Governo Economico Europeu...
Elias Escreveu:
Sector A = transporte individual
Sector B = transportes públicos
Não acabei de descrever esses sectores - o "transporte individual" não é sequer um sector de actividade - mas os problemas de que falei acima podem ocorrer em determinadas instâncias.
Há tópicos bem melhores sobre esse tema em concreto aqui no forum. Aqui fica meio descontextualizado porque os transportes (a mobilidade) tem especififidades próprias. Os sectores não são todos iguais nem é de esperar que se actue da mesma forma em todos (existem sectores estratégicos, estruturantes, etc).
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:richardj Escreveu:o nosso azeite também é do melhor que há, pena é não termos escala para fazer face a procura :s
Também não há muito mais para além do nosso...
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O Azeite é um condimento essencialmente mediterrânico (Portugal, Espanha, Grécia e Itália). Na generalidade dos outros países nem sabem bem o que é isso!
não há? por acaso ate há e a concorrência é bem forte. espanha é dos maiores produtores de azeite, frança também... actualmente acho que somos o 7º maior produtor do mundo
MarcoAntonio Escreveu:É muito semelhante ao que se passao por exemplo com a subsidiação e os apoios estatais: imagina que vais ao sector A e taxas (metes impostos em cima) e vais ao sector B e dás incentivos (crias subsídios).
O sector A, onde há capacidade natural e onde se produz começa regredir em função de limitações e imposições externas que desincentivam ao investimento.
No sector B, onde existe um incentivo, começam a surgir empresas como cogumelos e sem incentivo à qualidade, simplesmente porque existe uma oportunidade criada artificialmente.
Acabaste de descrever o que se passa com os transportes.
Sector A = transporte individual
Sector B = transportes públicos

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MarcoAntonio Escreveu:_urbanista_ Escreveu:E simples entender, quando acabarem as cotas, acaba parte da nossa produção de leite, não temos dimensão para competir com explorações que irão surgir em países como frança ou alemanha com dimensões para nós impossiveis que conseguirão pela sua dimensão preços mais competitivos...
Não, não é simples porque existe um reverso da medalha para essa mesma competitividade!
Quando impões uma quota, limitando a produção, estás a limitar a utilização dos recursos existentes e retiras pressão sobre a competitividade: um país que não pode vender tudo o que produz, retira "investimento" nessa área, deixando de a explorar na totalidade e no limite das suas capacidades.
A prazo, simplesmente nem se criam oportunidades que de outra forma poderiam existir porque simplesmente não existe espaço para elas surgirem. Uma perda de dinâmica do mercado que vai limitar o resultado da qualidade média dos produtos em função da sua própria selecção natural.
Em contra partida, noutros sectores - ou países - as quotas podem ser inclusivamente excedentárias incentivando os países a investir em áreas onde podem nem conseguir ser tão eficientes, que do ponto de vista interno não são tão interessanets e não têm tanto potencial, simplesmente porque é aí que existe espaço para surgir!
É muito semelhante ao que se passao por exemplo com a subsidiação e os apoios estatais: imagina que vais ao sector A e taxas (metes impostos em cima) e vais ao sector B e dás incentivos (crias subsídios).
O sector A, onde há capacidade natural e onde se produz começa regredir em função de limitações e imposições externas que desincentivam ao investimento.
No sector B, onde existe um incentivo, começam a surgir empresas como cogumelos e sem incentivo à qualidade, simplesmente porque existe uma oportunidade criada artificialmente.
Basicamente, a coisa decide-se e é imposto na secretaria (entre negociações, pressões e concessões políticas) quando devia ser o mercado naturalmente a decidi-lo, que é genericamente falando quem faz a melhor selecção de eficiência e competitividade. Portanto, eu acho o conceito meio idiota e entendo que isto deve ser o menos possível decidido por políticos na secretaria e ser o mais possível o mercado a decidi-lo...
Sim entendo isso. Mas o ponto de vista que refiro é que na produção de um bem ou produto, neste caso,é impossivel para nós neste caso competir com países de outra dimensão. Não sei o porquê das cotas, mas deve ter sido para os países mais vulneráveis não perderem todos os sectores ao mesmo tempo e tentarem outras vias...
