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Caldeirão da Bolsa

Cortar na saúde; Muito polémico

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Elias » 4/10/2011 13:19

Mares Escreveu:É evidente que respondi.


Não te importas de colocar aqui outra vez a tua resposta? É que não a encontro...
 
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por Lion_Heart » 4/10/2011 12:49

Mares Escreveu:Mexer nos interesses corporativistas é complicado, mas não é impossível.

Estes grupos de pressão vivem do Estado, em defesa dos interesses dos seus associados.

Então temos as Ordens, sindicatos, banqueiros, empresariado,....

Em que somos diferentes dos gregos?


Em nada, para mim até somos piores, pois somos mais manhosos.
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por Mares » 4/10/2011 12:42

Mexer nos interesses corporativistas é complicado, mas não é impossível.

Estes grupos de pressão vivem do Estado, em defesa dos interesses dos seus associados.

Então temos as Ordens, sindicatos, banqueiros, empresariado,....

Em que somos diferentes dos gregos?
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por JMHP » 4/10/2011 11:29

Médicos da Costa Rica recebem salário mas não atendem utentes


Os nove médicos costa-riquenhos que chegaram a Portugal há quatro meses continuam sem poder exercer medicina por razões "apenas burocráticas", por falta do "documento de reciprocidade", disse à Lusa fonte oficial do Ministério da Saúde.

A mesma fonte explicou que "a Ordem dos Médicos exige a entrega de um documento de reciprocidade", que a Costa Rica nunca chegou a enviar para Portugal. O documento, explicou, permite que os médicos da Costa Rica possam exercer a profissão em Portugal e os médicos portugueses possam exercer na Costa Rica.

"Mas não há médicos portugueses na Costa Rica nem haverá nos próximos tempos", afirmou ainda fonte oficial da tutela.

Bastonário acusa Sócrates

O bastonário da Ordem dos Médicos (OM) considera que a responsabilidade pelo facto de nove médicos costa-riquenhos estarem desde maio sem exercer é "dos dois governos" - da Costa Rica e de Portugal -, garantindo "não poder fazer nada".

"A responsabilidade está dos lados dos dois governos porque o documento de reciprocidade depende dos governos. Se a OM pudesse fazer alguma coisa já teria feito e esses colegas já estariam a trabalhar mas a Ordem não pode fazer nada", disse à Lusa o bastonário da OM, José Manuel Silva.

O responsável disse ainda que "todos os colegas provenientes da América Latina apresentaram o documento de reciprocidade - exigido a todos os médicos de fora da União Europeia - rapidamente e sem qualquer problema", não compreendendo "o problema dos colegas da Costa Rica em apresentarem o documento".

Para resolver o problema, José Manuel Silva, que adiantou ainda que "até há pouco tempo o documento de reciprocidade não era o único em falta", entende que é necessária "uma intervenção ao mais alto nível por parte dos dois governos".

Quanto ao facto de os nove médicos da Costa Rica em Portugal desde maio estarem a receber salário mesmo sem exercerem a profissão, o bastonário acusa o Governo de José Sócrates.

"Infelizmente, o anterior Governo português autorizou a sua vinda antes do processo de inscrição estar terminado e assinou um contrato que não previu sequer a obrigatoriedade de o processo estar terminado para efetuar o pagamento. O processo foi conduzido de forma leviana, à boa maneira portuguesa", afirmou, referindo que estes contratos são válidos por três anos.

A notícia foi avançada esta manhã pela Antena 1, que adiantava que os nove médicos costa-riquenhos, colocados no Centro de Saúde de Torres Novas, estão a receber os ordenados desde maio mas não estão a atender utentes.



Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/medicos-da-cos ... z1Zo818EAM[/b]
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por Mares » 4/10/2011 10:52

escada1 Escreveu:Ainda não vi a minha pergunta aqui tratada:

Preferem que o hospital vos oculte que não quer gastar dinheiro, e poderem morrer por falta de tratamentos:

Ou por um limite de gastos por doente, conhecido, (e se não tiver dinheiro poderá morrer, mas se tiver poderá sobreviver, pois poderá pagar).

