Impostos especiais sobre os muito ricos, fará sentido?
AutoMech Escreveu:
Concordo com tudo o que disseste mas não foi a isso que respondi.
Sim, ok, mas tens de ler o que eu escrevi no contexto da minha exposição ao longo dos vários posts.
AutoMech Escreveu:Onde eu discordo de ti é quando afirmas que ricos que investem em jornais, empresas da distribuição, telecomunicações, etc não estão a gerar emprego nenhum... quem gera o emprego é quem garante a procura.
Este emprego é assegurado pelo consumo, pela procura. Sem procura, esse emprego desaparece, sendo que essa procura é assegurada essencialmente pela dita classe média, era o que eu estava aí a dizer.
O outro aspecto da discussão tem que ver com o facto das pessoas falarem sistematicamente em "gerar emprego" como sendo algo de positivo per si. O positivo ou negativo de um emprego gerado depende do resultado final do trabalho desse emprego.
De onde se passa já para o teu parágrafo seguinte:
AutoMech Escreveu:A procura só pode ser satisfeita se houver previamente investimento e forem criados os empregos para a satisfazer. E para eles existam é preciso dinheiro dos ricos. Se se não houver o dinheiro dos ricos para investir, a procura não será satisfeita (ou se-la-á de forma mínima).
A protecção ao capital só tem utilidade quando ele é efectivamente investido e, se sim, em algo potencialmente positivo.
Ora:
a) os ricos não investem todo o capital porque os "ricos" geram poupança (muita da qual vai para off-shores e quejandos) quando em contraponto os "pobres" (ou a classe média) gastam tudo o que têm e ainda se endividam (pagando impostos até na dívida); se uma parte gera emprego (bom ou mau, adiante) a outra não gera nada e estava melhor na mão dos pobres (que geram emprego via consumo de bens e serviços) sendo que haveria uma melhoria dos standards de vida por via da liquidez;
b) os ricos nem sempre investem em algo de positivo, eles investem onde sentem que há procura e onde sentem que terão um retorno e o retorno deles não é necessariamente condizente com o retorno da economia no seu todo; na verdade, podem estar perfeitamente a gerar lucro numa área de actividade que é um peso tremendo para o país... um bom exemplo disso é a área da Energia em Portugal e em particular nas petrolíferas... uma vez que temos um tremendo consumo de petróleo (e altas taxas de veículos per capita, das mais altas da europa) mas não temos poços de petróleo.
Eu não estou a dizer que se deve penalizar os ricos por serem ricos e despenalizar os pobres por serem pobres. O que eu estou a dizer é que esta divisão só com base neste critério, por si só, não faz sentido nenhum!
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 23/8/2011 19:54, num total de 1 vez.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:Mas qual é o ponto, Automech?
Será que entendeste o meu?
Nós temos excesso de investimento em telecomunicações. E o emprego que existe neste sector (e alguns outros) no seu todo não é saudável uma vez que é desproporcionado em relação à dimensão económica do país.
O investimento e o trabalho não são positivos só porque sim. Dar emprego numa área que gera prejuízo ao país, que é uma factura para pagar, não é uma coisa boa!
Outras áreas onde se aplica o mesmo é na área do grande comércio (Shoppings e Hipermercados). Esse investimento e esse emprego gerado não trazem neste momento nada de bom para o país, bem pelo contrário!
Concordo com tudo o que disseste mas não foi a isso que respondi.
Onde eu discordo de ti é quando afirmas que ricos que investem em jornais, empresas da distribuição, telecomunicações, etc não estão a gerar emprego nenhum... quem gera o emprego é quem garante a procura.
A procura só pode ser satisfeita se houver previamente investimento e forem criados os empregos para a satisfazer. E para eles existam é preciso dinheiro dos ricos. Se se não houver o dinheiro dos ricos para investir, a procura não será satisfeita (ou se-la-á de forma mínima).
Portanto o dinheiro dos ricos no limite só não gera emprego (e pode mesmo destruí-lo) apenas na parte em que excede a "capacidade ideal" de cada indústria. Caso contrário gera, de facto, emprego. É bom lembrar que o dinheiro dos ricos não é apenas o dinheiro que têm no banco. É todo o seu património, incluindo as empresas que têm.
