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Caldeirão da Bolsa

Jerónimo Martins - Tópico Geral

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Automech » 10/1/2012 14:36

db7 Escreveu:Vendo as coisas por esse lado então nunca há cunhas. Eu não sou nada a favor de cunhas na função publica e em parte nenhuma, mas agora estas a ser injusto para a função publica. Então se o tio tem uma prima formada em determinada área que num dado momento é necessária não a pode sugerir?? Isso já consideras cunha? E se fores sugerido para um privado onde percebes um pouco da matéria já não cunha porque conheces a pessoa e te da garantias?


Não me preocupa que uma empresa privada adjudique um trabalho à gráfica do amigo, mesmo sendo mais caro, mas já não aceito que no público seja feito o mesmo.

Portanto, sim, faço a distinção entre público e privado. Mas não vou perder tempo a convencer ninguém. Foi só um aparte num tópico que deve ser da Jerónimo Martins. :wink:
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por elbronzeado » 10/1/2012 12:05

Digam o que disserem, Portugal ( e não só...) é um país de cunhas. Principalmente neste tempos de elevado desemprego. E digo por situações que presenciei.

Já cheguei a ir a entrevistas onde me perguntam se sei fazer 50 coisas diferentes! Se só sei fazer 49 já não sirvo para o lugar. No meu lugar fica o "fulano" primo de um vizinho do patrão.... E falando com pessoas que trabalham com ele (pessoas com quem nem tenho amizade) confessam que das 50 coisas que deveria saber, só sabe 1...

E não é so no privado! Na FP é igual.

Já vi concursos onde a avaliação do curriculo dava uma grande nota a uma pessoa e depois na entrevista essa pessoa tinha uma nota baixa ficando com uma nota final média, do gênero 15 valores... E a pessoa que ficava com o emprego conseguir ter uma entrevista fantástica,tipo sei lá... 20 valores, ficando com uma nota final de 15,5 valores...

É o país que temos, "não olhes para o que eu faço, ouve o que eu digo..."
 
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por db7 » 10/1/2012 10:45

AutoMech Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:E eu adiciono que tenho uma experiência parecida. Já tive (vários) chefes que foram eles próprios a recomendarem-me para empregos melhores ou diferentes e outros que me sugeriram sem mesmo eu ter pedido ou sabido (chama-se a isso cunha?),

Isso na minha opinião não é cunha, nem pouco mais ou menos. É simplesmente ir buscar alguém com quem já trabalhámos e em quem temos confiança em termos profissionais para uma determinada posição. Eu já fiz isso várias vezes e também já me fizeram umas quantas. Para quê perder tempo e dinheiro a recrutar, quando conhecemos a pessoa que precisamos e que nos dá garantias ?

O problema está, sim, no lugar na Camara Municipal, na direcção regional de não-sei-quê ou no director do centro de emprego que é ocupado pelo primo da mulher do presidente ou pelo tipo da concelhia do partido Y e que não percebe nada do assunto para o qual foi 'recrutado'.

- - - - - -

Vendo as coisas por esse lado então nunca há cunhas. Eu não sou nada a favor de cunhas na função publica e em parte nenhuma, mas agora estas a ser injusto para a função publica. Então se o tio tem uma prima formada em determinada área que num dado momento é necessária não a pode sugerir?? Isso já consideras cunha? E se fores sugerido para um privado onde percebes um pouco da matéria já não cunha porque conheces a pessoa e te da garantias?

Portugal é o país das cunhas, privado e publico.
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por Automech » 10/1/2012 10:27

Pata-Hari Escreveu:E eu adiciono que tenho uma experiência parecida. Já tive (vários) chefes que foram eles próprios a recomendarem-me para empregos melhores ou diferentes e outros que me sugeriram sem mesmo eu ter pedido ou sabido (chama-se a isso cunha?),

Isso na minha opinião não é cunha, nem pouco mais ou menos. É simplesmente ir buscar alguém com quem já trabalhámos e em quem temos confiança em termos profissionais para uma determinada posição. Eu já fiz isso várias vezes e também já me fizeram umas quantas. Para quê perder tempo e dinheiro a recrutar, quando conhecemos a pessoa que precisamos e que nos dá garantias ?