Isto é o que se passa meus senhores.


Caso comprovado em tribunal, o director do hospital e outros responsáveis serão punídos pelos seus actos, muito certamente com pena de prisão.
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por escada1 » 4/10/2011 10:11

Ainda não vi a minha pergunta aqui tratada:

Preferem que o hospital vos oculte que não quer gastar dinheiro, e poderem morrer por falta de tratamentos:

Ou por um limite de gastos por doente, conhecido, (e se não tiver dinheiro poderá morrer, mas se tiver poderá sobreviver, pois poderá pagar).

Isto é o que se passa meus senhores.
 
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por urukai » 4/10/2011 9:27

Bem vou recuperar um post que tinha feito anteriormente. Como em tantas outras coisas, no meio está a virtude. Não concordo com os que defendem que o SNS deve ter lucros mas também rejeito a máxima de que a saúde não tem preço.

Numa sociedade desenvolvida os recursos têm efectivamente LIMITES.
Não há dinheiro para tudo e com a evolução das tecnologias na saúde cada vez prolongamos mais a nossa esperança média de vida à custa de investimento em medicamentos, dispositivos médicos e cuidados especializados e altamente complexos. Contudo, este investimento tem um preço que incrementa com o passar do tempo e se a criação de riqueza do país não aumentar de igual forma não há maneira de custear esse investimento na saúde de cada um de nós.

Por isso é que existe uma sub-área dos medicamentos que é a Farmacoeconomia que permite estudar e perceber se determinado investimento numa terapêutica é racional do ponto de vista económico.

Deixo uma pergunta no ar:
Será igual gastar 100000€/ano no tratamento de uma leucemia de uma criança a gastar 100000€/ano no tratamento de uma leucemia de um reformado de 70 anos? (a primeira com um prognóstico muitíssimo melhor que a segunda?)
A humanidade em cada um de nós (ingenuamente) diz-nos que sim, que a vida não tem preço e que será igual mas na verdades se analisarmos a questão de um ponto de vista científico e económico existem diferenças abissais que devem ser tidas em linha conta para não corrermos o risco de o próximo sistema (na sua globalidade) capitular e se auto-destruir por ser incapaz de competir taco a taco com os avanços tecnológicos.

Naturalmente que este tipo de decisões têm de ser feitas com base em vários factores e a sensibilidade para a vida humana tem de ser tida em linha de conta mas não podemos fechar os olhos, clamar pela saúde a qualquer preço e abrir a carteira pois qualquer dia corremos o risco de a carteira ficar vazia e aí nem uma dor de cabeça conseguiremos tratar.

Mas vcs vão dizer-me: Se o reformado de 70 anos fosse o teu avô ou pai não pensavas assim. Sem dúvida que não mas por isso mesmo é que não devo ser eu (ou alguém) a tomar essas decisões. Deve haver guidelines e orientações no SNS que prevejam o que fazer em determinadas e específicas situações.

No entanto, defendo que ainda há mt por onde racionalizar. Alguns exemplos:
1. Porque é que uma operação para correcção da miopia tem de ser custeada a 100% pelo estado? (e contra mim falo que tenho 10 dioptrias em cada olho!)
2. Porque é que uma operação de mudança de sexo tem de ser custeada a 100% pelo Estado?
3. Deveremos custear em 100% a recolocação de banda gástrica se o doente insiste em manter o estilo de vida não saudável?
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por MarcoAntonio » 4/10/2011 7:43

Já agora e para não estarmos aqui a falar de números avulsos, eu coloco pela enésima vez um mapa das despesas e receitas nacionais (retirado do Relatório do Orçamento de Estado de 2010).

Como podes ver, o total da receita corrente que não é fiscal é de quase 30 mil milhões de euros. Se excluirmos também as contribuições sociais, ainda sobram 9 mil milhões de receita corrente não fiscal nem contributiva.



E do lado da despesa também há muito milhar de milhão de euro que não é com pessoal e ainda mais aquele que não é gasto com funcionários públicos.



