Olha, os gastadores afinal somos nós....
HU Escreveu:Ora bem, Pata. Já estamos um "tudo nada" mais próximos. Ainda assim, deixo uma reflexão : componente social tem vários pilares : Pensões (se forem cortadas, digamos a 2000 euros, o problema fica exactamente na mesma em termos de magnitude), saúde , apoio no desemprego e na doença, educação (gratuita, ou quase), todos eles têm um peso muito grande nas despesas do Estado. é socialmente injusto e pouco produtivo "começar" pelos que já não estão a tempo de fazer seja o que for. A mim parece-me que aplicar com rigor uma política fiscal de incidência progressiva (falta apenas o rigor), sanear as contas e ser rigoroso nas despesas de saúde e educação, regulamentar as pensões para que as mesmas sejam adequadas pelo menos ao principio da carreira contributiva (e criar um período de transição para um novo modelo, eventualmente plafonado), fiscalizar rigorosamente as prestações na doença e no desemprego, tudo isto pode ser feito em simultâneo e certamente com exito e sobretudo com justiça.
Talvez eu seja de uma certa esquerda que não há em Portugal, mas o meu modelo de sociedade existe lá mais para o norte (e conheço-a bem...!).
Hu, simplista é achar que limitar as pensões aos 2000 euros é o que há a fazer. Enquanto as pensões não forem função dos reais descontos de cada um e não houver ajuste da idade de reforma à esperança de vida, não vais a lado algum com o sistema de pensões. Os que já estão reformados estão a receber montantes que nunca descontaram. Os que estão a pagar, estão a pagar para algo que nunca irão receber. Tudo o resto que sugeres faz parte do que precisa de ser feito e que faz parte da responsabilidade do estado e não da nossa. Ou seja, entra exactamente dentro da categoria de "o estado que organize os seus gastos com o MEU dinheiro antes de comentar os gastos que eu faço com o meu."
Basta sair a rua para ver os carros q aí andam ... Há uns tempos uns amigos holandeses estiveram cá e perguntaram q raio de crise é q havia cá em Portugal, depois é normal q não aceitem emprestar dinheiro a PT, qd vêem q vivemos a grande e a francesa ... Faz-me lembrar a hostória da cigarra e da formiga 

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Ora bem, Pata. Já estamos um "tudo nada" mais próximos. Ainda assim, deixo uma reflexão : componente social tem vários pilares : Pensões (se forem cortadas, digamos a 2000 euros, o problema fica exactamente na mesma em termos de magnitude), saúde , apoio no desemprego e na doença, educação (gratuita, ou quase), todos eles têm um peso muito grande nas despesas do Estado. é socialmente injusto e pouco produtivo "começar" pelos que já não estão a tempo de fazer seja o que for. A mim parece-me que aplicar com rigor uma política fiscal de incidência progressiva (falta apenas o rigor), sanear as contas e ser rigoroso nas despesas de saúde e educação, regulamentar as pensões para que as mesmas sejam adequadas pelo menos ao principio da carreira contributiva (e criar um período de transição para um novo modelo, eventualmente plafonado), fiscalizar rigorosamente as prestações na doença e no desemprego, tudo isto pode ser feito em simultâneo e certamente com exito e sobretudo com justiça.
Talvez eu seja de uma certa esquerda que não há em Portugal, mas o meu modelo de sociedade existe lá mais para o norte (e conheço-a bem...!).

Talvez eu seja de uma certa esquerda que não há em Portugal, mas o meu modelo de sociedade existe lá mais para o norte (e conheço-a bem...!).

oscar.coelho Escreveu:RcrdPrnt Escreveu:Á aqueles que tinham crédito de habitação e depois o vizinho comprou um carro topo de gama, eles também queriam um e vota abaixo fazer mais um crédito para o auto, e agora gritem que o estado tiram tudo e não teem dinheiro para a comida, e sobre preciso durante a semana toda vão almoçar ao restaurante como gente da alta..... acordem.. o tempo de viver á grande acabou...(para alguns).....
Mas que conversa mais aparvalhada. Achas portanto que o tempo de viver à grande acabou "para alguns". Já agora para quais?RcrdPrnt Escreveu:e agora por o Governo não dar o dia de Carnaval, já está tudo contra, ok.... depois digam que teremos mais sacrifícios... isto só muda com produção e ñ é trabalhar 11meses e ganhar 14 meses...
e mais não digo... a mentalidade das pessoas é que tem de mudar.....
Pois eu diria mais, acho que isto só se resolve se se trabalhar 14 meses recebendo 11. Mas só "para alguns" porque outros ganham segundo o seu "valor de mercado".
um abraço
oscar
Para os que ganham pouco e fazem vida de rico sempre disse e digo "eu com as calças do meu pai também sou um homem"
Se ganho pouco, não faço vida de luxo, posso ter casa e carro, mas não palácios e altas bombas desportivas.
