default grego... á beira do abismo e parece tudo bem
Dois modelos para a Europa
HansWerner Sinn
As taxas de juros da dívida pública dos países da Zona Euro voltaram a subir, tal como aconteceu antes da introdução do euro. As disparidades entre as balanças de pagamentos continuam a aumentar. A crise da dívida soberana alastra-se da periferia para o centro e o êxodo de capitais está a acelerar. Desde o verão, 300 mil milhões de dólares (cerca de 236 mil milhões de euros) – valores líquidos – poderão ter saído de Itália e França.
As máquinas de impressão nos bancos centrais de França e Itália não têm parado para compensar a saída de dinheiro do país. Mas isto apenas fomenta o êxodo de capital: a criação de mais dinheiro evita que as taxas de juro subam até um ponto em que é atractivo para o capital permanecer.
Se a Europa tivesse as mesmas regras dos Estados Unidos – onde os bancos regionais da Reserva Federal têm que pagar à Reserva Federal para imprimir dinheiro com activos colaterizados em ouro, os bancos europeus não criariam tanto dinheiro e a fuga de capitais seria limitada. Em vez disso, a impressão de dinheiro está a ajudar e a instigar o êxodo de capital.
Se a Zona Euro não quer controlar os fluxos de capitais, só tem duas alternativas: tornar a emissão local de dinheiro mais difícil ou oferecer garantias de investimento nos países que os mercados consideram inseguros.
A primeira opção é o caminho Americano, que também exige que os compradores suportem os riscos inerentes aos activos públicos e privados. Não se recorre aos contribuintes, mesmo nos casos mais extremos, e os Estados podem ir à falência.
A segunda opção é o caminho socialista. As garantias de investimento, levarão, através da emissão de obrigações europeias, à socialização dos riscos inerentes à dívida pública. Como os Estados-membros passam, neste caso, uns aos outros garantias de crédito gratuitas, as taxas de juros das obrigações soberanas já não podem variar de acordo com a solvência ou a capacidade de pagamento de um país. Quanto menos sólido for um país, menor será a sua taxa de juro efectiva esperada.
O caminho socialista resulta, necessariamente, do livre acesso à emissão de moeda, que até agora tem caracterizado a Zona Euro. Enquanto os bancos – e em consequência os governos, que vendem a sua dívida aos bancos – poderem obter crédito barato em qualquer montante junto do Sistema Europeu de Bancos Centrais, a Europa vai continuar a ser volátil. O êxodo de capitais vai continuar e irão acumular-se os direitos que os bancos centrais do norte, em particular o Bundesbank e o banco central da Holanda, detêm sobre os bancos centrais do sul da Europa.
Na Alemanha, estes direitos representam metade de toda a riqueza externa, cerca de 500 mil milhões de euros. Já que estes direitos se perderiam se o euro colapsasse, a pressão política para adoptar as obrigações europeias é cada vez maior.
Mas a anuência da Alemanha teria um efeito desastroso para a Europa. O Fundo Europeu de Estabilidade Financeira tornar-se-ia numa agência de planeamento socialista, com a função de organizar fluxos de capital público na Europa, frustrando a função de alocação dos mercados. A consequência seria uma redução do crescimento económico, devido a uma má afectação de capital escasso, e estagnação em áreas chave.
A situação não melhora se se controlar os fluxos de capitais através de um governo orçamental, que é o que os países da Zona Euro decidiram que querem agora. Com os devedores a determinar as regras sairão mais capitais do que permitiriam os mercados.
Esta distorção será óbvia mesmo nos países que beneficiam do crédito adicional, porque as obrigações europeias proporcionam segurança apenas para a dívida pública. Os devedores privados vão continuar a ter dificuldades em encontrar capital, o que levará a uma expansão do sector público face ao privado. Um dos fundadores do Banco Central Europeu, Otmar Issing, tem-se referido a esta questão como um caminho para a servidão.
Mas não é um caminho fácil, já que ameaça gerar resistência dos contribuintes e sindicatos dos países exportadores de capital contra a saída de capital. Na Alemanha, em particular, irá surgir uma enorme resistência se o país – através da introdução de obrigações europeias – regressar à crise que sofreu em resultado da convergência das taxas de juro após a introdução do euro.
Apenas a alternativa Americana é viável. Os spreads das taxas de juro de longo e curto prazo são determinadas pela solvência da economia e quem quiser taxas de juro baixas terá que apresentar uma garantia real.
O caminho americano não implica, necessariamente, ter mão dura sobre os países em crise. Pode ser combinado com um sistema de ajuda limitado, que permita uma cobertura parcial dos investidores contra a insolvência de um país.
Este modelo, previsto pelo Grupo Europeu de Aconselhamento Económico do CESifo, conservaria os efeitos disciplinadores dos spreads das taxas de juro, ao mesmo tempo que imporia limites para restringir os extremos de pânico nos mercados de capitais. Oferece a última oportunidade de evitar o socialismo da dívida.
Hans-Werner Sinn é professor de Economia e Finanças Públicas na Universidade de Munique e presidente do Instituto Ifo.
© Project Syndicate, 2012.
www.project-syndicate.org
Tradução: Ana Luísa Marques
HansWerner Sinn
As taxas de juros da dívida pública dos países da Zona Euro voltaram a subir, tal como aconteceu antes da introdução do euro. As disparidades entre as balanças de pagamentos continuam a aumentar. A crise da dívida soberana alastra-se da periferia para o centro e o êxodo de capitais está a acelerar. Desde o verão, 300 mil milhões de dólares (cerca de 236 mil milhões de euros) – valores líquidos – poderão ter saído de Itália e França.
As máquinas de impressão nos bancos centrais de França e Itália não têm parado para compensar a saída de dinheiro do país. Mas isto apenas fomenta o êxodo de capital: a criação de mais dinheiro evita que as taxas de juro subam até um ponto em que é atractivo para o capital permanecer.
Se a Europa tivesse as mesmas regras dos Estados Unidos – onde os bancos regionais da Reserva Federal têm que pagar à Reserva Federal para imprimir dinheiro com activos colaterizados em ouro, os bancos europeus não criariam tanto dinheiro e a fuga de capitais seria limitada. Em vez disso, a impressão de dinheiro está a ajudar e a instigar o êxodo de capital.