O problema está, sim, no lugar na Camara Municipal, na direcção regional de não-sei-quê ou no director do centro de emprego que é ocupado pelo primo da mulher do presidente ou pelo tipo da concelhia do partido Y e que não percebe nada do assunto para o qual foi 'recrutado'.

- - - - - -

Voltando à Jerónimo Martins, apesar da polémica a cotação soma e segue. Parece-me que está em máximos do último mês. Ninguém melhor do que o mercado para avaliar a situação, acima do ruído do dia a dia. Quais boicotes, qual quê.
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Re: Para Fooman e A-330...

por fenrir » 9/1/2012 22:41

A-330 Escreveu:O grande problema é que a esmagadora maioria das pessoas é acomodada e pouco competitiva.


Se 2 trabalhadores, 1 preguiçoso e 1 esforçado, recebem o mesmo,
o 1o é mais esperto que o 2o, com menos investimento consegue igual retorno!

Competidor inadaptado às regras, não se conforma e vai competir para o estrangeiro :wink:
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por Pata-Hari » 8/1/2012 22:03

E eu adiciono que tenho uma experiência parecida. Já tive (vários) chefes que foram eles próprios a recomendarem-me para empregos melhores ou diferentes e outros que me sugeriram sem mesmo eu ter pedido ou sabido (chama-se a isso cunha?), tive oferta de emprego antes de me formar (que aliás aceitei) da parte de um professor que era presidente de uma empresa, tive outras ofertas que me apareceram sem que as procurasse, tive head hunters que me ligaram. Tenho mil e uma histórias diferentes de muitas oportunidades diferentes, umas que aproveitei, outras que não aproveitei.
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Re: Para Fooman e A-330...

por A330-300 » 8/1/2012 21:25

Elias Escreveu:
A-330 Escreveu:Vivemos em mundo democrático,onde todos tem chances de chegar ao topo.É verdade que uns largam para essa corrida na frente, mas com esforço e talento todos podem chegar.

Assim como há herdeiros ricos que nada mais fazem do que queimar dinheiro e acabam pobres , também há pobres talentosos que acabam ricos.

Agora , há que entender que neste mundo há menos gente com dons e talentos do que gente normal e são esses que entram para a história e ficam conhecidos.Porque são menos. Se fossem muitos,era apenas mais um.

Há um empresário no Brasil que começou a vida nas obras , estudava à noite , e depois de voltar para o alojamento que dividia com os outros colegas das obras e para não os acordar ia para a casa de banho estudar.Todos partiram da mesma linha , só um virou empresário.

É assim.O esforço compensa.Não nos tornamos todos ricos , mas seguramente em melhor situação do que se não tivéssemos feito nada.Uns esperam acontecer, outros fazem acontecer.

A330


A-330,

Isso é assim em teoria.

Na prática, as coisas são bastante diferentes. Portugal é um país onde o que mais conta para ter sucesso não é o talento ou o mérito mas sim o chamado "capital social".

Quem conhece as pessoas certas nos lugares certos, tem muito mais hipóteses de obter um tratamento de favor e de subir na hierarquia do que aqueles que, ainda que tecnicamente competentes, não tenham os contactos certos.

O tratamento de favor, o compadrio e, claro, a corrupção, são factores que minam totalmente a chamada igualdade de oportunidades e promovem a mediocridade.


Elias , discordo.

A minha própria história de vida é uma prova disso. No começo da carreira não tinha cunhas ,penei , e hoje tenho cunha de uns e sou cunha para outros.Resumindo ,fiz amizades.Não é preciso sabujar , basta ser correto,boa pessoa , ajudar e quando vc precisa as ajudas aparecem.

