“Não diabolizo projetos” como a mina da Lagoa Salgada

[Pata-Hari]

Muffin, não o fazes se não quiseres. Se não tiveres a capacidade técnica ou mental de o fazer. E a capacidade técnica é algo no qual se tem que investir.

[Pantone]

Marco, esqueces-te de um factor: se a produtividade é igual, numa europa aberta, imigras. A produtividade não é igual e os trabalhadores não são iguais.

Os mercados não são perfeitos, algo que muita gente teima em não perceber pois a informação não é global e a mobilidade não é perfeita. A teoria de mercados perfeitos é uma ilusão que é vendida pelos que são contra o Estado, com consequências terríveis.

No mercado laboral, e na europa em particular, todos estes entraves aumentam, por diferenças de cultura (e.g. ter casa própria vs. alugar) ou língua (vai trabalhar para a suécia sem saber pelo menos inglês).

Numa europa imperfeita, não emigras, ficas na terrinha a fazer pela vida, mesmo que produzas mais que o teu vizinho do lado.

[MarcoAntonio]

O relatório em causa que a notícia cobre é este aqui já agora:

http://www.unctad.org//Templates/webfly ... =downloads



O link directo para o pdf:

http://www.unctad.org//en/docs/tdr2011_en.pdf

[MarcoAntonio]

Marco, esqueces-te de um factor: se a produtividade é igual, numa europa aberta, imigras.

A esmagadora maioria das pessoas não emigra, existem obstáculos diversos à emigração (desde familiares, culturais a económicos e de mercado de trabalho).

É um mecanismo sim, também, mas seguramente não é um mecanismo que resolve miraculosamente as coisas de que eu estou a falar...

A produtividade não é igual e os trabalhadores não são iguais.

Eu concedo perfeitamente que isso (também) acontece.

Mas não é o ponto, o ponto é que as coisas de que estás a falar não são as únicas que acontecem nem constituem mecanismos perfeitos, fluídos e que tudo resolvem!

[Pata-Hari]

Marco, esqueces-te de um factor: se a produtividade é igual, numa europa aberta, imigras. A produtividade não é igual e os trabalhadores não são iguais.

[MarcoAntonio]

Eu não disse que era a única, o que disse é que o mecanismo tende a ser o contrário.

A questão é que, em teoria, também pode ocorrer perfeitamente o inverso a dado momento ou em dadas circunstâncias e é isso que interessará perceber: se neste caso o indivíduo está correcto ou não.

Ou seja, a fraca produtividade (independentemente da razão para isso) é primordial nas diferenças salariais.

Acontece que quando as diferenças salariais (ou por outra, de rendimento e disponibilidade de riqueza) estão a ser o principal factor, isto deixa-nos no meio do nada...

E isso é possível, até é perfeitamente simples imaginar cenários do quotidiano onde isto acontece!

[Pata-Hari]

Eu não disse que era a única, o que disse é que o mecanismo tende a ser o contrário. Ou seja, a fraca produtividade (independentemente da razão para isso e aí entra o teu conceito de capacidade) é primordial nas diferenças salariais.

[MarcoAntonio]

E eu que sempre achei que as diferenças salariais eram uma consequência da diferente competitividade....

Hmm... existe uma série de abordagens ao tema, mas nota nesta página em particular:

http://en.wikipedia.org/wiki/Capability_approach



Pessoalmente, não creio que o que referiste seja a única relação e mecanismo em curso.

[Pata-Hari]

gostaria de sublinhar algumas frases:

Segundo aquela instituição, "a melhor estratégia para reduzir a dívida pública é a promoção de políticas fiscais que promovam o crescimento", algo que tende a ser mais eficaz se a "despesa tiver precedência sobre os cortes de impostos".

"Uma distribuição de rendimentos mais equitativa faria a recuperação económica mais auto-sustentável e melhoraria as hipóteses de atingir consolidação fiscal", consideram os autores, que reforçam a ideia dos rendimentos como centrais para a melhoria da economia e esclarecem: "Os problemas actuais da zona euro devem-se largamente aos aumentos das diferenças salariais nos Estados membros", que tiveram como impacto desequilíbrios consideráveis na competitividade da região

E eu que sempre achei que as diferenças salariais eram uma consequência da diferente competitividade....

[Pata-Hari]

Relatório
ONU alerta que austeridade pode motivar nova recessão
Económico com Lusa
06/09/11 19:58


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"A melhor estratégia para reduzir a dívida pública é a promoção de políticas fiscais que promovam o crescimento".
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.A ONU avisa que as medidas de austeridade aplicadas por muitos países podem motivar uma nova recessão no mundo desenvolvido.

A Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD, na sigla original), que hoje publicou o seu relatório anual sobre Comércio e Desenvolvimento, afirmou que "a viragem para o aperto fiscal e monetário arrisca criar um período prolongado de crescimento medíocre, se não de contracção clara, nos países desenvolvidos".

No comunicado, a instituição alertou que as medidas de austeridade só se dirigem aos "sintomas do problema, deixando as causas básicas na mesma", ou seja: "Rácios de dívida pública mais elevados são uma consequência da crise, não a sua causa".

O secretário-geral da UNCTAD, Supachai Panitchpakdi, antigo director-geral da Organização Mundial do Comércio, escreveu na mensagem de abertura do relatório que o lento crescimento dos rendimentos está a ameaçar a recuperação económica, uma vez que contribui para uma diminuição da procura interna de um país.

"A não ser que haja uma reversão da tendência actual de baixas expectativas sobre os rendimentos do lar comum e um regresso a políticas que enfatizem a importância do crescimento maciço do rendimento como a base de desenvolvimento sustentável e equilibrado de igual forma para os países ricos e pobres, todas as outras tentativas de recuperar crescimento serão em vão", indicaram os autores do relatório.

Segundo aquela instituição, "a melhor estratégia para reduzir a dívida pública é a promoção de políticas fiscais que promovam o crescimento", algo que tende a ser mais eficaz se a "despesa tiver precedência sobre os cortes de impostos".

"Uma distribuição de rendimentos mais equitativa faria a recuperação económica mais auto-sustentável e melhoraria as hipóteses de atingir consolidação fiscal", consideram os autores, que reforçam a ideia dos rendimentos como centrais para a melhoria da economia e esclarecem: "Os problemas actuais da zona euro devem-se largamente aos aumentos das diferenças salariais nos Estados membros", que tiveram como impacto desequilíbrios consideráveis na competitividade da região