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Caldeirão da Bolsa

Impostos especiais sobre os muito ricos, fará sentido?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Elias » 25/8/2011 19:27

rmachado Escreveu:Outro efeito perverso das taxas é que tens os "centros urbanos" com maior taxa mas abandonados ou com casas a pagar centimos e o resto com taxas mais baixas fomentando a desertificação dos centros e a confusão das periferias.


rmachado, embora isto fuja um pouco ao tema, diz-me lá o que é que queres fazer com os centros urbanos. Concretamente queres que sejam atractivos para lá morar (residencial), para lá trabalhar (empresarial) ou para visitar (turístico)? É que os 3 são mais ou menos incompatíveis.
 
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por rmachado » 25/8/2011 19:21

AutoMech Escreveu:
rmachado Escreveu:Outro efeito perverso das taxas é que tens os "centros urbanos" com maior taxa mas abandonados ou com casas a pagar centimos e o resto com taxas mais baixas fomentando a desertificação dos centros e a confusão das periferias.


Devem ser poucos os sítios onde isto acontece, ou não ? Ou seja, à excepção de meia dúzia de cidade (e talvez nem tanto) como Lisboa, Porto, Coimbra, etc., todos os outros concelhos penso que não são suficientemente grandes para que o centro seja um concelho (com uma taxa) e os arredores sejam um concelho diferente (com outra taxa). Por exemplo Évora, Viseu ou Bragança tanto terá um IMI no centro como nos arredores, uma vez que o concelho é o mesmo. Acho que não percebi o teu ponto :wink:


Agora não tenho acesso aos mapas para aferir do que disse anteriormente e eventualmente já mudaram a lei mas tens pelo menos 3 tipos de taxa por concelho.
 
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por atomez » 25/8/2011 19:11

Pata-Hari Escreveu:
A medida teve um valor mais simbólico do que real: mais do que a expressão orçamental, pretende passar a ideia de que os custos do aperto orçamental são para todos. Atinge cerca de 30 mil agregados e rende uma receita adicional na casa dos 30 milhões de euros, segundo adiantou na altura o Ministério das Finanças.

30 milhões? Isso são peanuts! Nem chega para arredondar as décimas do défice...

É mesmo uma medida totalmente populista para acalmar os ânimos e dar a ideia que "eles" estão a ser mais prejudicados.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por Pata-Hari » 25/8/2011 19:00

Até aqui, só houve uma medida especificamente criada para exigir um esforço maior a quem mais tem. Trata-se de um novo escalão de 45% no IRS, uma medida que vigora até 2013. Rende uns simbólicos 30 milhões de euros e afecta cerca de 30 mil agregados familiares.
(Notícia publicada na edição impressa do Negócios de 24 de Agosto)

Foi ainda durante o governo de José Sócrates que se introduziram as duas medidas especificamente destinadas a pedir um esforço maior a quem mais ganha, em Portugal. Ambas aconteceram no IRS, o que significa que só abarcam os rendimentos englobados, isto é, trabalho dependente, independente, rendas e pensões. O património fica de fora.

Mais um escalão de IRS

Em Maio de 2010, quando lançou o primeiro programa de austeridade e crescimento, José Sócrates criou um oitavo escalão de rendimento no IRS para quem auferisse um rendimento colectável (rendimento bruto já abatido de algumas deduções) médio do casal acima de 150.000 euros.

A taxa marginal máxima, que se encontrava nos 42%, subiu para 45%. Este escalão é extraordinário e para vigorar apenas até 2013. Entretanto, com a nova subida geral de IRS, para todos os contribuintes, que ocorreu entretanto, a taxa está já nos 46,5% para rendimentos colectáveis superiores a 153.300 euros.

A medida teve um valor mais simbólico do que real: mais do que a expressão orçamental, pretende passar a ideia de que os custos do aperto orçamental são para todos. Atinge cerca de 30 mil agregados e rende uma receita adicional na casa dos 30 milhões de euros, segundo adiantou na altura o Ministério das Finanças.

