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Caldeirão da Bolsa

Situação na Grécia - Tópico Geral

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Elias » 27/9/2011 23:35

Sargotronss Escreveu:Quem já foi à Grécia, deve ter reparado que muitas casas e mesmo prédios grandes tem os ferros dos alicerces espetados a saírem do telhado. Eu vivi em Creta uma pequena temporada e perguntei a razão de estranha particularidade, a resposta que me deram foi que assim esses imóveis são considerados ainda em fase de construção e por isso isentos de imposto!
Continuo a duvidar dessa resposta...e mesmo que fosse verdade duvido que essa situação ainda aconteça nos dias de hoje.


Quando estive em Cabo Verde (ilha de Santiago) ouvi uma explicação idêntica relativamente aos prédios que estavam habitados mas cujo último andar estava inacabado.

Será que esse estratagema é prática corrente em vários países?
 
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por sargotrons » 27/9/2011 23:28

Quem já foi à Grécia, deve ter reparado que muitas casas e mesmo prédios grandes tem os ferros dos alicerces espetados a saírem do telhado. Eu vivi em Creta uma pequena temporada e perguntei a razão de estranha particularidade, a resposta que me deram foi que assim esses imóveis são considerados ainda em fase de construção e por isso isentos de imposto!
Continuo a duvidar dessa resposta...e mesmo que fosse verdade duvido que essa situação ainda aconteça nos dias de hoje.
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por Mares » 27/9/2011 23:17

Com tanta medida aprovada e aquilo não anda para a frente...

Será que eles cumprem à risca as medidas aprovadas? :roll:


Grécia: Parlamento aprova imposto sobre propriedade imobiliária

O governo grego conseguiu hoje a aprovação do Parlamento em Atenas para introduzir um novo imposto sobre a propriedade imobiliária. A medida aumenta as hipóteses de o país conseguir cumprir o acordo com a troika.
Em Atenas, 155 dos 300 deputados votaram a favor da introdução do imposto sobre propriedade imobiliária.

A notícia foi avançada pela Bloomerbg, que cita a transmissão televisiva da votação que decorre no parlamento grego e depois de confirmada pelo representante do Parlamento ateniense, Filippos Petsalnikos.

A vitória de Papandreou constitui um passo importante para que o país cumpra as exigências orçamentais de 2011, necessárias para assegurar as próximas tranches dos empréstimos concedidos pela troika internacional à Grécia.

http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=508423

Editado pela última vez por Mares em 27/9/2011 23:32, num total de 1 vez.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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Artigo

por Josytoc » 23/9/2011 15:42

Não sei se posso pôr isto aqui é um bocado extenso, mas lá que é muito interessante não tenho dúvidas.... :roll: :roll:
A situação é de mar agitado, mas se a Grécia sai do euro a tempestadade pode virar furacão, tanto para a Europa como para a Grécia com óbvios contágios a toda a economia mundial. O cenário pareçe ficar completamente diferente. Aqui vai... :arrow:

Os membros da zona euro têm a consciência corroída pelo chamado remorso do comprador.

