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Caldeirão da Bolsa

A minha reacção à revolta dos portugueses

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por atomez » 16/10/2011 23:36

Metallising Escreveu:Indústria e agricultura é voltar à idade média?

Que riqueza produzimos para sustentar o nosso padrão de vida actual?

Ok, pronto, então ao nível do séc. XIX... :mrgreen:

Temos que investir é em áreas muito mais rentáveis que indústria e agricultura, essas são commodities com margens de lucro muito baixas, volumes de produção muito altos para os quais não temos capacidade nem qualidade e ainda por cima a concorrência de todo o resto do mundo.

Ali em cima apontei um sector possível, até abri um tópico separado sobre isso.

Outro é o turismo. O turismo internacional é uma exportação em que nem precisamos de mandar nada lá para fora, os clientes até vêm cá deixar-nos o seu dinheirinho...

E outros haverá, cada um é que tem que puxar pela cabeça porque eu de certeza que não sou o salvador da pátria.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por Metallising_ » 16/10/2011 23:28

Indústria e agricultura é voltar à idade média?

Que riqueza produzimos para sustentar o nosso padrão de vida actual?
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por atomez » 16/10/2011 23:13

Metallising Escreveu:É verdade que não podemos ser auto suficientes a todos os níveis. Mas a questão é que não somos auto suficientes em nada! Se não somos capazes de exportar, poderíamos pelo menos ser capazes de não importar tanto.

Pois, só que isso também não é solução.

A não ser que aceitemos viver com um nível e qualidade de vida da Idade Média...
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por EuroVerde » 16/10/2011 22:57

Metallising Escreveu:Não vos percebo. É preciso ser licenciado em economia para perceber onde quero chegar?

Não interessa se o dinheiro do FMI vai para os velhinhos, para os funcionários públicos, para os ricos ou para os pobres. O que interessa, é que independentemente disso, o dinheiro que nos é emprestado inevitavelmente vai voltar a sair do país a partir do momento em que toda essa gente compra produtos estrangeiros.

Para mim esta é a raiz do problema. O resto é ruído.


O dinheiro só sairá de novo se Portugal não estiver falido.
Se falido estiver, fazem como na Grécia , um Perdão parcial.

O dinheiro não sai do país só porque se compra produtos estrangeiros, o dinheiro saí do país devido aos juros de retorno a que nos têm emprestado, até podiamos deixar de importar.
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por Metallising_ » 16/10/2011 22:43

Atomez Escreveu:O problema não é esse, o problema é este país não conseguir produzir produtos e serviços que outros de fora nos comprem em quantidade suficiente para cobrir o que importamos.


Isso é óbvio. Daí a minha afirmação sobre a problemática dos empréstimos do FMI. Se não produzimos nada para consumo próprio ou exportação, só nos resta importar. Logo, o dinheiro que entra por empréstimo vai de uma forma ou de outra, voltar a sair de Portugal. Uma vez que o dinheiro esteja fora, nunca mais o veremos, porque ninguém vai gastar dinheiro a comprar os nossos produtos ou serviços.

É verdade que não podemos ser auto suficientes a todos os níveis. Mas a questão é que não somos auto suficientes em nada! Se não somos capazes de exportar, poderíamos pelo menos ser capazes de não importar tanto.
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por atomez » 16/10/2011 21:39

Metallising Escreveu:Não vos percebo. É preciso ser licenciado em economia para perceber onde quero chegar?

Não interessa se o dinheiro do FMI vai para os velhinhos, para os funcionários públicos, para os ricos ou para os pobres. O que interessa, é que independentemente disso, o dinheiro que nos é emprestado inevitavelmente vai voltar a sair do país a partir do momento em que toda essa gente compra produtos estrangeiros.

Para mim esta é a raiz do problema. O resto é ruído.

Pelos vistos seria melhor adquirires mais conhecimentos sobre economia...

O problema não é esse, o problema é este país não conseguir produzir produtos e serviços que outros de fora nos comprem em quantidade suficiente para cobrir o que importamos.

Porque, não tenhamos ilusões, é completamente impossível a um país desta dimensão produzir internamente tudo o que é preciso para ter um nível e qualidade de vida adequados aos tempos em que vivemos. Neste este país nem praticamente nenhum outro por maior que seja. O mercado comum é europeu e mundial.