Nós poderemos ser bons em determinados produtos, de grande qualidade e pouca quantidade. por exemplo, uma quinta de produção de leite na frança com 10000 hectares, é muito mais facil implantar que num pequeno, e multiplicando isso várias vezes, num país pequeno é uma coisa impossivel. Não temos dimensão, e quando essas explorações gigantescas começarem a surgir nesses países, nós vamos deixar de ser auto suficientes, porque vamos ser bombardeados com preços de produção que nunca iremos poder fazer. Por mais competitivos que sejámos, a dimensão fisica das nossas explorações nunca chegará à de países com outra dimensão...
Elias Escreveu:_urbanista_ Escreveu:O leite dos açores diz-se que é de melhor qualidade devido ao que as vacas comem.
Diz-se isso e dizem-se muitas outras coisas.
No entanto, a única forma de aferir a preferência dos consumidores sem qualquer enviesamento do tipo "este é melhor que vem dos Açores", será através de provas cegas. Mas este tipo de provas raramente são feitas e aliás nem sequer me parece que isso interesse muito às marcas.
Esse tipo de provas serão feitas aos milhares para os diversos produtos e para cada produto, em casa própria ou laboratórios especializados, delas dependem o sucesso e sobrevivência; Claro que com critérios e objectivos diferentes se nos referirmos a vinhos, queijos, chocolates, fruta e sobretudo tudo o relacionado com a industria química pesada alimentar.
Não existe qualquer relação directa entre os resultados de tais provas (preferência dos consumidores) e uma eventual qualidade criteriosa respeitante a um caderno de encargos inerente a uma marca, uma origem e até do ponto de vista nutricional, por exemplo, que por vezes é tambem considerado, (escreveu-se sobre o leite dos Açores, referiu-se o gosto, menos outros aspectos, apesar de o leite ser um dos produtos mais regulamentados nesta nossa Europa de "cotas").
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richardj Escreveu:o nosso azeite também é do melhor que há, pena é não termos escala para fazer face a procura :s
Também não há muito mais para além do nosso...

O Azeite é um condimento essencialmente mediterrânico (Portugal, Espanha, Grécia e Itália). Na generalidade dos outros países nem sabem bem o que é isso!

FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Elias Escreveu:Marco Martins Escreveu:Tivemos um monte de imposição de quotas sobre produtos que em qualidade identica aos resto da europa, conseguiamos produzir em grande quantidade...
Foram-nos impostas quotas sobre o mar, quando somos um dos países com mais costa...
Foram-nos impostas quotas sobre o vinho, quando somos dos países com melhor uva...
Foram-nos impostas quotas sobre o leite, quando temos um bom leite...
Sim, eu sei isso tudo. Mas continuo sem perceber em que te baseias para dizer que o nosso peixe, o nosso leite e as nossas uvas são melhores.
Sim, a tua questão é pertinente e correcta e eu talvez não me tenha expressado da melhor forma ou com fundamentos concretos.
A ideia que tenho é que a nossa qualidade é idêntica a muitos outros produtos europeus e face às condições climatéricas que temos e face ao custo de mão-de-obra, conseguimos concorrer em muitos produtos com a europa, conseguindo um custo igual para uma qualidade superior, ou então uma qualidade idêntica a um custo inferior.
Para além dos produtos alimentares referidos temos ainda as azeitonas, castanhas, cereja, etc...
Mas o central da questão inicial que levantei, foi que fomos (Portugal) levados a criar quotas sobre produtos com os quais poderíamos concorrer na Europa...
E no entanto, noutros produtos não fomos poupados com quotas de entrada de produtos texteis vindos da china (sapatos, roupas, etc).
Em relação à questão automóvel que é o grande motor da Alemanha e da França e da Itália, arranjaram logo maneira de limitar a entrada de carros chineses na Europa (falando em valores mínimos de qualidade, que não foram exigidos noutros produtos)...
Não quero com isto levantar obstáculos a uma união europeia mais forte, onde os países perdem autoridade e se passam a denominar estados e onde o poder central irá ficar na Alemanha, ou mesmo que todos tenhamos de aprender alemão... pois certamente essa será a tendência...
O que questiono aqui é pensarmos que os alemães e franceses nos andam a fazer favores e que nada ganharam com Portugal e com outros países ao serem integrados na UE. Em parte fico com a sensação que servimos de "moeda de troca" com outros produtos chineses... é questão de avaliarmos quem ganhou mais com a abertura das fronteiras na china... se a Alemanha ou se Portugal!
