Revolução na economia seria trabalhar muito menos
Essa é boa, prefiro ganhar 400 ou zero..e ganhar 2 euros ou zero ? Já agora prefiro ganhar um kilo de cebolas do que nada. Mas supunha que a ideia era a sociedade avançar e não sermos todos um bando de miseraveis a ganhar o suficiente para sobreviver. Já agora, plantar ?? Eu trabalho na agricultura e acho sempre graça à ideia moderninha de plantar em casa, como se fosse um pingo doce em casa, como se as plantas não tivessem de crescer, que leva meses, regadas, adubadas, tratadas, depois colhe-se e só voltas a ver paparoca passados meses..enfim. Muito avançado nao haja duvida. Acho que era assim no sec. 18. E pelos vistos o pessoal nao quis.
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e-finance Escreveu:As minhas despesas eram as mesmas, e metade do salário não me chega para sobreviver, se assim fosse teria obrigatoriamente de deixar de trabalhar em Portugal. Medidas dessas não obrigado!
Como artigo explica, não é propriamente uma proposta de medida para implementar mas mais um conceito, uma nova abordage, algo para pensar sobre o assunto basicamente...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Pata-Hari Escreveu:Simplista é dizeres que terias 400 euros. Alguém falou em cortar ordenados para metade? e se fosse? preferes 400 ou zero? simplista é achar que trabalharias metade do dia e que haveria emprego para a outra metade. Podes bem ir de férias não pagas um mês. Não pagas passe.
O artigo não diz explicitamente, mas é de supor que a redução do vencimento seria proporcional. A limitação que é proposta é "per capita", não passa por as empresas terem de fechar mas terem de contratar outras pessoas para completar os horários.
Pelo menos numa primeira instância (até os efeitos positivos se começarem a fazer sentir, pelo menos) a redução teria de ser proporcional caso contrário o custo do trabalho disparava!
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Só para situarmos o tema, aqui estão os salários da Finlândia por sector em 2009. É por isto que querer aplicar a mesma receita a Portugal e à Finlândia não faz sentido na minha opinião.
O nosso focus tem de ser em conseguir aumentar a produtividade de forma a aumentar os salários. Não vejo como é que reduzindo as horas de trabalho, com a correspondente diminuição de salários, que já são baixíssimo, atinge esse objetivo.
O nosso focus tem de ser em conseguir aumentar a produtividade de forma a aumentar os salários. Não vejo como é que reduzindo as horas de trabalho, com a correspondente diminuição de salários, que já são baixíssimo, atinge esse objetivo.
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No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
e o artigo responde também à tua questão:
"Toda esta conversa de menos horas de trabalho não está apenas dirigida a uma melhor redistribuição de tempo e rendimentos, mas também ligada à sustentabilidade da Terra. Um exemplo concreto: “A maioria das escolhas de consumo que fazemos é em nome da conveniência. Compramos comida processada, refeições prontas, vegetais pré-embalados, veículos motorizados, etc”. Todas estas escolhas envolvem um enorme gasto de energia, carbono e desperdício. Defendem os investigadores que “se passássemos muito menos tempo a ganhar dinheiro, teríamos tempo de viver de maneira diferente e menos obrigados a utilizar esses produtos. Poderíamos plantar, preparar e cozinhar a nossa própria comida, consertar objectos em vez de os substituir, andar mais a pé ou utilizar transportes públicos”. "
"Toda esta conversa de menos horas de trabalho não está apenas dirigida a uma melhor redistribuição de tempo e rendimentos, mas também ligada à sustentabilidade da Terra. Um exemplo concreto: “A maioria das escolhas de consumo que fazemos é em nome da conveniência. Compramos comida processada, refeições prontas, vegetais pré-embalados, veículos motorizados, etc”. Todas estas escolhas envolvem um enorme gasto de energia, carbono e desperdício. Defendem os investigadores que “se passássemos muito menos tempo a ganhar dinheiro, teríamos tempo de viver de maneira diferente e menos obrigados a utilizar esses produtos. Poderíamos plantar, preparar e cozinhar a nossa própria comida, consertar objectos em vez de os substituir, andar mais a pé ou utilizar transportes públicos”. "
ducon00 Escreveu:Aqui uma pessoa passaria a receber 400 euros por mês (em média), e que dá para o quê ? nada! Tinhamos de ter 2 trabalhos de 4 horas por dia. Além disso, o passe social ou ir de carro para o trabalho custa o mesmo para 2, 4 ou 8 horas, portanto estar lá menos horas torna o trabalho menos rentável. São ideias algo simplistas.
Ter dois trabalhos contraria a ideia.
A ideia base é "redistribuir o trabalho" de forma mais homogenea pela população, com os demais efeitos e consequências citados...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Aqui uma pessoa passaria a receber 400 euros por mês (em média), e que dá para o quê ? nada! Tinhamos de ter 2 trabalhos de 4 horas por dia. Além disso, o passe social ou ir de carro para o trabalho custa o mesmo para 2, 4 ou 8 horas, portanto estar lá menos horas torna o trabalho menos rentável. São ideias algo simplistas.
