BERNANKE (breaking)
22 mensagens
|Página 1 de 1
AM,
Um sistema de reservas total sobre os DO pode não evitar o fenómeno de uma corrida aos bancos na totalidade, de facto. Mas o risco de tal ocorrer seria muito inferior.
Eu defendi também que as pessoas devem ser informadas com transparência sobre o funcionamento do negócio bancário.
Se o banco reinveste as nossas poupanças em crédito concedido às famílias, às empresas ou aos Estados, é natural que haja risco.
Fazer uma boa gestão desse risco é o que separa um bom banco de um mau banco.
Como eu sou da opinião que um mau banco deve falir como qualquer outra empresa, não vejo como se possa permitir isso no actual sistema, visto que os depositantes teriam todo o direito de se sentirem literalmente roubados.
Tal como uma empresa que concede crédito a outra incorre em risco, um cidadão deverá saber que sempre que faz um DP está a incorrer numa situação em tudo semelhante. Está a emprestar dinheiro ou banco.
Cumps
Um sistema de reservas total sobre os DO pode não evitar o fenómeno de uma corrida aos bancos na totalidade, de facto. Mas o risco de tal ocorrer seria muito inferior.
Eu defendi também que as pessoas devem ser informadas com transparência sobre o funcionamento do negócio bancário.
Se o banco reinveste as nossas poupanças em crédito concedido às famílias, às empresas ou aos Estados, é natural que haja risco.
Fazer uma boa gestão desse risco é o que separa um bom banco de um mau banco.
Como eu sou da opinião que um mau banco deve falir como qualquer outra empresa, não vejo como se possa permitir isso no actual sistema, visto que os depositantes teriam todo o direito de se sentirem literalmente roubados.
Tal como uma empresa que concede crédito a outra incorre em risco, um cidadão deverá saber que sempre que faz um DP está a incorrer numa situação em tudo semelhante. Está a emprestar dinheiro ou banco.
Cumps
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
migluso Escreveu:AutoMech Escreveu:Se houver rumores de que um banco vai à falência, a tendência é que as pessoas vão logo levantar o dinheiro, DO e DP.
Muito DPs só podem ser levantados na maturidade.
Sim, mas repara que, por um lado não evita a corrida aos bancos (que é onde eu não concordo contigo quando dizes que as reservas 100% dos DO evita o fenómeno). A pessoa continua a correr para o banco. Pode é chegar lá e não conseguir levantar. Por outro lado a maioria dos depósitos permite a desmobilização com perda de juros. Ora, numa situação de pânico (que é o que causa a corrida aos bancos), a pessoa não quer saber dos juros, já ficando contente se conseguir reaver o dinheiro do depósito.
migluso Escreveu:Num sistema de reservas 100% dos DO, o crédito para investimento teria por base poupança real. É mais difícil a formação de uma bolha de crédito, até porque não haveria controlo das taxas de juro em níveis artificialmente baixos.
Eu não vejo a coisa assim porque se de 1.000 euros depositados, 700 são metidos em DPs, esses são emprestados (digamos 600). Esses 600 entram no sistema outra vez, possivelmente também eles como 70% x 600 em DPs. Ou seja, o multiplicador continua sem que sejam poupanças "reais" (reais é um termo muito relativo neste caso

migluso Escreveu:Eu não sou "austríaco", mas concordo com muito do que essa escola diz.
Eu reconheço algumas virtudes nos pontos que defendem, mas não nesse dos 100% de DOs porque acho que não resolvia a grande parte.

No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Muffin,
A escola austríaca não defende a subida ou a descida das taxas de juro. Defende que sejam as forças de mercado, o encontro entre a oferta e a procura, a definirem as taxas de equilíbrio em cada momento.
Reformas estruturais nada têm a ver com teoria económica?!? Que eu saiba a microeconomia é 200 anos mais antiga do que a macro. Nem vou citar nomes... Como é óbvio não estão todos nada de acordo.
Keynesianos discordarem de mim? Não esperava outra coisa.
http://newmonetarism.blogspot.com/2011/ ... d-fed.html
Respondendo mais uma vez à tua pergunta:
- não injectar nem mais um centavo em empresas insolventes;
- liberalizar mais os mercados e o comércio;
- reduzir impostos e gastos públicos;
- permitir que seja o mercado a descobrir a taxa de juro de equilíbrio, etc...