Cortes nas deduções à colecta

Não era para ser dirigida só aos mais "ricos", mas o seu efeito prático acabou por ser esse. Mas será por pouco tempo. Este ano, e por causa da oposição do PSD nas negociações para o Orçamento do Estado para 2011, só os dois últimos escalões de rendimento no IRS tiveram limites às deduções à colecta. Despesas de saúde, educação, com lares, crédito à habitação e rendas só podem ser abatidas à factura fiscal até 1.100 euros. A medida será, contudo, generalizada para todos os contribuintes este ano, por exigência da troika.

Portanto, na prática, apenas haverá uma medida especialmente dirigida aos maiores rendimentos.

Até agora, não houve decisões especiais ao nível do património mobiliário e imobiliário.
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por atomez » 25/8/2011 18:59

Jolly Roger Escreveu:Aquele o outro o vesgo do PCP (não me lembro do nome) já tem números - carros a custar mais de 100.000, casas a custar mais de 1 milhão.... yooppieee... tudo ali taxadinho com imposto, que maravilha...

Mas... vamos a números. Quanto é que esperam arrecadar com esses sobreimpostos? Alguém já disse?

Depois vão a ver a esses tais carros estão em leasing, as casas alugadas a imobiliárias sediadas em off-shores, os iates idem... afinal eles não são proprietários de coisa nenhuma e não vão poder sacar grande coisa...
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por Pata-Hari » 25/8/2011 18:58

Como se taxa um rico?
25 Agosto 2011 | 16:26
Elisabete Miranda - elisabetemiranda@negocios.pt
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Do que se fala quando se fala de tributar os ricos? E como se mede a riqueza? Veja aqui dois modelos possíveis.
1) Tributar o rendimento


O caminho mais comum, que tem vindo a ser seguido por vários países, desde Portugal à Grécia, de Espanha ao Reino Unido, é criar um novo escalão de IRS. Neste caso, determina-se que quem tiver um rendimento (colectável, no caso português) acima de determinado valor, passa a pagar uma taxa marginal determinada. Cá, ela é actualmente de 46,5% para rendimentos colectáveis acima de 150.000 euros.

Pelo IRS é também possível lançar-se um adicional de imposto. É por exemplo o que fará a Itália: diz que quem ganhar acima de um determinado valor, pagará mais 5% ou 10% do que o que pagaria. Embora ainda não haja pormenores, parece ser também este o caminho em França. Passos Coelho falou nesta técnica em Maio, durante a campanha eleitoral, tendo admitido criar “criar uma quota fixa no escalão mais elevado do IRS” para financiar o programa de emergência social, orçado em 400 milhões de euros por ano.

INCONVENIENTES

O rendimento é um fluxo que não mede a riqueza que cada pessoa tem, que é expressa através do seu património (carros, prédios, jóias, investimentos, obras de arte, etc.).

Além disso, não passam pela declaração de IRS os rendimentos de capitais, como os juros de depósitos e dividendos. No limite, alguém que viva dos dividendos de acções que detém num grupo de empresas, ou dos juros das aplicações, não fará nenhum esforço adicional, se se lançar uma sobretaxa no último escalão.

Por fim, há muita fraude no IRS, sobretudo ao nível dos rendimentos do trabalho independente e empresariais. Sintomático disso é o facto de 70% da receita ser paga por trabalhadores dependentes e pensionistas.

2) Tributar o património

Em vez de taxar fluxos, tributa-se a propriedade. Prédios e terrenos (que já pagam IMI), mas também bens móveis, como acções, obrigações e outros títulos financeiros, jóias, obras de

arte, barcos, carros, etc. Estes últimos, o património mobiliário, não pagam actualmente qualquer imposto.