Muitos gostariam de desmontar o kit que compraram há quase 20 anos e montaram em finais da década de 1990 e início de 2000. Porém, não podem fazer mais do que desfazê-lo, juntamente com toda a estrutura da cooperação europeia. Entretanto, o mundo encara com horror a possibilidade de a zona euro poder desencadear uma vaga de crises bancárias e de dívida soberana. Se isso acontecer, não será a primeira vez que a loucura europeia arrasta o mundo para a ruína.
O idealismo que esteve na matriz do projecto morreu, no entanto, o egoísmo vigente já deu provas de não ser um substituto à altura. A inépcia dos políticos nacionais, responsáveis perante eleitores frustrados, está a piorar as coisas. Jacques Cailloux, economista-chefe no Royal Bank of Scotland (RBS), realça os erros num artigo publicado recentemente, onde acusa os líderes da zona euro de não terem compreendido a escala e a natureza da crise, de dirigirem o seu discurso para a esfera nacional e de concentrarem as suas energias na entrega dos malfeitores à justiça, embora quem empreste seja tão culpado como quem pede emprestado. Cailloux tem razão e refere que entraram em cena dois novos elementos. Primeiro, a opinião pública alemã é cada vez mais crítica face ao seu banco central. Segundo, um grupo de políticos, entre os quais o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, fala da possibilidade de uma saída forçada.
Ora, a ideia chave da união monetária é ser irrevogável. Os alegados benefícios dependem disso mesmo. Falar em saída reintroduz o risco monetário. O artigo do RBS refere igualmente que "nenhuma política a anunciar poderá reduzir com êxito o prémio de risco relativo à saída para níveis insignificantes". Os investidores terão de fazer frente à dívida soberana e aos riscos financeiros e de saída da zona euro. Espera-se uma corrida à dívida soberana e bancária, e a eventual fragmentação do mercado de capitais em componentes nacionais.
A partir do momento em que o tabu foi quebrado, importa analisar a possibilidade de saída. É possível ou mesmo desejável? Qualquer discussão terá de começar pela Grécia. Nouriel Roubini, da Stern School de Nova Iorque, escreveu esta semana no Financial Times que a Grécia não só deve entrar em incumprimento como deve sair. Não tenho qualquer problema em aceitar a primeira proposta. São poucos os que ainda acreditam que é possível evitar uma redução significativa na dívida pública do país. A questão não é se, mas quando.
Mas será que isso obrigaria a uma saída forçada da zona euro? Não. Um artigo igualmente interessante, assinado por Willem Buiter e Ebrahim Rahbari, do Citigroup, explana a questão. A saída poderia, de facto, ter lugar se nada fosse feito pelos restantes países da zona euro, incluindo o Banco Central Europeu (BCE), para recapitalizar e assegurar liquidez aos bancos gregos. Nesse caso, seria inevitável criar uma nova moeda. No entanto, os parceiros da Grécia podem perfeitamente evitar esse desenlace.
Deve a Grécia procurar activamente uma saída em nome dos seus interesses? Não há consenso entre os economistas. Buiter não vê utilidade na desvalorização da moeda, visto o seu efeito ser anulado pela inflação. Para Roubini é um aspecto crucial, opinião que subscrevo inteiramente. A Grécia tem um défice externo elevadíssimo e uma economia em recessão. É, pois, necessário proceder a uma forte depreciação real - mais fácil de obter através da desvalorização da moeda do que da redução dos custos.
Porém, a ideia de saída vai ser extremamente difícil de implementar. Em termos legais, pressupõe que o país abandone a União Europeia (UE). Estará a União disposta a convidar o malfeitor a regressar a casa um dia mais tarde? Pouco provável. O mais natural é que o país em questão também venha a ser excluído do mercado único. Além disso, ser-lhe-ia impossível sair rápida e facilmente. Anunciada a saída começaria imediatamente a corrida aos títulos de dívida. O governo teria de limitar os levantamentos bancários ou chegar ao ponto de congelá-los. Teria também de impor controlos de capital, violando as obrigações previstas no tratado. Embora pudesse redenominar a dívida contraída internamente, não poderia fazê-lo em relação à dívida contraída no estrangeiro. Muitas empresas iriam à falência. Um relatório do UBS estima que o total do custo económico no primeiro ano oscilaria entre 40% e 50% do PIB.
O contágio seria inevitável. Presumivelmente, seria feito um esforço no sentido de criar uma espécie de tampão entre o país de saída e outros países vulneráveis. Mas este seria testado ao limite. Grande parte da dívida grega é detida por instituições estrangeiras. Mais uma vez, importa lembrar que, a partir do momento em que um país sair, o risco monetário passa a ser ainda maior - e real - para os restantes países vulneráveis, nomeadamente Itália e Espanha. Os governos e as empresas desses países teriam dificuldade em vender os seus títulos de dívida, haveria uma corrida aos bancos e o BCE seria obrigado a emprestar sem limites. A interligação global dos bancos ganharia contornos assustadores. Segundo dados do Banco de Pagamentos Internacionais, só os bancos americanos têm uma exposição de 478 mil milhões de euros à Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha.
Se a saída, mesmo tratando-se de um país pequeno e fraco, é um cenário francamente assustador, o que dizer da saída de um país forte como a Alemanha? Esta situação também levantaria questões de índole legal, muito embora a Alemanha pudesse tentar mudar o tratado a seu favor. A saída da Alemanha seria, contudo, um duro golpe para os restantes membros da zona euro e culminaria, muito provavelmente, na sua desagregação.
Em todo o caso, e conforme referi na semana passada, o país forte também sofreria um choque adverso, devido à perda de valor dos activos estrangeiros detidos pelos bancos e à forte quebra na competitividade das suas exportações. O UBS estima que um país forte como a Alemanha possa sofrer perdas na ordem dos 20% a 25% do PIB no primeiro ano. Nos seguintes, a saída do país central da UE do euro (e, segundo as regras actuais, da própria União) não só comprometeria o mercado único como todo o tecido cooperativo da Europa do pós-guerra. Isto deixaria a Alemanha e a França isoladas e estrategicamente à margem.
A zona euro não pode ficar como está nem pode desfazer o que está feito. Além disso, considera qualquer avanço traumático. No entanto, a ideia de saída é, por si só, desestabilizadora. Lançada a ideia terão de fazer com que funcione. Neste momento, precisamos de uma expansão económica agressiva no centro, mesmo que isso implique o abrandamento imediato da política monetária do BCE, a par de um forte apoio aos países que têm de fazer frente a mercados de dívida pública ilíquidos e a grandes reduções na dívida, nalguns casos. No longo prazo, há um mínimo necessário: maior solidariedade e disciplina orçamental, e um sistema bancário comum à zona euro com níveis de capital mais elevados.
Será exequível? Não sei. Mas sei o que está em jogo: a zona euro não pode ir de mal a pior.