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
não tendo lido muitos comentários, vinha só dizer que no outro dia a revista exame publicou os 20 ou 25 mais ricos em portugal. mas aquilo tudo é um pouco falacioso porque só estão a contar o património que detém, não tem em conta as suas dividas, nem o diferencial. esse sim é que me interessa.
dito isto os únicos que estão verdadeiramente a enriquecer em portugal são o amorim, o soares dos santos e o queiroz pereira
de resto, espíritos santos vão-se aguentando, Belmiro vai-se aguentando, mello parece que andam um pouco apertados, berardos estão bem entalados etc...
e o pereira coutinho pode estar a fazer dinheiro mas não estou muito por dentro da situação...
dito isto os únicos que estão verdadeiramente a enriquecer em portugal são o amorim, o soares dos santos e o queiroz pereira
de resto, espíritos santos vão-se aguentando, Belmiro vai-se aguentando, mello parece que andam um pouco apertados, berardos estão bem entalados etc...
e o pereira coutinho pode estar a fazer dinheiro mas não estou muito por dentro da situação...
MartaF Escreveu:Marco, aínda que estivessem só ligados ao consumo interno, geram empregos nesse setor ou não?
MartaF, gerar emprego não é um "bem" só por si.
Neste caso em concreto, é um "mal".
Sim, geram emprego, um emprego que (no final, tudo somado) é destrutivo para a nossa economia, o que é mau...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Marco, aínda que estivessem só ligados ao consumo interno, geram empregos nesse setor ou não? Não se esqueça que têm as marcas próprias ligadas á indústria, Têm nas suas prateleiras produtos portugueses, constroem centros comercias, o que movimenta a industria da construção. Até a própria distribuuição gera emprego. Pergunte aos camionistas que trabalham em colaboração com eles se querem perder o emprego..Amorim - cortiça - industria. Nabeiro - Fábrica e distribuuição de cafés - industria, distribuuição - emprego e por aí fora. Agora que há políticas erradas na aberturas de hipermercados, aí concordo perfeitamente consigo.
Evidentemente que se não houver consumo, não vendem, se não vendem não lucram, se não lucram, despedem e não investem.
Evidentemente que se não houver consumo, não vendem, se não vendem não lucram, se não lucram, despedem e não investem.
AutoMech Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:Agora, os ricos que investem em jornais, empresas da distribuição, telecomunicações, etc não estão a gerar emprego nenhum... quem gera o emprego é quem garante a procura. Acabando a procura, as empresas dos ricos fecham - ou despedem metade do pessoal - eventualmente vão para outro lado investir!
Marco, hoje existe o mercado de telecomunicações móveis porque, numa dada altura, houve alguém com dinheiro que montou a estrutura antes mesmo de existir a procura. O mesmo para a maioria dos investimentos que geralmente são feitos em antecipação dessa procura. Claro que depois do investimento feito e dos postos de trabalho criados, tem de haver procura que os sustente e, idealmente, que os aumente.
O dinheiro do ricos gera emprego, na minha perspectiva, porque alguém tem de ter pelo menos o capital inicial (directamente ou via banco) para que os postos de trabalho sejam criados e a procura possa ser satisfeita (e ainda podíamos discutir como essa procura pode ser despoletada pelo capital). Ou seja, a procura nem chega a ser satisfeita se o investimento inicial não existir. E é aí que o dinheiro do rico cria, de facto, emprego.
Note-se que o rico aqui tanto pode ser directo (dono de uma empresa que tem dinheiro) ou indirecto (alguém que aplicou dinheiro num banco e cujo capital é emprestado e que, caso não existisse, inviabilizava o investimento).
Sim foi, inicialmente pela TMN ( pertencente à PT que por sua vez pertencia ao Estado ) e posteriormente a Telecel que surpresa surpresa tinha na sua estrutura accionista o grupo Amorim e o grupo Espírito Santo, depois de verem o sucesso da TMN e o sucesso no estrangeiro das suas congéneres

É aquilo que se pode dizer uma sure thing,basta ter o capital

Se não fossem eles outros teriam entrado.
Ninguém está aqui a dizer para se tirar os euros todos aos ricos, apenas para contribuírem!
Não te preocupes que no final eles também irão sair beneficiados











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MartaF Escreveu:Agora se devem pagar impostos progressivos, sim concerteza, se devem pagar impostos sobre dividendos, concerteza que sim, se devem pagar impostos sobre mais valias obtidas nos mercados financeiros, pois concerteza que sim, agora serem penalizados pelo facto de terem alguma coisa, mesmo que seja muito, concerteza que Não!
