Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

default grego... á beira do abismo e parece tudo bem

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por A330-300 » 12/2/2012 8:46

mundano Escreveu:Desculpa lá, mas não faz nenhum sentido a tua lógica...

Seguindo a mesma linha de raciocínio eu também posso vir para aqui dizer, que a ocasião faz o ladrão e se não houvesse ocasião não havia ladrões.. E que por isso a culpa é dos interesses que criaram / forçaram as ocasiões.


O meu amigo , ou não vive neste mundo ou é demasiado inocente.

Vamos lá ver.Se isso serve para os países , também serve para as pessoas. No ano passado foram entregues aos bancos 5900 casas.Pelo que você diz , as pessoas que não tem dinheiro para pagar as casas deveriam ir pedir aos construtores que as venderam , não?

O que diz não faz sentido nenhum.

A330
 
Mensagens: 1503
Registado: 30/1/2005 12:51
Localização: Lx

por alexandre7ias » 11/2/2012 17:58

traderdoespaco Escreveu:
alexandre7ias Escreveu:
mundano Escreveu:Desculpa lá, mas não faz nenhum sentido a tua lógica...

Seguindo a mesma linha de raciocínio eu também posso vir para aqui dizer, que a ocasião faz o ladrão e se não houvesse ocasião não havia ladrões.. E que por isso a culpa é dos interesses que criaram / forçaram as ocasiões.




Só existe um culpado....foi quem emprestou dinheiro a alguem que nao pode pagar, mas pior do que isso é que continua a emprestar para ver se recebe algum ou com medo que depois deste os outros tambem digam que nao pagam.


e quem pede dinheiro que nao pode pagar nao tem culpas? as culpas sao jobviamente repartidas.



Na minha opiniao só tem culpa se tiver dinheiro para pagar e nao o fizer, caso contrario a culpa deve ser sempre de quem emprestou e nao soube avaliar os riscos. Porque se assim nao for porque razao eu pago mais juros que uns e outros pagam mais que eu.
O Sol brilha todos os dias, os humanos é que não!
Android Mobile
Imagem
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3732
Registado: 24/2/2005 19:41
Localização: Maia

por zelareka » 11/2/2012 17:52

alexandre7ias Escreveu:
mundano Escreveu:Desculpa lá, mas não faz nenhum sentido a tua lógica...

Seguindo a mesma linha de raciocínio eu também posso vir para aqui dizer, que a ocasião faz o ladrão e se não houvesse ocasião não havia ladrões.. E que por isso a culpa é dos interesses que criaram / forçaram as ocasiões.




Só existe um culpado....foi quem emprestou dinheiro a alguem que nao pode pagar, mas pior do que isso é que continua a emprestar para ver se recebe algum ou com medo que depois deste os outros tambem digam que nao pagam.


e quem pede dinheiro que nao pode pagar nao tem culpas? as culpas sao obviamente repartidas.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 328
Registado: 3/1/2004 16:34
Localização: Boston, MA

por alexandre7ias » 11/2/2012 17:50

mundano Escreveu:Desculpa lá, mas não faz nenhum sentido a tua lógica...

Seguindo a mesma linha de raciocínio eu também posso vir para aqui dizer, que a ocasião faz o ladrão e se não houvesse ocasião não havia ladrões.. E que por isso a culpa é dos interesses que criaram / forçaram as ocasiões.




Só existe um culpado....foi quem emprestou dinheiro a alguem que nao pode pagar, mas pior do que isso é que continua a emprestar para ver se recebe algum ou com medo que depois deste os outros tambem digam que nao pagam.
O Sol brilha todos os dias, os humanos é que não!
Android Mobile
Imagem
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3732
Registado: 24/2/2005 19:41
Localização: Maia

por mundano » 11/2/2012 16:59

Desculpa lá, mas não faz nenhum sentido a tua lógica...

Seguindo a mesma linha de raciocínio eu também posso vir para aqui dizer, que a ocasião faz o ladrão e se não houvesse ocasião não havia ladrões.. E que por isso a culpa é dos interesses que criaram / forçaram as ocasiões.
 
Mensagens: 28
Registado: 29/9/2009 16:28
Localização: 10

por AVMac » 11/2/2012 16:49

Como ficou enunciado pelo meu post acima, para mim, o principal problema são os políticos que aceitam os subornos. As empresas não os obrigam a aceitar nada. As empresas oferecem, os políticos aceitam. Logo, quem deveria ser penalizado com a perda do patrimonio seriam em primeira instância os políticos corruptos.