Exclusivo Financial Times
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por sargotrons » 23/9/2011 14:53

Marco Martins Escreveu:
AutoMech Escreveu:
Atenas admite reestruturar 50% da dívida, diz imprensa
sexta-feira, 23 de Setembro de 2011 | 12:10

O ministro das Finanças grego admitiu aos deputados um incumprimento ordenado do país com uma reestruturação (haircut) de 50 por cento da dívida, noticiam hoje dois jornais gregos.

Segundo os diários atenienses «Ethnos» e «Ta Nea», que têm a mesma informação e não identificam as fontes, Evangelos Venizelos apresentou três cenários aos parlamentares.

O «bom» consistiria na aprovação de um segundo resgate no valor de 160 milhões de euros pelos países do Eurogrupo e uma reestruturação de 20 por cento da dívida.

Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_d ... ews=166498


Duvido muito num segundo resgate...

Pensei que o segundo resgate j]a estava em curso...
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por Marco Martins » 23/9/2011 13:01

AutoMech Escreveu:
Atenas admite reestruturar 50% da dívida, diz imprensa
sexta-feira, 23 de Setembro de 2011 | 12:10

O ministro das Finanças grego admitiu aos deputados um incumprimento ordenado do país com uma reestruturação (haircut) de 50 por cento da dívida, noticiam hoje dois jornais gregos.

Segundo os diários atenienses «Ethnos» e «Ta Nea», que têm a mesma informação e não identificam as fontes, Evangelos Venizelos apresentou três cenários aos parlamentares.

O «bom» consistiria na aprovação de um segundo resgate no valor de 160 milhões de euros pelos países do Eurogrupo e uma reestruturação de 20 por cento da dívida.

Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_d ... ews=166498


Duvido muito num segundo resgate...
 
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por Automech » 23/9/2011 12:37

Atenas admite reestruturar 50% da dívida, diz imprensa
sexta-feira, 23 de Setembro de 2011 | 12:10

O ministro das Finanças grego admitiu aos deputados um incumprimento ordenado do país com uma reestruturação (haircut) de 50 por cento da dívida, noticiam hoje dois jornais gregos.

Segundo os diários atenienses «Ethnos» e «Ta Nea», que têm a mesma informação e não identificam as fontes, Evangelos Venizelos apresentou três cenários aos parlamentares.

O «bom» consistiria na aprovação de um segundo resgate no valor de 160 milhões de euros pelos países do Eurogrupo e uma reestruturação de 20 por cento da dívida.

Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/dinheiro_d ... ews=166498
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por Marco Martins » 23/9/2011 9:12

keijas Escreveu:segundo a Reuters um membro do BCE admite que a Grécia entre em "default"


http://www.reuters.com/article/2011/09/23/us-ecb-knot-idUSTRE78M14H20110923


-


Um membro do BCE? Acho que a Alemanha e a França também já sabem isso desde Agosto... apenas estão é a encaminhar as coisas para que o default seja "controlado"!
 