Cunhas há em todo o lugar. Você mesmo não meteria uma cunha por um filho? Eu sim.Nem é preciso tanto.Já levei o nome de amigos várias vezes lá acima.E já cheguei para uma entrevista e vi o meu Cv em cima da mesa do chefe , sem que tenha sido eu que o entreguei. A vida é assim.
Estou no meu oitavo em emprego e em pelo menos metade deles não tive ajuda nenhuma.O que significa que não é fator primordial.

Vc referiu "Portugal é um país onde o que mais conta...". Eu falei de indivíduos.E em um mundo globalizado , os indivíduos que fazem acontecer não se restringem a um único país.Isso é para quem espera acontecer.Se em um país as oportunidades não aparecem ,vai-se à procura delas onde elas estão.

O grande problema é que a esmagadora maioria das pessoas é acomodada e pouco competitiva.

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Excelente sintese.

por rg7803 » 8/1/2012 16:50

Touché, Elias.
“Buy high, sell higher...”.
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Re: Para Fooman e A-330...

por Elias » 8/1/2012 16:28

A-330 Escreveu:Vivemos em mundo democrático,onde todos tem chances de chegar ao topo.É verdade que uns largam para essa corrida na frente, mas com esforço e talento todos podem chegar.

Assim como há herdeiros ricos que nada mais fazem do que queimar dinheiro e acabam pobres , também há pobres talentosos que acabam ricos.

Agora , há que entender que neste mundo há menos gente com dons e talentos do que gente normal e são esses que entram para a história e ficam conhecidos.Porque são menos. Se fossem muitos,era apenas mais um.

Há um empresário no Brasil que começou a vida nas obras , estudava à noite , e depois de voltar para o alojamento que dividia com os outros colegas das obras e para não os acordar ia para a casa de banho estudar.Todos partiram da mesma linha , só um virou empresário.

É assim.O esforço compensa.Não nos tornamos todos ricos , mas seguramente em melhor situação do que se não tivéssemos feito nada.Uns esperam acontecer, outros fazem acontecer.

A330


A-330,

Isso é assim em teoria.

Na prática, as coisas são bastante diferentes. Portugal é um país onde o que mais conta para ter sucesso não é o talento ou o mérito mas sim o chamado "capital social".

Quem conhece as pessoas certas nos lugares certos, tem muito mais hipóteses de obter um tratamento de favor e de subir na hierarquia do que aqueles que, ainda que tecnicamente competentes, não tenham os contactos certos.

O tratamento de favor, o compadrio e, claro, a corrupção, são factores que minam totalmente a chamada igualdade de oportunidades e promovem a mediocridade.
 
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por Pata-Hari » 8/1/2012 15:42

Medina
“Jerónimo Martins é o bombo da festa”
Económico
08/01/12 13:25


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Fiscalista Medina Carreira mostra-se surpreendido com as reacções à venda da Jerónimo Martins a uma subsidiária holandesa.

"O caso Jerónimo Martins é surpreendente para mim. Não pelo caso em si, mas pela reacção que provocou", afirmou Medina Carreira, no programa 'Gente que Conta' do Diário de Notícias e da TSF, argumentando que "antes da Jerónimo Martins já havia 19 empresas das vinte do PSI 20 [com participadas ou ‘holdings' em território holandês], e algumas com participações públicas".

Para o fiscalista, "a Jerónimo Martins agora é o bombo da festa, de uma maneira completamente alarve".


A Jerónimo Martins, dona dos supermercados Pingo Doce, anunciou esta semana, que a sociedade Francisco Manuel dos Santos (SFMS) vendeu a totalidade do capital que detinha no grupo à sua subsidiária na Holanda, mas mantém os direitos de voto.