A escola austríaca não defende a subida ou a descida das taxas de juro. Defende que sejam as forças de mercado, o encontro entre a oferta e a procura, a definirem as taxas de equilíbrio em cada momento.
Reformas estruturais nada têm a ver com teoria económica?!? Que eu saiba a microeconomia é 200 anos mais antiga do que a macro. Nem vou citar nomes... Como é óbvio não estão todos nada de acordo.
Keynesianos discordarem de mim? Não esperava outra coisa.
The Fed has tripled the size of its balance sheet, purchasing large quantities of long-term government debt, as well as mortgage-backed securities and agency securities. The Fed's policy rate (the interest rate on reserves) has been set at 0.25% since late 2008, and the FOMC has just announced that, barring some extreme and unexpected circumstances, that will continue for almost two years. How much more extended can you get?
http://newmonetarism.blogspot.com/2011/ ... d-fed.html
Respondendo mais uma vez à tua pergunta:
- não injectar nem mais um centavo em empresas insolventes;
- liberalizar mais os mercados e o comércio;
- reduzir impostos e gastos públicos;
- permitir que seja o mercado a descobrir a taxa de juro de equilíbrio, etc...
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
AutoMech Escreveu:Se houver rumores de que um banco vai à falência, a tendência é que as pessoas vão logo levantar o dinheiro, DO e DP.
Muito DPs só podem ser levantados na maturidade.
AutoMech Escreveu:Em relação à criação de moeda, se cerca de 70% dos depósitos (deduzido o rácio de solvabilidade) são emprestados, esse dinheiro vai criar nova moeda, como bem sabemos, sendo mais ou menos agressiva consoante os rácios de solvabilidade exigidos (isto de forma simplista). Ou seja, a expansão da massa monetária, que é uma das criticas da escola austríaca, também não fica muito mais limitada por termos 100% de reservas nos DOs.
Num sistema de reservas 100% dos DO, o crédito para investimento teria por base poupança real. É mais difícil a formação de uma bolha de crédito, até porque não haveria controlo das taxas de juro em níveis artificialmente baixos.
Eu não sou "austríaco", mas concordo com muito do que essa escola diz.

"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Eu perguntava sobre a Austríaca, para além da subida dos juros que parece ser (na situação actual um disparate, digo eu) consensual entre os seus seguidores.migluso Escreveu:O que sugere a escola austríaca? E a neoclássica?
migluso Escreveu:Reformas estruturais, as únicas capazes de criarem competitividade e crescimento sustentável e equilibrado no longo prazo.
Defendem que não se deve alocar recursos a salvar empresas falidas, pois para além do "moral hazard" associado, economicamente atrasa a renovação do tecido empresarial.
As Reformas estruturais nada têm a ver com teorias económicas, pelo que neste ponto estão todos de acordo, keynesianos, clássicos (com e sem neo), Austríacos ou Chineses.
migluso Escreveu:Desde que a crise começou, todos os estados adoptaram medidas keynesianas de combate à recessão.
Hmmmmm, temos o meio académico "keynesiano" que discorda frontalmente de ti.
migluso Escreveu:O resultado está à vista. O argumento dos que defendem estas políticas é que não foi suficiente. Nunca é nem nunca será suficiente.
Podes não gostar dos argumentos, mas deverias entendê-los para dizer o porquê de estarem errados. No entanto, afirmar que se seguiram políticas keynesianas quando os seus seguidores não as aceitam como tal, para concluir que se o fôssem, o resultado era pior, acho fraco.
Como não vi resposta concreta à pergunta original, volto a formulá-la.
No estado actual das economias, o que propoem os seguidores da escola Austríaca?
Pelo que percebi, subir os juros, diminuir o peso dos Estados (ou seja descida dos Gastos, quer por via de despedimentos/gastos quer por via de menor Investimento), não aumentar os impostos sob nenhum pretexto (seria incongruente com o ponto anterior, entre outros) e esperar que o mercado reponha o equilibrio.