Na corrupção a lei de oferta e da procura também existe. As empresas oferecem dinheiro (está aqui a oferta) porque sabem que os políticos aceitam e, inclusivamente, alguns políticos até devem dar a dica e mostrar disponibilidade para serem subornados (a procura). Anulando-se a procura, existir oferta deixa de fazer sentido.
 
Mensagens: 63
Registado: 4/1/2012 21:07
Localização: 14

por mundano » 11/2/2012 16:06

AVMac Escreveu:Se os políticos portugueses fossem genuinamente honestos e tivessem plenamente consciência que o cargo que ocupam implica gerir o bem comum e não os seus bens próprios, por mais pressões que existissem, por mais subornos que fossem oferecidos, os políticos não se deixariam corromper.

A frase mais brilhante que ouvi: há muita gente que morre honesta por falta de oportunidade (para ser corrupto.



Tudo certo... Mas a questão é que já sabemos que isso não aconteceu e temos que decidir o que fazer agora.

E por isso eu pergunto, porque não podem as empresas/países que fizeram essas pressões ou que em alguns casos chegaram mesmo a corromper como já foi provado em tribunal assumir uma parte dos custos do descalabro final? Porque razão esse custo tem que ser assumido exclusivamente pelas populações, que em muitos casos beneficiaram desse dinheiro, mas em outros casos, nem foram chamados a pronunciar-se, nem beneficiaram minimamente disso?

Que interesses são mais importantes: a saúde, educação e longevidade da população, ou os créditos de empresas e bancos, que com consciência do que estavam a fazer e das consequências dos seus actos, ajudaram e pressionaram as classes politicas de muitos países a colocarem-se nesta situação?


Eu não quero estar aqui a fazer o papel do Partido Comunista, mas sinceramente recuso-me a entrar na retórica de que de um lado são todos bons, trabalhadores e esforçados, e do outro lado estão os preguiçosos, desonestos e esbanjadores... Nesta historia não há inocentes, todos são culpados é tão culpada a Goldman Sachs & co, como é o governo grego, mas querem impor os custos apenas a um dos lados..
 
Mensagens: 28
Registado: 29/9/2009 16:28
Localização: 10

por AVMac » 11/2/2012 15:12

Se os políticos portugueses fossem genuinamente honestos e tivessem plenamente consciência que o cargo que ocupam implica gerir o bem comum e não os seus bens próprios, por mais pressões que existissem, por mais subornos que fossem oferecidos, os políticos não se deixariam corromper.

A frase mais brilhante que ouvi: há muita gente que morre honesta por falta de oportunidade (para ser corrupto.
 
Mensagens: 63
Registado: 4/1/2012 21:07
Localização: 14

por mundano » 11/2/2012 14:08

pudzianowski Escreveu:Cada um deve ser responsável pela forma como aplica esses fundos.

Se alguém tem culpa por ter derretido o dinheiro em "BMW" foi quem recebeu o dinheiro e não o aplicou da melhor forma.

De certeza que também não irias querer que fosse o teu patrão a decidir onde e como é que deves gastar o teu ordenado :wink:




As coisas não são assim tão simples...

Na Grécia, e em Portugal e muitos outros países, criou-se muita divida que não serviu minimamente para responder aos interesses do pais ou da sua população, serviu sim para por um lado fazer dinheiro com empréstimos chorudos concedidos por bancos de alguns países centrais, que era usados para financiar projectos decididos de forma por vezes corrupta levados a cabo por empresas desses mesmos países.

O caso da Siemens na Grécia é por demais conhecido... E em Portugal basta pensar na pressão enorme que a União Europeia que agora nos chama de preguiçosos e esbanjadores fazia para que nós investíssemos em linhas de alta velocidade e em material circulante, cujo financiamento seria garantido pelos bancos Franceses e Alemães e a tecnologia seria toda importada da França e Alemanha..

No entanto, agora são os cidadãos que não tiveram nada a ver com essas decisões que são chamados a pagar.


E mesmo a actuação de entidades como o FMI, ou o BCE nesta crise não é de todo inocente... A sua principal preocupação até agora tem sido exclusivamente garantir que os credores fizeram um bom investimento e garantir que a ganancia desmedida de quem ajudou a Grécia a enterrar-se não terá qualquer tipo de consequências.