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por keijas » 23/9/2011 8:15

segundo a Reuters um membro do BCE admite que a Grécia entre em "default"


http://www.reuters.com/article/2011/09/23/us-ecb-knot-idUSTRE78M14H20110923


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malukices nos mercados ........ aqui »»»
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por PMACS » 20/9/2011 11:54

PT_Trader Escreveu: e também dá para ver a real vontade dos gregos em fazer sacrifícios


Com isto é que tu disseste tudo!
“When it is obvious that the goals cannot be reached, don't adjust the goals, adjust the action steps.”
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por PT_Trader » 20/9/2011 11:48

PMACS Escreveu:Papandreou quer referendar continuação da Grécia na Zona Euro



Parece-me bem. Sair do Euro é uma decisão séria de mais para ser tomada unicamente pelo Governo, e também dá para ver a real vontade dos gregos em fazer sacrifícios, bem como legitimar + medidas de austeridade, caso se obtenha uma boa votação para ficar no Euro....
 
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por PMACS » 20/9/2011 11:45

Papandreou quer referendar continuação da Grécia na Zona Euro




Greeks to vote on future in eurozone?

As pressure from Greece’s foreign creditors and austerity-weary citizens mounts on the government, Prime Minister George Papandreou is considering calling for a referendum on whether Greece should continue to tackle its debt crisis within the eurozone or by exiting the single currency.

According to sources, Papandreou hopes that the outcome of such a vote would constitute a fresh mandate for his Socialist government to continue with an austerity drive backed by Greece’s international lenders -- the European Commission, the European Central Bank and the International Monetary Fund.

A bill submitted in Parliament, paving the way for a referendum to be carried out, is to be discussed in coming days.

Sources told Kathimerini that many of Papandreou’s close aides had proposed the idea of a referendum to the premier earlier this summer. Since then, pressure has mounted on the government from all sides with Greece’s foreign creditors pushing for quicker and more effective reforms, citizens reacting to the cuts and even members of PASOK’s political council objecting to plans to slash the public sector.

During an emergency cabinet meeting on Sunday, several ministers are said to have pressed for drastic action, with some of them calling for early elections.

Interior Minister Haris Kastanidis noted that a negative outcome in a referendum would prompt snap polls. Agriculture Minister Costas Skandalidis reportedly opposed the idea of a referendum and proposed that the government call snap polls as it lacks the mandate to take any new measures, while Education Minister Anna Diamantopoulou suggested that PASOK investigate alliances with other political parties.


http://www.ekathimerini.com/4dcgi/_w_ar ... 011_407137
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Próxima semana será "muito difícil" para a Grécia

por Pickbull » 19/9/2011 13:05

Próxima semana será "muito difícil" para a Grécia e o euro

FMI exige mais austeridade a Atenas, que só tem dinheiro até Outubro. Ministro das Finanças grego antecipa semana "muito difícil".

O representante permanente do FMI em Atenas avisou hoje que a próxima tranche do resgate só será libertada com mais austeridade. A recessão grega deverá manter-se em 2012, com a economia a contrair 2,5% no próximo ano, estando a recuperação só prevista para 2013, disse hoje Bob Traa, representante permanente do Fundo Monetário Internacional (FMI), em Atenas.

"Não é um segredo que a o programa de resgate à Grécia vive um momento difícil, a queda do produto interno bruto em 2011 deverá fixar-se nos 5,5%, antes de atingir uma quebra média de 2,5% em 2012 (...) a recuperação só regressa em 2013", afirmou Traa, num colóquio da revista britânica The Economist, que decorreu perto de Atenas.

O representante do FMI falava numa mesa de redonda onde participaram também os ministros gregos das Finanças, Evangélos Vénizélos, e do Desenvolvimento, Michalis Chryssohoïdes, bem como líderes empresariais gregos.

O representante do fundo também alertou Atenas de que terá de introduzir mais medidas de austeridade para receber a sexta 'tranche', de oito mil milhões de euros, da ajuda de resgate. "Serão necessárias medidas adicionais para reduzir o défice", referiu Bob Traa.