Se a Zona Euro não quer controlar os fluxos de capitais, só tem duas alternativas: tornar a emissão local de dinheiro mais difícil ou oferecer garantias de investimento nos países que os mercados consideram inseguros.
A primeira opção é o caminho Americano, que também exige que os compradores suportem os riscos inerentes aos activos públicos e privados. Não se recorre aos contribuintes, mesmo nos casos mais extremos, e os Estados podem ir à falência.
A segunda opção é o caminho socialista. As garantias de investimento, levarão, através da emissão de obrigações europeias, à socialização dos riscos inerentes à dívida pública. Como os Estados-membros passam, neste caso, uns aos outros garantias de crédito gratuitas, as taxas de juros das obrigações soberanas já não podem variar de acordo com a solvência ou a capacidade de pagamento de um país. Quanto menos sólido for um país, menor será a sua taxa de juro efectiva esperada.
O caminho socialista resulta, necessariamente, do livre acesso à emissão de moeda, que até agora tem caracterizado a Zona Euro. Enquanto os bancos – e em consequência os governos, que vendem a sua dívida aos bancos – poderem obter crédito barato em qualquer montante junto do Sistema Europeu de Bancos Centrais, a Europa vai continuar a ser volátil. O êxodo de capitais vai continuar e irão acumular-se os direitos que os bancos centrais do norte, em particular o Bundesbank e o banco central da Holanda, detêm sobre os bancos centrais do sul da Europa.
Na Alemanha, estes direitos representam metade de toda a riqueza externa, cerca de 500 mil milhões de euros. Já que estes direitos se perderiam se o euro colapsasse, a pressão política para adoptar as obrigações europeias é cada vez maior.
Mas a anuência da Alemanha teria um efeito desastroso para a Europa. O Fundo Europeu de Estabilidade Financeira tornar-se-ia numa agência de planeamento socialista, com a função de organizar fluxos de capital público na Europa, frustrando a função de alocação dos mercados. A consequência seria uma redução do crescimento económico, devido a uma má afectação de capital escasso, e estagnação em áreas chave.
A situação não melhora se se controlar os fluxos de capitais através de um governo orçamental, que é o que os países da Zona Euro decidiram que querem agora. Com os devedores a determinar as regras sairão mais capitais do que permitiriam os mercados.
Esta distorção será óbvia mesmo nos países que beneficiam do crédito adicional, porque as obrigações europeias proporcionam segurança apenas para a dívida pública. Os devedores privados vão continuar a ter dificuldades em encontrar capital, o que levará a uma expansão do sector público face ao privado. Um dos fundadores do Banco Central Europeu, Otmar Issing, tem-se referido a esta questão como um caminho para a servidão.
Mas não é um caminho fácil, já que ameaça gerar resistência dos contribuintes e sindicatos dos países exportadores de capital contra a saída de capital. Na Alemanha, em particular, irá surgir uma enorme resistência se o país – através da introdução de obrigações europeias – regressar à crise que sofreu em resultado da convergência das taxas de juro após a introdução do euro.
Apenas a alternativa Americana é viável. Os spreads das taxas de juro de longo e curto prazo são determinadas pela solvência da economia e quem quiser taxas de juro baixas terá que apresentar uma garantia real.
O caminho americano não implica, necessariamente, ter mão dura sobre os países em crise. Pode ser combinado com um sistema de ajuda limitado, que permita uma cobertura parcial dos investidores contra a insolvência de um país.
Este modelo, previsto pelo Grupo Europeu de Aconselhamento Económico do CESifo, conservaria os efeitos disciplinadores dos spreads das taxas de juro, ao mesmo tempo que imporia limites para restringir os extremos de pânico nos mercados de capitais. Oferece a última oportunidade de evitar o socialismo da dívida.
Hans-Werner Sinn é professor de Economia e Finanças Públicas na Universidade de Munique e presidente do Instituto Ifo.
© Project Syndicate, 2012.
www.project-syndicate.org
Tradução: Ana Luísa Marques
- Mensagens: 4581
- Registado: 14/3/2009 0:19
- Localização: 16
Re: nao é assim como dizem
nuuuno Escreveu:bom...eu sinceramente nao vejo problema nenhum na perda de soberania...é logico que a alemanha nao pode andar a "ajudar" paises e ajudar-se a ela sem contrapartidas...! sim...porque senao fosse a UE e o Euro portugal era mais parecido com 1 africa do que com europa...eu pessoalmente nao me incomodo...trabalho numa multinacional alema há 6 anos e tenho de admitir que a nivel de profissionalismo sao muito melhores que nos...para tudo há 1 plano, perseguiçao do plano e acompanhamento dos resultados esperados, riscos possiveis, etc...se nao se atingem os resultados procuram-se justificações, e acçoes para evitar que o mesmo aconteça! portanto...o que muita dessa Europa precisa é mesmo de alemaes a mandar!! p.s-depois a nivel de salarios, respeito pelo trabalhador, estao a grande nivel...já agora trbalho na BOSCH
Em Portugal nunca existe uma estratégia nem um plano.
Governa-se para o imediato.
O plano de 3 anos que existe deve-se à vinda da troika senão não existia plano nenhum.
Acredito que tenhamos um breve um novo plano, com uma extensão de mais uns anos do financiamento externo da troika. Parece que vai ser inevitável.
Editado pela última vez por Blue Epsilon em 30/1/2012 17:37, num total de 1 vez.
Segue a tendência e não te armes em herói ao tentar contrariá-la.
Podes tentar, mas o Mercado é um monstro selvagem que provavelmente te irá engolir.
Podes tentar, mas o Mercado é um monstro selvagem que provavelmente te irá engolir.
nao é assim como dizem
bom...eu sinceramente nao vejo problema nenhum na perda de soberania...é logico que a alemanha nao pode andar a "ajudar" paises e ajudar-se a ela sem contrapartidas...! sim...porque senao fosse a UE e o Euro portugal era mais parecido com 1 africa do que com europa...eu pessoalmente nao me incomodo...trabalho numa multinacional alema há 6 anos e tenho de admitir que a nivel de profissionalismo sao muito melhores que nos...para tudo há 1 plano, perseguiçao do plano e acompanhamento dos resultados esperados, riscos possiveis, etc...se nao se atingem os resultados procuram-se justificações, e acçoes para evitar que o mesmo aconteça! portanto...o que muita dessa Europa precisa é mesmo de alemaes a mandar!! p.s-depois a nivel de salarios, respeito pelo trabalhador, estao a grande nivel...já agora trbalho na BOSCH
- Mensagens: 1233
- Registado: 10/11/2011 10:05
AutoMech Escreveu:db7 Escreveu:Será que algum dia vamos conseguir pagar estes juros altíssimos?? Será que quem empresta a estes juros tem noção que pode ficar a "ver navios", com todas as consequências que aí advém?