Eu não quero com isto desresponsabilizar os países endividados, antes pelo contrário, eu muito gostava que por cá houvesse coragem para verdadeiramente responsabilizar quem nos colocou nesta situação, agora, nestas coisas não há inocentes, e as entidades credoras nestas coisas são tudo menos inocentes.. Quem quiser perceber um pouco melhor como funciona esta máquina internacional de sugar dinheiro, basta estudar um pouco o que tem sido a história recente do Equador, que foi um dos poucos países que teve a coragem de passar as decisões das décadas anteriores a pente fino... E tornou-se evidente o papel que o FMI, o Banco Mundial e os grandes bancos mundiais em geral desempenharam lá e as consequências para as pessoas da "ajuda" dessas instituições.
 
Mensagens: 28
Registado: 29/9/2009 16:28
Localização: 10

por Las_Vegas » 11/2/2012 12:42

Fonte: Expresso
http://aeiou.expresso.pt/breve-historia ... ia=f703691

Breve história das bancarrotas na Grécia

Em 190 anos, a história da Grécia moderna, desde o início da guerra de libertação contra o domínio turco-otomano em 1821, esteve em turbulência, envolvida em guerras e sofrendo ocupações ou ditadura em mais de 130 anos e viveu períodos de bancarrota durante 50 anos.




O tema do incumprimento não é novo na história da Grécia moderna. Segundo o estudo de dois académicos norte-americanos, Carmen Reinhart e Kenneth Rogoff, publicado no livro "This Time is Different" (Princeton UNiversity Press, 2009), a Grécia, desde a sua independência do império turco-otomano, entrou em bancarrota quatro vezes, em 1843, 1860, 1893 e 1932 (quando abandonou, também, o padrão ouro).

Recorde-se que a Grécia esteve sob domínio turco-otomano desde 1453 - aquando da conquista de Constantinopla e da queda do então designado Império Bizantino - até 1829. Entrou em bancarrota em 1826 antes inclusive da independência, ainda durante a guerra de libertação do domínio turco, em virtude de ter entrado em incumprimento no pagamento dos empréstimos britânicos aos revoltosos em 1824 e 1825.

Durante a Grande Depressão, entre 1929 e 1932, a Grécia foi o quinto país do mundo com maior quebra de exportações, superior a 70%. Em 1991-1995 teve problemas graves que requereram injeções significativas de fundos públicos.

Mergulhada em guerras e sujeita a ocupações

Além de um longo domínio turco de quase 400 anos, a Grécia viveu, desde 1821 mergulhada em guerras (de libertação até 1829, duas guerras greco-turcas, duas Guerras dos Balcãs, a 1ª e a 2ª Guerras Mundiais, e a guerra civil de 1946 a 1949), ocupações por potências estrangeiras (protetorado pela troika de potências europeias Grã-Bretalha, França e Rússia no séc. XIX; ocupação nazi entre 1941 e 1944) e uma ditadura militar (1967-1974).

O primeiro rei da Grécia moderna, um alemão da Baviera, foi imposto em 1833 pelos britânicos e o segundo rei, um holandês, em 1863 imposto pela referida troika de potências. A Grécia atravessou, também, três repúblicas, entre 1829-1832, de 1924 a 1935, e de julho de 1974 em diante, depois do derrube da ditadura dos coronéis da Junta Militar. A Grécia não entrou na órbita soviética, na sequência da guerra civil de 1946-1949, por causa de um rascunho de papel com a divisão das zonas de influência na Europa rabiscado numa conversa secreta em Moscovo, no outono de 1944, entre Estáline e Churchill. A Grécia ficaria do lado de cá do que mais tarde viria a ser a "cortina de ferro".

A Grécia viveu 50,6 anos em incumprimento ou em renegociação da dívida soberana a partir da independência em 1829 até à crise financeira mundial de 2008. Quase 30% do tempo em default. É o quarto país do mundo com maior tempo numa situação desse tipo, depois de Honduras (64 anos), Angola (mesmo quando colónia portuguesa, somando 59,4 anos), Equador (58,2 anos) e República Centro-Africana (53,2 anos). Por comparação, Portugal viveu em defaut ou reestruturação da dívida soberana, entre 1800 e 2008, apenas 10,6 anos, ainda que tendo 6 episódios (1828, 1837, 1841, 1845, 1852, 1890).

Muitos historiadores da Grécia moderna sublinham que, a este contexto longo de humilhação, ocupação, saque e guerras, se juntou o desenvolvimento de um sistema clientelar que se enraizou profundamente na sociedade grega depois da independência.