Basta de resto olhar para este quadro para perceber a pertinência do meu post e de como o gasto com os funcionários públicos, sendo um gasto importante, não é o único relevante e para onde devemos ficar a olhar o tempo todo!
Anexos
receita-e-despesa.PNG
receita-e-despesa.PNG (92.33 KiB) Visualizado 2680 vezes
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por MarcoAntonio » 4/10/2011 7:27

fooman Escreveu:Tenho muitas dúvidas que as receitas em multas e emolumentos e nessas coisas rendam assim tanto...

Mas tudo bem, cada um acredita no que quer.


Bom, quer dizer, primeiro perguntaste-me se já olhei para os números. E agora és tu que nem queres olhar para os números...

No Orçamento de 2010, segundo o Relatório do Orçamento de Estado, as receitas correntes totalizam 34.5 mil milhões de euros dos quais 31.0 mil milhões são de receita fiscal e mais 3.5 mil milhões são de receita não fiscal.


O Estado tem ainda receitas correntes dos serviços e fundos autónomos onde a maior parte não é fiscal (mas da prestação de serviços e outras coisas).
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
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por fooman » 4/10/2011 7:18

MarcoAntonio Escreveu:E porque é que tu te limitas a contabilizar a receita fiscal?

O Estado tem receita não fiscal que é igualmente receita corrente. Não percebo porque é que estás a separar da receita fiscal e a ignorar outra receita corrente quando o Estado tem milhares de milhões de euros em receitas correntes como multas, comparticipações, vendas de bens e serviços, etc, etc.

Melhor que os links da Pordata é consultar os Relatórios dos Orçamentos de Estado, fooman. Está lá tudo...


Tenho muitas dúvidas que as receitas em multas e emolumentos e nessas coisas rendam assim tanto...

Mas tudo bem, cada um acredita no que quer.
 
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por MarcoAntonio » 4/10/2011 7:05

fooman Escreveu:Não querendo incomodar muito, penso que estarás a misturar alhos com bugalhos.

Uma coisa são despesas correntes, outra são investimentos (despesas de capital)-


Não, eu não estou a misturar alhos com bugalhos. E nem sequer fiz uma separação entre despesas correntes e despesas de capital. Falei numa série de despesas que não eram despesas de pessoal (e a maior parte delas não são também despesas de capital mas igualmente despesa corrente).


fooman Escreveu:Já te deste ao trabalho de ver quanto é que o Estado recebe em impostos e quanto é que gasta para funcionar?


Fooman, não devem existir muitos participantes no forum que mais vezes tenham colocado dados dos gastos, retirados do orçamento aqui no forum. Se é que há algum...

Portanto, sim, já me dei ao trabalho de olhar. Não uma vez mas uma série delas.


fooman Escreveu:Eu adianto-te a coisa: Cobra 32 mil milhões € em impostos, mas gasta 35 mil milhões € para funcionar. E desses, 21 mil milhões (65% do total de impostos cobrados) são despesas com pessoal.


E porque é que tu te limitas a contabilizar a receita fiscal?

O Estado tem receita não fiscal que é igualmente receita corrente. Não percebo porque é que estás a separar da receita fiscal e a ignorar outra receita corrente quando o Estado tem milhares de milhões de euros em receitas correntes como multas, comparticipações, vendas de bens e serviços, etc, etc.





Melhor que os links da Pordata é consultar os Relatórios dos Orçamentos de Estado, fooman. Está lá tudo...
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por fooman » 4/10/2011 6:46

MarcoAntonio Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:O que é assim tão complicado para a maioria dos Portugueses perceberem?

E preciso cortar 20% nas despesas do Estado e das familias . Como propões fazer isso sem ser em salarios e impostos?

Eu proponho despedir f. publico e impor um limite pensões nos 2.500 eur.


Há muitas outras alternativas...


Aliás, dado que praticamente só falas de uma coisa, convém recordar que o custo dos funcionários públicos é para aí 1/4 do Orçamento de Estado. Então não há nada para cortar no resto todo? O Estado gasta imenso noutras coisas que não nos seus trabalhadores: obras públicas, parcerias com entidades privadas, material e serviços externos (como consultoria), despesas financeiras, etc, etc.