O problema está ai, as famílias foram "pra lá" do que podiam, sem fazer contas.
Se não podia ter um carro de 50.000€ novinho em folha compravam um por 10.000/15.000€, mas não, queriam porque o vizinho também tinha, mas esquecem-se que o orçamento do vizinho era 4x mais do que o dele, e mesmo assim á que pedir crédito para o comprar...
Não estou compra ás pessoas que tenham luxo, mas alguns não tinham hipótese de o ter e mesmo assim o quiseram ter...
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HU, sem dúvida. Mas como em tudo o que é para resolver e que se resolve, atacam-se os problemas pelas suas partes maiores e mais significativas. E o estado é um dos nossos males maiores, sendo que a componente social é a maior parcela dos gastos. Logo...
A dívida privada pode até ser grande mas são os privados quem está a pagar e irá pagar o que o estado gasta a mais. Os privados actuais, os que já estão a pagar, os filhos desses e os netos que ainda nem nasceram.
A dívida privada pode até ser grande mas são os privados quem está a pagar e irá pagar o que o estado gasta a mais. Os privados actuais, os que já estão a pagar, os filhos desses e os netos que ainda nem nasceram.
A Pata simplifica muito as coisas. As pensões foram erigidas ultimamente como o principal problema do Estado (sobretudo as mais elevadas). Acontece que bem mais grave que o problema da dívida pública é a divida privada, e essa não me parece que tenha origem nos pensionistas, deve andar mais pelos lados da geração ainda no activo (carro, casa, férias, etc...). Isto para concluir que colocar o ónus da situação numa causa e quase que apenas em uma, é pouco consistente com uma avaliação objectiva. É verdade que o Estado tem gasto acima do que pode (mas só em pensões ?) e não deixa de ser verdade que o País está endividado (publico e Privado) e que tem que pagar as suas dívidas, mas colocar o problema numa óptica quase geracional é iludir a questão, esteja-se de que lado estiver do ponto de vista ideológico.


RcrdPrnt Escreveu:Á aqueles que tinham crédito de habitação e depois o vizinho comprou um carro topo de gama, eles também queriam um e vota abaixo fazer mais um crédito para o auto, e agora gritem que o estado tiram tudo e não teem dinheiro para a comida, e sobre preciso durante a semana toda vão almoçar ao restaurante como gente da alta..... acordem.. o tempo de viver á grande acabou...(para alguns).....
Mas que conversa mais aparvalhada. Achas portanto que o tempo de viver à grande acabou "para alguns". Já agora para quais?
RcrdPrnt Escreveu:e agora por o Governo não dar o dia de Carnaval, já está tudo contra, ok.... depois digam que teremos mais sacrifícios... isto só muda com produção e ñ é trabalhar 11meses e ganhar 14 meses...
e mais não digo... a mentalidade das pessoas é que tem de mudar.....
Pois eu diria mais, acho que isto só se resolve se se trabalhar 14 meses recebendo 11. Mas só "para alguns" porque outros ganham segundo o seu "valor de mercado".
um abraço
oscar
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Sim isso é verdade, á por ai muitas pessoas pensam que estão num mundo virtual e vivem á grande, mas se virarem de cabeça para baixo não sai nada do bolso, só dividas!
E agora esses mesmos vêem para a rua fazer manifestações que, querem aquilo e aquilo, mas no fundo ainda não fizeram nada pela sociedade!
Á aqueles que tinham crédito de habitação e depois o vizinho comprou um carro topo de gama, eles também queriam um e vota abaixo fazer mais um crédito para o auto, e agora gritem que o estado tiram tudo e não teem dinheiro para a comida, e sobre preciso durante a semana toda vão almoçar ao restaurante como gente da alta..... acordem.. o tempo de viver á grande acabou...(para alguns).....
e agora por o Governo não dar o dia de Carnaval, já está tudo contra, ok.... depois digam que teremos mais sacrifícios... isto só muda com produção e ñ é trabalhar 11meses e ganhar 14 meses...
e mais não digo... a mentalidade das pessoas é que tem de mudar.....
E agora esses mesmos vêem para a rua fazer manifestações que, querem aquilo e aquilo, mas no fundo ainda não fizeram nada pela sociedade!
Á aqueles que tinham crédito de habitação e depois o vizinho comprou um carro topo de gama, eles também queriam um e vota abaixo fazer mais um crédito para o auto, e agora gritem que o estado tiram tudo e não teem dinheiro para a comida, e sobre preciso durante a semana toda vão almoçar ao restaurante como gente da alta..... acordem.. o tempo de viver á grande acabou...(para alguns).....
e agora por o Governo não dar o dia de Carnaval, já está tudo contra, ok.... depois digam que teremos mais sacrifícios... isto só muda com produção e ñ é trabalhar 11meses e ganhar 14 meses...