Episódios de incumprimento
Primeira bancarrota em 1826. O começo do endividamento da Grécia moderna ocorreu com o financiamento da guerra de libertação a partir de 1821. O London Philhellenic Committee apoiaria a contração pelos revoltosos gregos de dois empréstimos em Londres em 1824 e 1825, ao todo 2,8 milhões de libras. Na realidade, desse montante apenas chegaria aos revoltosos 40%; o restante ficaria pelas comissões, pelos juros à cabeça de dois anos e pelo financiamento de um fundo de amortização. Com a guerra ainda a decorrer, os gregos tiveram de entrar em incumprimento logo em 1826. Esta dívida inicial ficou conhecida como a "dívida da independência". Na realidade, a independência seria declarada em 1829, depois da batalha na baía de Navarino em 1827, onde a armada de uma troika de potências europeias (Grã Bretanha, França e Rússia) derrotou os turcos e egípcios em poucas horas.

A segunda bancarrota em 1843. Já com a troika de potências a exercer um real protetorado, os gregos contraíram em 1833 um terceiro empréstimo de 60 milhões de francos, agora junto do banco dos Rothschild em Paris. Do primeiro bloco de 40 milhões de francos, chegariam, na realidade, a Atenas, apenas, 24,3 milhões - o resto ficou pelo meio. Com este empréstimo veio um rei, um príncipe originário da Baviera, imposto pela troika. A prioridade dos rendimentos do estado grego seria pagar aos credores e os representantes da troika de potências em Atenas vigiariam o cumprimento da regra. Atenas tentou pagar, parou em 1836, recomeçou a pagar em 1840, e teve de suspender, em situação de bancarrota, em 1843. Foi o primeiro default já depois da independência.

A terceira bancarrota em 1860. Entretanto houve uma revolução constitucionalista. Os britânicos começaram a avisar Atenas em 1845 e 1846 que queriam os pagamentos do empréstimo. Em 1854, os franceses e britânicos não estiveram com meias medidas e bloquearam o porto do Pireu, perto de Atenas. Começou a primeira ocupação franco-britânica até 1857. A troika impôs, depois, um pagamento anual de 900 mil francos pela terceira dívida. Mas em 1860, Atenas foi incapaz de cumprir. Ocorreu a segunda bancarrota depois da independência. A Grécia teve de aceitar hipotecar 1/3 dos rendimentos da alfândega do porto da ilha de Siros, a mais de 100 quilómetros de Atenas. Em 1862 ocorre mais uma revolução e o rei oriundo da Baviera é substituído por um príncipe holandês, por imposição da troika, e é assinado um tratado em 1864.

Uma renegociação ao longo de 11 anos. Em 1867 há uma primeira renegociação da "divida da independência" (os tais 2,8 milhões de libras, de que só chegariam, recorde-se, a Atenas pouco mais de 40%) e o "corte de cabelo" (hair cut) no valor aceite pelos credores reduz a dívida a 1 milhão de libras (próximo do valor que efetivamente chegara aos gregos) em novos títulos com um cupão de 5%. Ambas as partes recusam o negócio e um acordo só vem a lume em 1878, onze anos depois, implicando uma troca de títulos com um valor facial de 1,2 milhões de libras e uma garantia da alfândega da ilha de Corfu, no mar Jónico, para o pagamento de 75 mil libras por ano, a depositar numa conta no Banco Nacional da Grécia, sob pena de prisão se os depósitos não fossem feitos.

Chegados a 1871, a dívida oriunda do terceiro empréstimo somava nominalmente 92 milhões de francos, e, em 1878, a dívida proveniente dos dois primeiros empréstimos subia a 10 milhões de libras, segundo dados do estudo feito por William H. Winne em 1951 ("State Insolvency and Foreign Bondholders", BeardBooks). Em suma, os 2,8 milhões de libras emprestados por Londres e os 40 milhões de francos contraídos em Paris engordaram substancialmente. Para os gregos os valores entrados em dinheiro haviam sido pouco mais de 1,2 milhões de libras, nos empréstimos iniciais, e só há registo de 24,3 milhões de francos relativos ao terceiro empréstimo. Entretanto, o Tesouro grego financiou-se internamente e, por volta, de 1877, a arrecadação somava 81 milhões de dracmas, pagando juros entre 6% e 8%.