Ou seja, numa situação depressiva como a que vivemos, esta escola propõe medidas que agravem a situaçao económica e social. É assim?! E de que forma actuaría sobre os problemas sociais que isso irá/iria originar?
Para o tema presente e para essa escola qualquer intervenção do FED também é mal vista...
- Mensagens: 848
- Registado: 4/1/2004 22:32
- Localização: lx
migluso Escreveu:Na minha opinião resolveria muita coisa, acompanhada da informação correcta sobre o negócio bancário.
Respondendo à tua pergunta, deve andar entre os 20 e os 30%, a crer nesta notícia.
http://depositosaprazo.blogs.sapo.pt/2011/05/06/
Em relação aos depósitos a prazo, devido às diferentes maturidades, é mais difícil verificar-se uma corrida. Para além disso, é fundamental informar as pessoas. Um depósito a prazo serve para o banco fazer um crédito, logo envolve sempre um risco mínimo. No entanto, uma boa gestão bancária conseguiria evitar que uma determinada percentagem de crédito mal parado tivesse impacto no capital ou na remuneração contratada nos DP.
Cumps
Mas Migluso, repara que as reservas 100% sobre DOs basicamente não resolve nenhum dos 2 problemas principais: corrida aos bancos e empréstimos para investimentos não produtivos, resultantes da criação de moeda.
Se houver rumores de que um banco vai à falência, a tendência é que as pessoas vão logo levantar o dinheiro, DO e DP. Ora, se apenas 20 a 30% é que está garantido, o colapso acaba por se dar. Ou seja, não se consegue evitar a corrida aos bancos só porque antes se informou a pessoa que o DP será usado para empréstimos. A pessoa quer é, naquele preciso momento, levantar tudo o que lá tiver.
Em relação à criação de moeda, se cerca de 70% dos depósitos (deduzido o rácio de solvabilidade) são emprestados, esse dinheiro vai criar nova moeda, como bem sabemos, sendo mais ou menos agressiva consoante os rácios de solvabilidade exigidos (isto de forma simplista). Ou seja, a expansão da massa monetária, que é uma das criticas da escola austríaca, também não fica muito mais limitada por termos 100% de reservas nos DOs.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Muffin Escreveu:Bem, continuo sem saber o que faria essa escola na situação actual (para além de aumentar as taxas de juro, claro).
Essas teorias são apelativas - Estado mau gastador vs. iniciativa privada bom decisor - como qualquer pessoa que não tenha uma mente estatista concordará, mas nas condições actuais advogam disparates económicos de gravíssimas consequências e vão servindo de remendo para preconceitos de seguidores da dupla visão Estado Mau / Estado rouba-me por via dos impostos.
Aliás esta visão moral de "os pecadores que paguem pelos seus erros" faz parte do pacote. Infelizmente quem pagará pelos disparates desta geração será a futura, assim como esta está a pagar pelos excessos da anterior. Mas estar longe do produto potêncial nacional (perdendo assim todos os meses centenas de milhões de euros) e todos os meses haverem milhares de desempregados que dentro de alguns meses passarão a engrossar uma fila de desemprego estrutural, não parece preocupar algumas mentes. A sensibilidade social serve então para conversa de café.
Dentro destes disparates económicos, e como exemplo, aqui há 6 meses só se ouvia falar da virtude das contas equilibradas, e em como se os Estados entrassem em equilibrio orçamental, o mercado veria que isso conduziria à prosperidade. Como é (e era) evidente, os cortes havidos nos gastos dos diversos Estados (mesmo daqueles que não necessitavam) apenas conduziram à diminuição do crescimento incipiente em que entrávamos (porque o problema que passamos é de retracção da Procura?!).
No que diz respeito ao Keynesianismo:
Keynesianism, in particular, is not about chanting “big government good”. It’s about viewing recessions through the lens of an economic model under which temporary increases in government spending can, under certain circumstances, help reduce unemployment. Indeed, not all recessions call for fiscal stimulus; it’s the special conditions of the liquidity trap that make it essential now — which is why the Bush deficits, run under non-liquidity trap conditions, say nothing at all about the desirability of deficits now.
Cumprimentos
O que sugere a escola austríaca? E a neoclássica?