Não estamos a pagar esses juros e ninguém está a emprestar a esses juros. Isto é o mercado secundário de obrigações. São yields e não taxas de juro. É a habitual desinformação dos media que não distinguem uma coisa da outra.
É muito importante o que o Automech refere.
Quem não entender o mínimo de mercados, vai sempre pensar que pagamos as taxas dos mercados secundários!
Às vezes penso mesmo que nem os jornalistas que escrevem estas alarvidades sabem realmente do assunto.
É de uma grande falta de profissionalismo dos media, onde o que interessa são títulos pomposos para chamar a atenção! Shame.
Segue a tendência e não te armes em herói ao tentar contrariá-la.
Podes tentar, mas o Mercado é um monstro selvagem que provavelmente te irá engolir.
Podes tentar, mas o Mercado é um monstro selvagem que provavelmente te irá engolir.
db7 Escreveu:Será que algum dia vamos conseguir pagar estes juros altíssimos?? Será que quem empresta a estes juros tem noção que pode ficar a "ver navios", com todas as consequências que aí advém?
Nos não estamos a pagar estes juros. Isto são transações feitas em mercado secundário; trata-se de yelds e não de juros.
.
db7 Escreveu:Será que algum dia vamos conseguir pagar estes juros altíssimos?? Será que quem empresta a estes juros tem noção que pode ficar a "ver navios", com todas as consequências que aí advém?
Não estamos a pagar esses juros e ninguém está a emprestar a esses juros. Isto é o mercado secundário de obrigações. São yields e não taxas de juro. É a habitual desinformação dos media que não distinguem uma coisa da outra.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
BCE compra dívida portuguesa
30 Janeiro 2012 | 14:36
Ana Luísa Marques - anamarques@negocios.pt
O Banco Central Europeu está a comprar dívida portuguesa no mercado secundário. A acção do BCE não está, no entanto, a conseguir travar a forte subida dos juros da dívida soberana.
De acordo com a Bloomberg, que cita fontes próximas do negócio, o Banco Central Europeu (BCE) está a comprar dívida pública portuguesa no mercado secundário.
As compras do banco central não estão, no entanto, a conseguir travar a forte subida dos juros da dívida portuguesa.
A taxa de juro implícita nas obrigações a três anos é a mais elevada e encontra-se no máximo de 24,382% ao disparar 327 pontos base, num dia em que os líderes europeus se encontram em Bruxelas para discutir medidas que reforcem o controlo das finanças públicas na Zona Euro.
A yield das obrigações com prazo de dois anos sobe 307,1 pontos base para 20,248%, tendo já chegado a negociar a níveis que levaram a taxa de juro implícita a atingir os 20,943% e a renovar máximos de Novembro de 2011.
No resto das economias da periferia da Zona Euro os juros implícitos na dívida também estão a subir, depois de a Fitch ter cortado o rating a cinco países da Zona Euro, entre os quais Espanha e Itália.
Estes são dois dos seis países da região que vão emitir 22 mil milhões de euros em dívida pública, esta semana. A Bélgica, Portugal, Alemanha, França também vão vender obrigações esta semana.
30 Janeiro 2012 | 14:36
Ana Luísa Marques - anamarques@negocios.pt
O Banco Central Europeu está a comprar dívida portuguesa no mercado secundário. A acção do BCE não está, no entanto, a conseguir travar a forte subida dos juros da dívida soberana.
De acordo com a Bloomberg, que cita fontes próximas do negócio, o Banco Central Europeu (BCE) está a comprar dívida pública portuguesa no mercado secundário.
As compras do banco central não estão, no entanto, a conseguir travar a forte subida dos juros da dívida portuguesa.
A taxa de juro implícita nas obrigações a três anos é a mais elevada e encontra-se no máximo de 24,382% ao disparar 327 pontos base, num dia em que os líderes europeus se encontram em Bruxelas para discutir medidas que reforcem o controlo das finanças públicas na Zona Euro.
A yield das obrigações com prazo de dois anos sobe 307,1 pontos base para 20,248%, tendo já chegado a negociar a níveis que levaram a taxa de juro implícita a atingir os 20,943% e a renovar máximos de Novembro de 2011.
No resto das economias da periferia da Zona Euro os juros implícitos na dívida também estão a subir, depois de a Fitch ter cortado o rating a cinco países da Zona Euro, entre os quais Espanha e Itália.
Estes são dois dos seis países da região que vão emitir 22 mil milhões de euros em dívida pública, esta semana. A Bélgica, Portugal, Alemanha, França também vão vender obrigações esta semana.
Cumpts.
Trisquel
A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
Trisquel
A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
O mega-plano Alemão está a correr conforme planeado.
A actual proposta de perda de soberania orçamental é um dos primeiros passos para uma integração Europeia sujeito as designios exclusivos da Alemanha, qual "master of puppets" a gerir à distância o destinho dos outros países, para melhor satisfazer os seus interesses.
A Grécia vai ter mesmo que dizer sim à actual proposta.
Por um lado o mero perdão de divida não chega, pois eles não têm liquidez e vão ter que pagar + de 14 mil milhões em Março.
Portanto ou caiem, estando o BCE já preparado para intervir na regularização da restante zona euro, ou sacrificam a sua soberania, a aí a Alemanha alcança o seu designio.
Bem-vindos à nova Aleuropa.
A actual proposta de perda de soberania orçamental é um dos primeiros passos para uma integração Europeia sujeito as designios exclusivos da Alemanha, qual "master of puppets" a gerir à distância o destinho dos outros países, para melhor satisfazer os seus interesses.
A Grécia vai ter mesmo que dizer sim à actual proposta.
Por um lado o mero perdão de divida não chega, pois eles não têm liquidez e vão ter que pagar + de 14 mil milhões em Março.
Portanto ou caiem, estando o BCE já preparado para intervir na regularização da restante zona euro, ou sacrificam a sua soberania, a aí a Alemanha alcança o seu designio.
Bem-vindos à nova Aleuropa.
The market gives; The market takes.