A ideia é que o património que exceda um determinado limite pague uma taxa. Esta é uma proposta muito acarinhada pelo PCP e Bloco de Esquerda), mas sem sucesso. Com mais ou menos nuances, este “imposto sobre as grandes fortunas”, como é conhecido, já foi comum na Europa, mas veio sendo progressivamente abandonado. Neste momento, só a França a tem. Espanha teve-a até 2008, e Elena Salgado já confessou estar arrependida da decisão.
Por cá, esta solução técnica é defendida por dois ex-ministros das Finanças de Cavaco Silva. Miguel Beleza, ontem em declarações ao Dinheiro Vivo, argumentava que “a maioria dos mais ricos não vive dos rendimentos. Não é isso que interessa tributar. Preferia um imposto sobre o património, por exemplo. Uma taxa extraordinária de 1% ou menos”.


Miguel Cadilhe tem uma proposta mais estruturada. Que o Estado lance um imposto sobre a propriedade líquida de proprietários particulares, mas também ás pessoas colectivas e de utilidade pública. Seriam abrangidas sociedades, associações, fundações, cooperativas, entre outras entidades, cujo património ultrapasse um determinado valor. Outra nuance desta proposta é que as suas receitas, temporárias, reverteriam directamente para a dívida pública, como acontece com a receita das privatizações.

INCONVENIENTES

A maior crítica que se tem ouvido relaciona-se com a sua praticabilidade. O património imobiliário, sendo, como o próprio nome indica, imóvel, é fácil de identificar pelas autoridades fiscais. Mas, como tributar bens como jóias, obras de arte, iates, obrigações, acções, contas bancárias, tudo bens móveis que são facilmente dissimulados, transferidos para offshores ou colocados em nome de “testas-de-ferro” ou sociedades?

Esta tem sido a principal crítica que fiscalistas têm feito a uma medida desta natureza (o último relatório do grupo de trabalho para a revisão da política fiscal, encomendado pelo ex-secretário de Estado Carlos Lobo, faz-lhe uma alusão).

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Re: Mais algumas ideias...

por MarcoAntonio » 25/8/2011 18:56

Quico Escreveu:Assim de repente não estou a ver!... Deixa cá ver... Será porque, tendo o ganho legitimamente, são seus legítimos proprietários?! :roll:

Porque carga de água hás-de achar que o teu dinheiro está melhor na tua posse?! Eu acho que estaria bem melhor na minha!... :twisted:


Quico, estás a retirar o que eu escrevi completamente do seu contexto. O que se está a discutir ao longo desses posts é matéria de utilidade (onde é que o dinheiro é melhor aplicado, quais os efeitos sobre a economia, etc).

Nem é preciso ler os posts todos basta ler os dois ou três anteriores para se entender o contexto...

:wink:
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Automech » 25/8/2011 18:55

LOL Jolly, tu hoje estás particularmente espirituoso. :P
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por Jolly Roger » 25/8/2011 18:51

Há bocado vi na TVI24.

Alea jacta est.... eh eh eh.

Já estou a ver, isto vai dar um amplo debate nacional e internacional. O Francisco Louçã já deve estar a esfregar as mãos (aquele ódio que ele tem ao Amorim e aos ricos vai finalmente poder extravasar) Grrrrrr.

Aquele o outro o vesgo do PCP (não me lembro do nome) já tem números - carros a custar mais de 100.000, casas a custar mais de 1 milhão.... yooppieee... tudo ali taxadinho com imposto, que maravilha...

A xuxa da Maria de Belém toda rosadinha a falar do Warren Buffet.... que contente que ela anda....

Até parece que eles são tantos e saltam a cada esquina quando a gente sai à rua...
os ricos pois claro....
Agora "vai vir" comentadores, "vai vir" especialistas da tributação", "vai vir" políticos e "vai vir" aquela parte que eu adoro que é ir para a rua perguntar a meia dúzia de iletrados e ignorantes escolhidos a dedo o que é que acham da medida como se a gente não soubesse a resposta...

Se ainda houver algum rico por aí, o meu conselho é bazar e depressa....
Isto de ser rico nos dias que correm não é muito bem visto...


Esta gente enlouqueceu.


....
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por Automech » 25/8/2011 18:40

rmachado Escreveu:Outro efeito perverso das taxas é que tens os "centros urbanos" com maior taxa mas abandonados ou com casas a pagar centimos e o resto com taxas mais baixas fomentando a desertificação dos centros e a confusão das periferias.