Numa tentativa de calmar os ânimos em torno da operação, que foi muito criticada pelos partidos da oposição, o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, garantiu, na sexta-feira, no Parlamento, que a Jerónimo Martins vai continuar a pagar impostos em Portugal, nomeadamente em sede de IRC. O chefe de Governo adiantou que "a autoridade tributária e aduaneira está a analisar os aspectos fiscais que rodeiam a operação de modo a fazer uma leitura mais correcta daquilo que se passou".u".

Em entrevista ao Expresso, publicada ontem, o principal accionista da SFMS, Alexandre Soares dos Santos, explicou que "a Holanda é o país que melhores garantias oferece à iniciativa privada muito por causa dos acordos que tem com outros países, mas também na protecção do investimento", lamentando ter sido apanhado "no meio de uma guerra política".
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por carf2007 » 8/1/2012 13:05

O seguinte comentário está no Jornal de Negocios, será verdade ?! 5º maior importador ?! :shock:

"A cadeia de supermercados Pingo Doce é já o quinto maior importador português. Segundo dados preliminares do INE, em 2010 o volume de importações da empresa do grupo Jerónimo Martins foi apenas ultrapassado pela Petrogal, Galp Gás Natural, Autoeuropa e SIVA - Sociedade de Importação de Veículos Automóveis.

Na comparação com o ano anterior, o Pingo Doce sobe assim da sexta para a quinta posição na tabela nacional de importadores, cotando-se como o único dos grandes importadores da área da distribuição a reforçar a quota de importação e a cimentar a posição no Top 10 deste ranking: o Lidl baixou da quinta para a 11.ª posição e a Modelo Continente Hipermercados caiu da 8.ª para a 32.ª posição. Para a CentroMarca, esta evolução é a prova de que a Jerónimo Martins está a adoptar uma estratégia de “prática massiva de importação”.

Em reacção a palavras recentes do CEO da Jerónimo Martins, Pedro Santos dos Santos, sobre o facto de a empresa “preferir, em igualdade de condições e sempre que possível, a compra de produtos nacionais”, o presidente da CentroMarca, João Paulo Girbal, assume uma posição crítica e socorre-se dos dados do INE para desmontar estas declarações: “É muito fácil dizer coisas e depois não as provar, porque o público em geral não as vai confirmar”, acusa João Paulo Girbal."

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=530171
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por Pata-Hari » 8/1/2012 11:48

Até que enfim. Demorou uma semana até o bom senso começar a sair das tocas.
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por Automech » 8/1/2012 2:44

É muito fácil olhar para o império e esquecer a história, como se tudo tivesse caído do céu.

O País desistiu de Alexandre Soares dos Santos
Manuel Castelo-Branco

Tive o privilégio de trabalhar com Alexandre Soares dos Santos (ASS), numa altura em que o Pingo Doce era um pequeno negócio pertencente a um accionista de base industrial, numa sólida parceria com a Unilever. Conheci um homem austero, discreto.

Não me recordo dele por ser um homem afável ou particularmente próximo. Lembro-me no entanto, de um empresário particularmente cuidadoso e ponderado nas suas decisões, um empreendedor que arriscava o capital e os seus activos.

Foi assim que comprou as lojas ao Pão de Açúcar, o Recheio, o Cash & Carry Arminho, o Feira Nova, os Supermercados Inô e a cadeia Biedronka e Eurocash na Polónia ou o investimento falhado no Brasil.
Recordo-me também de um empresário justo e com uma enorme preocupação social.

Na altura, a Lever, joint venture entre a JM e Unilever, era uma das melhores escolas de gestão do País, um dos melhores ambientes de trabalho que conheci, onde o mérito era reconhecido e premiado com justiça e equidade.

A mesma política continuou ASS na distribuição e retalho. Em 2009 distribuiu 240 € a todos os cargos não dirigentes. Em 2010 foram 250 €, distribuídos a mais de 50.000 empregados, ou seja cerca de 12,5 milhões de Euros. Isto sem contabilizar o valor para aumentos salariais e outras regalias.