- Mensagens: 2386
- Registado: 29/11/2007 2:35
- Localização: Coimbra
Automech, vou tentar explicar melhor.
A liquidez não é transferida directamente do Banco privado Grego para o banco privado Alemão. A transferência é feita utilizando colaterais e segue o percurso:
1)Banco privado grego-2)Banco Central grego-3)BCE-4)Bundesbank-5)Banco privado alemão.
Quando a transferência é feita para o Banco privado na Alemanha, alguém tem de colocar lá o dinheiro, ou colateral que o banco privado aceite.
Como os bancos privados só aceitam colateral de qualidade, o Bundesbank é obrigado a ceder o que tem nas reservas. Em troca, o BCE inscreve no balanço mais uma dívida ao Bundesbank.
Assim, vai crescendo uma dívida do BCE ao Bundesbank que o BCE não pode pagar (porque o colateral que lá tem desvalorizou imenso).
Há um grande debate sobre o assunto. Uma série de artigos um pouco alarmistas apareceram em Dezembro do ano passado, o mais famoso é o seguinte:
http://www.voxeu.org/index.php?q=node/7391
O tema está longe de ser consensual, e já em Outubro o BCE contra-argumentou dizendo que o que se diz é falso. Há muita gente que tem opiniões diferentes dos autores do artigo acima, mas o assunto não é de todo claro.
http://economicsintelligence.com/2011/1 ... -involved/
Eu comecei a levar isto mais a sério quando o BCE apareceu com a operação LTRO de cedência de liquidez, no que me pareceu uma resposta a estas especulações. Claro, a versão oficial é diferente, mas nos ultimos dois anos tenho visto tanta disparidade entre versões oficiais e realidade, que acredito mais facilmente em quem está fora das instituições públicas.
O debate foi iniciado por Hans-Werner Sinn
http://www.voxeu.org/index.php?q=node/6599
que parece ter alguma credibilidade académica:
http://en.wikipedia.org/wiki/Hans-Werner_Sinn
A liquidez não é transferida directamente do Banco privado Grego para o banco privado Alemão. A transferência é feita utilizando colaterais e segue o percurso:
1)Banco privado grego-2)Banco Central grego-3)BCE-4)Bundesbank-5)Banco privado alemão.
Quando a transferência é feita para o Banco privado na Alemanha, alguém tem de colocar lá o dinheiro, ou colateral que o banco privado aceite.
Como os bancos privados só aceitam colateral de qualidade, o Bundesbank é obrigado a ceder o que tem nas reservas. Em troca, o BCE inscreve no balanço mais uma dívida ao Bundesbank.
Assim, vai crescendo uma dívida do BCE ao Bundesbank que o BCE não pode pagar (porque o colateral que lá tem desvalorizou imenso).
Há um grande debate sobre o assunto. Uma série de artigos um pouco alarmistas apareceram em Dezembro do ano passado, o mais famoso é o seguinte:
http://www.voxeu.org/index.php?q=node/7391
O tema está longe de ser consensual, e já em Outubro o BCE contra-argumentou dizendo que o que se diz é falso. Há muita gente que tem opiniões diferentes dos autores do artigo acima, mas o assunto não é de todo claro.
http://economicsintelligence.com/2011/1 ... -involved/
Eu comecei a levar isto mais a sério quando o BCE apareceu com a operação LTRO de cedência de liquidez, no que me pareceu uma resposta a estas especulações. Claro, a versão oficial é diferente, mas nos ultimos dois anos tenho visto tanta disparidade entre versões oficiais e realidade, que acredito mais facilmente em quem está fora das instituições públicas.
O debate foi iniciado por Hans-Werner Sinn
http://www.voxeu.org/index.php?q=node/6599
que parece ter alguma credibilidade académica:
http://en.wikipedia.org/wiki/Hans-Werner_Sinn
- Mensagens: 692
- Registado: 28/5/2008 1:17
Ativos e passivos estimado do TARGET2 em relação do Eurosistema em outubro de 2011.
Empréstimos do Bundesbank para o resto do Eurosistema € 465.000.000.000 em outubro de 2011.
Outros credores juntos com o Bundesbank tem a haver 672
Banco Central do Luxemburgo 85
Banco Central Holandês 89
Banco Central da Finlândia 33
Todos os outros devem 672
Portugal 57
ESPANHA 108
Grecia 101
etc
Empréstimos do Bundesbank para o resto do Eurosistema € 465.000.000.000 em outubro de 2011.
Outros credores juntos com o Bundesbank tem a haver 672
Banco Central do Luxemburgo 85
Banco Central Holandês 89
Banco Central da Finlândia 33
Todos os outros devem 672
Portugal 57
ESPANHA 108
Grecia 101
etc
- Mensagens: 4581
- Registado: 14/3/2009 0:19
- Localização: 16
Até quando isto vai funcionar???
O Fed oferece novas linhas de crédito ilimitado para o BCE nos acordos chamados de swap. Por sua vez, o BCE fornece capital para os bancos europeus em dificuldade. os bancos finaciam os estados
Portanto, se seguirmos o caminho do dinheiro o Fed empresta dinheiro para a Grécia ...
Do Wall Street Journal quantidade de swaps de dólar - ou seja, empréstimos – ao BCE eram US $ 2,4 bilhões. “ Subido a 14 de dezembro, para US $ 54 bilhões", diz o jornal. "Na semana seguinte, eles aumentaram mais de 8000 milhões ... Seja qual for a interpretação oficial, o Fed, através do BCE, trabalha para resgatar os bancos europeus e, indiretamente, os estados
Até agora, o resgate indirecto da Europa pelo Fed é relativamente baixa, de apenas 62 bilhões. Mas esperamos ver esse número aumentar significativamente ....
O crédito vem em linha recta de uma prensa de impressão....
O Fed oferece novas linhas de crédito ilimitado para o BCE nos acordos chamados de swap. Por sua vez, o BCE fornece capital para os bancos europeus em dificuldade. os bancos finaciam os estados
Portanto, se seguirmos o caminho do dinheiro o Fed empresta dinheiro para a Grécia ...
