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Caldeirão da Bolsa

Roubini: Grécia tem de sair do euro e Portugal deve fazer o

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por jvasco27 » 22/9/2011 7:59

Marco Martins Escreveu:...Reformados com menos de 55 irão ter um corte de 40% se ganharem mais de 1000€....

Qual será a quantidade de pessoas com mais de 50 anos e que tenham de reforma até 1500€ ? Será que essas pessoas irão encontrar outro emprego?

Com estes cortes, que não digo que não sejam necessários, certamente irão gerar uma onda de violencia e revolta na sociedade grega.

É a este ponto que Portugal não se poderá sequer aproximar, pois aquilo é como um barril de polvora prestes a arrebentar.


A verdadeira questão é: como pode haver reformados com menos de 55 anos na Grécia (ou em Portugal, já agora)?
Exceto por causas médicas, como justificar isso?

Observo com alguma incredulidade como muita gente em Portugal a partir dos 50 anos começa a "contar os dias" para a reforma. E ainda mais incrédulo fico com os que acusam os "velhinhos" de 55 anos que querem continuar a trabalhar de "tapar o caminho aos jovens, por não libertar o posto de trabalho".

As contas não são difíceis de fazer: se começam a trabalhar aos 20 e descontam até os 50 e poucos, como pagar reformas até os 80 e tal anos?
 
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por Josytoc » 22/9/2011 4:19

A maior parte do arsenal atómico está nos EUA, leia-se divida. De um modo ligeiro... actualmente compram aos chineses, com dinheiro emprestado dos chineses. A divida é insustentável, muito maior que a da europa, será que os primeiros sinais já foram dados?
A Inglaterra, em termos simples, foi o centro da economia mundial desde o inicio da revolução industrial até á 2ª guerra mundial, 1870 a 1945. A partir dai (Immanuel Wallerstein)esse centro deslocou-se para os EUA.
Há muitos anos que a economia dos EUA só é sustentável por um enorme fluxo de capitais vindo do exterior, acho que existem dezenas de livros sobre isto com os numeros lá bem visiveis.
Comecando a pensar nisto conjugado com a frase "nada é eterno", somando os anos que já passaram desde o fim da 2ª guerra, pensando nos chinocas apropriando-se de tudo o que é matéria-prima, adicionando que um dia todo aquele que empresta vai querer o seu dinheiro de volta, não esquecendo o partido do chá das 5 e no minimo diria que o panorama não está nada famoso para aqueles lados.
A continuar assim não será preciso ser-se muito bruxo....
Será de perguntar ao Roubini se ele advinha alguma data para uma explosão nuclear? :shock:

Já chega senão ainda ficam a pensar que sou algum velho do Restelo. :oops:
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Re: Nem todos os cães são iguais.

por ninja1200 » 21/9/2011 22:45

agany Escreveu:Lá vem, outra vez, este pão mandado. Irra!

PAU mandado ;)
 
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por Marco Martins » 21/9/2011 22:33

Grécia corta pensões acima dos 1.200 euros em 20% Escreveu:21 Setembro 2011 | 17:57
Sara Antunes - saraantunes@negocios.pt

São 30 mil os funcionários públicos gregos que vão ser colocados num sistema de reserva. As pensões acima de 1.200 euros vão ser reduzidas em 20% e os reformados com menos de 55 anos vão sentir uma redução de 40% se ganharem mais de 1.000 euros.
Estas foram as medidas adicionais de austeridade avançadas pelo governo helénico à saída da reunião de Conselho de Ministros, que durou seis horas e meia.

A Grécia já tinha revelado que ia hoje apresentar novas medidas de austeridade com o intuito de cumprir com o plano acordado com a troika (BCE, União Europeia e FMI).

As medidas anunciadas visam o corte das pensões, reduções de encargos com funcionários públicos e um aumento de impostos sobre o gasóleo para aquecimento.