Semana "muito difícil"

Evangélos Vénizélos admitiu, no encontro, que a próxima semana será "muito difícil" para a zona euro e para a Grécia, uma vez que os mercados esperam pela resolução do impasse na atribuição da ajuda a Atenas, que já disse que só tem dinheiro até Outubro.

O ministro das Finanças considerou que a prioridade "face ao objectivo orçamental para 2011" implica medidas correctivas de 1,8 mil milhões de euros, o que deverá permitir ao Estado grego "atingir um excedente orçamental primário em 2012", acrescentou Vénizélos, que admitiu ter "pessoal excedentário" na função pública.

Para alcançar o equilíbrio das contas públicas "será necessário tomar agora decisões históricas e, se não as tomamos, teremos obrigatoriamente de as tomar em breve, em condições incontroláveis e dolorosas", disse ainda o ministro, referindo-se à possibilidade de incumprimento grego.

O representante do FMI defendeu também uma reforma do sistema fiscal grego, e alertou Atenas contra o contínuo aumento de impostos. Michalis Chryssohoïdes, por seu lado, comprometeu-se a adoptar, junto com o FMI e com a União Europeia, medidas para aumentar a competitividade das empresas gregas, que considerou ser um dos principais problemas do país.

"Nos próximos dias, vamos anunciar um ambicioso plano que visa retirar entraves aos empresários (...) É necessário passar de uma economia de Estado e de importações para uma economia competitiva", sublinhou Chryssohoïdes.
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por AC Investor Blog » 15/9/2011 21:14

ECB's Stark: Greek Insolvency Is Not A Possible Scenario. :mrgreen:
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por K. » 15/9/2011 8:22

Talvez ainda consigam fazer um haircut organizado nas proximas semanas de 70%. Pior que isso seria um anúncio de uma moratória.


Portugal só entra em incumprimento se o FMI bloquear uma tranche. O ministro das finanças tem sido exímio na antecipação das medidas da Troika e estamos a ter um crescimento das exportações nunca antes visto (esta tendência iniciou-se em 2007). Com a Economia a crescer ou estagnada (o que já não seria mau) o défice não dispara tão facilmente.

Ou seja, se o Default da Grécia for ordeiro, Portugal pode ainda ter um ano para reorganizar a dívida de uma forma mais favorável, através de um programa de recompras.

O problema é que a recompra vai trazer as maturidades para o curto prazo. Assim, se no final deste pacote de ajuda não existirem os Eurobonds, o mercado não vai aceitar uma estrutura de refinanciamento concentrada no curto prazo e o Swap de maturidades é mesmo inevitável. Os CDS acima de 1000 pontos refletem isto: uma proababilidade de Default acima de 50%.


Por outro lado, sem recompra, e mesmo que o Governo controle o Défice como pretende, a dívida sobe para 100% no final do programa, o que vai obrigar a um Default mais duro (uns 50/60% de haircut). É por isso que eu defendo as recompras, porque melhoram a base de negociação para uma eventual reestruturação.

Não admire que o ministro das finanças coloque as metas perto dos 0% de défice: após a reestruturação vamos perder o acesso aos mercados e só um surplus pode manter o país a funcionar.


No entanto, há que ter claro que neste momento os mercados ainda não dão um Default em Portugal como certo. Caso os juros a 2 anos cheguem aos 20%, então dificilmente a situação terá retorno.

Se aguentarmos um ano, politicamente estamos protegidos pela Itália, que vai acabar por obrigar à mutualização da dívida (eurobonds). Itália é membro do G7....
 
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por fooman » 14/9/2011 23:12

A Grécia vai entrar em incumprimento mas vai manter-se no Euro. Estão a trabalhar nisso agora. É expectável que o mesmo ocorra a Portugal (uma vez que a Irlanda já se safou). Estou ainda a tentar perceber como é que isto se fará, comunico quando souber!
 
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por Marco Martins » 14/9/2011 22:58

Elias Escreveu:Merkel e Sarkozy acreditam que Grécia irá continuar na Zona Euro
14 Setembro 2011 | 19:19
Andreia Major - amajor@negocios.pt

Da conferência telefónica entre Angela Merkel, Nicolas Sarkozy e George Papandreou saiu a confiança de que a Grécia irá continuar na Zona Euro.