Acresce ainda, que hoje a JM é uma sociedade cuja maioria das receitas e margem tem origem fora de Portugal, valor que irá crescer com os investimentos superiores em 2 mil milhões de Euros previstos para a Polónia e Colômbia

Tenho realmente pena que ASS tenha desistido do País. Mas mais lamentável ainda, é que o País tenha desistido, hà muito, de empresários com o nível de empreendedorismo e dinamismo de Alexandre Soares dos Santos. As empresas não são dos Países onde vivem os seus accionistas, nem tão pouco dos Países onde nasceram. As empresas estão onde lhes proporcionam condições para investir e que permitem crescimento e rentabilidade aos seus accionistas.

Esta é a triste consequência de um País que durante os últimos 30 anos andou a engordar com aumentos consecutivos de impostos para empresas e cidadãos. Perdeu a competitividade. O peso da maquina fiscal, da burocracia, dos aumentos da mão de obra sem a correspondente aumento da produtividade e a conhecida rigidez laboral. Portugal tornou-se num monstro devorador alicerçado em direitos insustentáveis, de investimentos dificilmente justificáveis, ou modelos de gestão facilmente criticáveis Com isto, o Pais não cresceu, antes engordou. Tornou-se balofo e deixou de acompanhar o ritmo. ASS e a JM apenas fizeram aquilo que os seus accionistas, trabalhadores e clientes lhe pedem diariamente – que continuem a crescer, a criar emprego e a remunerar os seus accionistas e pagar salários aos seus trabalhadores.

E já agora, parafraseando o meu amigo Pedro, no Facebook: “Todos os que rasgam as vestes com a notícia de que Soares dos Santos transmitiu acções da Jerónimo Martins para uma sociedade com sede na Holanda, não se esqueçam de não encher o depósito em Badajoz. “
http://31daarmada.blogs.sapo.pt/5422386.html
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por Elias » 8/1/2012 1:58

Supermann Escreveu:Tanto a sede fiscal do Pingo Doce como da Jerónimo continuam em Portugal. Não houve mudança nenhuma. mas lá está ... é logo um alarido.


As pessoas andam frustradas por não poderem levar a vida que gostariam (e com a qual sonharam). A frustração acumulada induz tensão. Para libertar essa tensão, as pessoas precisam de descarregar as suas frustrações em alguém.

Umas vezes é nas gasolineiras "que andam a gamar a gente".
Outras vezes é nos políticos "que vivem à nossa custa".
Outras ainda é no povo "que é estúpido e vota nesta gente".
Agora o Soares dos Santos pôs-se a jeito e também leva por tabela.

Estes alaridos são como as greves: não resolvem absolutamente nada dos problemas estruturais, mas ajudam a descarregar as tensões latentes.
 
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por Supermann » 8/1/2012 1:48

Pata-Hari Escreveu:Ora bem, superman. É exactamente isso que me parece a mim também!

E agora surgem novos dados que também não são irrelevantes

Soares dos Santos: "Não sei se Portugal fica no euro"
07 Janeiro 2012 | 14:09
Lusa
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O presidente da Jerónimo Martins (JM), Alexandre Soares dos Santos, afirmou hoje não saber se Portugal fica no euro e garantiu que a transferência do accionista maioritário da empresa para a Holanda teve em conta essa hipótese.
“Verificámos que a Holanda é o país que melhores garantias oferece à iniciativa privada muito por causa dos acordos que tem com outros países (…), mas também na protecção do investimento”, explicou Soares dos Santos numa entrevista dada ao semanário Expresso, em que lamentou ter verificado que estava “no meio de uma guerra política” e disse não saber se “Portugal fica no euro”. “E se sair é para o escudo. Tenho direito a de defender o meu património”, avançou.

Na entrevista em que aborda diversos assuntos polémicos, em particular o da transferência para a Holanda da empresa da família de Soares dos Santos, que tem 56 por cento da JM, o presidente de um dos maiores grupos de distribuição português justificou que a decisão não teve a ver com os impostos elevados que se pagam em Portugal, embora tenha reconhecido que há vantagens fiscais no futuro.

“A transferência(…) não teve nada a ver com com impostos. Não sei se vou pagar mais ou menos impostos. Houve uma revolução em 1974 mas no parlamento continua a insultar-se a iniciativa privada”, salientou.

Segundo Soares dos Santos, “os diferentes Governos de Portugal nunca apoiaram a iniciativa privada e nunca tentaram cativar as ‘holdings’" e, por outro lado, realçou que "a banca está simplesmente incapaz de nos ajudar".

"Desde 2008 que sabemos que não podemos contar com a banca portuguesa para financiamento [de investimentos]”, sublinhou.

O empresário explicou ao Expresso que haverá vantagens fiscais “no futuro” nesta transferência para a Holanda e admitiu que o planeamento fiscal “é um direito legítimo de uma sociedade”.

“A maior parte dos nossos impostos é fruto da má gestão de quem tem a responsabilidade de gerir o dinheiro dos contribuintes. O planeamento fiscal é um dos factores, os outros são o ambiente que nos recebe, as garantias que esse investimento tem e que Portugal não oferece”, lamentou.

Soares dos Santos referiu ainda que “Portugal deveria ter pedido ajuda [externa] entre 2007 e 2008”, falou da ausência de uma legislação "constante, coerente e consistente" que diga ao investidores: “Vem és bem recebido, és bem tratado”, e questionou o facto de ter de pagar “tanto à [eléctrica] EDP, que ainda por cima é um monopólio”.

Sobre a entrada do capital chinês na EDP disse: “Não conheço como gerem as empresas, não é uma economia de mercado, não sei a qualidade da gestão”.

O empresário alertou ainda para que em Portugal "há um poder instalado que é contra tudo e que liquida tudo" e disse "não perceber porque é que os partidos políticos, empresários e os sindicatos, sob a égide do Presidente da República, não se sentam para procurar uma solução em conjunto".




Claro que é como nos parece...

Tanto a sede fiscal do Pingo Doce como da Jerónimo continuam em Portugal. Não houve mudança nenhuma. mas lá está ... é logo um alarido.
 
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por tutosat » 8/1/2012 0:58

Acabou...comentários?
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por jrnabolsa » 8/1/2012 0:07

Começou a entrevista
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por tutosat » 7/1/2012 23:53

SIC Notícias emite na íntegra este sábado à noite, às 23h00, a entrevista com Soares dos Santos explica a transferência para a Holanda.
Mais uma colherada no Caldeirão...
 
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por A330-300 » 7/1/2012 23:09

Pata-Hari Escreveu:
A polémica em torno da Jerónimo Martins deve-se ao facto de o controlo da Jerónimo Martins passar para as mãos de uma empresa com sede na Holanda. Chegou a haver apelos nas redes sociais a um boicote às compras no Pingo Doce e o assunto foi um dos temas no debate quinzenal no Parlamento, na sexta-feira, com a presença do primeiro-ministro.

Na altura, Pedro Passos Coelho garantiu que “a Autoridade Tributária e Aduaneira (ATA) está a analisar os aspectos fiscais que rodeiam a operação [Jerónimo Martins] de modo a fazer uma leitura mais correcta daquilo que se passou”.



Falou e disse !!!

A330

É melhor que o Passos Coelho comece por analisar a razão pela qual a maior parte das grandes empresas tem sede na holanda a começar pela sonae. Aliás, esta caça a esta "bruxa" começa a tornar-se irritante por aleatória e disparatada que é. Estamos cada vez mais imbecis. Partindo em perseguição do pingo doce, porque sim, porque em vez de falarmos dos verdadeiros assuntos, é mais fácil passar o tempo a queimar bruxas. Pão e circo.
 