Reformas estruturais, as únicas capazes de criarem competitividade e crescimento sustentável e equilibrado no longo prazo.
Defendem que não se deve alocar recursos a salvar empresas falidas, pois para além do "moral hazard" associado, economicamente atrasa a renovação do tecido empresarial.
Desde que a crise começou, todos os estados adoptaram medidas keynesianas de combate à recessão. O resultado está à vista. O argumento dos que defendem estas políticas é que não foi suficiente. Nunca é nem nunca será suficiente.
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
AutoMech Escreveu:Migluso, tens ideia de qual é a % de DO sobre o total de depósitos no sistema bancário ? É que eu considero que perder a minha conta à ordem é o menor dos meus problemas. As pessoas não correm para os bancos apenas pela conta à ordem, mas sobretudo (digo eu) pelas poupanças que estarão numa conta a prazo (ou similar).
Podes argumentar que no caso das contas a prazo a pessoa é remunerada pelo risco do banco emprestar aquele dinheiro. É verdade. Mas se estamos a falar de corrida aos bancos, a reserva total apenas dos depósitos à ordem não resolve basicamente nada (leia-se não resolve os problemas por detrás da corrida aos bancos, claro).
Na minha opinião resolveria muita coisa, acompanhada da informação correcta sobre o negócio bancário.
Respondendo à tua pergunta, deve andar entre os 20 e os 30%, a crer nesta notícia.
http://depositosaprazo.blogs.sapo.pt/2011/05/06/
Em relação aos depósitos a prazo, devido às diferentes maturidades, é mais difícil verificar-se uma corrida. Para além disso, é fundamental informar as pessoas. Um depósito a prazo serve para o banco fazer um crédito, logo envolve sempre um risco mínimo. No entanto, uma boa gestão bancária conseguiria evitar que uma determinada percentagem de crédito mal parado tivesse impacto no capital ou na remuneração contratada nos DP.
Cumps
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Bem, continuo sem saber o que faria essa escola na situação actual (para além de aumentar as taxas de juro, claro).
Essas teorias são apelativas - Estado mau gastador vs. iniciativa privada bom decisor - como qualquer pessoa que não tenha uma mente estatista concordará, mas nas condições actuais advogam disparates económicos de gravíssimas consequências e vão servindo de remendo para preconceitos de seguidores da dupla visão Estado Mau / Estado rouba-me por via dos impostos.
Aliás esta visão moral de "os pecadores que paguem pelos seus erros" faz parte do pacote. Infelizmente quem pagará pelos disparates desta geração será a futura, assim como esta está a pagar pelos excessos da anterior. Mas estar longe do produto potêncial nacional (perdendo assim todos os meses centenas de milhões de euros) e todos os meses haverem milhares de desempregados que dentro de alguns meses passarão a engrossar uma fila de desemprego estrutural, não parece preocupar algumas mentes. A sensibilidade social serve então para conversa de café.
Dentro destes disparates económicos, e como exemplo, aqui há 6 meses só se ouvia falar da virtude das contas equilibradas, e em como se os Estados entrassem em equilibrio orçamental, o mercado veria que isso conduziria à prosperidade. Como é (e era) evidente, os cortes havidos nos gastos dos diversos Estados (mesmo daqueles que não necessitavam) apenas conduziram à diminuição do crescimento incipiente em que entrávamos (porque o problema que passamos é de retracção da Procura?!).
No que diz respeito ao Keynesianismo:
Keynesianism, in particular, is not about chanting “big government good”. It’s about viewing recessions through the lens of an economic model under which temporary increases in government spending can, under certain circumstances, help reduce unemployment. Indeed, not all recessions call for fiscal stimulus; it’s the special conditions of the liquidity trap that make it essential now — which is why the Bush deficits, run under non-liquidity trap conditions, say nothing at all about the desirability of deficits now.
Cumprimentos
Essas teorias são apelativas - Estado mau gastador vs. iniciativa privada bom decisor - como qualquer pessoa que não tenha uma mente estatista concordará, mas nas condições actuais advogam disparates económicos de gravíssimas consequências e vão servindo de remendo para preconceitos de seguidores da dupla visão Estado Mau / Estado rouba-me por via dos impostos.