Eu concordo genericamente com este princípio: a fiscalidade deve incidir sobre o rendimento, não sobre o património.
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AutoMech Escreveu:Marco, hoje existe o mercado de telecomunicações móveis porque, numa dada altura, houve alguém com dinheiro que montou a estrutura antes mesmo de existir a procura. O mesmo para a maioria dos investimentos que geralmente são feitos em antecipação dessa procura. Claro que depois do investimento feito e dos postos de trabalho criados, tem de haver procura que os sustente e, idealmente, que os aumente.
Mas qual é o ponto, Automech?
Será que entendeste o meu?
Nós temos excesso de investimento em telecomunicações. E o emprego que existe neste sector (e alguns outros) no seu todo não é saudável uma vez que é desproporcionado em relação à dimensão económica do país.
O investimento e o trabalho não são positivos só porque sim. Dar emprego numa área que gera prejuízo ao país, que é uma factura para pagar, não é uma coisa boa!
Outras áreas onde se aplica o mesmo é na área do grande comércio (Shoppings e Hipermercados). Esse investimento e esse emprego gerado não trazem neste momento nada de bom para o país, bem pelo contrário!
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 23/8/2011 19:09, num total de 1 vez.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MartaF Escreveu:Ora muito bem, devo esclarecer que não tenho partido, há coisas que concordo com a direita, há coisas que concordo com a esquerda! Quisera eu que houvesse muitos Belmiros, muitos Amorins e por aí fora1 o desemprego certamente seria muito menor.
Não creio de todo que os exemplos sejam particularmente felizes.
Estes estão fortemente ligados a sectores de consumo interno e de importação e grande parte do emprego que "geram" é na verdade garantido pela classe média (a que verdadeiramente está a gerar esse emprego) e uma fonte de problemas, que no final termina no endividamento do país...
Se me disseres que se deve incentivar um milionário a criar uma plantação de morangos para os exportar, dando emprego a quem os colhe e gerando receita para o país quando eles passam a fronteira no sentido de cá para lá, aí a conversa muda de figura.
Agora, se é um milionário que constroi o enésimo hipermercado onde já há mais dois ou três no raio de 5Km e dá emprego a pessoas que colocam morangos nas prateleiras, morangos esses que passaram na fronteira mas do lado de lá para cá, então não estou a ver benefício nenhum.
O mesmo para quem investe em petrolíferas/gasolineiras, como é evidente...
Obviamente, essas áreas são necessárias, até certo ponto. E é aqui que está o busilis, a partir do momento que o investimento nestas áreas ultrapassa o "estritamente necessário" eles deixam de ser o gerador saudável de emprego para serem exactamente o oposto.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:Agora, os ricos que investem em jornais, empresas da distribuição, telecomunicações, etc não estão a gerar emprego nenhum... quem gera o emprego é quem garante a procura. Acabando a procura, as empresas dos ricos fecham - ou despedem metade do pessoal - eventualmente vão para outro lado investir!
Marco, hoje existe o mercado de telecomunicações móveis porque, numa dada altura, houve alguém com dinheiro que montou a estrutura antes mesmo de existir a procura. O mesmo para a maioria dos investimentos que geralmente são feitos em antecipação dessa procura. Claro que depois do investimento feito e dos postos de trabalho criados, tem de haver procura que os sustente e, idealmente, que os aumente.
O dinheiro do ricos gera emprego, na minha perspectiva, porque alguém tem de ter pelo menos o capital inicial (directamente ou via banco) para que os postos de trabalho sejam criados e a procura possa ser satisfeita (e ainda podíamos discutir como essa procura pode ser despoletada pelo capital). Ou seja, a procura nem chega a ser satisfeita se o investimento inicial não existir. E é aí que o dinheiro do rico cria, de facto, emprego.
Note-se que o rico aqui tanto pode ser directo (dono de uma empresa que tem dinheiro) ou indirecto (alguém que aplicou dinheiro num banco e cujo capital é emprestado e que, caso não existisse, inviabilizava o investimento).
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Há muito ando para me regitar para entrar neste forum, nunca o fiz, mas hoje sinceramente este tópico despertou-me. Antes de continuar, devo dizer que tenho aprendido muito por aquí, principalmente na análise gráfica e desde já agradeço a todos a disponibilidade para esclarecer dúvidas, pois embora em "surdina" também têm esclarecido as minhas. Bem hajam!