Neste país não se produzem grande parte dos bens e serviços que as pessoas querem e são básicos para a vida actual. Por exº -- automóveis, televisões, telemóveis, eletrónica em geral, medicamentos, equipamentos médicos, materiais de construção, iluminação, equipamento doméstico, etc.

Uma alternativa seria fecharmo-nos ao comércio internacional? Ficávamos uma espécie de Cuba ou Coreia do Norte com produtos mínimos, caros, antiquados e de má qualidade...

O que é preciso é produzirmos cá produtos e serviços competitivos para outros comprarem, mandando para cá os seus euros, dollars, schekels.

Uma área altamente rentável, de alto valor acrescentado e tecnologicmante evoluída em que este país podia ser altamente competitivo é nos serviços de outsourcing de operação e gestão de sistemas informáticos para o resto da Europa

Em especial nesta altura em que as empresas precisam desesperadamente de reduzir custos, esta área está em grande crescimento em todo o mundo, em especial na India, com é sabido.

Ora, nós conseguimos ser competitivos neste sector com os indianos!

Isto porque:

-- dispomos de mão de obra qualificada e em quantidade suficiente

-- o custo dessa mão de obra é mais elevado que na India mas a diferença não é assim tão grande, não chega ao dobro do custo

-- para fazer o mesmo tipo de serviços ao mesmo nível, cá é preciso menos gente porque os indianos são individualmente altamente especializados em cada uma das tarefas, nós cá somos mais polivalentes, cada um pode tratar de várias áreas diferentes e ainda por cima trabalhamos mais horas; assim por exº um serviço de gestão de um sistema que na India precisa de 10 pessoas, cá pode ser feito com apenas 6

-- os indianos só falam inglês, cá é muito mais fácil ter profissionais que falem outras línguas como francês, alemão, etc.

-- a diferença de horas é quase inexistente o que facilita os contactos e interação com o cliente

-- a inflação na India é muito mais alta que cá, por isso o custo de contratos de outsourcing lá sobe mais todos os anos que cá

-- estamos na zona Euro, portanto não há risco cambial

-- por directiva europeia, os serviços de outsourcing prestados aos serviços estatais europeus não podem ser adjudicados a empresas fora da europa, por motivos de segurança e outros

Isto já foi verificado em vários casos concretos que conheço pessoalmente e o maior problema em se conseguirem contratos de outsourcing para cá é que Portugal não é visto como um local indicado para isso, é uma questão de perceção.

Nesta área temos a concorrência muito forte da Irlanda, aí grande número de empresas de dimensão europeia e multinacional têm grandes data centres e centros de apoio às operação a nível europeu, mas sobre eles temos a vantagem de os salários lá serem na ordem de 3 vezes mais altos que os de lá.

É uma enorme oportunidade de investimento, mas estranhamente por cá não parece haver grande interesse.
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por Metallising_ » 16/10/2011 19:20

Não vos percebo. É preciso ser licenciado em economia para perceber onde quero chegar?

Não interessa se o dinheiro do FMI vai para os velhinhos, para os funcionários públicos, para os ricos ou para os pobres. O que interessa, é que independentemente disso, o dinheiro que nos é emprestado inevitavelmente vai voltar a sair do país a partir do momento em que toda essa gente compra produtos estrangeiros.

Para mim esta é a raiz do problema. O resto é ruído.
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por oscar.coelho » 16/10/2011 19:02

TIO PATINHAS Escreveu:
Metallising Escreveu:No meio disto tudo pergunto, o que é esta a ser feito em Portugal que vá inverter esta situação?

Recebemos milhões de euros emprestados do FMI para poder continuar a pagar as pensões aos velhinhos. Uma vez que os velhinhos recebam as suas pensões (com o dinheiro emprestado ao estado) vão ao pingo-doce comprar fruta espanhola, arroz basmati do Paquistão, um creme Nivea para as mãos (Alemanha) e mais uma serie de produtos estrangeiros. No final, os milhões que recebemos do FMI já não se encontram a circular em Portugal, vamos ter que pagar um empréstimo por uma coisa que não serviu de nada.