O Presidente francês Nicolas Sarkozy e a Chanceler alemã Angela Merkel estão “convencidos” de que a Grécia deverá continuar na Zona Euro, de acordo com um comunicado emitido pelo gabinete de Sarkozy após a conferência telefónica desta tarde.

O comunicado revela ainda que “que é mais do que indispensável que a Grécia implemente as decisões adoptadas a 21 de Julho pelos responsáveis de Estado e governo da Zona Euro para assegurar a estabilidade da Zona Euro”.

Por sua vez, na conferência que decorreu esta tarde, o governo grego mostrou-se determinado a atender aos planos orçamentais acordados.

Sarkozy reiterou que a Grécia deveria reforçar o seu programa orçamental, ao que Papandreou respondeu que estava determinado a fortalecer o plano de cortes orçamentais necessário ao equilíbrio da economia helénica.

O balanço da conferência foi positivo para os três responsáveis políticos, e o governo grego revelou que ficou satisfeito com as conversações com Angela Merkel.


Se a Grécia vai reforçar o seu programa orçamental, quer dizer que precisará de mais dinheiro dos contribuintes gregos...

Ora se as contas gregas este ano já vão ficar abaixo do esperado devido a uma redução dos impostos pagos, então se aumentarem os impostos ainda haverá menor capacidade de financiar o estado, pois haverá mais insolvencias... nesse sentido a Grécia neste momento está de mãos atadas.

Por outro lado, se o investimento estrangeiro na Grécia provavelmente terá caído tal como caiu em Portugal, então agora com os rumores de default, qualquer tipo de investimento estrangeiro tenderá a cair para zero e a agravar, o pouco investimento que possa haver internamente, tenderá a ir para fora da Grécia...

As medidas que foram tomadas em relação a baixar as taxas para a Grécia, Portugal e Irlanda, foram boas notícias, mas continua a faltar a capacidade de pagamento, mesmo que as taxas fiquem a zero! A Grécia neste momento precisa de mais dinheiro do que aquele que consegue gerar... e essa estabilidade parece-me que apenas será possível com um perdão de uma parte da dívida ou troca por dívida pública grega onde todos os países comprem uma parte...

Alguém sabe de algum local onde se compare a quantidade de impostos que os gregos têm e compare com os portugueses, irlandeses e alemães?
 
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por Mcmad » 14/9/2011 22:53

Eu já não tenho dúvidas que ela vai sair. Eles estão a "cozinhar" essa saída, irão acusar os Gregos de não cumprirem metas estipuladas. :wink:
Confira as minhas opiniões

http://markoeconomico.blogspot.com/
 
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por Elias » 14/9/2011 21:54

Merkel e Sarkozy acreditam que Grécia irá continuar na Zona Euro
14 Setembro 2011 | 19:19
Andreia Major - amajor@negocios.pt

Da conferência telefónica entre Angela Merkel, Nicolas Sarkozy e George Papandreou saiu a confiança de que a Grécia irá continuar na Zona Euro.

O Presidente francês Nicolas Sarkozy e a Chanceler alemã Angela Merkel estão “convencidos” de que a Grécia deverá continuar na Zona Euro, de acordo com um comunicado emitido pelo gabinete de Sarkozy após a conferência telefónica desta tarde.

O comunicado revela ainda que “que é mais do que indispensável que a Grécia implemente as decisões adoptadas a 21 de Julho pelos responsáveis de Estado e governo da Zona Euro para assegurar a estabilidade da Zona Euro”.

Por sua vez, na conferência que decorreu esta tarde, o governo grego mostrou-se determinado a atender aos planos orçamentais acordados.

Sarkozy reiterou que a Grécia deveria reforçar o seu programa orçamental, ao que Papandreou respondeu que estava determinado a fortalecer o plano de cortes orçamentais necessário ao equilíbrio da economia helénica.

O balanço da conferência foi positivo para os três responsáveis políticos, e o governo grego revelou que ficou satisfeito com as conversações com Angela Merkel.
 
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por defst0ned » 13/9/2011 18:44

Eu sou apoiante que cada um de nós deve aspirar a receber mais ao longa da vida, para que esta possa ser o mais confortável possível. Contudo, cada vez me deparo mais com um facto. As pessoas quando recebem a partir de um determinado valor mensal deixam de sequer compreender bem a realidade. No nosso país, mesmo vivendo numa das cidades mais caras, quem receba 2000 euros liquidos por mês, só não tem uma boa vida e confortavel se começar a entrar em padroes de consumismo desenfreados.
 