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Pata-Hari Escreveu:Como não tens vinte anos e vais ter que alimentar uma população durante a próxima crise, é melhor começar a pensar nas soluções e nos males menores.
Daí não concordar com o artigo. Não é a cortar horário de trabalho, que leva a diminuição de salários já de si miseráveis.
É um artigo porreiro mas não para Portugal IMO.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Já respondi no outro tópico, mas transcrevo para aqui:
Mas reduzem também os salários. Só que os salários em Portugal não são os da Finlândia. Pegamos no salário mínimo, reduzimos o horário de 40 para 20 horas e fazemos o quê ? Reduzimos o salário mínimo (ou mesmo o médio) a metade ? A Finlândia pode fazer isto porque tem a folga para isso. Os ordenados não estão no limiar da sobrevivência.
Implementar medidas no Portugal de hoje iguais à da Finlândia de hoje não faz sentido porque são realidades completamente diferentes.
Aquilo para onde devemos olhar é para onde estava a Finlândia há 20 anos e o que fizeram para chegar aos dias de hoje. Aquilo que eles são hoje é apenas o que nós podemos ambicionar vir a ser se fizermos e trabalharmos para isso.
Mas reduzem também os salários. Só que os salários em Portugal não são os da Finlândia. Pegamos no salário mínimo, reduzimos o horário de 40 para 20 horas e fazemos o quê ? Reduzimos o salário mínimo (ou mesmo o médio) a metade ? A Finlândia pode fazer isto porque tem a folga para isso. Os ordenados não estão no limiar da sobrevivência.
Implementar medidas no Portugal de hoje iguais à da Finlândia de hoje não faz sentido porque são realidades completamente diferentes.
Aquilo para onde devemos olhar é para onde estava a Finlândia há 20 anos e o que fizeram para chegar aos dias de hoje. Aquilo que eles são hoje é apenas o que nós podemos ambicionar vir a ser se fizermos e trabalharmos para isso.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Revolução na economia seria trabalhar muito menos
MEti este texto noutro tópico mas acho que merece um para si mesmo.
A meu ver esta é de facto uma ideia que socialmente faz sentido, quer em termos de eficiência, de capacidade de ajuste por parte das empresas Às necessidades de empregados sem ter que despedir, protegendo o seu negócio e simultaneamente sem ter que simplesmente destruir postos de trabalho. E de notar que já vi ser aplicado em empresas finlandesas que durante períodos de crise dão férias sem vencimento a trabalhadores e aplicam este tipo de solução.
Isto poderia e deveria ser a solução para o que se aproxima no nosso país e que é o aumento do desemprego com todo o drama social que isso traz.
(bem vistas as coisas, isto é semelhante a um outro tópico que eu criei há algum tempo atrás mas que não sei onde anda)
A meu ver esta é de facto uma ideia que socialmente faz sentido, quer em termos de eficiência, de capacidade de ajuste por parte das empresas Às necessidades de empregados sem ter que despedir, protegendo o seu negócio e simultaneamente sem ter que simplesmente destruir postos de trabalho. E de notar que já vi ser aplicado em empresas finlandesas que durante períodos de crise dão férias sem vencimento a trabalhadores e aplicam este tipo de solução.
Isto poderia e deveria ser a solução para o que se aproxima no nosso país e que é o aumento do desemprego com todo o drama social que isso traz.
(bem vistas as coisas, isto é semelhante a um outro tópico que eu criei há algum tempo atrás mas que não sei onde anda)
E agora algo radicalmente diferente. É melhor trabalhar só 21 horas
Por Ana Sá Lopes, publicado em 12 Jan 2012 - 10:57 | Actualizado há 10 horas 10 minutos
Falar em meia-hora a mais? Revolução na economia seria trabalhar muito menos
21 horas de trabalho pago por semana? Enquanto Portugal discute que se trabalhe meia hora a mais e por toda a Europa se fala em mudar as leis laborais, um think-tank chamado “The New Economics Foundation” organizou na London School of Economics uma conferência em defesa de uma ideia totalmente revolucionária: em nome do bem-estar da população, da diminuição da pobreza, da redução do consumo, da diminuição das emissões de dióxido de carbono ninguém deveria trabalhar mais de 21 horas por semana.
A conferência teve como base um estudo da “New Economics”. O relatório chama-se “21 horas”, mas os seus autores defendem que este número seja uma referência para “um banco de horas”. Ou seja, conforme os interesses da empresa e trabalhador, o trabalho poderia concentrar-se em três dias, ser feito em part-time (três horas por dia) ou até sazonalmente. A ideia é que ninguém trabalhasse mais do que 1092 horas distribuídas ao longo do ano.
A ideia de trabalhar menos está directamente relacionada com ganhar menos. Menos horas pagas significam menos salário ao fim do mês. Segundo os autores do estudo, a vantagem imediata para a economia seria abrir mais postos de trabalho e diminuir o desemprego – que tem custos sociais, para a segurança social e para o serviço nacional de saúde, uma vez que as pessoas em situação de desemprego correm o risco de desenvolver mais situações de doença, nomeadamente depressão.
Um maior bem-estar geral seria, segundo os autores do estudo, a consequência imediata. Ao trabalharem menos, as pessoas diminuiriam as doenças associadas ao stress laboral e teriam mais tempo para melhorar a vida familiar, por exemplo, cuidando de crianças e mais velhos. É evidente que essas pessoas teriam menos dinheiro disponível ao fim do mês, o que para os autores do estudo não é nada mau, em termos globais: menos consumo é ecológico. Ou seja, ao diminuir drasticamente os hábitos de consumo, as emissões de dióxido de carbono também seriam reduzidas, contribuindo para um planeta mais sustentável.
Robert Skidelski, um economista keynesiano que participou na conferência de ontem no Centro de Análise da Exclusão Social da London School of Economics, considera que o desenvolvimento da tecnologia vai diminuir o número de empregos a breve trecho. “A resposta civilizada é dividir o trabalho”, defende. Citada pelo “Guardian”, uma responsável do “New Economics”, Anna Coote, afirma que “não há prova de que com menos horas de trabalho as economias são menos bem sucedidas”. Os exemplos que dá são a Alemanha, a mais forte da economia da zona euro (cuja média semanal de horas de trabalho é das menores da zona euro) e a Holanda (outra economia forte, a que não corresponde um maior número de horas de trabalho).
A mudança de paradigma para as 21 horas semanais de trabalho é, defende o “New Economics”, “necessária, desejável e possível”. Vai incluir uma “grande redistribuição de rendimento, riqueza e propriedade, assim como uma redistribuição de tempo”. Para começar a transformação, o think-tank defende que se arranque com uma semana de trabalho de quatro horas. “Diminuindo a semana de trabalho para quatro dias poderemos criar uma melhor balança entre trabalho pago” e aquilo a que chamam “vital core economy”: família, amigos e vida comunitária.
Seria um caminho de pequenos passos, até à grande revolução das 21 horas. O que obrigaria também cada um de nós a “reclassificar” as relações entre tempo, dinheiro e consumo, e a sua verdadeira relação com aquilo que chamamos “bem-estar”.
Toda esta conversa de menos horas de trabalho não está apenas dirigida a uma melhor redistribuição de tempo e rendimentos, mas também ligada à sustentabilidade da Terra. Um exemplo concreto: “A maioria das escolhas de consumo que fazemos é em nome da conveniência. Compramos comida processada, refeições prontas, vegetais pré-embalados, veículos motorizados, etc”. Todas estas escolhas envolvem um enorme gasto de energia, carbono e desperdício. Defendem os investigadores que “se passássemos muito menos tempo a ganhar dinheiro, teríamos tempo de viver de maneira diferente e menos obrigados a utilizar esses produtos. Poderíamos plantar, preparar e cozinhar a nossa própria comida, consertar objectos em vez de os substituir, andar mais a pé ou utilizar transportes públicos”.
O relatório recusa que estas ideias tenham qualquer coisa a ver com uma nostalgia retardada das comunas hippies ou com algum sentimentalismo rural. São “uma antecipação racional de um modo de vida com baixos gastos de emissões de carbono”, fundamental à sobrevivência a prazo.
A ideia, segundo os seus autores, parece perfeita: trabalhar 21 horas por semana vai trazer “ganhos consideráveis, abrindo novas oportunidades para reduzir as desigualdades de rendimento e viver mais saudavelmente.
Mas, claro, há dificuldades para colocar isto de pé. O estudo prevê grandes resistências dos empregadores, subordinados à “lógica do lucro imediato”. Alterar a “cultura dos negócios” seria fundamental para conseguir estabelecer as 21 horas. Como Roma e Pavia não se fizeram num dia, o think-tank propõe “uma grande diminuição da carga fiscal e outros incentivos” para os empregadores que se disponham a contratar um staff extra. Estes empregadores nunca poderão ser prejudicados economicamente por aderirem à revolução das 21 horas.
Os trabalhadores também são um problema, com os de rendimentos mais elevados viciados em padrões de consumo elevado, o que os faz temer reduções salariais. O padrão da cultura dos trabalhadores teria que mudar para que esta fórmula fosse aceite. Os investigadores sugerem que a experiência comece por aquelas famílias em que só um dos membros do casal está empregado: permitiria aos dois beneficiar das vantagens de trabalhar e das maravilhas de mais tempo livre.
Os autores do estudo assumem que “21 horas” não é uma receita, mas “uma provocação”: querem mudar os conceitos sobre tempo e trabalho e alterar o que é considerado “normal”. Têm consciência que uma semana de trabalho mais curta não é instituída de um dia para o outro (aconteceu na Inglaterra em 1974 porque não havia combustível), mas que é um bom princípio para a discussão de um modelo económico alternativo.
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