Assim, os reformados que recebam mais de 1.200 euros por mês vão sentir um corte de 20% na sua pensão. E os que tenham menos de 55 anos e ganhem mais de 1.000 euros vão ver a sua reforma reduzida em 40%.

Outra medida anunciada é o fim da isenção fiscal para rendimentos entre 5.000 e os 8.000 euros. Uma medida que vai vigorar a partir do próximo ano.

Actualmente, as pessoas que auferissem 8.000 euros anuais estavam isentas de pagamento de impostos. Esta fasquia vai ser reduzida para 5.000 euros.


Além disso, há 30 mil funcionários públicos que vão ser colocados num sistema de reserva, onde os salários são mais reduzidos.

As medidas hoje anunciadas visam a redução de despesa por parte do Estado grego, com o intuito de conseguir cumprir as metas traçadas pela troika e desbloquear novas tranches do empréstimo já acordado.

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=507347


...Reformados com menos de 55 irão ter um corte de 40% se ganharem mais de 1000€....

Qual será a quantidade de pessoas com mais de 50 anos e que tenham de reforma até 1500€ ? Será que essas pessoas irão encontrar outro emprego?

Com estes cortes, que não digo que não sejam necessários, certamente irão gerar uma onda de violencia e revolta na sociedade grega.

É a este ponto que Portugal não se poderá sequer aproximar, pois aquilo é como um barril de polvora prestes a arrebentar.

Não aprecio muito o Roubini (principalmente por nos considerar iguais à Grécia), mas parece que tem razão quando diz que iremos ver a Grécia a morrer aos poucos...

E tudo isto porque na Europa existe um gap de poder e onde agora vários tentam dar palpites (Alemanha, França, CE, BCE, FMI) e direcções mas ninguém pode fazer nada em concreto porque não foram ainda criadas condições para a Europa ter um líder e um governo!!!
 
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por Pantone » 20/9/2011 16:40

Atomez Escreveu:Só que... o mundo mudou.

Antigamente, i.e., há uns 20 anos, a desvalorização da moeda iria tornar as exportações mais competitivas (à custa da redução do poder de compra dos indígenas, mas pronto), só que agora estamos em concorrência com Chinas, Vietnames e Malásias, com salários muito mais baixos que os de cá mesmo desvalorizados.

Nem mesmo desvalorizando a moeda conseguiríamos competir.


Atomez, já ouviste falar na teoria das vantagens comparativas? Já tem uns aninhos...

http://pt.wikipedia.org/wiki/Vantagem_comparativa
Editado pela última vez por Visitante em 22/9/2011 15:33, num total de 1 vez.
 
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por atomez » 20/9/2011 15:43

Só que... o mundo mudou.

Antigamente, i.e., há uns 20 anos, a desvalorização da moeda iria tornar as exportações mais competitivas (à custa da redução do poder de compra dos indígenas, mas pronto), só que agora estamos em concorrência com Chinas, Vietnames e Malásias, com salários muito mais baixos que os de cá mesmo desvalorizados.

Nem mesmo desvalorizando a moeda conseguiríamos competir.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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Nem todos os cães são iguais.

por agany » 20/9/2011 15:38

Lá vem, outra vez, este pão mandado. Irra!
Um tipo aparentemente instruído, que manda centenas de palpites por ano (acerta em meia dúzia), de fatinho e gravata, presença assídua em congressos e programas de Tv, escreve uns livritos (copy/paste)... e assim se cria o mito de um tipo sério e respeitável, pago a peso de ouro, para, simplesmente, "ladrar".
 
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por EuroVerde » 19/9/2011 16:06

Já dei aqui a ideia seguinte:

Os países pouco endividados e não credores da Grécia podiam aceitar partilhar parte da dívida grega. Pagavam parcialmente uma parte da dívida dos gregos e ajudavam-nos a curto prazo, com condição de que no fim da dívida saldada a Grécia mantinha facilidades comerciais com esses países para o longo prazo. Não sei é se os credores da Grécia iam aceitar isso.
Mas seria um alívio.
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por Mares » 19/9/2011 15:57

Roubini pareçe-me certo quando sugere que a melhor solução para a Grécia será realmente abandonar o euro.