Além disso, quando propões despedir é despedir como? Por sorteio ou rácio indiscriminado? Onde estão a mais? Convém esclarecer pois não é a mesma coisa.

Até porque se calhar nalguns casos mais vale aplicar mobilidade e passá-los para onde está pessoal a menos (que também existe) dado que despedir tem custos.

E também há a alternativa de cortar salário em lugar de despedir (se por exemplo se concluir que não há assim tanta gente a mais). E para cortar também há uma série de formas diferentes.



E depois há também a alternativa desagradável de aumentar a receita. Claro que desta quase nem vale a pena falar porque é aquela onde os Governos estão mais "rodados". Mesmo assim é só quase, porque há muitas formas diferentes de aumentar a receita e portanto é também algo que deve ser verdadeiramente discutido.


Não querendo incomodar muito, penso que estarás a misturar alhos com bugalhos.

Uma coisa são despesas correntes, outra são investimentos (despesas de capital)-

O problema do estado não está (ou melhor, não deveria estar) na conta de investimentos, mas sim na conta de despesa corrente.

Já te deste ao trabalho de ver quanto é que o Estado recebe em impostos e quanto é que gasta para funcionar?

Eu adianto-te a coisa: Cobra 32 mil milhões € em impostos, mas gasta 35 mil milhões € para funcionar. E desses, 21 mil milhões (65% do total de impostos cobrados) são despesas com pessoal.

http://www.pordata.pt/Portugal/Provenie ... mental-946

http://www.pordata.pt/Portugal/Administ ... r+tipo-811
 
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por MarcoAntonio » 4/10/2011 3:06

Lion_Heart Escreveu:O que é assim tão complicado para a maioria dos Portugueses perceberem?

E preciso cortar 20% nas despesas do Estado e das familias . Como propões fazer isso sem ser em salarios e impostos?

Eu proponho despedir f. publico e impor um limite pensões nos 2.500 eur.


Há muitas outras alternativas...


Aliás, dado que praticamente só falas de uma coisa, convém recordar que o custo dos funcionários públicos é para aí 1/4 do Orçamento de Estado. Então não há nada para cortar no resto todo? O Estado gasta imenso noutras coisas que não nos seus trabalhadores: obras públicas, parcerias com entidades privadas, material e serviços externos (como consultoria), despesas financeiras, etc, etc.




Além disso, quando propões despedir é despedir como? Por sorteio ou rácio indiscriminado? Onde estão a mais? Convém esclarecer pois não é a mesma coisa.

Até porque se calhar nalguns casos mais vale aplicar mobilidade e passá-los para onde está pessoal a menos (que também existe) dado que despedir tem custos.

E também há a alternativa de cortar salário em lugar de despedir (se por exemplo se concluir que não há assim tanta gente a mais). E para cortar também há uma série de formas diferentes.



E depois há também a alternativa desagradável de aumentar a receita. Claro que desta quase nem vale a pena falar porque é aquela onde os Governos estão mais "rodados". Mesmo assim é só quase, porque há muitas formas diferentes de aumentar a receita e portanto é também algo que deve ser verdadeiramente discutido.
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Lion_Heart » 4/10/2011 2:54

AutoMech Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:Se nao lhe poderem pagar o pedreiro baixa o preço, pq nao podem fazer isso os médicos? Ai não, sao classes superiores!

Lion, eu não considero os médicos uma classe nem superior, nem inferior. É apenas mais uma profissão, como tantas outras e, como tal, permeável à concorrência. Se decretas unilateralmente a descida de salários no SNS, pensando que fica tudo na mesma, estás a ignorar que esta profissão também se rege pela lei da concorrência. Presumo que não estejas a pensar proibir um médico do SNS de se mudar para o privado, mudar de profissão ou de emigrar, pois não ?

Aquilo que tu defendes é exactamente o que pode levar a que o SNS acabe de ser esvaziado e fique apenas para o mais desgraçado que, não podendo pagar no privado, tem de se sujeitar ao que sobrar do SNS.