Ora muito bem, devo esclarecer que não tenho partido, há coisas que concordo com a direita, há coisas que concordo com a esquerda! Quisera eu que houvesse muitos Belmiros, muitos Amorins e por aí fora1 o desemprego certamente seria muito menor. Acabaram com empregos? certamente que sim. Adaptaram-se aos novos tempos. Agora porque penalizar os ricos porque têm património? Compraram o património com quê? Água Benta? certamente que não! Provávelmente enquanto alguns se lavantam ás 11 horas, quase que aposto que qualquer um deles se lavanta ás 5 ou 6 da manhã e se deita se for preciso ás 2, 3 e 4 da manhã e de certeza não é na discoteca.Trabalham sábados, domingos, feriados. Alguns ricos começaram a vida a trabalhar aos 11, 12 e 13 anos, a carregar sacos às costas e muitas vezes aínda ajudavam as famílias, disto são exemplos algumas fortunas existentes no nosso País. Têm a riqueza porque trabalharam e pouparam. No início de vida muitos andavam de autocarro, andavam kilometros a pé para pouparem o dinheiro do autocarro para lhe chegar para comprar os livros na escola, ou pagar as propinas na universidade. (Não havia incentivos ou benesses, não havia rendimentos minimos, não havia apoios para Mâes solteiras...nada disso!) Muitos o que t~em conseguiram a pulso e com muito trabalho para poderem poupar e depois investir. Pagaram os seus impostos quando trabalharam, pagaram os seus impostos quando adquiriram, pagam os seus impostos quando tiram os rendimentos do que investiram. Agora se devem pagar impostos progressivos, sim concerteza, se devem pagar impostos sobre dividendos, concerteza que sim, se devem pagar impostos sobre mais valias obtidas nos mercados financeiros, pois concerteza que sim, agora serem penalizados pelo facto de terem alguma coisa, mesmo que seja muito, concerteza que Não! Ou então corremos o risco de começarmos todos a andar de Audi, comer nos bons restaurantes, luxo em cima, grandes viagens e depois quando não houver um tostão vamos todos gritar para a Deco para Segurança social pedir apoio e censurar quem tem alguma coisa!
Ora muito bem, devo esclarecer que não tenho partido, há coisas que concordo com a direita, há coisas que concordo com a esquerda! Quisera eu que houvesse muitos Belmiros, muitos Amorins e por aí fora1 o desemprego certamente seria muito menor. Acabaram com empregos? certamente que sim. Adaptaram-se aos novos tempos. Agora porque penalizar os ricos porque têm património? Compraram o património com quê? Água Benta? certamente que não! Provávelmente enquanto alguns se lavantam ás 11 horas, quase que aposto que qualquer um deles se lavanta ás 5 ou 6 da manhã e se deita se for preciso ás 2, 3 e 4 da manhã e de certeza não é na discoteca.Trabalham sábados, domingos, feriados. Alguns ricos começaram a vida a trabalhar aos 11, 12 e 13 anos, a carregar sacos às costas e muitas vezes aínda ajudavam as famílias, disto são exemplos algumas fortunas existentes no nosso País. Têm a riqueza porque trabalharam e pouparam. No início de vida muitos andavam de autocarro, andavam kilometros a pé para pouparem o dinheiro do autocarro para lhe chegar para comprar os livros na escola, ou pagar as propinas na universidade. (Não havia incentivos ou benesses, não havia rendimentos minimos, não havia apoios para Mâes solteiras...nada disso!) Muitos o que t~em conseguiram a pulso e com muito trabalho para poderem poupar e depois investir. Pagaram os seus impostos quando trabalharam, pagaram os seus impostos quando adquiriram, pagam os seus impostos quando tiram os rendimentos do que investiram. Agora se devem pagar impostos progressivos, sim concerteza, se devem pagar impostos sobre dividendos, concerteza que sim, se devem pagar impostos sobre mais valias obtidas nos mercados financeiros, pois concerteza que sim, agora serem penalizados pelo facto de terem alguma coisa, mesmo que seja muito, concerteza que Não! Ou então corremos o risco de começarmos todos a andar de Audi, comer nos bons restaurantes, luxo em cima, grandes viagens e depois quando não houver um tostão vamos todos gritar para a Deco para Segurança social pedir apoio e censurar quem tem alguma coisa!
Editado pela última vez por luma60 em 23/8/2011 18:55, num total de 2 vezes.
Mkpt Escreveu:
- Sim pagam impostos.