Do Wall Street Journal quantidade de swaps de dólar - ou seja, empréstimos – ao BCE eram US $ 2,4 bilhões. “ Subido a 14 de dezembro, para US $ 54 bilhões", diz o jornal. "Na semana seguinte, eles aumentaram mais de 8000 milhões ... Seja qual for a interpretação oficial, o Fed, através do BCE, trabalha para resgatar os bancos europeus e, indiretamente, os estados
Até agora, o resgate indirecto da Europa pelo Fed é relativamente baixa, de apenas 62 bilhões. Mas esperamos ver esse número aumentar significativamente ....
O crédito vem em linha recta de uma prensa de impressão....
- Mensagens: 4581
- Registado: 14/3/2009 0:19
- Localização: 16
K, podes explicar melhor ?
Aqui, tanto quanto me parece o banco Grego tem a liquidez, em contrapartida das obrigações Gregas que entregou no Banco Central.
Essa liquidez é transferida para a Alemanha.
Se foi recebida uma transferência num banco alemão parece-me que o processo termina aí, ou não ?
Este passo não o percebo. O BCE cedeu a liquidez ao Banco Grego que por sua vez a passou para o banco alemão.
A única coisa que vejo é o BCE enterrado em colateral de qualidade duvidosa e a liquidez na Alemanha a aumentar (e não a diminuir).
Deve-me estar a escapar algum pormenor da tua explicação.
K. Escreveu:1) A ordem é dada no banco grego.
2) O banco grego solicita a liquidez ao Banco da Grécia e como garantia fornece o colateral que tem disponível (ou seja, Obrigações Gregas).
3) O Banco da Grécia envia o colateral para o BCE, que fornece a liquidez.
Aqui, tanto quanto me parece o banco Grego tem a liquidez, em contrapartida das obrigações Gregas que entregou no Banco Central.
Essa liquidez é transferida para a Alemanha.
K. Escreveu:4) O Bundesbank deposita o dinheiro do grego numa conta num banco Alemão (que como instituição privada alemã só aceita colateral de boa qualidade-obrigações alemãs de preferência).
Se foi recebida uma transferência num banco alemão parece-me que o processo termina aí, ou não ?
K. Escreveu:5) O BCE fica a DEVER o dinheiro da transferência ao Bundesbank. Recorde-se que do outro lado tem como garantia colateral grego.
Este passo não o percebo. O BCE cedeu a liquidez ao Banco Grego que por sua vez a passou para o banco alemão.
A única coisa que vejo é o BCE enterrado em colateral de qualidade duvidosa e a liquidez na Alemanha a aumentar (e não a diminuir).
Deve-me estar a escapar algum pormenor da tua explicação.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Felipe Gonzalez: "Mania de Merkel" com o défice vai levar a Europa à insolvência
28/01/2012
O ex-governante, que falava num ato de apoio à candidatura de Alfredo Pérez Rubalcaba à secretaria-geral do PSOE em Madrid, afirmou que o Conselho Europeu de segunda-feira é novamente apresentado como histórico, tratando-se da 14.ª vez que anunciam o mesmo em um ano e dois meses.
Para González, que foi também secretário-geral do Partido Socialista espanhol, era preferível que a reunião de segunda-feira fosse "normalzinha" e que resolvesse dois ou três assuntos, o primeiro dos quais deve ser acabar "com essa mania em que entrou a Merkel" de que o problema da dívida da UE é um problema de solvência.
"Vai tornar-nos a todos insolventes", alertou, sublinhando que "a habilidade dos neo-conservadores", que dominaram o cenário político e ideológico nos últimos 20 anos, é fazer esquecer as causas da crise para se centrar apenas nos seus efeitos.
Querem dessa forma, acrescentou, que não se toque nas causas da crise para que continuem hegemónicos no panorama da governação mundial.
Reagindo às declarações de Merkel de que a Europa não pode demorar 10 anos a absorver a dívida, González recordou que as famílias levam 30 anos a pagar uma hipoteca e perguntou por que motivo o défice tem de chegar a 3% em 2013 e não em 2016.
Defendeu que está a esquecer-se que existe um problema de falta de liquidez, que as pequenas e médias empresas "estão a morrer" e está-se a destruir o emprego com "uma cura que leva à morte da economia".
28/01/2012
O ex-governante, que falava num ato de apoio à candidatura de Alfredo Pérez Rubalcaba à secretaria-geral do PSOE em Madrid, afirmou que o Conselho Europeu de segunda-feira é novamente apresentado como histórico, tratando-se da 14.ª vez que anunciam o mesmo em um ano e dois meses.
Para González, que foi também secretário-geral do Partido Socialista espanhol, era preferível que a reunião de segunda-feira fosse "normalzinha" e que resolvesse dois ou três assuntos, o primeiro dos quais deve ser acabar "com essa mania em que entrou a Merkel" de que o problema da dívida da UE é um problema de solvência.
"Vai tornar-nos a todos insolventes", alertou, sublinhando que "a habilidade dos neo-conservadores", que dominaram o cenário político e ideológico nos últimos 20 anos, é fazer esquecer as causas da crise para se centrar apenas nos seus efeitos.
Querem dessa forma, acrescentou, que não se toque nas causas da crise para que continuem hegemónicos no panorama da governação mundial.
Reagindo às declarações de Merkel de que a Europa não pode demorar 10 anos a absorver a dívida, González recordou que as famílias levam 30 anos a pagar uma hipoteca e perguntou por que motivo o défice tem de chegar a 3% em 2013 e não em 2016.
Defendeu que está a esquecer-se que existe um problema de falta de liquidez, que as pequenas e médias empresas "estão a morrer" e está-se a destruir o emprego com "uma cura que leva à morte da economia".
- Mensagens: 7051
- Registado: 17/2/2004 1:38
- Localização: PORTO
UE quer reforçar controlo orçamental, mas soberania de Atenas mantém-se
28/01/2012
"A Comissão está decidida a reforçar as suas capacidades de vigilância e está a tentar aumentá-las no terreno", declarou o porta-voz dos Assuntos Económicos, Amadeu Altafaj, depois de ter sido divulgada uma proposta da Alemanha no sentido de passar para controlo europeu as questões orçamentais da Grécia, ideia que Atenas já recusou.
"O governo grego deve, no entanto, manter plena responsabilidade" para as principais decisões, acrescentou.
O "governo de Atenas é responsável perante os seus cidadãos e instituições" e assim deve continuar, defendeu.
28/01/2012
"A Comissão está decidida a reforçar as suas capacidades de vigilância e está a tentar aumentá-las no terreno", declarou o porta-voz dos Assuntos Económicos, Amadeu Altafaj, depois de ter sido divulgada uma proposta da Alemanha no sentido de passar para controlo europeu as questões orçamentais da Grécia, ideia que Atenas já recusou.