O que é assim tão complicado para a maioria dos Portugueses perceberem?

E preciso cortar 20% nas despesas do Estado e das familias . Como propões fazer isso sem ser em salarios e impostos?

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por Automech » 4/10/2011 2:52

Mares Escreveu:Numa cultura de "transparência e de informação", onde o "país está endividado" e a realidade da sociedade é conhecida, qualquer outra interpretação fora disto não servirá para a construção de uma sociedade que desejamos.

Mares, eu já tinha decidido não discutir nenhum tema contigo, por ser impossível perceber os teus argumentos, mas mais uma vez caí no erro e levei com outra prosa codificada. Que fique claro que o problema não é teu. Reside, sim, na minha falta de inteligência para conseguir entender os teus textos.
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por Automech » 4/10/2011 2:44

Lion_Heart Escreveu:Se nao lhe poderem pagar o pedreiro baixa o preço, pq nao podem fazer isso os médicos? Ai não, sao classes superiores!

Lion, eu não considero os médicos uma classe nem superior, nem inferior. É apenas mais uma profissão, como tantas outras e, como tal, permeável à concorrência. Se decretas unilateralmente a descida de salários no SNS, pensando que fica tudo na mesma, estás a ignorar que esta profissão também se rege pela lei da concorrência. Presumo que não estejas a pensar proibir um médico do SNS de se mudar para o privado, mudar de profissão ou de emigrar, pois não ?

Aquilo que tu defendes é exactamente o que pode levar a que o SNS acabe de ser esvaziado e fique apenas para o mais desgraçado que, não podendo pagar no privado, tem de se sujeitar ao que sobrar do SNS.
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por Lion_Heart » 4/10/2011 2:06

AutoMech , depreendo que tu como muitos neste País achas que existem classes superiores a outras , que só um grupo restrito pode ganhar o que quer e lhe apetece e pior controlar quem pode ou nao pode exercer a profissao?

Não compreendes portanto que uma das razões que chegamos aqui ( falência e corrupção) foi por causa disso mesmo.

Cada profissao deve ganhar de acordo com o que o País lhe pode pagar e nao por ser sr. dr. ou sr. pedreiro.

Se nao lhe poderem pagar o pedreiro baixa o preço, pq nao podem fazer isso os médicos? Ai não, sao classes superiores!
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por Mares » 4/10/2011 2:03

AutoMech Escreveu:
Mares Escreveu:O Estado forma os médicos que têm em Portugal.

Enquanto houver interessados, obviamente. Isso não é uma suposição. É uma evidência. Sem interessados, não há formandos (ou há, mas de qualidade inferior)

Mares Escreveu:Se ganha isto ou devesse ganhar aquilo é a tua percepção e de pouco serve para a questão da saúde.

Tu é que levantaste a questão de ganharem o que o sistema puder pagar. Se o sistema está com problemas, depreende-se que ganham demais, embora não tenhas respondido ao Elias quanto é que os médicos devem ganhar, na tua opinião.


É evidente que respondi.

Numa cultura de "transparência e de informação", onde o "país está endividado" e a realidade da sociedade é conhecida, qualquer outra interpretação fora disto não servirá para a construção de uma sociedade que desejamos.
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por Automech » 4/10/2011 1:55

Mares Escreveu:O Estado forma os médicos que têm em Portugal.

Enquanto houver interessados, obviamente. Isso não é uma suposição. É uma evidência. Sem interessados, não há formandos (ou há, mas de qualidade inferior)

Mares Escreveu:Se ganha isto ou devesse ganhar aquilo é a tua percepção e de pouco serve para a questão da saúde.

Tu é que levantaste a questão de ganharem o que o sistema puder pagar. Se o sistema está com problemas, depreende-se que ganham demais, embora não tenhas respondido ao Elias quanto é que os médicos devem ganhar, na tua opinião.
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por Automech » 4/10/2011 1:51

Lion_Heart Escreveu:E pq nao?