Devem ser poucos os sítios onde isto acontece, ou não ? Ou seja, à excepção de meia dúzia de cidade (e talvez nem tanto) como Lisboa, Porto, Coimbra, etc., todos os outros concelhos penso que não são suficientemente grandes para que o centro seja um concelho (com uma taxa) e os arredores sejam um concelho diferente (com outra taxa). Por exemplo Évora, Viseu ou Bragança tanto terá um IMI no centro como nos arredores, uma vez que o concelho é o mesmo. Acho que não percebi o teu ponto :wink:
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por rmachado » 25/8/2011 16:17

Elias Escreveu:rmachado,

Tens razão naquilo que referes.

Mas essa questão resolve-se actualizando as matrizes e não criando um imposto sobre os ricos.


Claro Elias, mas é exatacmente o que refiro na minha primeira mensagem...

Uma reforma profunda do IMI iria quase de certeza permitir uma maior justiça fiscal e um maior rendimento.

Mais vale 100 pagarem 5, do que um pagar 50 e 99 estarem isentos ou pagarem 0.01 Euros.

Alem de que devia ser uma taxa única para o pais, ou taxas muito semelhantes.
Outro efeito perverso das taxas é que tens os "centros urbanos" com maior taxa mas abandonados ou com casas a pagar centimos e o resto com taxas mais baixas fomentando a desertificação dos centros e a confusão das periferias.
 
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por FilRib » 25/8/2011 16:16

Blasar Escreveu:
Jolly Roger Escreveu:
Noob Escreveu:Podes considerar que sim mas terás de considerar o mesmo aos impostos (extraordinários) criados sobre os "pobres" para realizar o sacrifício de tirar o pais do buraco ou não é igual ?



O problema é que o imposto sobre o subsídio de Natal não é para tirar o país do buraco, é um remendo para tapar um dos buracos em que o país se encontra.
Se só fosse feito isso, para o ano tinha de ser aplicado novamente.

O sacrifício que tens que fazer não é pagar mais impostos.

O sacrifício que tens de fazer é dizer que não queres e não precisas de mais auto-estradas onde não passam carros.

Não queres e não precisas de um aeroporto em Beja onde nenhum avião quer aterrar.

Não queres e não precisas de 385.000 rotundas com relva e mamarrachos no meio que não te deixam ver nada para lá delas e que custam dinheiro a manter.

Não queres e não precisas de tantas autarquias nem de tantas juntas de freguesia que só consomem recursos.

Não queres e não precisas de empresas públicas que pagam chorudos salários e acumulam prejuizos.

Não queres e não precisas de duas regiões autónomas governadas por 2 maluquinhos que acham que temos obrigação de andar com eles ao colo e pagar todas as megalomanias deles.

Não queres e não precisas de uma televisão pública que só te custa dinheiro e te dá lixo para veres.

Não queres e não precisas de organizar eventos como o campeonato da Europa de futebol e a Expo 98 que te deixam depois asfixiado em dívidas.

Não queres e não precisas de sustentar tantas fundações.

Não queres e não precisas de sustentar tantos institutos públicos que não servem para nada.

Não queres e não precisas de isenções fiscais.

Não queres e não precisas de subsídios.

Não queres e não precisas de estímulos. (Os sexuais chegam).

Estes é que são os sacrifícios que precisas de fazer. Depois podes deixar os ricos continuarem a ser ricos e podes tu também pensar em ser rico.


...


Entre muitas outras coisas, acrescentaria ainda:

Não queres nem precisas de um sistema judicial que se tornou, comummente, mais parte do problema do que do que da solução, subvertido e manietado por interesses completamente alheios à Justiça.

Não queres nem precisas de um sistema de funcionalismo público obsoleto e "viciado", onde o factor "C" ainda impera (e imperará, pois os pseudo-concursos que se fazem actualmente são, na sua maioria, um embuste), e o mérito é muitas vezes trocado por outras valências menos virtuosas.