"O governo grego deve, no entanto, manter plena responsabilidade" para as principais decisões, acrescentou.
O "governo de Atenas é responsável perante os seus cidadãos e instituições" e assim deve continuar, defendeu.
- Mensagens: 7051
- Registado: 17/2/2004 1:38
- Localização: PORTO
in j neg
Reunião entre governo grego e banca privada termina sem acordo final
28/01/2012
No encontro estiveram presentes o primeiro-ministro, Lucas Papademos, e o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, da parte do governo grego, enquanto do lado da banca marcaram presença Charles Dallara e Jean Lemierre, os quais não fizeram qualquer comentário após o fim da reunião.
Os responsáveis ligados ao processo, que segundo a AP pediram o anonimato por não estarem autorizados a falar publicamente, adiantaram que são esperadas mais negociações no domingo.
O governo grego deve cerca de 206 mil milhões de euros aos bancos internacionais e instituições de crédito.
O objectivo da Grécia nestas negociações é conseguir taxas de juro mais baixas e uma maior maturidade da dívida, face às condições actuais
28/01/2012
No encontro estiveram presentes o primeiro-ministro, Lucas Papademos, e o ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, da parte do governo grego, enquanto do lado da banca marcaram presença Charles Dallara e Jean Lemierre, os quais não fizeram qualquer comentário após o fim da reunião.
Os responsáveis ligados ao processo, que segundo a AP pediram o anonimato por não estarem autorizados a falar publicamente, adiantaram que são esperadas mais negociações no domingo.
O governo grego deve cerca de 206 mil milhões de euros aos bancos internacionais e instituições de crédito.
O objectivo da Grécia nestas negociações é conseguir taxas de juro mais baixas e uma maior maturidade da dívida, face às condições actuais
- Mensagens: 7051
- Registado: 17/2/2004 1:38
- Localização: PORTO
Pata-Hari Escreveu:Então qual é a tua aposta para o outcome das negociações a correr com os privados?
Eis o que se passa neste momento:
Greek Debt Deal, New Loan Agreement to Finish Next Week
ATHENS -- Greece and its private sector creditors said Saturday they were on the verge of a deal to write off €100 billion ($132 billion) worth of the country's debt, pending the outcome of separate talks on a new, multi-billion euro bailout for Athens.
In separate statements, Greece and the creditors both noted significant progress in the talks and said a final deal would be announced next week in tandem with the new loan program.
Effectively, the focus now shifts to a European summit in Brussels Monday where the continent's leaders will sanctify -- or not -- the terms of the debt restructuring and the new loan. But complicating those discussions are concerns that Greece's funding needs might be bigger than originally thought, while Europe appears divided over how to cover the gap.
...
Ou seja, os credores privados concordam com um write-off se houver um novo pacote de ajuda do resto da Europa... se não preferem exercer os swaps.
O resto a Europa, quer dizer, a Alemanha, vai decidir 2ª feira. Talvez.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
o Objectivo é o mesmo do Hitler...
o método é que é diferente...
........
A Alemanha poderá ficar isolada e .. aparecerem os do costume.. A Aliança com os Aliados..
O POst nazi está elucidativo
a senhora Merkel sera´Hitler e Sarkozy será Vichy
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Fran%C3%A7a
o método é que é diferente...
........
A Alemanha poderá ficar isolada e .. aparecerem os do costume.. A Aliança com os Aliados..
O POst nazi está elucidativo
a senhora Merkel sera´Hitler e Sarkozy será Vichy
http://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Fran%C3%A7a
- Mensagens: 7051
- Registado: 17/2/2004 1:38
- Localização: PORTO
O que não pode mesmo acontecer é a Grécia sair do Euro...isso seria a catástrofe total para a Alemanha.
Ou nunca ninguém ouviu um político grego a ameaçar tirar a Grécia do Euro? É que é uma ameaça mesmo.
O resto é uma guerra entre os detentores de dívida grega (que querem receber mais) e os detentores de CDS (que os querem ver activados). Para satisfazer a vontade a ambos é necessária uma intervenção ou dos estados europeus ou do BCE para cobrir o resto da dívida. Isto porque, se a reestruturação for obrigatória (para activar os CDS) vai envolver as instituições gregas: bancos, segurança social, tudo vai ter de ser recapitalizado, subindo o valor do haircut dos 70% que estão a ser negociados, para os...100%!
Claro que se pensarmos que temos todos esses big players de um lado, e do outro lado a Alemanha a bloquear as negociações porque não permite a participação do BCE...é fácil de perceber porque está a ser tão difícil chegar a um acordo. São grupos extremamente poderosos com interesses contrários uns dos outros.
Ou nunca ninguém ouviu um político grego a ameaçar tirar a Grécia do Euro? É que é uma ameaça mesmo.
O resto é uma guerra entre os detentores de dívida grega (que querem receber mais) e os detentores de CDS (que os querem ver activados). Para satisfazer a vontade a ambos é necessária uma intervenção ou dos estados europeus ou do BCE para cobrir o resto da dívida. Isto porque, se a reestruturação for obrigatória (para activar os CDS) vai envolver as instituições gregas: bancos, segurança social, tudo vai ter de ser recapitalizado, subindo o valor do haircut dos 70% que estão a ser negociados, para os...100%!
Claro que se pensarmos que temos todos esses big players de um lado, e do outro lado a Alemanha a bloquear as negociações porque não permite a participação do BCE...é fácil de perceber porque está a ser tão difícil chegar a um acordo. São grupos extremamente poderosos com interesses contrários uns dos outros.
- Mensagens: 692
- Registado: 28/5/2008 1:17
A Alemanha por si só não pode suportar o fardo da divida de um conjunto de países , pois corre o rico de ficar na mesma situação os valores em jogo são exorbitantes pensem nas outras crises a asiática – 1997 , russa de 1998 os valores necessários foram ridículos quando comparados com os hoje não há poupança acumulada que chegue .
O nosso custo trabalho afunda a nossa competitividade . Ocidente não tem mais monopólio sobre o conhecimento com o envelhecimento da população esta torna-se menos produtiva, assim as dívidas públicas são uma chatice."