Aliás esta visão moral de "os pecadores que paguem pelos seus erros" faz parte do pacote. Infelizmente quem pagará pelos disparates desta geração será a futura, assim como esta está a pagar pelos excessos da anterior. Mas estar longe do produto potêncial nacional (perdendo assim todos os meses centenas de milhões de euros) e todos os meses haverem milhares de desempregados que dentro de alguns meses passarão a engrossar uma fila de desemprego estrutural, não parece preocupar algumas mentes. A sensibilidade social serve então para conversa de café.
Dentro destes disparates económicos, e como exemplo, aqui há 6 meses só se ouvia falar da virtude das contas equilibradas, e em como se os Estados entrassem em equilibrio orçamental, o mercado veria que isso conduziria à prosperidade. Como é (e era) evidente, os cortes havidos nos gastos dos diversos Estados (mesmo daqueles que não necessitavam) apenas conduziram à diminuição do crescimento incipiente em que entrávamos (porque o problema que passamos é de retracção da Procura?!).
No que diz respeito ao Keynesianismo:
Keynesianism, in particular, is not about chanting “big government good”. It’s about viewing recessions through the lens of an economic model under which temporary increases in government spending can, under certain circumstances, help reduce unemployment. Indeed, not all recessions call for fiscal stimulus; it’s the special conditions of the liquidity trap that make it essential now — which is why the Bush deficits, run under non-liquidity trap conditions, say nothing at all about the desirability of deficits now.
Cumprimentos
- Mensagens: 848
- Registado: 4/1/2004 22:32
- Localização: lx
migluso Escreveu:A escola austríaca é a única que defende um aspecto que eu considero fundamental na regulação bancária - reserva total dos depósitos à ordem. Resolveria praticamente todos os problemas que poderão estar por detrás de uma corrida aos bancos.
Migluso, tens ideia de qual é a % de DO sobre o total de depósitos no sistema bancário ? É que eu considero que perder a minha conta à ordem é o menor dos meus problemas. As pessoas não correm para os bancos apenas pela conta à ordem, mas sobretudo (digo eu) pelas poupanças que estarão numa conta a prazo (ou similar).
Podes argumentar que no caso das contas a prazo a pessoa é remunerada pelo risco do banco emprestar aquele dinheiro. É verdade. Mas se estamos a falar de corrida aos bancos, a reserva total apenas dos depósitos à ordem não resolve basicamente nada (leia-se não resolve os problemas por detrás da corrida aos bancos, claro).
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Malinvestments significa, como o próprio nome indica, maus investimentos. Activos sobreavaliados cuja correcção é inevitável.
Segundo a escola austríaca, na origem destes malinvestments estão taxas de juro demasiado baixas (assim definidas por uma autoridade), que por sua vez dão sinais errados aos empresários sobre as melhores opções de investimento.
Exemplos em Portugal de malinvestments não faltam, quase todos feitos pelo Estado: estádios de futebol, auto-estradas, jardins, fontes e fontanários, etc... Em Portugal, outra coisa que o nosso Estado gosta de fazer é salvar empresas falidas (malinvesments a um nível micro, que não têm que ter necessariamente na sua origem a taxa de juro reduzida), tentando impedir a destruição criativa e atrasando a renovação do tecido empresarial. "Salvámos" (por uns meses ou anos) bancos, empresas de calçado, empresas de vestuário, empresas de tecnologia, etc...
Nos EUA malinvestments que deveriam ter sido liquidados e o Estado resolveu "salvar": bancos, financeiras de hipotecas imobiliárias, seguradoras, indústrias de automóveis, etc...
A escola austríaca é a única que defende um aspecto que eu considero fundamental na regulação bancária - reserva total dos depósitos à ordem. Resolveria praticamente todos os problemas que poderão estar por detrás de uma corrida aos bancos.
Em relação aos juros zero, sim, é uma má política. Colocar o preço mais importante do mercado no valor zero é um erro em que o Japão caiu e agora não tem como sair. Podiam ter chegado a juros reais negativos sem levar a taxa nominal até ao valor zero.
