha do meu país nesta matéria.




Por acaso consigo, os prejuízos das empresas REFER e CP são estruturais e geralmente os gestores dessas empresas recebem bónus se as atingem os objectivos de redução de prejuízos... ou outros...

Achares que simplesmente eles não tem direito só porque a empresa dá prejuízo (quando sempre deu e sempre dará) é o mesmo que disseres que o melhor vendedor do mundo de nokias que recebe um bonus se atingir uma determinada meta de vendas não o deve receber só porque a empresa tem prejuízos.



Mas a REFER e a CP diminuiram os prejuízos?
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Lucros, prejuizos, objetivos e prémios.

por gorgo » 27/2/2012 14:07

Os prémios devem ser dados quando se cumprem os objectivos. Se uma atividade é regulada, logo não pode definir os preços de venda dos produtos ou serviços. Então pode ou não ter lucros.

Podem ser definidos objectivos de redução do prejuizo ou mesmo de aumento de prejuizo até determinado valor, em função dos fins da instituição.

Nalgumas empresas de Transporte é fácil, passar a lucros desde que possa:

1 - Despedir; alterar os acordos coletivos de trabalho.
2 - Aumentar os preços dos passes
3 - a Limpar o passivo anterior; passar para dívida pública; cortar o encargo dos juros.

Já geri uma atividade que estava a dar prejuizo de 500 K/ano e o meu sucesso foi no ano seguinte dar apenas € 250 K. No limite pode mesmo ter de se fechar a atividade.

Vejamos outro exemplo:

Passar dum défice publico de 10 % para 1% significa em termos de país continuar a ter prejuizo. O défice soma à dívida pública acumulada. A dívida pública é o prejuizo acumulado, que vai ser pago no futuro.

Se cumprirmos o memorandum, estamos todos de parabéns, merecemos um prémio. Cumprimos os objectivos.
 
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por bmmteixeira » 27/2/2012 13:51

Excelente post do gorgol... Aliás em linha do meu pensamento que me levou à cerca de um ano decidir emigrar... E , felizmente ao contrário de muitos, tenho emprego...
Na altura um colega meu disse-me que não compensava e tal... a diferença não era muita... não era, mas com o decorrer dos anos vai-se tornando significativa... e quando uma pessoa se apercebe... De um ano para o outro vê uma quebra de 20% do rendimento bruto na declaração de IRS como este ano...
O problema desta crise é que ela é lenta, mói e não desencalha... O povo português adapta-se com facilidade, vai gerindo o seu dia-a-dia de forma a contornar algum défice de capital (marmitas para aki, produtos de linha branca, etc.) e parece que a coisa dá... Mas quando nos apercebe-mos já levamos uma cacetada de -20% euros nos rendimentos brutos anuais só em um ano...
Imaginem agora voltar a tirar 20% nos próximos dois anos (através da inflacção e impostos)... é neste pressuposto que a emigração segundo o meu colega (na minha função professional claro), não valia a pena.... mas vai passar a valer...
 
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Corrijo Pergunta

por gorgo » 27/2/2012 13:50

O que queria dizer è que o Krugman conhece Portugal, tendo feito parte duma Delegação do MIT para estudar Portugal, em 1976. O FMI, foi uma associação errada.
Por alguma razão vai ser doutorado por cá.
 
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por FerroPT » 27/2/2012 13:44

Blue Epsilon Escreveu:
Por outro lado, alguém me consegue explicar como é possível gestores de empresas terem bónus xpto quando a mesma apresenta prejuízos (ex:REFER,CP)?
Sinto vergonha do meu país nesta matéria.




Por acaso consigo, os prejuízos das empresas REFER e CP são estruturais e geralmente os gestores dessas empresas recebem bónus se as atingem os objectivos de redução de prejuízos... ou outros...

Achares que simplesmente eles não tem direito só porque a empresa dá prejuízo (quando sempre deu e sempre dará) é o mesmo que disseres que o melhor vendedor do mundo de nokias que recebe um bonus se atingir uma determinada meta de vendas não o deve receber só porque a empresa tem prejuízos.
 
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por artista_ » 27/2/2012 13:37

Não li o tópico todo mas o que me parece é que ele disse isso em 2010, ou vi mal? Desde essa altura os salários dos portugueses já cairam bastante, por várias vias. No caso da função pública penso que o corte já é superior aos 20%, pelo menos para a maioria...
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Re: Uma visão diferente - Importações, exportações e Darwin

por JMHP » 27/2/2012 13:27

gorgol Escreveu:Estão os salários elevados em média? Deixemos de lado os casos límite, muito baixos e muito altos.

Se os salários não fossem razoáveis não importávamos tanto: automóveis, equipamentos para casa, equipamentos tecnológicos de comunicações, alimentos importados, tanto consumo de combustíveis, viagens de férias.