O regresso aos mercados financeiros. Em 1879, Atenas regressa aos mercados financeiros internacionais. Até 1893 conseguiria arrecadar em Paris, Londres e Berlim 332,6 milhões de francos e 8,6 milhões de libras (o que, grosso modo, equivaleria a mais de 200 milhões de francos). Grande parte dos milhões da dívida contraída consumiu-se prioritariamente em despesas de guerra e apenas 25% foram aplicados nos famosos "melhoramentos materiais" da época, os investimentos nas novas infraestruturas, nomeadamente nas linhas de caminho de ferro. Nem mesmo, o empréstimo de 2,4 milhões de libras, contraído em 1890 em Londres e Berlim, e específico para a linha de comboio entre o Pireu e Larissa foi aplicado para os seus fins.

O filme desta ida aos mercados europeus de financiamento resume-se num parágrafo. Em 1879, os banqueiros franceses emprestam 60 milhões de francos a 6%. Dois anos depois, mais 120 milhões de francos, de novo, em Paris. Em 1884, são emitidos mais 100 milhões de francos de dívida soberana, agora num sindicato de bancos franceses e gregos. Em 1887, mais 135 milhões de francos, agora por um sindicato bancário liderado pelo Le Comptoir d'Escompte de Paris, com um cupão de 4%, abaixo dos anteriores.

Se as garantias aos empréstimos anteriores eram dadas pelas alfândegas, agora avançavam as receitas dos monopólios estatais - o petróleo, os fósforos, as cartas de jogar, a mortalha para os cigarros e o minério esmeril. Em 1889, o Tesouro grego vira-se, de novo, para Londres e entra na praça de Berlim. Seguem-se duas emissões: uma através da casa financeira londrina Hambro & Son num montante de 1,2 milhões de libras, e outra através da casa de Gibbs em Londres, da casa de Bleichroder em Berlim e do Banco de Constantinopla, num montante de 5 milhões de libras. A que acresce o empréstimo em 1890 para a linha de caminho-de-ferro e vários empréstimos em 1892 num total de 37,6 milhões de francos.

A quarta bancarrota em 1893. Em 1892, um delegado francês, a convite do governo de Atenas, estuda as contas gregas e conclui que a bancarrota era inevitável, ainda que o relatório não tivesse sido tornado público. E assim aconteceu no ano seguinte. De facto, em dezembro de 1893, o governo grego decide suspender os pagamentos ao fundo de amortização e reduzir em 70% o juro de dívida externa que vencesse a partir de janeiro de 1894. Os países dos credores protestaram. A negociação da situação duraria até 1898. Pelo meio há a guerra greco-turca, que acaba com os gregos a ter de pagar uma indemnização aos vizinhos de 4 milhões de libras turcas. Um grupo de potências europeias "mediadoras" do conflito, algumas delas ligadas aos credores da dívida grega, aproveita a ocasião e impõe, a par de um novo empréstimo de 6 milhões de libras, uma Comissão Internacional para controlar a coleta e pagamento do serviço da dívida externa. Aquilo que os gregos durante anos resistiram, acabaram por ceder em 1898, com o Parlamento a aprovar o controlo. A Comissão recomenda o adiamento das grandes obras públicas e aconselha o Ministério da Guerra a limitar os gastos ao "mínimo estritamente indispensável". O apuramento da dívida pública externa apontava, então, para cerca de 552 milhões de francos em dívida consolidada e 31,4 milhões de francos em dívida flutuante.

A quinta bancarrota em 1932. O serviço da dívida manter-se-á até 1932, mesmo durante a 1ª Guerra Mundial, e passando por uma nova guerra greco-turca e duas Guerras nos Balcãs. Foi a Grande Depressão que empurrou a Grécia, de novo, para a bancarrota. Uma análise às contas gregas pela Comissão Financeira da Liga das Nações verificava em março de 1932 que as reservas em divisas estrangeiras do Banco da Grécia estavam a caminho da exaustão. Face a esta iminência, a Grécia abandona o padrão ouro em abril e a moeda grega, o dracma, depreciou-se em 50% de imediato. O governo grego recorre à Liga das Nações para um empréstimo, mas não há entendimento. Atenas decide suspender todos os pagamentos de juros. É o default unilateral. A partir daí arrastam-se negociações ao longo de oito anos, com diversos ziguezagues, até janeiro de 1940, quando se consegue um acordo. Atenas cumpre até abril de 1941, quando ocorre a invasão alemã que duraria até outubro de 1944. Os nazis na fuga deixaram o país praticamente destruído. O dracma sofreu cinco desvalorizações brutais entre 1945 e 1949. A guerra civil inicia-se em 1946 e durou até 1949.