Se bem percebi, o seu comentário começa com uma pergunta à qual se segue uma afirmação, grave, quanto a mim.
Vejamos: Não vê políticas para se sair da actual crise.Concordo.
Tem sugestões a apresentar ou fica-se pela qual afirma que os dinheiros do FMI servem para pagar as pensões aos velhinhos.?
Já pensou que os "tais velhinhos" que andam a gastar os dinheiros que nos emprestam talvez recebam de reforma mensal aquilo que as gerações geradas depois do esbanjamento das toneladas de ouro que o "velhote" cá deixou,gastam nas "noitadas" na 24 de Julho.Como a maioria não trabalha, são os papás que entram com as mesadas para que os meninos não percam um Festival,cá dentro ou lá fora;o pópó para ir para Faculdade e, tantos outros deleites que os tais velhinhos nunca conheceram.
Agora, confrontados com uma realidade, grave e de contornos à escala global,limitam-se a gritar a sua "indignação" pugnando pelo poder participativo das massas populares. Sim, as tais que nos actos eleitorais se limitam a ficar em casa ( cerca de 50% ),incluindo nessa contabilidade a "juventude" que se viu hoje nos Telejornais da TV.
Concluo: O País enfrenta problemas complexos cuja solução implica reformas estruturais dolorosas numa sociedade que não está preparada para os aceitar.
O caminho a seguir terá de ser de acordo com as normas democráticas e no contexto do mundo actual.


Os "velhinhos" são aqueles que pagaram as ferramentas que os mais "novinhos" agora utilizam para dizer que eles se devem desviar da frente porque estão a ocupar os lugares a que eles deveriam ascender por estarem muito melhor preparados. E que saiam da frente sem direito à reforma para que descontaram porque se não for assim os seus "problemas" não se resolvem. Tenho vergonha de ter contribuído para isto!
 
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por Metallising_ » 16/10/2011 16:26

TIO PATINHAS Escreveu:
Metallising Escreveu:No meio disto tudo pergunto, o que é esta a ser feito em Portugal que vá inverter esta situação?

Recebemos milhões de euros emprestados do FMI para poder continuar a pagar as pensões aos velhinhos. Uma vez que os velhinhos recebam as suas pensões (com o dinheiro emprestado ao estado) vão ao pingo-doce comprar fruta espanhola, arroz basmati do Paquistão, um creme Nivea para as mãos (Alemanha) e mais uma serie de produtos estrangeiros. No final, os milhões que recebemos do FMI já não se encontram a circular em Portugal, vamos ter que pagar um empréstimo por uma coisa que não serviu de nada.


Se bem percebi, o seu comentário começa com uma pergunta à qual se segue uma afirmação, grave, quanto a mim.
Vejamos: Não vê políticas para se sair da actual crise.Concordo.
Tem sugestões a apresentar ou fica-se pela qual afirma que os dinheiros do FMI servem para pagar as pensões aos velhinhos.?
Já pensou que os "tais velhinhos" que andam a gastar os dinheiros que nos emprestam talvez recebam de reforma mensal aquilo que as gerações geradas depois do esbanjamento das toneladas de ouro que o "velhote" cá deixou,gastam nas "noitadas" na 24 de Julho.Como a maioria não trabalha, são os papás que entram com as mesadas para que os meninos não percam um Festival,cá dentro ou lá fora;o pópó para ir para Faculdade e, tantos outros deleites que os tais velhinhos nunca conheceram.
Agora, confrontados com uma realidade, grave e de contornos à escala global,limitam-se a gritar a sua "indignação" pugnando pelo poder participativo das massas populares. Sim, as tais que nos actos eleitorais se limitam a ficar em casa ( cerca de 50% ),incluindo nessa contabilidade a "juventude" que se viu hoje nos Telejornais da TV.
Concluo: O País enfrenta problemas complexos cuja solução implica reformas estruturais dolorosas numa sociedade que não está preparada para os aceitar.
O caminho a seguir terá de ser de acordo com as normas democráticas e no contexto do mundo actual.