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Re: Grécia

por PT_Trader » 13/9/2011 18:43

Clinico Escreveu:Bem, eu tambem tenho essa dúvida: então é por titular e não agregado? supondo que um casal ganha 100.000 e é só um que trabalha, fica no escalão dos 50.000?? hummm acho estranho.

Desculpem trazer isto, mas a minha interpretação foi outra e daí a minha inquietação.

Se já foi discutido aqui, não vale a pena voltarmos ao mesmo. Eu depois esclareço com o contabilista.

Abraço
Clinico


Se um casal ganha € 100.000 e é só um que trabalha, tens que aplicar o coeficiente conjugal (divide-se por 2). Ou seja, conta 50K, e aí entravas no quarto escalão (são sete). Se cada titular do casal ganhar 100K, aí sim vão parar ao penúltimo escalão.

Eu não sou especialista, mas penso que é assim que se calcula. Mas procura aqui no fórum, porque acho que ainda na semana passada se falou nisso, quando o ministro anunciou o fim das deduções.
 
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Re: Grécia

por Marco Martins » 13/9/2011 18:38

Clinico Escreveu:Nem vos passa pela cabeça como isto me preocupa...

Tirando a menção a Portugal, que acho que ainda vale a pena tentar salvar, o resto concordo com tudo.

Quanto a nós, apenas tenho a dizer que este ano, ainda a classe média conseguirá pagar os impostos. Para o ano já não sei...e depois que fazem? ficam sem casa por execução fiscal?? já viram os escalões aqui?? como é que um casal que aufere 4700 euros por mês vai poder pagar as responsabilidades,(empréstimo casa, educação, saúde etc) e impostos que ultrapassam os 50 e muitos %??(46,5% IRS, 50% do subsidio de Natal e taxa de solidareadade, mais a gasolina, mais o IMI, mais o IVA, mais isto e mais aquilo???

http://www.bloomberg.com/news/2011-09-1 ... -says.html

Abraços
Clinico


Se classe média é quem aufere 4700/mes então devo fazer parte da classe pobre (e comparativamente a colegas que estão em empresas do PSI20, não me considero mal)!

E um casal que receba o salário mínimo (1000€/mes)? certamente estará na banca rota!!!
 
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Grécia

por Clinico » 13/9/2011 18:26

Bem, eu tambem tenho essa dúvida: então é por titular e não agregado? supondo que um casal ganha 100.000 e é só um que trabalha, fica no escalão dos 50.000?? hummm acho estranho.

Desculpem trazer isto, mas a minha interpretação foi outra e daí a minha inquietação.

Se já foi discutido aqui, não vale a pena voltarmos ao mesmo. Eu depois esclareço com o contabilista.

Abraço
Clinico
 
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por TTM62 » 13/9/2011 18:16

Ainda não li o documento do ministério das finanças com cuidado. Se alguém já leu, esclareçam-me uma coisa por favor: O Rendimento citado é por capitação de titulares(1...2..n) ou por agregado familiar?
viva a vida k vai passar mt tempo morto
 
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Re: Grécia

por PT_Trader » 13/9/2011 18:05

Clinico Escreveu:Nem vos passa pela cabeça como isto me preocupa...

Tirando a menção a Portugal, que acho que ainda vale a pena tentar salvar, o resto concordo com tudo.

Quanto a nós, apenas tenho a dizer que este ano, ainda a classe média conseguirá pagar os impostos. Para o ano já não sei...e depois que fazem? ficam sem casa por execução fiscal?? já viram os escalões aqui?? como é que um casal que aufere 4700 euros por mês vai poder pagar as responsabilidades,(empréstimo casa, educação, saúde etc) e impostos que ultrapassam os 50 e muitos %??(46,5% IRS, 50% do subsidio de Natal e taxa de solidareadade, mais a gasolina, mais o IMI, mais o IVA, mais isto e mais aquilo???

http://www.bloomberg.com/news/2011-09-1 ... -says.html

Abraços
Clinico


Isso já foi aqui discutido. Não é o casal que aufere € 4.700/mês, é 1 titular, ie, se o rendimento dos 2 for € 4.700, não entram de longe nesse escalão...
 
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