Obviamente que o problema não é uma retracção do consumo. Para já, pois é praticamente inevitável que em termos reais ele venha a existir ou manter-se reduzido durante um longo período. É preciso compensar os 50 anos em que o mundo desenvolvido consumiu endividando-se em vez de produzindo.
Mas para já a redução do consumo não é um problema.
http://www.bea.gov/iTable/iTable.cfm?ReqID=9&step=1
Recomendo que observes antes a balança comercial e descubras onde está o desequilíbrio.
Sensibilidade social? Também sou apologista, mas não deixo de pensar em responsabilidade intergeracional. O ajustamento é inevitável. Quem viveu de excessos que os pague e não empurre com a barriga para a frente.
Cumps e bom fim-de-semana.
Segundo a escola austríaca, na origem destes malinvestments estão taxas de juro demasiado baixas (assim definidas por uma autoridade), que por sua vez dão sinais errados aos empresários sobre as melhores opções de investimento.
Exemplos em Portugal de malinvestments não faltam, quase todos feitos pelo Estado: estádios de futebol, auto-estradas, jardins, fontes e fontanários, etc... Em Portugal, outra coisa que o nosso Estado gosta de fazer é salvar empresas falidas (malinvesments a um nível micro, que não têm que ter necessariamente na sua origem a taxa de juro reduzida), tentando impedir a destruição criativa e atrasando a renovação do tecido empresarial. "Salvámos" (por uns meses ou anos) bancos, empresas de calçado, empresas de vestuário, empresas de tecnologia, etc...
Nos EUA malinvestments que deveriam ter sido liquidados e o Estado resolveu "salvar": bancos, financeiras de hipotecas imobiliárias, seguradoras, indústrias de automóveis, etc...
A escola austríaca é a única que defende um aspecto que eu considero fundamental na regulação bancária - reserva total dos depósitos à ordem. Resolveria praticamente todos os problemas que poderão estar por detrás de uma corrida aos bancos.
Em relação aos juros zero, sim, é uma má política. Colocar o preço mais importante do mercado no valor zero é um erro em que o Japão caiu e agora não tem como sair. Podiam ter chegado a juros reais negativos sem levar a taxa nominal até ao valor zero.
Obviamente que o problema não é uma retracção do consumo. Para já, pois é praticamente inevitável que em termos reais ele venha a existir ou manter-se reduzido durante um longo período. É preciso compensar os 50 anos em que o mundo desenvolvido consumiu endividando-se em vez de produzindo.
Mas para já a redução do consumo não é um problema.
http://www.bea.gov/iTable/iTable.cfm?ReqID=9&step=1
Recomendo que observes antes a balança comercial e descubras onde está o desequilíbrio.
Sensibilidade social? Também sou apologista, mas não deixo de pensar em responsabilidade intergeracional. O ajustamento é inevitável. Quem viveu de excessos que os pague e não empurre com a barriga para a frente.
Cumps e bom fim-de-semana.
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Re: BERNANKE (breaking)
radiohead Escreveu:Muffin Escreveu:radiohead Escreveu:luka Escreveu:Ben Bernanke confirma que nao havera novo plano de relance (como previsto...)
Óptimo, depois de despejarem triliões já perceberam que fazem mais mal que bem, está na hora de começar a liquidar os malinvestments
radiohead, o que tens em mente quando escreves "...começar a liquidar os malinvestments"?
refiro-me à austrian business cycle theory. os "austríacos" tem vindo a ter cada vez mais protagonismo (porque estão basicamente correctos, digo eu)...
Está aqui uma sintese muito boa sobre a "escola austríaca" que apanhei recentemente
Ah! pois. Mas esta escola advoga precisamente cortar nos gastos, porque inicía o raciocínio em que esta crise é derivada de excesso de produção (ou de falta de produtividade), não ponderando sequer que existe um retracção da Procura.
Ouvi os 23 minutos da entrevista e para este Senhor, a crise é provocada pelo FED e pelos juros baixos... Nada de activos tóxicos, nada de falta de regulação, nada de práticas bancárias ou comerciais abusivas... tudo por causa do FED ter mantido juros baixos.