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por Pata-Hari » 7/1/2012 21:02

A polémica em torno da Jerónimo Martins deve-se ao facto de o controlo da Jerónimo Martins passar para as mãos de uma empresa com sede na Holanda. Chegou a haver apelos nas redes sociais a um boicote às compras no Pingo Doce e o assunto foi um dos temas no debate quinzenal no Parlamento, na sexta-feira, com a presença do primeiro-ministro.

Na altura, Pedro Passos Coelho garantiu que “a Autoridade Tributária e Aduaneira (ATA) está a analisar os aspectos fiscais que rodeiam a operação [Jerónimo Martins] de modo a fazer uma leitura mais correcta daquilo que se passou”.



É melhor que o Passos Coelho comece por analisar a razão pela qual a maior parte das grandes empresas tem sede na holanda a começar pela sonae. Aliás, esta caça a esta "bruxa" começa a tornar-se irritante por aleatória e disparatada que é. Estamos cada vez mais imbecis. Partindo em perseguição do pingo doce, porque sim, porque em vez de falarmos dos verdadeiros assuntos, é mais fácil passar o tempo a queimar bruxas. Pão e circo.
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por mfsr1980 » 7/1/2012 17:52

Bem, hoje o Pingo Doce estava mais cheio que o costume!
Esta polémica acaba por ser publicidade.
 
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por Pata-Hari » 7/1/2012 16:16

Ora bem, superman. É exactamente isso que me parece a mim também!

E agora surgem novos dados que também não são irrelevantes

Soares dos Santos: "Não sei se Portugal fica no euro"
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O presidente da Jerónimo Martins (JM), Alexandre Soares dos Santos, afirmou hoje não saber se Portugal fica no euro e garantiu que a transferência do accionista maioritário da empresa para a Holanda teve em conta essa hipótese.
“Verificámos que a Holanda é o país que melhores garantias oferece à iniciativa privada muito por causa dos acordos que tem com outros países (…), mas também na protecção do investimento”, explicou Soares dos Santos numa entrevista dada ao semanário Expresso, em que lamentou ter verificado que estava “no meio de uma guerra política” e disse não saber se “Portugal fica no euro”. “E se sair é para o escudo. Tenho direito a de defender o meu património”, avançou.

Na entrevista em que aborda diversos assuntos polémicos, em particular o da transferência para a Holanda da empresa da família de Soares dos Santos, que tem 56 por cento da JM, o presidente de um dos maiores grupos de distribuição português justificou que a decisão não teve a ver com os impostos elevados que se pagam em Portugal, embora tenha reconhecido que há vantagens fiscais no futuro.

“A transferência(…) não teve nada a ver com com impostos. Não sei se vou pagar mais ou menos impostos. Houve uma revolução em 1974 mas no parlamento continua a insultar-se a iniciativa privada”, salientou.

Segundo Soares dos Santos, “os diferentes Governos de Portugal nunca apoiaram a iniciativa privada e nunca tentaram cativar as ‘holdings’" e, por outro lado, realçou que "a banca está simplesmente incapaz de nos ajudar".

"Desde 2008 que sabemos que não podemos contar com a banca portuguesa para financiamento [de investimentos]”, sublinhou.

O empresário explicou ao Expresso que haverá vantagens fiscais “no futuro” nesta transferência para a Holanda e admitiu que o planeamento fiscal “é um direito legítimo de uma sociedade”.

“A maior parte dos nossos impostos é fruto da má gestão de quem tem a responsabilidade de gerir o dinheiro dos contribuintes. O planeamento fiscal é um dos factores, os outros são o ambiente que nos recebe, as garantias que esse investimento tem e que Portugal não oferece”, lamentou.

Soares dos Santos referiu ainda que “Portugal deveria ter pedido ajuda [externa] entre 2007 e 2008”, falou da ausência de uma legislação "constante, coerente e consistente" que diga ao investidores: “Vem és bem recebido, és bem tratado”, e questionou o facto de ter de pagar “tanto à [eléctrica] EDP, que ainda por cima é um monopólio”.

Sobre a entrada do capital chinês na EDP disse: “Não conheço como gerem as empresas, não é uma economia de mercado, não sei a qualidade da gestão”.

O empresário alertou ainda para que em Portugal "há um poder instalado que é contra tudo e que liquida tudo" e disse "não perceber porque é que os partidos políticos, empresários e os sindicatos, sob a égide do Presidente da República, não se sentam para procurar uma solução em conjunto".

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Re: Entrevista Soares ds Santos

por Supermann » 7/1/2012 15:05

Bocciardi Escreveu:Bom dia,

Acabei de ver um excerto da entrevista dos Soares dos Santos na SIC Notícias e quando o jornalista lhe perguntou sobre o pagamento dos impostos da jerónimo Martins Holding, ele referiu que iria pagar o mesmo, a única coisa que ia mudar é que 10% dos impostos ficavam na Holanda e os 15% seriam para Portugal.

O jornalista perguntou-lhe se isto era IRS e o Soares dos Santos confirmou que sim... É erro meu ou este imposto é IRC e foi gralha?

Se for IRS, alguém me consegue explicar porquê?

Obrigado


O que mudou não foi a sede fiscal da Jerónimo Martins.

Antes o que acontecia era, a Jeronimo Martins pagava dividendos aos seus accionistas, como tu e eu por exemplo.

Os dividendos são logo tributados e retidos na fonte.

O Soares dos Santos não tem acções em nome proprio mas em nome de uma empresa, que também essa recebia obviamente dividendos. A empresa representa toda a familia.

Uma vez que existe isenção de tributação sobre dividendos nas SGPS para evitar dupla tributação, quando a JMT pagava à Soares dos Santos Portuguesa, esses dividendos não eram taxados, mas depois no final do ano incidia novamente IRC sobre o "lucro" da empresa Soares dos Santos.

Quando a empresa distribui esse capital pelos vários familiares, então ai incide IRS.

O que mudou para a Holanda foi a empresa Soares dos Santos.

Com isto, os dividendos que esta vai receber da JMT igualmente não serão tributados, mas quando esta distribuir os dividendos por entre os membros da famíilia irão ser taxados sobre IRS, uma vez que o Soares dos Santos como cidadão continua rersidente em Portugal.

Está a receber dividendos de uma empresa estrangeira, dos quais pagará 25% de imposto sobre dividendos.

É o mesmo que eu e tu determos uma cotada qualquer do AEX. Quando recebes dividendos, és taxado a 25% de onde 15% vão para o eStado portugues e 10% para o fisco holandes.
 
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Entrevista Soares ds Santos

por Bocciardi » 7/1/2012 13:24

Bom dia,

Acabei de ver um excerto da entrevista dos Soares dos Santos na SIC Notícias e quando o jornalista lhe perguntou sobre o pagamento dos impostos da jerónimo Martins Holding, ele referiu que iria pagar o mesmo, a única coisa que ia mudar é que 10% dos impostos ficavam na Holanda e os 15% seriam para Portugal.

O jornalista perguntou-lhe se isto era IRS e o Soares dos Santos confirmou que sim... É erro meu ou este imposto é IRC e foi gralha?

Se for IRS, alguém me consegue explicar porquê?

Obrigado
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por richardj » 7/1/2012 11:59

Ulisses Pereira Escreveu:Escada, tens noção que os negócios da JM em Portugal já representam menos de metade do que têm no resto do mundo?

Um abraço,
Ulisses


a grande razão de porque tanta gente não gosta da JM.
é uma empresa que anda a ser chutada de portugal pela inveja dos outros. Enquanto as acções dos outros cairam a pique nos últimos dois três anos a JM foi só facturar. Durante anos com a cotada acima das previsões dos analistas cá da praça.
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