A questão não é pagar as pensões ao velhinhos, não é isso que está em causa, se trabalharam toda a sua vida incondicionalmente têm direito a receber as suas pensões.
A questão é que o dinheiro que é emprestado a Portugal não serve de coisa nenhuma uma vez que volta a sair de novo para o exterior. Se o consumo é baseado em produtos estrangeiros, o dinheiro em vez de circular em Portugal é transferido para o estrangeiro. Se temos mais dinheiro a sair do que a entrar, desta forma, inevitavelmente Portugal não vai enriquecer.
Se tivéssemos uma agricultura e indústria capaz de cobrir todas as necessidades do povo português, não seria necessário estar a comprar no estrangeiro, o dinheiro continuaria a circular em Portugal.
Já que não temos capacidade para exportar coisa nenhuma, pelo menos que sejamos auto suficientes.
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Re: A minha reacção à revolta dos portugueses

por MarcoAntonio » 16/10/2011 0:05

Atomez Escreveu:
Claro que não. Uma empresa tem por objetivo defender os interesses e o investimento dos seus acionistas.



Precisamente: por isso mesmo a Apple tê-lo feito ou não tê-lo feito não nos diz nada sobre o benefício para os Estados Unidos. Só nos diz que provavelmente não é benéfico para a Apple!

:wink:
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: A minha reacção à revolta dos portugueses

por atomez » 15/10/2011 22:56

tmits Escreveu:
Atomez Escreveu:Em qualquer país desenvolvido, pelo menos mais desenvolvido que este, grosso modo os da OCDE, a agricultura representa menos de 5% e a indústria menos de 20% da economia quer em termos de PIB quer em termos de emprego.

Nos países mais desenvolvidos o sector de serviços representa 3/4 ou mais da economia. O chamados "países industrializados" são de facto... países de serviços!


E são os que estão mais falidos.

Os Estados é que estão falidos, porque os políticos adoram gastar aquilo que não têm.
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Re: A minha reacção à revolta dos portugueses

por atomez » 15/10/2011 22:55

MarcoAntonio Escreveu:
Atomez Escreveu:Essa agora, porquê? Essa é uma conclusão sem sentido. Aliás, se isso fosse fosse verdade já o tinham feito.

Beneficia os USA porque assim o produto é mais competitivo a nível mundial, têm um mercado muito maior e um volume de vendas muito mais alto.


Os Estados Unidos e a Apple não são a mesma coisa.

:wink:

Claro que não. Uma empresa tem por objetivo defender os interesses e o investimento dos seus acionistas.

O Estado deve estar ao serviço dos cidadãos, das pessoas, das empresas e outras organizações que elas criam.

E não o contrário.

Ou isto agora é o Comunismo???? Ou o Fascismo????
Editado pela última vez por atomez em 15/10/2011 23:04, num total de 2 vezes.
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Re: A minha reacção à revolta dos portugueses

por tava3 » 15/10/2011 21:21

pedrom Escreveu:Temos menos maquinaria??? Isso é falso!!! Temos é maquinaria diferente.... como jeps e carros de alta cilindrada...


Eles é que não tiveram visão, com os jeps e os carros de alta cilindrada a fazer piões nos terrenos, aquilo ficava tudo lavrado. 8-)
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por TIO PATINHAS » 15/10/2011 21:01

Metallising Escreveu:No meio disto tudo pergunto, o que é esta a ser feito em Portugal que vá inverter esta situação?

Recebemos milhões de euros emprestados do FMI para poder continuar a pagar as pensões aos velhinhos. Uma vez que os velhinhos recebam as suas pensões (com o dinheiro emprestado ao estado) vão ao pingo-doce comprar fruta espanhola, arroz basmati do Paquistão, um creme Nivea para as mãos (Alemanha) e mais uma serie de produtos estrangeiros. No final, os milhões que recebemos do FMI já não se encontram a circular em Portugal, vamos ter que pagar um empréstimo por uma coisa que não serviu de nada.