Até agora estas questões não tem sido abordadas, na maioria dos países estamos bem no caminho para a falência de um sistema
Mas podíamos ter feiro melhor só para relembrar a todos os que falam da Alemanha.
Entre 2000 e 2008, o custo unitários do trabalho na Alemanha descerem em media anual 1,4% , em Espanha em termos acumulados subiram 28%. O desemprego em 2005 era de 5,2 milhões 13% hoje anda pelos 3 milhões
Entre 2003 e 2005 acontecerem grandes reformas 15 especialistas chefiados por num director da Volkswagen Peter Hurtz com a colaboração dos sindicatos.
Fizeram o que devia ser feito mesmo assim a Alemanha apenas esta um pouco melhor que os restantes países a sua divida publica é a maior da Europa precisa de acumular reservas para fazer face ao envelhecimento da sua população .
O nosso custo trabalho afunda a nossa competitividade . Ocidente não tem mais monopólio sobre o conhecimento com o envelhecimento da população esta torna-se menos produtiva, assim as dívidas públicas são uma chatice."
Até agora estas questões não tem sido abordadas, na maioria dos países estamos bem no caminho para a falência de um sistema
Mas podíamos ter feiro melhor só para relembrar a todos os que falam da Alemanha.
Entre 2000 e 2008, o custo unitários do trabalho na Alemanha descerem em media anual 1,4% , em Espanha em termos acumulados subiram 28%. O desemprego em 2005 era de 5,2 milhões 13% hoje anda pelos 3 milhões
Entre 2003 e 2005 acontecerem grandes reformas 15 especialistas chefiados por num director da Volkswagen Peter Hurtz com a colaboração dos sindicatos.
Fizeram o que devia ser feito mesmo assim a Alemanha apenas esta um pouco melhor que os restantes países a sua divida publica é a maior da Europa precisa de acumular reservas para fazer face ao envelhecimento da sua população .
Pata-Hari Escreveu:Ul, mas se a europa fosse unida, os lucros da alemanha do crédito a preço negativo, poderiam e deveriam financiar as economias com o problema contrário. Só que nem os alemães querem ceder o que cultivaram nem os gregos querem pagar o que devem e ceder autonomia na gestão (o que é surreal porque quando fizerem default vão ter problemas bem mais graves e pobreza extrema)....
- Mensagens: 4581
- Registado: 14/3/2009 0:19
- Localização: 16
K. Escreveu:Acho curioso que no meio disto tudo as notícias ainda falem num grande problema para a Grécia. É que quem se meteu numa grande confusão foi a Alemanha. Não admira que se fale do colapso do sistema mundial com a crise Grega e que os EUA estejam dispostos a intervir: se a Grécia sair do Euro e houver contágio, não é do colapso da Grécia que se trata, mas sim do colapso da Alemanha.
Ora aí está!
Se não houvesse problema nenhum com a Republica Federal porque é que eles estariam tão preocupados e a fazer tudo para não deixar colapsar o Euro? Por causa dos PIGS, ou da França? Pois, pois...
A Grécia está queimada. Já está mais que assumido que vai entrar em default e acabar por sair do Euro. O que estão a tentar agora é não deixar que outros, Portugal logo a seguir é óbvio, sejam arrastados para o precipício. E não há nenhuma garantia que isso não venha a acontecer.
Já tem data marcada e tudo:
Greece to default on March 20, 2012: Fitch Ratings
NEW YORK (Commodity Online): For all those investors who have been tracking the Greek debt drama and wondering when the country will default, here is a date – March 20, 2012.
In an interview with Bloomberg, Fitch ratings Managing Director Edward Parker says that Greece is likely to default on a 14.5 billion Euro bond payment due on March 20 while adding that even a “voluntary” haircut on investors will be seen as a default.
“The so-called private sector involvement, for us, would count as a default, it clearly is a default in our book. So it won’t be a surprise when the Greek default actually happens and we expect it one way or the other to be relatively soon.”
Greece is one of the most-indebted country in the Euro zone and has been the focus of much debate in 2011. Most analyst have predicted that Greece would be the first Euro-zone nation to default, thereby unleashing a tidal wave of credit defaults across Europe and rest of the world
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
A forma como certas notícias são apresentadas parecem servir para induzir as pessoas em erro.
A queda dos yields das Obrigações Alemãs parece-me ser um desses casos. A comunicação social diz que os investidores estão a refugiar-se. Talvez o digam para dissimular o real motivo, que, se amplamente divulgado, poderia causar algum alarme nas populações.
Já falei nisso há dois meses, numa altura em que parecia mesmo que o sistema TARGET2 ia rebentar (o nome é de si sugestivo).
É que se a união monetária acabar, é por via do colapso desse sistema, que pode acontecer por um ataque especulativo directo (que em Dezembro o BCE conseguiu evitar com a operação de cedência de liquidez) ou com um alarmismo das populações europeias que poderá levar a uma profecia auto-realizável sobre o fim do euro.
O problema tem origem no facto de o BCE aceitar colaterais de todo o tipo desde 2008.
Mas o problema não é com o BCE, mas sim com o Bundesbank. E aqui chegamos à solução do mistério:
É o Bundesbank que tem andado a comprar as Bunds!
Porquê?
Porque precisa.
O que se passa é que, cada vez que um Grego, Português ou Espanhol faz uma transferência de Euros de um banco do seu país para um Alemão, o processo é mais ou menos o seguinte (vamos ver Grécia-Alemanha):
1) A ordem é dada no banco grego.
2) O banco grego solicita a liquidez ao Banco da Grécia e como garantia fornece o colateral que tem disponível (ou seja, Obrigações Gregas).
3) O Banco da Grécia envia o colateral para o BCE, que fornece a liquidez.
4) O Bundesbank deposita o dinheiro do grego numa conta num banco Alemão (que como instituição privada alemã só aceita colateral de boa qualidade-obrigações alemãs de preferência).
5) O BCE fica a DEVER o dinheiro da transferência ao Bundesbank. Recorde-se que do outro lado tem como garantia colateral grego.
A princípio esta era uma forma de ir retirando excesso de liquidez à economia alemã, prevenindo a tão temida inflação, e de monetizar (muito às escondidas) a dívida PIGS.
O problema é que a coisa foi andando até o Bundesbank esgotar todo o colateral, algo que já deve ir em cerca de 700 mil milhões de Euros, sendo obrigado a comprar toda a dívida alemã que pode.