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_urbanista_ Escreveu:O leite dos açores diz-se que é de melhor qualidade devido ao que as vacas comem.
Diz-se isso e dizem-se muitas outras coisas.
No entanto, a única forma de aferir a preferência dos consumidores sem qualquer enviesamento do tipo "este é melhor que vem dos Açores", será através de provas cegas. Mas este tipo de provas raramente são feitas e aliás nem sequer me parece que isso interesse muito às marcas.
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_urbanista_ Escreveu:E simples entender, quando acabarem as cotas, acaba parte da nossa produção de leite, não temos dimensão para competir com explorações que irão surgir em países como frança ou alemanha com dimensões para nós impossiveis que conseguirão pela sua dimensão preços mais competitivos...
Não, não é simples porque existe um reverso da medalha para essa mesma competitividade!
Quando impões uma quota, limitando a produção, estás a limitar a utilização dos recursos existentes e retiras pressão sobre a competitividade: um país que não pode vender tudo o que produz, retira "investimento" nessa área, deixando de a explorar na totalidade e no limite das suas capacidades.
A prazo, simplesmente nem se criam oportunidades que de outra forma poderiam existir porque simplesmente não existe espaço para elas surgirem. Uma perda de dinâmica do mercado que vai limitar o resultado da qualidade média dos produtos em função da sua própria selecção natural.
Em contra partida, noutros sectores - ou países - as quotas podem ser inclusivamente excedentárias incentivando os países a investir em áreas onde podem nem conseguir ser tão eficientes, que do ponto de vista interno não são tão interessanets e não têm tanto potencial, simplesmente porque é aí que existe espaço para surgir!
É muito semelhante ao que se passao por exemplo com a subsidiação e os apoios estatais: imagina que vais ao sector A e taxas (metes impostos em cima) e vais ao sector B e dás incentivos (crias subsídios).
O sector A, onde há capacidade natural e onde se produz começa regredir em função de limitações e imposições externas que desincentivam ao investimento.
No sector B, onde existe um incentivo, começam a surgir empresas como cogumelos e sem incentivo à qualidade, simplesmente porque existe uma oportunidade criada artificialmente.
Basicamente, a coisa decide-se e é imposto na secretaria (entre negociações, pressões e concessões políticas) quando devia ser o mercado naturalmente a decidi-lo, que é genericamente falando quem faz a melhor selecção de eficiência e competitividade. Portanto, eu acho o conceito meio idiota e entendo que isto deve ser o menos possível decidido por políticos na secretaria e ser o mais possível o mercado a decidi-lo...
Editado pela última vez por MarcoAntonio em 17/8/2011 22:22, num total de 1 vez.
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Comparar preços é relativamente fácil. Quotidianamente estão no terreno dezenas de "observadores" a alimentar bases de dados para definição de preços, logistica e eventuais incumprimentos a serem renegociados junto a fornecedores, importadores ou mesmo distribuidores.
Qualidade é obviamente subjectiva, não poucas vezes diferenciada mesmo sem necessidade de definição de nova sub-marca ou designação, conforme a marca de retalho a que se destina ou simplesmente o ponto de venda.
Noto que é comum dentro do mesmo retalhista, mesmo em hipermercados, o mesmo produto a preços diferentes, conforme o segmento dominante na área de influência e o nivel de concorrência.
Qualidade é obviamente subjectiva, não poucas vezes diferenciada mesmo sem necessidade de definição de nova sub-marca ou designação, conforme a marca de retalho a que se destina ou simplesmente o ponto de venda.
Noto que é comum dentro do mesmo retalhista, mesmo em hipermercados, o mesmo produto a preços diferentes, conforme o segmento dominante na área de influência e o nivel de concorrência.
Editado pela última vez por jlmf em 17/8/2011 22:16, num total de 1 vez.
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Elias Escreveu:Marco (Antonio),
Nota por favor que eu não escrevi nem sequer sugeri que os nossos produtos não têm qualidade. Eu apenas questionei exactamente em que medida é que se pode afirmar, como o Marco (Martins) fez, que os nossos produtos têm mais qualidade.