PS: A Grécia voltou aos holofotes internacionais em matéria de crise da dívida soberana em final de 2009. Entre 1979 e 2008 a evolução da notação de crédito da Grécia foi muito positiva e inclusive, tal como no caso de Portugal, era um país candidato a uma "graduação", ou seja, a uma saída definitiva da zona de tradição prolongada de risco de default.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1187
Registado: 4/11/2002 23:12
Localização: Portugal

por L.S.S » 11/2/2012 12:17

A-330 Escreveu:
nuuuno Escreveu:voces todos que estao ai a defender os gregos por terem sido desonestos e aldraboes ponham-se no lugar de quem lhes está a emprestar dinheiro... e digam-me: emprestariam mais?? depois de anos a emprestar e os gregos a esbanjar será que iriam continuar a emprestar?! eu tou farto dos gregos e das soluções deles (greves)!! pensem em portugal...que durante anos foi ajudado (quantos milhoes entraram nos ultimos 30 anos) de ajudas e agora chamam aos alemaes de hitlers...sinceramente...é cuspir no prato que se comeu e dar razao aos politicos ( pessimos gestores ) deste pais...


Alguém com lucidez..

A330


Desonestos, aldrabões e caloteiros... porque quem lhes emprestou dinheiro "vai ficar arder"...
Bull And Bear Markets
O jogo da especulação é o mais fascinante do mundo. Mas não é um jogo para os estúpidos, para os mentalmente preguiçosos, para aqueles com fraco balanço emocional e nem para os que querem ficar ricos rapidamente. Esses vão morrer pobres. Jesse Livermore
 
Mensagens: 2805
Registado: 29/11/2007 13:03
Localização: 10

por A330-300 » 11/2/2012 11:34

nuuuno Escreveu:voces todos que estao ai a defender os gregos por terem sido desonestos e aldraboes ponham-se no lugar de quem lhes está a emprestar dinheiro... e digam-me: emprestariam mais?? depois de anos a emprestar e os gregos a esbanjar será que iriam continuar a emprestar?! eu tou farto dos gregos e das soluções deles (greves)!! pensem em portugal...que durante anos foi ajudado (quantos milhoes entraram nos ultimos 30 anos) de ajudas e agora chamam aos alemaes de hitlers...sinceramente...é cuspir no prato que se comeu e dar razao aos politicos ( pessimos gestores ) deste pais...


Alguém com lucidez..

A330
 
Mensagens: 1503
Registado: 30/1/2005 12:51
Localização: Lx

por Opcard » 11/2/2012 10:23

Com as novas ajudas da Europa chegamos aos 400 000 000 000 de euros 2 anos de PIB grego.
Haja coragem pois todos sabem qual é o caminho....
 
Mensagens: 4581
Registado: 14/3/2009 0:19
Localização: 16

por alexandre7ias » 11/2/2012 5:20

pudzianowski Escreveu:Cada um deve ser responsável pela forma como aplica esses fundos.

Se alguém tem culpa por ter derretido o dinheiro em "BMW" foi quem recebeu o dinheiro e não o aplicou da melhor forma.

De certeza que também não irias querer que fosse o teu patrão a decidir onde e como é que deves gastar o teu ordenado :wink:


ferradura Escreveu:Emprestaram-nos para destruirmos a pesca, comprarmos BMW, acabarem com as nossas fabricas, e imporem-nos regras de modo a comprarmos produtos e tecnologias.
Veja-se a PAC, quem beneficia.

Fora com esses alemães, o que eles querem, é o que Hitler não consegui com a força das armas.

nuuuno Escreveu:voces todos que estao ai a defender os gregos por terem sido desonestos e aldraboes ponham-se no lugar de quem lhes está a emprestar dinheiro... e digam-me: emprestariam mais?? depois de anos a emprestar e os gregos a esbanjar será que iriam continuar a emprestar?! eu tou farto dos gregos e das soluções deles (greves)!! pensem em portugal...que durante anos foi ajudado (quantos milhoes entraram nos ultimos 30 anos) de ajudas e agora chamam aos alemaes de hitlers...sinceramente...é cuspir no prato que se comeu e dar razao aos politicos ( pessimos gestores ) deste pais...




Já agora cada um deve ser responsavel pela forma como esprestou o dinheiro. Se emprestou a quem agora nao pode pagar azar. Tudo isto vai acabar muito mal.
O Sol brilha todos os dias, os humanos é que não!
Android Mobile
Imagem
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 3732
Registado: 24/2/2005 19:41
Localização: Maia

por pudzianowski » 11/2/2012 0:10

Cada um deve ser responsável pela forma como aplica esses fundos.