Não queres nem precisas de uma classe política mais preocupada com a sua própria sobrevivência e o seu umbigo, com uma falta de visão estratégica e desígnio, que muda de opinião ao sabor dos indicadores das sondagens.

Podia estar a tarde toda nisto... Mas como alguém já disse, antes, o maior problema mesmo são os portugueses (ricos; pobres; remediados; estropiados; etc.).

Cumprimentos.


Concorco totalmente. E o momento de dizer esse "não quero" foi nas últimas legislativas, votando "fora da caixa", ou seja, não votando nos partidos que há 35 anos andam a fazer isso tudo.
Mas o povo português disse "sim queremos continuar"...
 
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por Automech » 25/8/2011 16:05

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por Automech » 25/8/2011 16:03

Elias Escreveu:rmachado,

Tens razão naquilo que referes.

Mas essa questão resolve-se actualizando as matrizes e não criando um imposto sobre os ricos.


Exacto, tal como se há ricos que não pagaram os impostos devidos, isso combate-se também com os instrumentos disponíveis (e outros que se entendam necessário criar) e não tributando o património de todos os ricos, para se apanhar os que não pagaram (até porque os que não pagaram imposto sobre os rendimentos, muito mais dificilmente irão pagar imposto sobre o património).
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por Elias » 25/8/2011 15:57

rmachado Escreveu:
Elias Escreveu:
rmachado Escreveu:Mas e por cá, não basta por exemplo avaliar o patrimonio edificado com pés e cabeça como sugere o memorando da Troika para "os ricos" pagarem logo um pouco mais?


rmachado mas sobre o património edificado os ricos já pagam na proporção que têm, parece-me. Chama-se IMI.

Se tu tiveres um andar no valor de, digamos, 80 mil euros e a tua autarquia aplicar a taxa máxima (0,7%), pagas 560 euros por ano.

Se um rico tiver uma mansão de 2 milhões de dólares no mesmo concelho, ele vai pagar 14 mil euros só em IMI - todos os anos. Isto não chega como imposto sobre a casa?


Elias

Olhe que não, olhe que não..

Um dos maiores problemas no IMI é que muitas casas, propriedades, etc não estão actualizadas... chegando ao ridiculo de uma mansão de 500 m2 com 3 hectares de terreno pagar muito, mas mesmo muito menos que um T1 na Amadora...

Posso te dar n exemplos disto.


rmachado,

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por rmachado » 25/8/2011 15:49

Elias Escreveu:
rmachado Escreveu:Mas e por cá, não basta por exemplo avaliar o patrimonio edificado com pés e cabeça como sugere o memorando da Troika para "os ricos" pagarem logo um pouco mais?


rmachado mas sobre o património edificado os ricos já pagam na proporção que têm, parece-me. Chama-se IMI.

Se tu tiveres um andar no valor de, digamos, 80 mil euros e a tua autarquia aplicar a taxa máxima (0,7%), pagas 560 euros por ano.

Se um rico tiver uma mansão de 2 milhões de dólares no mesmo concelho, ele vai pagar 14 mil euros só em IMI - todos os anos. Isto não chega como imposto sobre a casa?


Elias

Olhe que não, olhe que não..

Um dos maiores problemas no IMI é que muitas casas, propriedades, etc não estão actualizadas... chegando ao ridiculo de uma mansão de 500 m2 com 3 hectares de terreno pagar muito, mas mesmo muito menos que um T1 na Amadora...

Posso te dar n exemplos disto.
 
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por Automech » 25/8/2011 15:40

Elias Escreveu:Se um rico tiver uma mansão de 2 milhões de dólares no mesmo concelho, ele vai pagar 14 mil euros só em IMI - todos os anos. Isto não chega como imposto sobre a casa?


E os exemplos podiam-se suceder. Uma pessoa que trabalhou e acumulou um milhão ao longo da vida, pagando os impostos sobre os rendimento, pode ter decido reformar-se e viver dos juros sobre esse rendimento (por exemplo uma taxa modesta de 5% ao ano perfaz 50.000 euros de juros brutos/ano, aos quais deduzidos os 21.5% de IRS, dão uns 40.000 líquidos).