O exemplo que dás em relação ao leite dos Açores leva-me a referir um aspecto que considero fundamental: o conceito de qualidade é matéria subjectiva; a qualidade não se mede; o que existe é "qualidade percepcionada". E a forma como cada um de nós percepciona a qualidade de cada produto é muito variável - e muitas vezes é mais emocional do que racional. Daí que todas as discussões sobre qualidade assentem em elementos nem sempre muito sólidos.
Um pouco à margem disto, estou a lembrar-me de uma notícia que li ontem sobre os preços da Wal-Mart; a Wal-Mart sabe (objectivamente, porque os preços são mensuráveis, quantificáveis e comparáveis), que vende mais barato que a concorrência. E foi com surpresa que constatou, num estudo recente, que 60% dos seus clientes consideram a Wal-Mart careira e preferem as cadeias de desconto (tipo Dollar Tree e outras do mesmo calibre). Isto mostra bem até que ponto a percepção de cada um, até mesmo em grandezas quantificáveis, pode enviesar a ideia que temos sobre determinadas coisas.Although Wal-Mart's reputation for low prices may be waning, price reviews show it still is the cheapest place for consumers to buy many household staples such as groceries, toilet paper and toothpaste. A recent Goldman Sachs Group Inc. survey of store prices in Chicago found that Wal-Mart prices on identical toys, foods and health and beauty aids were lower than Target's across all categories and 6.2% less overall.
Morgan Stanley surveys have yielded similar results. But when it recently polled 1,100 Wal-Mart customers to see what they thought, it found the perception was quite different.
"We were shocked to see 60% of Wal-Mart shoppers no longer viewed Wal-Mart as having the lowest prices," says Morgan Stanley analyst Mark Wiltamuth, who expects the company's U.S. same-store sales to decline for the rest of the year due to the image problem. "It is difficult to improve your price perception during a time of inflation, because it is hard to tell if a store's prices are getting better when prices in general are going up."
http://online.wsj.com/article/SB1000142 ... 23240.html
Aqui há uns dois anos tive aqui uma grande discussão com um membro do Caldeirão que já deixou de aparecer por cá e que teimava que o Pingo Doce era mais barato que o Continente. Eu dizia que os preços eram iguais e ele teimava que não. Eu desafiei-o a fazermos uma comparação de preços e ele recusou-se, alegando que sabia muito bem que o Pingo Doce era mais barato (o mais engraçado é que eu já na altura comparava e ainda hoje comparo preços e verifico aquilo que na altura já sabia: para a maioria dos produtos de marca, os preços são rigorosamente iguais em todo o lado). Este exemplo mostrou bem até que ponto as pessoas preferem, por vezes, acreditar em algo que se convenceram que está certo, em lugar de aceitarem pôr essa sua convicção à prova, correndo o risco de ver que a realidade é outra.
O leite dos açores diz-se que é de melhor qualidade devido ao que as vacas comem.Lá podem comer erva verdinha durante todo o ano o que não aconteçe por cá e tem que ser alimentadas so a ração durante parte do ano
_urbanista_ Escreveu:Quanto ao vinho, Para a dimensão que temos, temos ganho bastantes prémios internacionais.
Numa pesquisa rápida por vários sites sobre o tema, cheguei à conclusão que Portugal estará nos 5 ou 6 primeiros a nível mundial em termos qualitativos. Mas depois da França e da Itália e talvez mais ou menos a par da Espanha...
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
MarcoAntonio Escreveu:Já agora, as quotas confesso que me fazem bastante confusão, acho o conceito meio idiota...
E simples entender, quando acabarem as cotas, acaba parte da nossa produção de leite, não temos dimensão para competir com explorações que irão surgir em países como frança ou alemanha com dimensões para nós impossiveis que conseguirão pela sua dimensão preços mais competitivos...
Marco (Antonio),
Nota por favor que eu não escrevi nem sequer sugeri que os nossos produtos não têm qualidade. Eu apenas questionei exactamente em que medida é que se pode afirmar, como o Marco (Martins) fez, que os nossos produtos têm mais qualidade.
O exemplo que dás em relação ao leite dos Açores leva-me a referir um aspecto que considero fundamental: o conceito de qualidade é matéria subjectiva; a qualidade não se mede; o que existe é "qualidade percepcionada". E a forma como cada um de nós percepciona a qualidade de cada produto é muito variável - e muitas vezes é mais emocional do que racional. Daí que todas as discussões sobre qualidade assentem em elementos nem sempre muito sólidos.