Se alguém tem culpa por ter derretido o dinheiro em "BMW" foi quem recebeu o dinheiro e não o aplicou da melhor forma.

De certeza que também não irias querer que fosse o teu patrão a decidir onde e como é que deves gastar o teu ordenado :wink:


ferradura Escreveu:Emprestaram-nos para destruirmos a pesca, comprarmos BMW, acabarem com as nossas fabricas, e imporem-nos regras de modo a comprarmos produtos e tecnologias.
Veja-se a PAC, quem beneficia.

Fora com esses alemães, o que eles querem, é o que Hitler não consegui com a força das armas.

nuuuno Escreveu:voces todos que estao ai a defender os gregos por terem sido desonestos e aldraboes ponham-se no lugar de quem lhes está a emprestar dinheiro... e digam-me: emprestariam mais?? depois de anos a emprestar e os gregos a esbanjar será que iriam continuar a emprestar?! eu tou farto dos gregos e das soluções deles (greves)!! pensem em portugal...que durante anos foi ajudado (quantos milhoes entraram nos ultimos 30 anos) de ajudas e agora chamam aos alemaes de hitlers...sinceramente...é cuspir no prato que se comeu e dar razao aos politicos ( pessimos gestores ) deste pais...
 
Mensagens: 20
Registado: 17/9/2010 20:09
Localização: 14

por JMHP » 10/2/2012 23:07

nuuuno Escreveu:voces todos que estao ai a defender os gregos por terem sido desonestos e aldraboes ponham-se no lugar de quem lhes está a emprestar dinheiro... e digam-me: emprestariam mais?? depois de anos a emprestar e os gregos a esbanjar será que iriam continuar a emprestar?! eu tou farto dos gregos e das soluções deles (greves)!! pensem em portugal...que durante anos foi ajudado (quantos milhoes entraram nos ultimos 30 anos) de ajudas e agora chamam aos alemaes de hitlers...sinceramente...é cuspir no prato que se comeu e dar razao aos politicos ( pessimos gestores ) deste pais...


:clap: :clap:
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1659
Registado: 19/5/2009 18:26
Localização: 12

por ferradura » 10/2/2012 22:46

Emprestaram-nos para destruirmos a pesca, comprarmos BMW, acabarem com as nossas fabricas, e imporem-nos regras de modo a comprarmos produtos e tecnologias.
Veja-se a PAC, quem beneficia.

Fora com esses alemães, o que eles querem, é o que Hitler não consegui com a força das armas.

nuuuno Escreveu:voces todos que estao ai a defender os gregos por terem sido desonestos e aldraboes ponham-se no lugar de quem lhes está a emprestar dinheiro... e digam-me: emprestariam mais?? depois de anos a emprestar e os gregos a esbanjar será que iriam continuar a emprestar?! eu tou farto dos gregos e das soluções deles (greves)!! pensem em portugal...que durante anos foi ajudado (quantos milhoes entraram nos ultimos 30 anos) de ajudas e agora chamam aos alemaes de hitlers...sinceramente...é cuspir no prato que se comeu e dar razao aos politicos ( pessimos gestores ) deste pais...
 
Mensagens: 786
Registado: 5/4/2010 21:14
Localização: 1

por corvo_47 » 10/2/2012 22:00

Acho que nos estamos a concentrar muito nos gregos e a "evitar" a Europa como um todo.

Infelizmente o problema Europeu, ao contrário do que alguns políticos incompetentes tentam transmitir, não me parece ser de liquidez mas sim de solvabilidade.

Um abraço.
"Nunca te é dado um desejo, sem te ser dada a capacidade de o realizares. Contudo poderás ter que lutar por ele" Richard Bach "in Ilusões"

corvo_47 = corvo47, registado desde Março de 2008.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 78
Registado: 19/12/2009 21:59
Localização: Terra Média

por nuuuuno » 10/2/2012 16:44

voces todos que estao ai a defender os gregos por terem sido desonestos e aldraboes ponham-se no lugar de quem lhes está a emprestar dinheiro... e digam-me: emprestariam mais?? depois de anos a emprestar e os gregos a esbanjar será que iriam continuar a emprestar?! eu tou farto dos gregos e das soluções deles (greves)!! pensem em portugal...que durante anos foi ajudado (quantos milhoes entraram nos ultimos 30 anos) de ajudas e agora chamam aos alemaes de hitlers...sinceramente...é cuspir no prato que se comeu e dar razao aos politicos ( pessimos gestores ) deste pais...
 