Se de repente lançam um imposto de 5% sobre o seu património (toda a conta bancária), isso na prática significa uma tributação equivalente a todos os juros que ele teve num ano, ou seja, equivale a uma taxa de 100% sobre o rendimento desse património.
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por Blasar » 25/8/2011 15:30

Jolly Roger Escreveu:
Noob Escreveu:Podes considerar que sim mas terás de considerar o mesmo aos impostos (extraordinários) criados sobre os "pobres" para realizar o sacrifício de tirar o pais do buraco ou não é igual ?



O problema é que o imposto sobre o subsídio de Natal não é para tirar o país do buraco, é um remendo para tapar um dos buracos em que o país se encontra.
Se só fosse feito isso, para o ano tinha de ser aplicado novamente.

O sacrifício que tens que fazer não é pagar mais impostos.

O sacrifício que tens de fazer é dizer que não queres e não precisas de mais auto-estradas onde não passam carros.

Não queres e não precisas de um aeroporto em Beja onde nenhum avião quer aterrar.

Não queres e não precisas de 385.000 rotundas com relva e mamarrachos no meio que não te deixam ver nada para lá delas e que custam dinheiro a manter.

Não queres e não precisas de tantas autarquias nem de tantas juntas de freguesia que só consomem recursos.

Não queres e não precisas de empresas públicas que pagam chorudos salários e acumulam prejuizos.

Não queres e não precisas de duas regiões autónomas governadas por 2 maluquinhos que acham que temos obrigação de andar com eles ao colo e pagar todas as megalomanias deles.

Não queres e não precisas de uma televisão pública que só te custa dinheiro e te dá lixo para veres.

Não queres e não precisas de organizar eventos como o campeonato da Europa de futebol e a Expo 98 que te deixam depois asfixiado em dívidas.

Não queres e não precisas de sustentar tantas fundações.

Não queres e não precisas de sustentar tantos institutos públicos que não servem para nada.

Não queres e não precisas de isenções fiscais.

Não queres e não precisas de subsídios.

Não queres e não precisas de estímulos. (Os sexuais chegam).

Estes é que são os sacrifícios que precisas de fazer. Depois podes deixar os ricos continuarem a ser ricos e podes tu também pensar em ser rico.


...


Entre muitas outras coisas, acrescentaria ainda:

Não queres nem precisas de um sistema judicial que se tornou, comummente, mais parte do problema do que do que da solução, subvertido e manietado por interesses completamente alheios à Justiça.

Não queres nem precisas de um sistema de funcionalismo público obsoleto e "viciado", onde o factor "C" ainda impera (e imperará, pois os pseudo-concursos que se fazem actualmente são, na sua maioria, um embuste), e o mérito é muitas vezes trocado por outras valências menos virtuosas.

Não queres nem precisas de uma classe política mais preocupada com a sua própria sobrevivência e o seu umbigo, com uma falta de visão estratégica e desígnio, que muda de opinião ao sabor dos indicadores das sondagens.

Podia estar a tarde toda nisto... Mas como alguém já disse, antes, o maior problema mesmo são os portugueses (ricos; pobres; remediados; estropiados; etc.).

Cumprimentos.
 
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por Automech » 25/8/2011 15:26

Claro que onde se lê prédios, inclui também terrenos, sendo que estes têm taxas diferentes se forem terrenos agrícolas ou urbanos.
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por Elias » 25/8/2011 15:22

O IMI é um imposto que incide sobre o valor patrimonial tributário dos prédios (rústicos, urbanos ou mistos) situados em Portugal.

http://info.portaldasfinancas.gov.pt/pt ... 2.htm#imi1
 
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por FilRib » 25/8/2011 15:13

O IMI incede apenas nas casas ou todo o tipo de construções, terrenos... todoos os imobilizados?
 