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Olha, os gastadores afinal somos nós....
Entrevista
Passos Coelho: "Já estamos pobres. Alguns é que não deram conta disso"
03.02.2012 - 08:46 Por Victor Ferreira
O primeiro-ministro português considera que é obrigatório rever as condições de financiamento do sector privado em Portugal. Por isso defende que, em Fevereiro, quando a troika voltar a avaliar o cumprimento do acordo de assistência financeira, o Governo terá de demonstrar para lá de qualquer dúvida de que é preciso "analisar o cenário macroeconómico com mais realismo" para "evitar uma quebra de financiamento para as empresas privadas".
Numa extensa entrevista publicada nesta sexta-feira no semanário Sol, Pedro Passos Coelho admite que é preciso "alguma flexibilidade para descobrir soluções" que evitem a asfixia da economia. "Há muitas empresas viáveis, nomeadamente na área da exportação, que têm vindo a enfrentar uma restrição de crédito muito activa, o que pode comprometer uma parte do programa" de recuperação das finanças públicas e, sobretudo, da economia. "Espero que neste terceiro exame [ao cumprimento do acordo com a troika, cuja avaliação será feita em Fevereiro] seja mais fácil documentar em concreto essas dificuldades – e encontrar, da parte da troika, alguma flexibilidade para descobrir soluções", refere Passos Coelho.
Este problema, afirma o governante, já tinha sido identificado e posto em cima da mesa na segunda avaliação intercalar. Porém, "não houve capacidade na altura de evidenciar aquilo que é um sentimento generalizado", refere o líder do Executivo, salientando que o problema reside no facto de num fecho demasiado rápido do crédito, conjugado com a necessidade de refinanciar a dívida do sector público sem disponibilidade da banca internacional. "Nós temos uma economia demasiado viciada em crédito (...) e isso não é bom. (...) Se o ritmo dessa desalavancagem do sistema financeiro for muito intenso, numa altura em que estamos (...) a retrair a despesa pública, isso pode tornar-se contraproducente no médio prazo", salienta.
Este problema tornou-se ainda mais sensível porque o pressuposto do programa de saneamento das contas públicas era que o sector empresarial do Estado encontraria na banca internacional apoio para refinanciar a sua dívida. Ora esse mercado está fechado", vinca o primeiro-ministro português, que reitera a ideia que não pretende pedir nem mais tempo nem mais dinheiro para sanear as contas portuguesas, mantendo como objectivo o regresso do país aos mercados financeiros em Setembro de 2013.
Sem crédito internacional, resta às empresas públicas refinanciarem os seus passivos com a banca nacional, refere Passos Coelho. Conclusão: esse crédito "não estará disponível para as empresas privadas", um problema que exige como solução uma maior flexibilidade na aplicação do programa delineado a partir do memorando de entendimento assinado por Portugal, Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.
Depois de explicar o episódio do "desvio colossal" – expressão usada numa reunião interna do PSD para justificar medidas draconianas como a sobretaxa de IRS equivalente ao corte de 50% do subsídio de Natal dos trabalhadores em 2011 – Passos Coelho elege a correcção da dívida como o objectivo fundamental porque "não há nenhum país que consiga crescer com excesso de dívida". "Não há mais dinheiro para gastar – e portanto temos de adequar as nossas necessidades de financiamento àquilo que somos capazes de produzir. E isso envolve políticas de austeridade e de habituar a sociedade a consumir menos recursos do que aqueles que tem consumido..."
Esta é uma tónica da entrevista porque "pobres já nos estamos", conclui Passos Coelho. "Há é pessoas que ainda não se deram conta disso e continuaram a viver como se não fossem pobres, Viveram não daquilo que tinham mas daquilo que lhes emprestavam". Portanto, "falar de políticas de crescimento em Portugal é, em primeiro lugar, falar da sustentabilidade da própria dívida do Estado, E isso implica um programa de austeridade."
Eu acho engraçado que o representante do estado afirme: "pobres já nos estamos", conclui Passos Coelho. "Há é pessoas que ainda não se deram conta disso e continuaram a viver como se não fossem pobres, Viveram não daquilo que tinham mas daquilo que lhes emprestavam".
Isso aplica-se em primeiro lugar AO ESTADO que ele representa e continua a aplicar-se ao ESTADO que, ao contrário dos contribuintes, não reduziu a despesa mas aumentou à força a receita por estratagemas vários que passam pela cobrança de muito mais impostos, por terem ido buscar fundos de pensões para encher números e continuando a aceitar regimes de excepção nos cortes de despesa a torto e a direito. Bem, sendo que, pior, não chegam a abordar o grosso da coluna dos seus próprios gastos (pensões) porque seria incomodativo e impopular. "Chato", portanto.
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