É um erro tentar salvar bancos ou economias pouco competitivas. O dinheiro que está sendo emprestado à Grécia serve apenas para que esses capitais acabem por ser transferídos para o estrangeiro. Os gregos não querem fazer as reformas necessárias (por incapacidade ou falta de vontade).

Todo o dinheiro que já foi para o plano de resgate grego, tería sído melhor utilizado na recapitalização dos bancos europeus que detêm dívida grega.

O montante a ser transferído do BCE para os bancos europeus, devería cobrír a maior parte dos títulos em posse desses bancos.

A negociação desses títulos com o governo grego, devería caber aos bancos durante um prazo alargado e no fim do qual deveríam devolvêr esse dinheiro ao BCE.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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Desvalorizar a moeda ...

por cinco kapa » 19/9/2011 15:39

é sempre a medida mais fácil, mas os "cancros" continuam lá, é uma simples aspirina. Infelizmente os gregos, tudo indica, querem esse caminho. Oxalá os portugueses consigam seguir a via do desenvolvimento .
 
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Roubini: Grécia tem de sair do euro e Portugal deve fazer o

por PT_Trader » 19/9/2011 15:10

Roubini
Grécia tem de sair do euro e Portugal deve fazer o mesmo
Económico
19/09/11 13:00

Nouriel Roubini considera que, nesta altura, para sair da crise, a Grécia precisa de regressar ao dracma.

Num artigo de opinião publicado hoje no Financial Times, Roubini volta a criticar a austeridade imposta na Grécia pela União Europeia e pelo FMI, e defende uma "reestruturação ordeira" da dívida grega e consequente saída da zona euro.

"A Grécia está presa num ciclo vicioso de insolvência, fraca competitividade e uma depressão cada vez mais profunda", escreve o economista, alertando que a dívida pública helénica está a perto de atingir os 200% do PIB.

Na opinião de Roubini, o economista que ficou conhecido por antecipar a crise financeira de 2008 dos EUA, para evitar o colapso, "a Grécia tem de avançar já para um ‘default' ordeiro, sair voluntariamente do euro e regressar ao dracma". Isto porque uma forte depreciação da moeda nacional "restauraria rapidamente a competitividade e o crescimento" do país, tal como aconteceu na Argentina, recomenda Roubini.

O economista reconhece, contudo, que o processo de saída da Grécia da zona euro seria "doloroso", provocando, por exemplo, avultadas perdas aos bancos da zona euro, que seriam ultrapassáveis se as instituições forem "agressivamente recapitalizadas".

O professor da Universidade de Nova Iorque diz ainda que o recente acordo de troca de títulos de dívida que a Europa ofereceu à Grécia é um "roubo", fornecendo muito menos alívio à dívida da Grécia do que o país precisava", aconselhando Atenas a rejeitar o acordo e a renegociar outro que seja melhor.

Em todo o caso, frisa Roubini, mesmo que fosse dado um alívio significativo à dívida grega, o país não seria capaz de voltar ao crescimento, a menos que a competitividade seja rapidamente restaurada. "Sem um regresso ao crescimento, as dívidas vão permanecer insustentáveis", alerta.

No artigo, Roubini afirma que "outros países periféricos têm problemas de sustentabilidade de dívida e de competitividade do estilo da Grécia", defendendo que "Portugal, por exemplo, pode eventualmente ter que reestruturar a sua dívida e sair do euro".

Quanto à Itália e Espanha, Roubini afirma que são duas economias "potencialmente solventes", mas que irão necessitar de financiamento da Europa, independente da Grécia sair ou não do euro.

E conclui: "que não haja enganos: uma saída ordeira do euro vai ser difícil, mas assistir à lenta implosão desordeira da economia grega e da sociedade vai ser muito pior".
 
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