Se os salários fossem mais baixos não tinha sido comprado tanto crédito para fins que não a habitação. Os bancos com salários baixos não dão crédito.

Uma das componentes para consumir mais português ou exportar mais é tornar os produtos portugueses mais baratos. Para isso precisamos de vários fatores: inovação, capital de investimento, custos mais baixos e melhor gestão

Os custos é uma das componentes, logo custos com pessoal, que será uma ajuda.

Imaginemos que não estavamos no Euro, como seriam os nossos salários em comparação com a Europa, não tenho dúvidas de que muito mais baixos, moeda mais fraca, taxas de juro mais elevadas e baixo acesso a produtos importados.

O que cada um ganha não é o que é justo. Somos todos diferentes: à nascença (inteligência, doenças, talentos diversos). Somos diferentes na capacidade de evolução (contexto de partida, tipo de formação, competências que o mercado valoriza e paga, atitudes perante as dificuldades, opções de vida orientadas nem sempre para salários ou valores financeiros). Quem não quer ganhar o que ganha o Cristiano Ronaldo?
É justo o que ele ganha? Só ganha o que lhe pagam!

A maior parte dos que têm o salário mínimo fizeram tudo na sua evolução nesse sentido. Parece uma provocação mas explico melhor. Retiro desta observação os que têm handicaps de partida, uma minoria.

Não estudaram ou muito pouco. Contentaram-se sempre com pouco, não acreditaram que podiam ser mais e melhores. O que fazem hoje para alterar a situação? O que têm de fazer para deixarem de ganhar o que ganham? Plano de ação precisa-se.

As leis da oferta e da procura é que definem os salários. A teoria de Darwin pode ser controlada com legislação, mas que tem muita força lá isso tem.

Os salários liquidos estão e vão continuar a ser reduzidos (vamos chegar aos 20%):

1 - aumento de impostos todos os anos e todos os tipos. No IRS valerá 2%

2 - Inflação de 3% ao ano sem aumentos. Ao fim de 3 anos temos 9%

3 - Despedimentos, reduzindo o custo laboral. Na fase seguinte empregam-se desempregados a um custo mais baixo. Outras regras de flexibilização laboral Estimo 2%

4 - Corte de subsídios na função pública.

5 - aumentos dos preços serviços prestados pelo Estado e aumento das comparticipações no principio utilizador pagador. Redução dos serviços prestados pelo Estado. Estimo 5%

6 - Outros cortes para cumprir o acordo de financiamento, dependendo de como evolui a situação económica e politica.

Fazendo contas: Ao fim de 3 anos teremos os 20%.

Nem podia ser de outra maneira:

O Estado quando gasta, esse valor é injectado na economia, via salários, investimento e gastos. Os utilizadores últimos são as pessoas que usam os serviços produzidos.Agora é necessário, fazer retornar esse valor injetado, logo têm de ser as pessoas a fazer o retorno.

Pergunta: Quem esteve em Portugal, como técnico do FMI na última vez que lhe recorremos?


Excelente post... Um dos melhores que já li por aqui e que aponta factos que verdadeiramente dominam e influenciam a realidade da nossa sociedade. :clap:

Quanto a pergunta que deixa no fim, não sei a resposta, mas fiquei curioso pela questão levanta.... Porque essa pergunta?! :-k
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por MarcoAntonio » 27/2/2012 13:21

tugadaytrader Escreveu:Porque será que Felgueiras era um dos locais da Europa com mais Ferraris por metro quadrado?

Esperem já sei... o pessoal da fabricas de calçado ganhava muito..


De onde vem esta informação?

Eu recordo-me vagamente que há uns 20 anos atrás dizia-se que o Minho era a região da Europa com mais Lamborghini's e Ferraris da Europa ou coisa parecida.

Mas era uma brincadeira tendo como base o facto de existirem tractores (agrícolas) destas marcas!



Segundo a Ferrari, a Suíça é o mercado com maior concentração de Ferraris a nível mundial:

http://www.ferrari.com/English/about_fe ... urope.aspx
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por gorgo » 27/2/2012 12:52

Estão os salários elevados em média? Deixemos de lado os casos límite, muito baixos e muito altos.

Se os salários não fossem razoáveis não importávamos tanto: automóveis, equipamentos para casa, equipamentos tecnológicos de comunicações, alimentos importados, tanto consumo de combustíveis, viagens de férias.

Se os salários fossem mais baixos não tinha sido comprado tanto crédito para fins que não a habitação. Os bancos com salários baixos não dão crédito.

Uma das componentes para consumir mais português ou exportar mais é tornar os produtos portugueses mais baratos. Para isso precisamos de vários fatores: inovação, capital de investimento, custos mais baixos e melhor gestão

Os custos é uma das componentes, logo custos com pessoal, que será uma ajuda.