Se bem percebi, o seu comentário começa com uma pergunta à qual se segue uma afirmação, grave, quanto a mim.
Vejamos: Não vê políticas para se sair da actual crise.Concordo.
Tem sugestões a apresentar ou fica-se pela qual afirma que os dinheiros do FMI servem para pagar as pensões aos velhinhos.?
Já pensou que os "tais velhinhos" que andam a gastar os dinheiros que nos emprestam talvez recebam de reforma mensal aquilo que as gerações geradas depois do esbanjamento das toneladas de ouro que o "velhote" cá deixou,gastam nas "noitadas" na 24 de Julho.Como a maioria não trabalha, são os papás que entram com as mesadas para que os meninos não percam um Festival,cá dentro ou lá fora;o pópó para ir para Faculdade e, tantos outros deleites que os tais velhinhos nunca conheceram.
Agora, confrontados com uma realidade, grave e de contornos à escala global,limitam-se a gritar a sua "indignação" pugnando pelo poder participativo das massas populares. Sim, as tais que nos actos eleitorais se limitam a ficar em casa ( cerca de 50% ),incluindo nessa contabilidade a "juventude" que se viu hoje nos Telejornais da TV.
Concluo: O País enfrenta problemas complexos cuja solução implica reformas estruturais dolorosas numa sociedade que não está preparada para os aceitar.
O caminho a seguir terá de ser de acordo com as normas democráticas e no contexto do mundo actual.
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Re: A minha reacção à revolta dos portugueses

por pedrom » 15/10/2011 18:28

A-330 Escreveu:
Elias Escreveu:
Atomez Escreveu:
Como facilmente se percebe a partir destes números, a agricultura de Portugal tem um peso no PIB que compara bem com a média dos 4 outros países referidos, mas a proporção de pessoas que trabalha nesse sector é QUATRO VEZES SUPERIOR.



Provavelmente há mais gente na nossa agricultura pq o tuga não investe em maquinaria.Se investissem mais em maquinaria haveria menos gente a trabalhar.A agricultura aqui deve utilizar a mesma tecnologia de há 50 anos.

A330


Temos menos maquinaria??? Isso é falso!!! Temos é maquinaria diferente.... como jeps e carros de alta cilindrada adquirida ao abrigo dos "protocolos" que trouxeram rios de dinheiro da comunidade para investir na agricultura e no bem estar dos agricultores!!!! :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
De que vale a pena correr quando estamos na estrada errada?
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por Metallising_ » 15/10/2011 18:10

No meio disto tudo pergunto, o que é esta a ser feito em Portugal que vá inverter esta situação?

Recebemos milhões de euros emprestados do FMI para poder continuar a pagar as pensões aos velhinhos. Uma vez que os velhinhos recebam as suas pensões (com o dinheiro emprestado ao estado) vão ao pingo-doce comprar fruta espanhola, arroz basmati do Paquistão, um creme Nivea para as mãos (Alemanha) e mais uma serie de produtos estrangeiros. No final, os milhões que recebemos do FMI já não se encontram a circular em Portugal, vamos ter que pagar um empréstimo por uma coisa que não serviu de nada.
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Re: A minha reacção à revolta dos portugueses

por Mares » 15/10/2011 11:33

Elias Escreveu:
Atomez Escreveu:Em qualquer país desenvolvido, pelo menos mais desenvolvido que este, grosso modo os da OCDE, a agricultura representa menos de 5% e a indústria menos de 20% da economia quer em termos de PIB quer em termos de emprego.


Sim, é verdade, mas vale a pena ver os números à lupa. Assim ao acaso, comparemos Alemanha, Holanda, França, Espanha e Portugal (os dados são do CIA World Factbook):



ALEMANHA
GDP - composition by sector:
agriculture: 0.9%
industry: 27.8%
services: 71.3% (2010 est.)

Labor force - by occupation:
agriculture: 2.4%
industry: 29.7%
services: 67.8% (2005)


HOLANDA
GDP - composition by sector:
agriculture: 2.6%
industry: 24.9%
services: 72.5% (2010 est.)

Labor force - by occupation:
agriculture: 2%
industry: 18%
services: 80% (2005 est.)


FRANÇA
GDP - composition by sector:
agriculture: 2%
industry: 18.5%
services: 79.5% (2010 est.)

Labor force - by occupation:
agriculture: 3.8%
industry: 24.3%
services: 71.8% (2005)


ESPANHA
GDP - composition by sector:
agriculture: 3.3%
industry: 26%
services: 70.7% (2010 est.)

Labor force - by occupation:
agriculture: 4.2%
industry: 24%
services: 71.7% (2009 est.)


PORTUGAL
GDP - composition by sector:
agriculture: 2.4%
industry: 22.9%
services: 74.7% (2010 est.)