Mas antes do pagamento de impostos, ou de usufruírem de luxos que não podem pagar [ou pagam, mas com dificuldades] deveriam pensar duas vezes e pensar que se não têm muito devem ser razoáveis e ponderados nas compras que fazem.
Mas a discussão é sobre política fiscal, emprego e receita ou sobre moralidade e responsabilidade nas finanças pessoais?
Se os "pobres" fizerem o que sugeres, desaperece receita (para o Estado) e desaperece emprego porque os "pobres" passam a consumir menos. Os "pobres" gastam tudo quanto ganham e quando fizerem o que sugeres, a Economia sobre um choque pela quebra de consumo.
Os ricos começam a fechar as empresas ou a despedir metade do pessoal...
Os "pobres" de que aqui se fala são a dita classe média, entenda-se. Essa classe média (que gasta tudo o que recebe e ainda se endivida se for preciso... na linha do que descreveste de forma sucinta no post a que eu respondi priemiro) é o garante do emprego e da receita fiscal!
Mkpt Escreveu:
- Atolados de impostos, é culpa da maioria da população portuguesa. É de mais de uns que outros, mas a maioria tem culpa em questões como a corrupção ou fuga aos impostos a vários níveis ou simplesmente..em quem elegeu que não foi competente...
Qual é o racional aqui?
A classe que referi, especialmente a que tem trabalho dependente, é a que menos fuga aos impostos faz como é evidente. Abro uma ressalva para a classe média com trabalho independente, aí poderá haver bastante em determinados casos, depende das áreas em que trabalham... mas uma parte destes já é classe alta ou média alta para todos os efeitos e portanto sai do universo de que estamos a falar.
Em relação ao caso português, acho que vou dizer o evidente: é preciso travar o consumo (de forma cautelosa, por causa do efeito de choque na economia) e incentivar a produção, em particular a voltada para a exportação.
Fosse tão fácil de executar quanto de dizer...
Mas, em termos do nosso "tecido" empresarial, o que se passa é que temos um excesso de empresas na área do comércio e serviços e falta de empresas na área industrial de produção (incluindo obviamente agricultura e todas essas coisas).
Mkpt Escreveu:
É que mais que preocupação em taxar quem tem alguma coisa, julgo que devia haver preocupação em cortar na despesa. E em promover o investimento e o trabalho.
Isto é vago. Qual investimento e qual trabalho?
O investimento e o trabalho não são bons só porque sim, grande parte dele são "o problema" - são a causa ou grande parte da causa de estarmos onde estamos - e não são solução para coisa nenhuma!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:AutoMech Escreveu:Pela via unicamente do consumo, sim Marco, sem dúvidas. Mas penso que o MKpt estava a falar (posso ter interpretado mal) dos ricos que têm empresas, gerando postos de trabalho (directos e indirectos).
A maior parte das empresas está voltada para o mercado interno e só existe porque existe consumo. O "dinheiro" dos ricos de nada serve se os "pobres" não consumirem os bens e serviços produzidos pelas empresas financiadas pelos ricos. É uma falácia considerar que eles estão a gerar emprego, o emprego é gerado pela procura!
E isto é tão mais verdade no caso português onde consumimos bastante mais do que produzimos e exportamos "pouco".
Ora, se há aqui "ricos" a proteger será os que investem em empresas voltadas para a exportação. Agora, os ricos que investem em jornais, empresas da distribuição, telecomunicações, etc não estão a gerar emprego nenhum... quem gera o emprego é quem garante a procura. Acabando a procura, as empresas dos ricos fecham - ou despedem metade do pessoal - eventualmente vão para outro lado investir!
Para onde? Para onde eles acharem que há procura...
Há imensas áreas em que somos deficitários, em que consumimos muito mais que produzimos. Aliás, deve ser bem mais fácil enumerar as áreas em que somos autónomos e as que temos excedente para exportação, do que aquelas que somos deficitários.
Em muitas dessas áreas em que somos deficitários, mesmo com uma redução significativa do consumo nessas áreas...continuaríamos deficitários..
Pelo que se deve promover o trabalho e o emprego que, além de ser para exportação, também reduza a dependência do estrangeiro. Equilibra a balança comercial com as coisas que teremos sempre que importar [petróleo,....]..
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Elias Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:Os impostos mais seguros são os impostos sobre o "consumo" e sobre o "trabalho dependente" porque estes não podem fugir facilmente (nem fisicamente nem fiscalmente).
Os impostos sobre o consumo são socialmente injustos e são um atestado à incapacidade do Estado em cobrar os impostos (progressivos) sobre o rendimento.
Concordo

Mas se quem representa o Estado, chame o próprio Estado de "ladrão"... É porque sabe para onde vai o dinheiro...
Incapacidade? Não!
É mesmo falta de vergonha!!!
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
AutoMech Escreveu:Pela via unicamente do consumo, sim Marco, sem dúvidas. Mas penso que o MKpt estava a falar (posso ter interpretado mal) dos ricos que têm empresas, gerando postos de trabalho (directos e indirectos).
A maior parte das empresas está voltada para o mercado interno e só existe porque existe consumo. O "dinheiro" dos ricos de nada serve se os "pobres" não consumirem os bens e serviços produzidos pelas empresas financiadas pelos ricos. É uma falácia considerar que eles estão a gerar emprego, o emprego é gerado pela procura!
E isto é tão mais verdade no caso português onde consumimos bastante mais do que produzimos e exportamos "pouco".
Ora, se há aqui "ricos" a proteger será os que investem em empresas voltadas para a exportação. Agora, os ricos que investem em jornais, empresas da distribuição, telecomunicações, etc não estão a gerar emprego nenhum... quem gera o emprego é quem garante a procura. Acabando a procura, as empresas dos ricos fecham - ou despedem metade do pessoal - eventualmente vão para outro lado investir!
Para onde? Para onde eles acharem que há procura...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:Eu tenho estado a usar a terminologia "ricos" e "pobres" porque era a que estava já aqui no tópico
Eheheh, eu tive para perguntar logo no primeiro post qual era definição de rico (mas acho que o Elias uma vez até abriu um tópico sobre isso).
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
MarcoAntonio Escreveu:Mkpt Escreveu:A mim parece-me que rico só é rico se acumular dinheiro/bens.
E já paga impostos dos rendimentos e bens que possui.
E que há por aí muitos pobres que andam a pagar lcd's, Audis's ou BMW's ou Mercedes, iPhone's ['telemóveis' é coisa rasca, iPhone é o que está a dar, mesmo que não usufruam das suas potencialidades] e viajam até ao ALLgarve ou mesmo para o exterior [quando no resto do ano andam a contar os tostões ao fim mês].
Não entendi o que é que querias transmitir com esta passagem. Então os "pobres" que referes não se fartam de pagar impostos nessas aquisições?Mkpt Escreveu:Que culpa tem quem enriquece dos outros não enriquecerem?!?
Vamos castigar com excesso de impostos quem gera emprego?!?
Continuo sem perceber a quem te referes. Os "pobres" a que aludiste fartam-se de gerar emprego com o consumo que fazem, seja de bens ou serviços...Mkpt Escreveu:
E depois.. quem é que vai estar disposto a investir o que tem e/ou a endividir-se para gerar emprego se o que ganhar vai directo para o Estado aka para os outros?
Os "pobres", aparentemente.
Bem ou mal, já o estão a fazer...
Referes-te ao momento em que eles estiverem tão atolados de impostos e dívidas que já não conseguem pagar, é isso?
O problema de "sobre-penalizar" o capital é que o capital é muito móvel, é mais móvel que as pessoas.
Por essa razão, é mais fácil taxar o consumo e o rendimento do trabalho. E têm sido estes que têm sido especialmente taxados e penalizados (é preciso enumerar?).
Mas relativamente ao teu post, confesso que não percebi... fiquei com a impressão que ilustraste o oposto do que pretendias. Mas admito que eventualmente entendi mal...
- Sim pagam impostos.
Mas antes do pagamento de impostos, ou de usufruírem de luxos que não podem pagar [ou pagam, mas com dificuldades] deveriam pensar duas vezes e pensar que se não têm muito devem ser razoáveis e ponderados nas compras que fazem.
Ou pelo menos pensarem duas vezes antes da critica fácil a quem tem alguma coisa [e não estou a referir-me directamente a alguém do fórum].
- Podem gerar empregos com o consumo, mas antes de se pensar nos outros devem pensar neles próprios.
Ou, mais realista, em vez de se preocuparem em viver com luxos que não são adequados aos seus rendimentos/padrão de vida, devem precaver-se para 'o dia de amanhã'.