Imaginemos que não estavamos no Euro, como seriam os nossos salários em comparação com a Europa, não tenho dúvidas de que muito mais baixos, moeda mais fraca, taxas de juro mais elevadas e baixo acesso a produtos importados.

O que cada um ganha não é o que é justo. Somos todos diferentes: à nascença (inteligência, doenças, talentos diversos). Somos diferentes na capacidade de evolução (contexto de partida, tipo de formação, competências que o mercado valoriza e paga, atitudes perante as dificuldades, opções de vida orientadas nem sempre para salários ou valores financeiros). Quem não quer ganhar o que ganha o Cristiano Ronaldo?
É justo o que ele ganha? Só ganha o que lhe pagam!

A maior parte dos que têm o salário mínimo fizeram tudo na sua evolução nesse sentido. Parece uma provocação mas explico melhor. Retiro desta observação os que têm handicaps de partida, uma minoria.

Não estudaram ou muito pouco. Contentaram-se sempre com pouco, não acreditaram que podiam ser mais e melhores. O que fazem hoje para alterar a situação? O que têm de fazer para deixarem de ganhar o que ganham? Plano de ação precisa-se.

As leis da oferta e da procura é que definem os salários. A teoria de Darwin pode ser controlada com legislação, mas que tem muita força lá isso tem.

Os salários liquidos estão e vão continuar a ser reduzidos (vamos chegar aos 20%):

1 - aumento de impostos todos os anos e todos os tipos. No IRS valerá 2%

2 - Inflação de 3% ao ano sem aumentos. Ao fim de 3 anos temos 9%

3 - Despedimentos, reduzindo o custo laboral. Na fase seguinte empregam-se desempregados a um custo mais baixo. Outras regras de flexibilização laboral Estimo 2%

4 - Corte de subsídios na função pública.

5 - aumentos dos preços serviços prestados pelo Estado e aumento das comparticipações no principio utilizador pagador. Redução dos serviços prestados pelo Estado. Estimo 5%

6 - Outros cortes para cumprir o acordo de financiamento, dependendo de como evolui a situação económica e politica.

Fazendo contas: Ao fim de 3 anos teremos os 20%.

Nem podia ser de outra maneira:

O Estado quando gasta, esse valor é injectado na economia, via salários, investimento e gastos. Os utilizadores últimos são as pessoas que usam os serviços produzidos.Agora é necessário, fazer retornar esse valor injetado, logo têm de ser as pessoas a fazer o retorno.

Pergunta: Quem esteve em Portugal, como técnico do FMI na última vez que lhe recorremos?
 
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por tubarinho » 27/2/2012 11:55

[quote="tugadaytraderPorque será que Felgueiras era um dos locais da Europa com mais Ferraris por metro quadrado?

Esperem já sei... o pessoal da fabricas de calçado ganhava muito..[/quote]

Os ferraris são necessários para fazerem entregas rápidas!
 
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por Mcmad » 27/2/2012 0:23

rg7803 Escreveu:quais salários? os da maioria da população

um serralheiro, pintor, vendedor, operador industrial etc as chamadas profissões médias, que compõem o grosso da coluna a que chamamos classe média têm ordenados médios anuais entre 10-15 k€

não acredito que estes valores não estejam majorados em pelo menos 50% na Alemanha

daí o meu comentário, em que penso que o autor se referirá na comparação a indicadores produtividade


O autor apenas manda bitaites, assim como todos os economistas ultimamente. Eu só queria saber se é necessário cortar salários por exemplo na Auto Europa...
Confira as minhas opiniões

http://markoeconomico.blogspot.com/
 
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por Blue Epsilon » 26/2/2012 23:36

ferradura Escreveu:Aproveito para dizer-te que tens pouca ambição na vida :)
Vou dar-te uma morada para enviares o CV e teres um ordenado de 50K por mês:

EDP, conselho de supervisão, Lisboa

Ou

PT, representante do estado, Lisboa

Ou...seres amigo do que oferece robalos do PS


ferradura Escreveu:Tens razão, são zeros a mais.
Queria dizer 480.00 :P


Obrigado, mas não enveredei pela política, que parece ser praticamente a única área que dá acesso a salários desses neste país...
Segue a tendência e não te armes em herói ao tentar contrariá-la.
Podes tentar, mas o Mercado é um monstro selvagem que provavelmente te irá engolir.
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por ferradura » 26/2/2012 23:33

Aproveito para dizer-te que tens pouca ambição na vida :)
Vou dar-te uma morada para enviares o CV e teres um ordenado de 50K por mês:

EDP, conselho de supervisão, Lisboa

Ou

PT, representante do estado, Lisboa

Ou...seres amigo do que oferece robalos do PS


ferradura Escreveu:Tens razão, são zeros a mais.
Queria dizer 480.00 :P
 
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por ferradura » 26/2/2012 23:27

Tens razão, são zeros a mais.
Queria dizer 480.00 :P
 
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