O risco que o euro corre é o seguinte: se o alarme monetário disparar em Itália (em Portugal bem que se ouve e em Espanha já se ouve baixinho), são TRILIÕES de euros a soterrar o sistema de transferências. Obviamente, a Alemanha seria instantaneamente ejectada do Euro (porque o Bundesbank não teria colateral, nem o BCE iria injectar tamanha liquidez-apesar de ter injectado meio trilião, e ir injectar mais agora, para avisar os especuladores que está a guardar o posto). Claro, com a saída da Alemanha do Euro, o sistema iria colapsar de imediato.
Pior, os depositantes Gregos e Italianos iriam querer o dinheiro que depositaram na Alemanha-EM MARCOS!
E a Alemanha iria ter de pagar. Tal como nas guerras iria ser acusada de ter provocado a crise.
Só de Portugal estão lá 60 mil milhões.
Acho curioso que no meio disto tudo as notícias ainda falem num grande problema para a Grécia. É que quem se meteu numa grande confusão foi a Alemanha. Não admira que se fale do colapso do sistema mundial com a crise Grega e que os EUA estejam dispostos a intervir: se a Grécia sair do Euro e houver contágio, não é do colapso da Grécia que se trata, mas sim do colapso da Alemanha.
A queda dos yields das Obrigações Alemãs parece-me ser um desses casos. A comunicação social diz que os investidores estão a refugiar-se. Talvez o digam para dissimular o real motivo, que, se amplamente divulgado, poderia causar algum alarme nas populações.
Já falei nisso há dois meses, numa altura em que parecia mesmo que o sistema TARGET2 ia rebentar (o nome é de si sugestivo).
É que se a união monetária acabar, é por via do colapso desse sistema, que pode acontecer por um ataque especulativo directo (que em Dezembro o BCE conseguiu evitar com a operação de cedência de liquidez) ou com um alarmismo das populações europeias que poderá levar a uma profecia auto-realizável sobre o fim do euro.
O problema tem origem no facto de o BCE aceitar colaterais de todo o tipo desde 2008.
Mas o problema não é com o BCE, mas sim com o Bundesbank. E aqui chegamos à solução do mistério:
É o Bundesbank que tem andado a comprar as Bunds!
Porquê?
Porque precisa.
O que se passa é que, cada vez que um Grego, Português ou Espanhol faz uma transferência de Euros de um banco do seu país para um Alemão, o processo é mais ou menos o seguinte (vamos ver Grécia-Alemanha):
1) A ordem é dada no banco grego.
2) O banco grego solicita a liquidez ao Banco da Grécia e como garantia fornece o colateral que tem disponível (ou seja, Obrigações Gregas).
3) O Banco da Grécia envia o colateral para o BCE, que fornece a liquidez.
4) O Bundesbank deposita o dinheiro do grego numa conta num banco Alemão (que como instituição privada alemã só aceita colateral de boa qualidade-obrigações alemãs de preferência).
5) O BCE fica a DEVER o dinheiro da transferência ao Bundesbank. Recorde-se que do outro lado tem como garantia colateral grego.
A princípio esta era uma forma de ir retirando excesso de liquidez à economia alemã, prevenindo a tão temida inflação, e de monetizar (muito às escondidas) a dívida PIGS.
O problema é que a coisa foi andando até o Bundesbank esgotar todo o colateral, algo que já deve ir em cerca de 700 mil milhões de Euros, sendo obrigado a comprar toda a dívida alemã que pode.
O risco que o euro corre é o seguinte: se o alarme monetário disparar em Itália (em Portugal bem que se ouve e em Espanha já se ouve baixinho), são TRILIÕES de euros a soterrar o sistema de transferências. Obviamente, a Alemanha seria instantaneamente ejectada do Euro (porque o Bundesbank não teria colateral, nem o BCE iria injectar tamanha liquidez-apesar de ter injectado meio trilião, e ir injectar mais agora, para avisar os especuladores que está a guardar o posto). Claro, com a saída da Alemanha do Euro, o sistema iria colapsar de imediato.
Pior, os depositantes Gregos e Italianos iriam querer o dinheiro que depositaram na Alemanha-EM MARCOS!
E a Alemanha iria ter de pagar. Tal como nas guerras iria ser acusada de ter provocado a crise.
Só de Portugal estão lá 60 mil milhões.
Acho curioso que no meio disto tudo as notícias ainda falem num grande problema para a Grécia. É que quem se meteu numa grande confusão foi a Alemanha. Não admira que se fale do colapso do sistema mundial com a crise Grega e que os EUA estejam dispostos a intervir: se a Grécia sair do Euro e houver contágio, não é do colapso da Grécia que se trata, mas sim do colapso da Alemanha.
- Mensagens: 692
- Registado: 28/5/2008 1:17
Quem pagou aos alemães para estes guardarem o dinheiro, é para se precaver uma eventual implosão da zona euro. Dos males o melhor, a moeda alemã será sempre forte e mais vale pagar um pouco para lhes guardarem o dinheiro e receberem marcos do que pesetas, liras , dracmas ou escudos...
Quanto a esta crise do euro enquanto a Srª Merkel e o Sr Sarkozy não deixarem as lideranças dos respectivos países isto não muda, e entretanto a Grécia ja éra...
Estes dois só se preocupam agora, quando lhes emprestavam dinheiro e pagavam grandes luvas aos politicos Gregos para estes lhes comprarem submarinos,Comboios, metros e afins,não se preocuparam, faziam de conta que não era com eles...
Enfim nisto tudo não ha inocentes, a ganancia de todos levou-nos a isto, agora é claro que quem é credor se acha no direito de fazer o que quer, mas tambem são culpados destas bolhas dos países onde a corrupção impera...
Quanto a esta crise do euro enquanto a Srª Merkel e o Sr Sarkozy não deixarem as lideranças dos respectivos países isto não muda, e entretanto a Grécia ja éra...
Estes dois só se preocupam agora, quando lhes emprestavam dinheiro e pagavam grandes luvas aos politicos Gregos para estes lhes comprarem submarinos,Comboios, metros e afins,não se preocuparam, faziam de conta que não era com eles...
Enfim nisto tudo não ha inocentes, a ganancia de todos levou-nos a isto, agora é claro que quem é credor se acha no direito de fazer o que quer, mas tambem são culpados destas bolhas dos países onde a corrupção impera...
Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: IX Hispana e 213 visitantes