Labor force - by occupation:
agriculture: 11.7%
industry: 28.5%
services: 59.8% (2009 est.)


Como facilmente se percebe a partir destes números, a agricultura de Portugal tem um peso no PIB que compara bem com a média dos 4 outros países referidos, mas a proporção de pessoas que trabalha nesse sector é QUATRO VEZES SUPERIOR.

Estes números ilustram bem a nossa falta de produtividade.

O presidente Cavaco apela a que os jovens se dediquem à agricultura. Não faria mais sentido apelar a uma maior produtividade por parte da enorme massa de gente que já trabalha nesse sector?


Bem observado Elias.

Tereí a acrescentar que 25% do défice na balança comercial portuguêsa provém da importação de produtos agrícolas/alimentares. São mais de 3 mil milhões de euros/ano que têmos de importar para cobrir as necessidades alimentares dos portuguêses.

Quando lembras Cavaco poderêmos dizer que foi com ele que foi destruída a base de produção agrícola em Portugal.

Aos restantes apêlos do PR (jovens na agricultura, não colocar limites ao endividamento do Estado, oposição ao cortes nos salário e pensões, sacrifícios com alguma imaginação,...etc, etc) são mesmo só para rír.

Se os portuguêses têm de apontar o dedo a algum responsável político, que levaram o país a esta situação, certamente que a maioria não terá dificuldade em identificar qual foi o maior responsável.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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por nunesvito » 15/10/2011 10:16

Não estou de acordo com a análise que faz do problema de Portugal,diz que se fala do governo,pois o problema é mesmo do governo,deste e dos outros,PS,PSD,CDS,BE,PCP,são os responsáveis,uns a nivel do governo central e todos nas autarquias.
Veja só os casos de corrupção em que estão envolvidos politicos a começar no mais alto magistrado da nação.Quanto custa o BPN,BPP,Madeira,as quotas no CDS,as verdadeiras vergonhas das autarquias onde incluo Salvaterra de Magos, unica onde o BE tem o poder.Para mim este é o problema,o povo, esse malvado tem aguentado todos os desmandos da classe dirigente, mas o dia em que isso vai mudar está a chegar.Diz que estaremos a caminho do século XIX, veja bem a história do final desse século,as classes dominantes passaram por um mau bocado.A história repete-se? Olhe eu acho que sim,e acho que o Sr vai mudar de opinião quando isso acontecer.
 
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Re: A minha reacção à revolta dos portugueses

por A330-300 » 15/10/2011 9:36

Elias Escreveu:
Atomez Escreveu:
Como facilmente se percebe a partir destes números, a agricultura de Portugal tem um peso no PIB que compara bem com a média dos 4 outros países referidos, mas a proporção de pessoas que trabalha nesse sector é QUATRO VEZES SUPERIOR.



Provavelmente há mais gente na nossa agricultura pq o tuga não investe em maquinaria.Se investissem mais em maquinaria haveria menos gente a trabalhar.A agricultura aqui deve utilizar a mesma tecnologia de há 50 anos.

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Re: A minha reacção à revolta dos portugueses

por tmits » 15/10/2011 8:32

Atomez Escreveu:Em qualquer país desenvolvido, pelo menos mais desenvolvido que este, grosso modo os da OCDE, a agricultura representa menos de 5% e a indústria menos de 20% da economia quer em termos de PIB quer em termos de emprego.

Nos países mais desenvolvidos o sector de serviços representa 3/4 ou mais da economia. O chamados "países industrializados" são de facto... países de serviços!


E são os que estão mais falidos.
 
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Re: A minha reacção à revolta dos portugueses

por MarcoAntonio » 15/10/2011 3:36

Atomez Escreveu:Essa agora, porquê? Essa é uma conclusão sem sentido. Aliás, se isso fosse fosse verdade já o tinham feito.

Beneficia os USA porque assim o produto é mais competitivo a nível mundial, têm um mercado muito maior e um volume de vendas muito mais alto.


Os Estados Unidos e a Apple não são a mesma coisa.

:wink:
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por Metallising_ » 15/10/2011 3:25

Porque assim seriam milhões de dólares pagos a americanos e não a chineses, seriam milhões de dólares a circular nos USA e não na China.