Mensagens: 1233
Registado: 10/11/2011 10:05

por L.S.S » 10/2/2012 16:32

Grécia A Beira Do Abismo 01


<iframe width="420" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/8QtHjjPDnnE" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
http://www.youtube.com/user/especuladorzen

Grécia A Beira Do Abismo 02

<iframe width="420" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/IKUXDI_qfUc" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
http://www.youtube.com/user/especuladorzen
Bull And Bear Markets
O jogo da especulação é o mais fascinante do mundo. Mas não é um jogo para os estúpidos, para os mentalmente preguiçosos, para aqueles com fraco balanço emocional e nem para os que querem ficar ricos rapidamente. Esses vão morrer pobres. Jesse Livermore
 
Mensagens: 2805
Registado: 29/11/2007 13:03
Localização: 10

por L.S.S » 10/2/2012 15:57

O Sonho do Hitler esta-se a concretizar sem ser preciso usar Armas..
Bull And Bear Markets
O jogo da especulação é o mais fascinante do mundo. Mas não é um jogo para os estúpidos, para os mentalmente preguiçosos, para aqueles com fraco balanço emocional e nem para os que querem ficar ricos rapidamente. Esses vão morrer pobres. Jesse Livermore
 
Mensagens: 2805
Registado: 29/11/2007 13:03
Localização: 10

por FerroPT » 10/2/2012 15:42

Mas os outros dois partidos que formam governo juntos tem mais de 75% dos votos, portanto não vejo como o acordo poderá ser posto em causa por o menor partido da coligação...
 
Mensagens: 472
Registado: 25/11/2011 13:33
Localização: Lisboa

por escada1 » 10/2/2012 15:35

Acreditem no escada1

Anda-se a brincar com o fogo.NUNCA, MAS NUNCA os gregos se irão ajoalhar perante nos alemães.
NÃO SE ESQUEçAM que foi assim que Hitler subiu ao poder.



"Partido de extrema-direita que apoia Governo grego não vai aprovar acordo
"
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=537581


escada1 Escreveu:As medidas "FORAM" muito mais duras ?
Nós que temos um ordenado minimo MUITO inferior ?

Nós é que temos tido medidas brutais.E o que ganhámos ?

MAIS mediddas

SE a Grecia bater com a porta, poderá :

-Voltar ao Drakma
-Tentar obter apoio junto dos "inimigos" da europa (Hugo Chavez, Irão, China).E estes, só para chatear até cederem.

Ou seja, um problema economico PODERá tornar-se num problema politico.

A isso, podermos ter no seio da europa um governo de extrema direita.

Com isso, poderiamos ter um incumprimento total por parte da Grecia.
Por isso os seus problemas estariam resolvidos.

Por isso, aceitar o plano da troika não é liquido.

Sabes, no séc XIX, houve brutais emprestimos ao Egipto por alguns paises da europa (principalmente inglaterra) para desenvolverem industria do algodão (dos quais eram produtores) e caminhos de ferro.

O problema é que as coisas correram mal, e industria não resultou, e os Egipcios viram-se com uma divida Brutal, e sem capacidade de a pagar.

Assim os ingleses viram-se na legitimidade de ocupar e ficar e sacar do Egipto o que queria.

Por isso, temos de ter atenção à história.Nada é liquido.


Ulisses Pereira Escreveu:escada, apenas te estou a dizer que a alternativa é não ter dinheiro para nada e é muito pior, muito mais triste e muito mais pobre.

Mas tu, como os gregos, prefere queixar-se do que encontrar alternativas.

E, por isso, as medidas na Grécia já são bastante mais duras do que em Portugal. Porque aqui o povo tem tido o bom senso de colaborar.
 
Mensagens: 453
Registado: 23/8/2011 11:35
Localização: 12

Re: Default grego

por Nunooo » 9/2/2012 15:58

Fiscalista Escreveu:Ora aí está o default grego... até agora tudo bem.

Como será a reacção das agências de rating? E vão ser despoletados os CDS's da dívida grega?

Consequências?



acho que estás enganado :)


.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 500
Registado: 1/4/2009 0:25
Localização: 14

Re: Default grego

por rtt » 9/2/2012 15:55

Fiscalista Escreveu:Ora aí está o default grego... até agora tudo bem.

Como será a reacção das agências de rating? E vão ser despoletados os CDS's da dívida grega?

Consequências?


então a grecia já entrou em default?
 
Mensagens: 75
Registado: 8/1/2010 2:08
Localização: 16

AnteriorPróximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Google [Bot], josehenry400 e 252 visitantes