Nesse caso porque é que um médico não pode ganhar mais que um PR ? Foste tu que levantaste a questão. Eu apenas exemplifiquei com o pedreiro...
Editado pela última vez por Automech em 4/10/2011 1:56, num total de 1 vez.
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por Mares » 4/10/2011 1:48

AutoMech Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:Porque? os daqui não servem?
Olha que os Cubanos até devem ser melhores. E da Europa do Leste tb.

Não é isso Lion. Se baixas demasiado o salário de um médico no SNS é evidente que não vais ter lá nenhum médico Português (ou apanhas, talvez, o refugo e os estagiários). Tu, por exemplo, colocas como tecto máximo 3.500 euros. Na minha opinião um bom especialista, com 20 anos anos de experiência (alguém na casa dos 50 anos), não é recompensado se trabalhar 35/40 horas num hospital público por 3.500 euros. Se é realmente bom facilmente encontra acima disso no privado.


O que aqui falas são suposições tuas.

O Estado forma os médicos que têm em Portugal. Ao Estado compete garantír que esses investimentos revertam na saúde da sociedade, de uma forma eficiênte e com os recursos disponíveis.

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por Lion_Heart » 4/10/2011 1:48

AutoMech Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:O problema ate agora foi precisamente o oposto. E chegamos a esta situação.

Ja agora pq e que os medicos (sem ser grandes especialistas ou cirurgioes) devem ganhar mais que o PR?

Voltamos outra vez ao mesmo Lion. Há pedreiros que ganham mais do que médicos. Porque é que um pedreiro deve ganhar mais do que um médico ?
Ganham aquilo que o mercado paga. O SNS concorre em muita coisa com o sector privado e ignorar essa realidade é um convite a ficar com o refugo a tratar do utentes do SNS.


E pq nao? se calhar tens menos pedreiros que medicos. So em Portugal é que existem profissoes de elite para elites.
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por Automech » 4/10/2011 1:48

Estudo: hospitais mais eficientes poupariam 804 M€ ao SNS
segunda-feira, 3 de Outubro de 2011 | 21:49

Estudo: hospitais mais eficientes poupariam 804 M€ ao SNS

A melhoria da eficiência nos hospitais portugueses pode poupar 804 milhões de euros, o equivalente a 10 por cento do custo anual do Serviço Nacional de Saúde (SNS), indica um estudo hoje apresentado ao ministro da saúde.

Realizado no âmbito de um protocolo entre a Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa e a Fundação Francisco Manuel dos Santos, o trabalho de investigação foi realizado por uma equipa coordenada pelo professor Carlos Costa.

Nas conclusões do trabalho, que deverá entrar em debate público em janeiro, os autores propõem, entre outras medidas, a avaliação das organizações e dos profissionais que trabalham no SNS, a criação de incentivos (positivos e negativos), a responsabilização dos gestores e a promoção de “uma nova cultura de transparência e de informação”.

Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_d ... ews=167134
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por Automech » 4/10/2011 1:39

Lion_Heart Escreveu:Privado? mas qual privado? no privado a malta não tem cash para lhes pagar! Isso é um mito.

são os seguros de saude que pagam? Oh pagas.
Na maior parte do privado sao as parcerias com a adse , o sns e etc que os safam.

Quem neste País pode pagar consultas de 120 eur? e operações de 15000 ou 20000? Muitos poucos , logo o privado nao tem lucro.

Então os hospitais da Cruz Vermelha, CUF, Hospital da Luz, e toda a panóplia de clínicas privadas têm médicos a trabalhar de borla, é ?
E saíram do SNS para lá porque iam ganhar menos ?
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por Automech » 4/10/2011 1:38

Lion_Heart Escreveu:O problema ate agora foi precisamente o oposto. E chegamos a esta situação.

Ja agora pq e que os medicos (sem ser grandes especialistas ou cirurgioes) devem ganhar mais que o PR?

Voltamos outra vez ao mesmo Lion. Há pedreiros que ganham mais do que médicos. Porque é que um pedreiro deve ganhar mais do que um médico ?
Ganham aquilo que o mercado paga. O SNS concorre em muita coisa com o sector privado e ignorar essa realidade é um convite a ficar com o refugo a tratar do utentes do SNS.
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