- Atolados de impostos, é culpa da maioria da população portuguesa. É de mais de uns que outros, mas a maioria tem culpa em questões como a corrupção ou fuga aos impostos a vários níveis ou simplesmente..em quem elegeu que não foi competente...
Atolados de dívidas, parece-me que na maioria dos casos é...culpa própria.
Tudo bem que há casos como perca de saúde, ou despedimentos ilícitos, entre algumas situações inesperadas que nada tem a haver com a própria pessoa e a resolução é muito complicada.
Mas será que tenho de ter pena ou de preocupar-me com aquele que andou 'montado' de Audi A3 novinho e de iPhone no bolso [sem sequer o saber usar como deve ser] à custa do crédito fácil e que agora anda à rasca?
Ou daquele que comprou uma casa por 200.000 € e agora anda à rasca para a pagar, quando havia casas mais baratas?
A culpa é de quem facilitou créditos ou 'ajudou' ao consumo, ao investir em lojas?
A mim chegam-me várias cartas durante um ano a oferecer-me crédito imediato, ou cartões de crédito com desconto nisto e naquilo se fizer compras a crédito, e folhetos com viagens ao estrangeiro baratas, e mais folhetos de imobiliárias com casas bem melhores que a minha, e vejo várias revistas/jornais ondem aparecem carros novos melhores que o meu que 'custa apenas' duzentos ou trezentos euros por mês.
E nunca foi, nem nunca irei em conversas/marketing de promoções fáceis de pagar a crédito para ter aquilo que não posso pagar.
Certamente que entendeste mal o meu post.
É que mais que preocupação em taxar quem tem alguma coisa, julgo que devia haver preocupação em cortar na despesa. E em promover o investimento e o trabalho.
E antes de falarmos de outros [os 'ricos'] ver qual os erros próprios - mais uma vez, não estou em falar em alguém em particular.
E em Portugal houve vários erros, tanto dos cidadãos como de quem estes elegeram para governarem o país:
desde o consumismo exagerado, ao despesismo do Estado, ao financiamento para acabar com produção nacional [agricultura/pescas], à falta de fiscalização da aplicação dos subsídios/financiamentos comunitário que houve para empresários, à aplicação de dinheiros comunitários em coisas que não geram retorno e só vieram criar despesa, etc etc etc....
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É onde o estado vai mais rapidamente e frequentemente quando precisa de $ (se alguém alguma vez tivesse dúvidas sobre isto, era só olhar para os últimos dois anos ou quê). Isto acontece por questões de ordem prática como a que referi...
Eu tenho estado a usar a terminologia "ricos" e "pobres" porque era a que estava já aqui no tópico mas a classe mais penalizada é, claramente, a dita classe média (a classe mais baixa, embora também gaste tudo o que ganha não paga impostos sobre o rendimento ou pouco paga conforme os casos).
Eu tenho estado a usar a terminologia "ricos" e "pobres" porque era a que estava já aqui no tópico mas a classe mais penalizada é, claramente, a dita classe média (a classe mais baixa, embora também gaste tudo o que ganha não paga impostos sobre o rendimento ou pouco paga conforme os casos).
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Elias Escreveu:MarcoAntonio Escreveu:Os impostos mais seguros são os impostos sobre o "consumo" e sobre o "trabalho dependente" porque estes não podem fugir facilmente (nem fisicamente nem fiscalmente).
Os impostos sobre o consumo são socialmente injustos e são um atestado à incapacidade do Estado em cobrar os impostos (progressivos) sobre o rendimento.
É uma grande verdade, para além de refrearem o consumo, logo o crescimento económico, se é que ele existe.
Essa incapacidade que tu falas deve-se à falta de coragem ou então aos "vícios" instalados nos sucessivos governos.






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MarcoAntonio Escreveu:Numa sociedade de consumo, os "pobres" geram (proporcionalmente) mais emprego que os "ricos", não geram menos.
Pela via unicamente do consumo, sim Marco, sem dúvidas. Mas penso que o MKpt estava a falar (posso ter interpretado mal) dos ricos que têm empresas, gerando postos de trabalho (directos e indirectos).
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MarcoAntonio Escreveu: Os impostos mais seguros são os impostos sobre o "consumo" e sobre o "trabalho dependente" porque estes não podem fugir facilmente (nem fisicamente nem fiscalmente).
São certamente mais seguro e mais fáceis. E serão mais justos? Não se estará a aumentar o fosso entre ricos e pobres e a desiquilibrar mais a economia?
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