No entanto, já estamos em plena crise, e ele quer que magicamente o sector privado faça decisões de investimento "adequadas" para que tudo fique bem. Só é preciso que o Estado deixe de intervir...
Presumo que de acordo com outros autores dessa linha de pensamento, uma das medidas seria o aumento dos juros, porque juros a 0 dão maus sinais aos agentes...



Continuei sem saber o que são os "malinvestments" (porque esse senhor provavelmenta também não sabe, ou melhor, assume que se fôr o Estado a fazê-los são "mal" mas se fôr o sector privado são "bem"), mas medidas para encarar a situação que vivemos não vi nenhuma, apenas muita propaganda.
Não tomes com isto que eu sou defensor da intervenção do Estado na Economia, que não o sou, senão por motivos sociais. Mas olho para o mundo e fazer pretender que a crise que atravessamos não é originada por uma retracção do consumo, choca-me! intelectualmente e socialmente.
A falta de sensibilidade social é alarmante.
- Mensagens: 848
- Registado: 4/1/2004 22:32
- Localização: lx
Re: BERNANKE (breaking)
Muffin Escreveu:radiohead Escreveu:luka Escreveu:Ben Bernanke confirma que nao havera novo plano de relance (como previsto...)
Óptimo, depois de despejarem triliões já perceberam que fazem mais mal que bem, está na hora de começar a liquidar os malinvestments
radiohead, o que tens em mente quando escreves "...começar a liquidar os malinvestments"?
refiro-me à austrian business cycle theory. os "austríacos" tem vindo a ter cada vez mais protagonismo (porque estão basicamente correctos, digo eu)...
Está aqui uma sintese muito boa sobre a "escola austríaca" que apanhei recentemente via http://espectadorinteressado.blogspot.com/:
<iframe width="560" height="345" src="http://www.youtube.com/embed/tCfMvqusdq0" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
- Mensagens: 172
- Registado: 18/10/2009 15:37
Re: BERNANKE (breaking)
luka Escreveu:primeiras infos:
Ben Bernanke confirma que nao havera novo plano de relance (como previsto...)
Os futuros aceleram quedas
(é melhor apertar os cintos ... )
O mercado já tinha descontado estas notícias (desaceleração e sem dinheiro novo no mercado...).
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
Re: BERNANKE (breaking)
Então o BENzinho não quer dar mais guita?está á espera que o sp500 vá aos 1050 para vir discursar e:
"à e tal...e não sei quê ...e afinal vamos injetar mais uns trilioes...e o camandro...."
Estes gajos sabem-na toda...LOL
"à e tal...e não sei quê ...e afinal vamos injetar mais uns trilioes...e o camandro...."
Estes gajos sabem-na toda...LOL
Re: BERNANKE (breaking)
radiohead Escreveu:luka Escreveu:Ben Bernanke confirma que nao havera novo plano de relance (como previsto...)
Óptimo, depois de despejarem triliões já perceberam que fazem mais mal que bem, está na hora de começar a liquidar os malinvestments
radiohead, o que tens em mente quando escreves "...começar a liquidar os malinvestments"?
Editado pela última vez por Visitante em 26/8/2011 15:45, num total de 1 vez.
- Mensagens: 848
- Registado: 4/1/2004 22:32
- Localização: lx
Re: BERNANKE (breaking)
luka Escreveu:Ben Bernanke confirma que nao havera novo plano de relance (como previsto...)
Óptimo, depois de despejarem triliões já perceberam que fazem mais mal que bem, está na hora de começar a liquidar os malinvestments

- Mensagens: 172
- Registado: 18/10/2009 15:37
BERNANKE (breaking)
primeiras infos:
Ben Bernanke confirma que nao havera novo plano de relance (como previsto...)
Os futuros aceleram quedas
(é melhor apertar os cintos ... )

Ben Bernanke confirma que nao havera novo plano de relance (como previsto...)
Os futuros aceleram quedas
(é melhor apertar os cintos ... )

- Anexos
-
- Crise 2.jpg (2.4 KiB) Visualizado 2517 vezes
... if you feel like doubling up a profitable position, slam your finger in a drawer until the feeling goes away !
22 mensagens
|Página 1 de 1
Quem está ligado: