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Caldeirão da Bolsa

Responsáveis: arrastar, enforcar e esquartejar?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Pantone » 21/11/2011 18:22

migluso Escreveu:
Muffin Escreveu:Os analistas da SG, (dentro da credibilidade que cada um lhes queira dar) afirmam que os medos da Alemanha estão relacionados com 1. a sua experiência dos anos 20 (que levou à hiper-inflação - um para mim ;) 2. às limitações do BCE e 3. a uma preocupação de atenuação do controlo orçamental na periferia (não é controlável?!).


The more immediate concern in the current context, however,..


Mas tu atribuis pontos a ti... OK, pronto... ganha lá... Fizeste-me lembrar o meu irmão mais novo... quando éramos mais novos eu tinha sempre que o deixar ganhar senão era uma berreiro... :wink: :mrgreen:


lol
 
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por pvg80713 » 21/11/2011 18:18

Responsáveis: arrastar, enforcar e esquartejar?


e dar aos cães !
 
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por migluso » 21/11/2011 18:17

Muffin Escreveu:Os analistas da SG, (dentro da credibilidade que cada um lhes queira dar) afirmam que os medos da Alemanha estão relacionados com 1. a sua experiência dos anos 20 (que levou à hiper-inflação - um para mim ;) 2. às limitações do BCE e 3. a uma preocupação de atenuação do controlo orçamental na periferia (não é controlável?!).


The more immediate concern in the current context, however,..


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por migluso » 21/11/2011 18:11

Muffin Escreveu:Associar argumentos morais a questões económicas é prova da sua falta de sustentação...


Muffin, pode ser que o termo risco moral não seja o mais adequado e tenha gerado alguma confusão. O termo em inglês é "moral hazard" e existe desde que há capitalismo ou economia de mercado.

No fundo trata-se do seguinte: se eliminarmos o risco, matamos o sistema. Não funciona. Ponto.
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por Pantone » 21/11/2011 16:24

Os analistas da SG, (dentro da credibilidade que cada um lhes queira dar) afirmam que os medos da Alemanha estão relacionados com 1. a sua experiência dos anos 20 (que levou à hiper-inflação - um para mim ;) 2. às limitações do BCE e 3. a uma preocupação de atenuação do controlo orçamental na periferia (não é controlável?!).

Quanto à questão moral, que o Ulisses vem repescar no seu novo artigo, veio-me à cabeça uma citação:

Economics Is not a Morality Play
It’s not a happy story in which virtue is rewarded and vice punished. The market economy is a system for organizing activity — a pretty good system most of the time, though not always — with no special moral significance. The rich don’t necessarily deserve their wealth, and the poor certainly don’t deserve their poverty; nonetheless, we accept a system with considerable inequality because systems without any inequality don’t work.

Associar argumentos morais a questões económicas é prova da sua falta de sustentação pois o facto de a Alemanha estar há anos a beneficiar da falta de competitividade dos países periféricos, não me parece moral... ¬¬
 
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por migluso » 21/11/2011 13:04

K. Escreveu:Quais são esses factores reais que estão por trás da falta de competitividade?


- Sistema de Justiça;
- Leis Laborais;
- Sistema Fiscal;
- Burocracia diversa;
- Baixa Formação de Empresários e Trabalhadores;
- Falta de Espírito Empreendedor
- Etc...
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por K. » 21/11/2011 12:19

Quais são esses factores reais que estão por trás da falta de competitividade?
 
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por migluso » 21/11/2011 12:00

Muffin Escreveu:O medo da Alemanha é a inflação sim, aliado a uma falta de vontade de assumir custos que pensam ser de outros, seguindo a velha política de olhar para a árvore e não ver a floresta.


Os analistas da SG têm uma opinião semelhante à minha:

Quotes from Societe Generale Cross Asset Research:

-German opposition to debt monetisation is deeply engrained, linked to its own disastrous experience of the 1920s.

-The more immediate concern in the current context, however, is also the lack of conditionality offered by ECB intervention.

-Both Germany and the ECB fear that aggressive intervention in bond markets could see fiscal discipline in the weaker periphery evaporate.
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por migluso » 17/11/2011 16:14

Agora fala-se disto... :shock: :-k :-s :-k

Euro zone and International Monetary Fund officials have discussed the idea of the European Central Bank lending to the IMF, to provide the fund with sufficient resources for bailing out even the biggest euro zone sovereigns, officials said.


http://www.zerohedge.com/news/ecb-indep ... -blind-eye
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por migluso » 17/11/2011 12:47

Muffin Escreveu:migluso, o que se afirma é que a taxa de câmbio deve ajustar-se à evolução da competitividade, e se esta baixa, a moeda deve desvalorizar para manter um equilibrio relativo (sendo o contrário, obviamente verdade).


Tinha entendido que defendes uma desvalorização cambial como forma de aumentarmos a nossa competitividade.

Isso não é possível dentro da zona euro, como bem sabes.

Também deves saber, creio eu, que os ganhos de competitividade derivados de uma desvalorização cambial serão de curto prazo se entretanto não forem resolvidos os factores reais que estão por detrás da falta de competitividade.

Se a competitividade é baixa e está continuamente a descer, ataquemos os factores reais que estão na base dessa descida.

Mas não fujamos ao tema do tópico... :wink:

Cumps
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por Pantone » 17/11/2011 10:57

migluso, o que se afirma é que a taxa de câmbio deve ajustar-se à evolução da competitividade, e se esta baixa, a moeda deve desvalorizar para manter um equilibrio relativo (sendo o contrário, obviamente verdade).
 
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por migluso » 17/11/2011 0:24

Muffin Escreveu:
...aliado a uma falta de vontade de assumir custos que pensam ser de outros...


Não tenho comentários.

Muffin Escreveu:A crise económica veio pôr a nú estas diferenças relativas entre os vários países. Se o Euro desaparecer a competitividade do centro da Europa leva um rombo. Há pessoas que percebem isso, mas o centro político europeu, pela inflexibilidade alemã, vai pondo esparadrapos na ferida que precisa de ser tapada.


Há mais de uma década que se fala em problemas de competitividade da economia portuguesa. Entre outros factores que contribuíram e contribuem negativamente para a competitividade da nossa economia, há mais de uma década que se sabe que os salários estavam a crescer muito acima da produtividade. Independentemente da baixa produtividade ser responsabilidade do empresário ou do trabalhador, o facto é que era insustentável o rumo que estávamos a seguir.

Só quem anda distraído, ou quer continuar a viver em negação, é que pode vir agora dizer que foi a crise que colocou a nu o problema da competitividade.

Pelo contrário, a crise vai-nos obrigar a fazer esse ajustamento, a resolver esse problema identificado há mais de 10 anos. Infelizmente, porque fomos governados por uma cambada de incompetentes, vamos fazê.lo na pior altura possível. Vamos fazê-lo, não por vontade própria, mas porque somos obrigados. Fecharam-nos a torneira.

E não me venhas dizer que a culpa é da moeda. Espero ter-te provado num debate no passado quando apresentei o exemplo da República Checa, que melhorou o seu nível de competitividade na última década ao mesmo tempo que a sua moeda teve uma apreciação considerável.
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consulte um advogado e durma

por mcarvalho » 16/11/2011 22:34

 
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por Pantone » 16/11/2011 22:32

masterpro Escreveu:Uma entrevista e comentário que vi e que achei bastante incisivo e me deixou a pensar, o que é raro hoje em dia
http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... v4WyOQedj4
Opiniões, será que o homem tem razão?
Na minha opinião em parte sim


O homem está passado... ou indignado!

Penso que se está a fazer uma confusão neste debate, e que é visível nos argumentos desse Senhor).

O que se pretende do BCE é que em primeiro lugar compre massivamente dívida. Ou melhor, que ameace comprar massivamente dívida (possivelmente nem o tería que fazer) e dessa forma baixar os juros que o mercado pede. Basicamente pretende-se que o BCE retire a incerteza associada às emissões de forma a estas reflectirem o seu valor real (desapareceria imediatamente o "problema" Italiano e os contágios à França e possivelmente à Espanha).

Não se pretende que o BCE capitalize a Banca nem que intervenha a esse nível. Sendo os Bancos detentores de dívida, naturalmente ficariam aliviados, pelo que o efeito seria benéfico para todo o sistema, sendo estes parte importante dele. Haveria mais liquidez em todo o sistema, que sería distribuido pelo mercado, em função das suas necessidades

O problema de fundo é que com o Euro os estados estão a emitir dívida em moeda estrangeira, pelo que ficam sujeitos às variações cambiais (internas, neste caso). Se o sistema não haje como um todo, como tem acontecido, os países com maiores problemas de competitividade, sofrem imediatamente.

Finalmente, um comentário ao que disse o migluso, para recordar que a Alemanha nunca tem problemas morais, excepto quando não a favorecem. Já assistimos a isto, como referes e bem, relativamente ao PEC. Quando os países do sul ultrapassaram os limites, accionaram os mecanismos de punição. Quando a Alemanha o teve que fazer, não houve problemas, tendo ficado a moral na gaveta, e os mecanismos de puniçao desactivados (assim como o PEC).

O medo da Alemanha é a inflação sim, aliado a uma falta de vontade de assumir custos que pensam ser de outros, seguindo a velha política de olhar para a árvore e não ver a floresta.

A Europa é um sistema de economias abertas, em que a manutenção do Euro favorece quem tem vantagens competitivas (e que foram sendo alargadas ao longo dos anos, por vários motivos).

A crise económica veio pôr a nú estas diferenças relativas entre os vários países. Se o Euro desaparecer a competitividade do centro da Europa leva um rombo. Há pessoas que percebem isso, mas o centro político europeu, pela inflexibilidade alemã, vai pondo esparadrapos na ferida que precisa de ser tapada.

Espero não ter sido demasiado denso, e de alguma forma ter contribuido para o debate.
 
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por masterpro » 16/11/2011 21:16

Uma entrevista e comentário que vi e que achei bastante incisivo e me deixou a pensar, o que é raro hoje em dia

http://www.youtube.com/watch?feature=pl ... v4WyOQedj4

Opiniões, será que o homem tem razão?


Na minha opinião em parte sim
 
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por Ulisses Pereira » 16/11/2011 18:24

Aquilo que os responsáveis estão a afirmar é que estas medidas não visam só aumentarem a liquidez dos Bancos. O objectivo é desalavancar a actividade económica, sendo os Bancos peça chave nisso.

Ou seja, mesmo que o Estado pagasse as suas dívidas à Banca, não resolveria a segunda questão...

Um abraço,
Ulisses
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por migluso » 16/11/2011 17:12

A jornalista Helena Garrido escreve mais um artigo que me merece algumas críticas.

Falha no essencial.

Vou comentá-lo aqui porque considero estar relacionado com o tema do tópico.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=519687

Primeiro, só agora concluiu que a única saída passa por uma alterações da política monetária do BCE, coisa que já era evidente há algum tempo para os mais atentos.

Segundo, escreve como se a monetização da dívida nos EUA ou em Inglaterra tivesse, até à data, resolvido algum problema na economia. Resolveu, sim, no sistema financeiro. Ou melhor, estabilizou-o, mas para já é impossível concluir se é sustentável esta estabilização. Para já, o que é possível concluir é que a economia real ainda não desfrutou da referida estabilização.

Terceiro, refere que o medo da Alemanha é a inflação. Errado, o maior medo da Alemanha é o risco moral. É o medo de o BCE anunciar a compra de dívidas públicas e este acto levar os políticos a desprezarem os programas de ajustamento como o fizeram com o PEC. É o receio de, desta forma, se passar a efectuar de forma permanente uma transferência de recursos dos países disciplinados para aqueles que gastam o que não têm. É o medo de pôr o BCE na mão dos políticos (caso encha o balanço com dívidas soberanas), o pior que podia acontecer para os cidadãos europeus.

Por último, afirma que a inflação é uma doença fácil de controlar. Ela lá sabe...
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por K. » 16/11/2011 10:31

lol...o post não parecia ter entrado e fui carregando no submeter...talvez os administradores apaguem.

As coisas estão a avançar rapidamente: a Finlândia e a Holanda, já descolaram da Alemanha, os yields dispararam ontem.


http://online.wsj.com/mdc/public/page/2 ... bonds.html



Ou seja: o mercado está mesmo a acreditar que o mecanismo de saída do Euro aprovado no parlamento alemão vai ser utilizado pela própria Alemanha para sair do Euro ( uma salvaguarda para evitar a inflação que vai ser provocada pelo "Quantitative Easing").


Reparem também na descida dos yields de Portugal. Após o duplo topo da semana passada, não param de cair. Talvez o IGCP esteja a comprar no mercado secundário. Ao executar um programa de recompras neste momento o benefício seria duplo: reduzia o valor da dívida externa ao comprar bem abaixo do que vendeu o ano passado e faria pressão sobre os juros, levando co aumento do racio dos bancos. Era o que eu faria.
 
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por MarcoAntonio » 16/11/2011 10:25

Provavelmente uma falha a submeter o post ou coisa parecida. Vou apagar as repetições...
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por sargotrons » 16/11/2011 9:43

K,
estás gago? :lol:

Como dizes, está na hora de tomar o xarope que o tio Tim Geithner, à tanto tempo anda a receitar.
Isto já não é dor de garganta da periferia e está a chegar ao brônquios.
Dou razão a ti e ao primo Cavaco e agora é o momento de tomar o xarope "monitol" da farmácia BCE, não antes como o tio Geithner receitava, e nem tarde demais ou isto vira pneumonia.
Não faz mal!...
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por K. » 16/11/2011 4:05

Migluso,

em relação ao mercado interbancário penso que o problema veio para ficar. As transacções vão continuar a ser mediadas pelos bancos centrais. Não nos podemos esquecer que o Lehman Brother caiu do alto de um triplo A. Estas coisas marcam os mercados para sempre.


Eu comparo com o Crash de 87, que criou o sorriso na volatilidade implícita nas opções, que nunca mais desapareceu-passaram-se 24 anos. No fundo o sorriso reflete o receio de um crash no curto prazo, o que leva os traders a pagarem mais pelas maturidades mnais curtas.

Da mesma forma, o súbito Default de um banco gigantesco com AAA alterou definitivamente a percepção que os bancos têm em relação a emprestar dinheiro a outros, em operações de curto prazo, antes consideradas de baixo risco.

Só resta oficializar o processo de intermediação do Banco Central, até agora visto como provisório.
 
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por migluso » 16/11/2011 3:45

K.,

o que pretendi deixar claro foi que sem confiança no mercado interbancário a economia não funciona. o bce pode imprimir o que quiser que não adiantará nada se o mercado interbancário não funcionar.

os rácios de capital dos bancos europeus, para além de calculados de forma pouco transparente, pelos vistos ficam muito aquém dos exigidos nos EUA.

enquanto não se resolver este problema, que não é apenas da banca portuguesa, não haverá confiança na economia europeia.
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por K. » 16/11/2011 3:44

o mercado interbancário é disfuncional desde 2008, não 98...

Outra coisa: não é só por malandrice que os periféricos não estão bem. A geografia conta (por alguma razão a crise começa na periferia). E conta também um facto onde Portugal está em desvantagem: a falta de qualificações e iliteracia/inumeracia funcional. Comparem com a Finlândia ou com a Irlanda.

A crise é tão geográfica que se propaga pela fronteira: vejam o caso do ultimo mês na Austria, que acaba de concluir a sigla FABS (com a França, Belgica e Spain) pura e simplesmente porque tem uma exposição enorma à Itália.

A crise da dívida está a seguir circulos geográficos concêntricos desde a periferia até à Alemanha:

Primeiro circulo. Ultra-periferia: Grecia, Irlanda e Portugal.

Segundo circulo. Periferia: Itália Espanha, Bélgica e Inglaterra (esta última resolveu o problema monetizando).

Terceiro circulo: Fronteiros com os periféricos: França e Austria.

Resta a Alemanha e três pequenos países com nível de desenvolvimento ´muito acima da Europa (Holanda, Finlândia e Luxemburgo).


Ou seja, o cerco está a apertar, e mais cedo ou mais tarde vai chegar à Alemanha (os CDS alemães ultrapassaram hoje os 100 pontos e o mercado dos CDS tem estado bem à frente do das obrigações).
 
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por atomez » 16/11/2011 3:40

K. Escreveu:Tirando Krugman e Cavaco Silva, quem tem vindo a público defender medidas Keynesianas?

O Obama.

K. Escreveu:Outro caso que não é referido é a America do pós-guerra: a dívida no final dos anos 40 estava acima dos actuais valores. E o que fez o governo? Gastou, gastou, deu dinheiro à Europa. Resultado: a dívida foi reduzida através do crescimento do PIB, houve 20 anos de porsperidade e desenvolvimento a todos os níveis, enriquecimento das classes médias.

Isso foi uma situação excecional, grande endividamento em tempo de guerra e depois o elevado crescimento económico no pós-guerra com a reconstrução da Europa, Japão, etc. Tal como nos anos 20 se tinha passado após a 1ª guerra mundial.

Será que... a recuperação de uma grande crise só com uma grande guerra ... ?
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
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por migluso » 16/11/2011 3:38

Lion_Heart Escreveu:migluso esquece, o mal foi feito muito tempo atras , quando deviam ter arrumado com o "problema" Grego em uma semana. Agora é tarde, a maquina ja nao para.

Ja atacam a divida Austriaca e Francesa. Nao tarda atacam a Alemã. O BCE nao tem capacidade de comprar divida em quantidade suficiente, alias se se poe a comprar cada vez vao aparecer mais vendedores a querer "despachar" o lixo.


lion,

talvez até nem fosse necessário comprar, quem sabe com alguma criatividade... provavelmente não resultaria, mas tem o seu engenho a ideia expressa neste artigo...
http://www.economist.com/blogs/freeexch ... o-crisis-7
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