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por Elias » 25/8/2011 15:06

rmachado Escreveu:Mas e por cá, não basta por exemplo avaliar o patrimonio edificado com pés e cabeça como sugere o memorando da Troika para "os ricos" pagarem logo um pouco mais?


rmachado mas sobre o património edificado os ricos já pagam na proporção que têm, parece-me. Chama-se IMI.

Se tu tiveres um andar no valor de, digamos, 80 mil euros e a tua autarquia aplicar a taxa máxima (0,7%), pagas 560 euros por ano.

Se um rico tiver uma mansão de 2 milhões de dólares no mesmo concelho, ele vai pagar 14 mil euros só em IMI - todos os anos. Isto não chega como imposto sobre a casa?
 
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por rmachado » 25/8/2011 14:59

Eu posso estar a perceber mal (o que é o mais natural) mas o que significa "os ricos devem pagar mais"?

É que vejo e leio que deve ser sobre o patrimonio mas qual? Aquele sobre o qual eles "teoricamente" já pagaram impostos? Ou sobre aquele que embora pagando os impostos terão um tratamento diferenciado em relação aos outros?

Fala-se por exemplo no caso dos USA, mas o que o Warren (e outros) defendem e sempre foram contra é as isenções fiscais com que eles foram "premiados".

No caso frânces ainda não pecebi bem...

Mas e por cá, não basta por exemplo avaliar o patrimonio edificado com pés e cabeça como sugere o memorando da Troika para "os ricos" pagarem logo um pouco mais?

O maior problema é taxar o capital.. mas esse não tem pátria e enquanto não se chegar a uma solução de nivel mundial, taxas aqui ele foge para ali e por ai em diante...
 
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por Jolly Roger » 25/8/2011 14:25

Noob Escreveu:Podes considerar que sim mas terás de considerar o mesmo aos impostos (extraordinários) criados sobre os "pobres" para realizar o sacrifício de tirar o pais do buraco ou não é igual ?



O problema é que o imposto sobre o subsídio de Natal não é para tirar o país do buraco, é um remendo para tapar um dos buracos em que o país se encontra.
Se só fosse feito isso, para o ano tinha de ser aplicado novamente.

O sacrifício que tens que fazer não é pagar mais impostos.

O sacrifício que tens de fazer é dizer que não queres e não precisas de mais auto-estradas onde não passam carros.

Não queres e não precisas de um aeroporto em Beja onde nenhum avião quer aterrar.

Não queres e não precisas de 385.000 rotundas com relva e mamarrachos no meio que não te deixam ver nada para lá delas e que custam dinheiro a manter.

Não queres e não precisas de tantas autarquias nem de tantas juntas de freguesia que só consomem recursos.

Não queres e não precisas de empresas públicas que pagam chorudos salários e acumulam prejuizos.

Não queres e não precisas de duas regiões autónomas governadas por 2 maluquinhos que acham que temos obrigação de andar com eles ao colo e pagar todas as megalomanias deles.

Não queres e não precisas de uma televisão pública que só te custa dinheiro e te dá lixo para veres.

Não queres e não precisas de organizar eventos como o campeonato da Europa de futebol e a Expo 98 que te deixam depois asfixiado em dívidas.

Não queres e não precisas de sustentar tantas fundações.

Não queres e não precisas de sustentar tantos institutos públicos que não servem para nada.

Não queres e não precisas de isenções fiscais.

Não queres e não precisas de subsídios.

Não queres e não precisas de estímulos. (Os sexuais chegam).

Estes é que são os sacrifícios que precisas de fazer. Depois podes deixar os ricos continuarem a ser ricos e podes tu também pensar em ser rico.


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por Celsius-reloaded » 25/8/2011 14:11

Creio que esta ideia pode fazer sentido em França e nos EUA onde, dizem os próprios, foram feitas várias leis e dado tratamento fiscal privilegiado aos mais ricos.

Em PT não me parece que faça mto sentido.

É que o Estado acho que é rico quem ganha mais de 30 mil euros por mês!! Portante este imposto especial viria mais incomodar a classe média do que propriamente os super ricos.
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