É verdade que seria mais difícil manter o produto a um preço competitivo devido aos custos salariais nos USA. Mas agora pergunto: É preferível para os USA ter trabalhadores a receber menos, ou desempregados?

Os USA estão com um problema grave de desemprego, se não conseguem criar emprego, porque não reduzir salários para atrair industria/investimento?

Na minha opinião, o ocidente tem que "baixar as calças" para recuperar a indústria.
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Re: A minha reacção à revolta dos portugueses

por atomez » 15/10/2011 2:32

Metallising Escreveu:
Atomez Escreveu:
Metallising Escreveu:Não vou dizer nada de novo, mas só para mostrar o ponto de vista, vejamos um exemplo prático:

Imagine-se que a Siemens produzia telefones numa fábrica na Alemanha. Então, o salário pago pela Siemens aos operários, seria dinheiro que iria continuar a circular dentro da Alemanha. Se a Siemens exportasse cada telefone por 100euros, então, cada telefone vendido seriam 100euros limpos a entrarem no país.

Agora imagine-se que os mesmos telefones eram produzidos na China. A cada telefone vendido por 100euros, apenas 80euros limpos entrariam na Alemanha uma vez que 20euros teriam sido gastos na China em mão de obra. No final, embora a Siemens continue a poder vender o produto ao mesmo preço, inevitavelmente há dinheiro que sai país.

Conta essa à Apple!


Acho que não estás a perceber o meu ponto de vista.
É óbvio que a Apple lucra biliões ao produzir na China em vez de produzir nos USA. Mas de que forma é que isso beneficia os USA? De forma nenhuma obviamente! Se a produção fosse no próprio país a Apple teria lucros menores mas os USA seriam altamente beneficiados.

Essa agora, porquê? Essa é uma conclusão sem sentido. Aliás, se isso fosse fosse verdade já o tinham feito.

Beneficia os USA porque assim o produto é mais competitivo a nível mundial, têm um mercado muito maior e um volume de vendas muito mais alto.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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Re: A minha reacção à revolta dos portugueses

por Metallising_ » 15/10/2011 2:23

Atomez Escreveu:
Metallising Escreveu:Não vou dizer nada de novo, mas só para mostrar o ponto de vista, vejamos um exemplo prático:

Imagine-se que a Siemens produzia telefones numa fábrica na Alemanha. Então, o salário pago pela Siemens aos operários, seria dinheiro que iria continuar a circular dentro da Alemanha. Se a Siemens exportasse cada telefone por 100euros, então, cada telefone vendido seriam 100euros limpos a entrarem no país.

Agora imagine-se que os mesmos telefones eram produzidos na China. A cada telefone vendido por 100euros, apenas 80euros limpos entrariam na Alemanha uma vez que 20euros teriam sido gastos na China em mão de obra. No final, embora a Siemens continue a poder vender o produto ao mesmo preço, inevitavelmente há dinheiro que sai país.

Conta essa à Apple!


Acho que não estás a perceber o meu ponto de vista.
É óbvio que a Apple lucra biliões ao produzir na China em vez de produzir nos USA. Mas de que forma é que isso beneficia os USA? De forma nenhuma obviamente! Se a produção fosse no próprio país a Apple teria lucros menores mas os USA seriam altamente beneficiados.
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Xissa !

por bboniek33 » 15/10/2011 2:22

Noos somos bons ee na "bola", nos Reinaldos e Naanis e o camandro. Deviamos era concentrarmos a economia nacional na obtenc,ao de futebolistas e, acessooriamente, na construc,ao de estaadios de futebol e cachecois e bandeiras e o camandro.
Ora para isso temos mateeria-prima (atee a Madeira tem superavit !) e nao-au e podiamos exportar esses produtos e coiso e resolver a Balanc,a Externa e coiso.
E mandava-se regressar o Queiroos e alugava-se o Bento ao Sheiks do Meedio-Oriente, re-editavam-se as obras de Meirim e tambem podiamos alugar os comentadores dos 7 canais de TV e os pivots e ia tudo para a China ensinar futebol aas crianc,as chinesas e coiso.
Ora o que se vee ee uma economia estagnada e o camandro e assim nao vamos a lado nenhum.
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