Um pouco à margem disto, estou a lembrar-me de uma notícia que li ontem sobre os preços da Wal-Mart; a Wal-Mart sabe (objectivamente, porque os preços são mensuráveis, quantificáveis e comparáveis), que vende mais barato que a concorrência. E foi com surpresa que constatou, num estudo recente, que 60% dos seus clientes consideram a Wal-Mart careira e preferem as cadeias de desconto (tipo Dollar Tree e outras do mesmo calibre). Isto mostra bem até que ponto a percepção de cada um, até mesmo em grandezas quantificáveis, pode enviesar a ideia que temos sobre determinadas coisas.
Aqui há uns dois anos tive aqui uma grande discussão com um membro do Caldeirão que já deixou de aparecer por cá e que teimava que o Pingo Doce era mais barato que o Continente. Eu dizia que os preços eram iguais e ele teimava que não. Eu desafiei-o a fazermos uma comparação de preços e ele recusou-se, alegando que sabia muito bem que o Pingo Doce era mais barato (o mais engraçado é que eu já na altura comparava e ainda hoje comparo preços e verifico aquilo que na altura já sabia: para a maioria dos produtos de marca, os preços são rigorosamente iguais em todo o lado). Este exemplo mostrou bem até que ponto as pessoas preferem, por vezes, acreditar em algo que se convenceram que está certo, em lugar de aceitarem pôr essa sua convicção à prova, correndo o risco de ver que a realidade é outra.
Nota por favor que eu não escrevi nem sequer sugeri que os nossos produtos não têm qualidade. Eu apenas questionei exactamente em que medida é que se pode afirmar, como o Marco (Martins) fez, que os nossos produtos têm mais qualidade.
O exemplo que dás em relação ao leite dos Açores leva-me a referir um aspecto que considero fundamental: o conceito de qualidade é matéria subjectiva; a qualidade não se mede; o que existe é "qualidade percepcionada". E a forma como cada um de nós percepciona a qualidade de cada produto é muito variável - e muitas vezes é mais emocional do que racional. Daí que todas as discussões sobre qualidade assentem em elementos nem sempre muito sólidos.
Um pouco à margem disto, estou a lembrar-me de uma notícia que li ontem sobre os preços da Wal-Mart; a Wal-Mart sabe (objectivamente, porque os preços são mensuráveis, quantificáveis e comparáveis), que vende mais barato que a concorrência. E foi com surpresa que constatou, num estudo recente, que 60% dos seus clientes consideram a Wal-Mart careira e preferem as cadeias de desconto (tipo Dollar Tree e outras do mesmo calibre). Isto mostra bem até que ponto a percepção de cada um, até mesmo em grandezas quantificáveis, pode enviesar a ideia que temos sobre determinadas coisas.
Although Wal-Mart's reputation for low prices may be waning, price reviews show it still is the cheapest place for consumers to buy many household staples such as groceries, toilet paper and toothpaste. A recent Goldman Sachs Group Inc. survey of store prices in Chicago found that Wal-Mart prices on identical toys, foods and health and beauty aids were lower than Target's across all categories and 6.2% less overall.
Morgan Stanley surveys have yielded similar results. But when it recently polled 1,100 Wal-Mart customers to see what they thought, it found the perception was quite different.
"We were shocked to see 60% of Wal-Mart shoppers no longer viewed Wal-Mart as having the lowest prices," says Morgan Stanley analyst Mark Wiltamuth, who expects the company's U.S. same-store sales to decline for the rest of the year due to the image problem. "It is difficult to improve your price perception during a time of inflation, because it is hard to tell if a store's prices are getting better when prices in general are going up."
http://online.wsj.com/article/SB1000142 ... 23240.html
Aqui há uns dois anos tive aqui uma grande discussão com um membro do Caldeirão que já deixou de aparecer por cá e que teimava que o Pingo Doce era mais barato que o Continente. Eu dizia que os preços eram iguais e ele teimava que não. Eu desafiei-o a fazermos uma comparação de preços e ele recusou-se, alegando que sabia muito bem que o Pingo Doce era mais barato (o mais engraçado é que eu já na altura comparava e ainda hoje comparo preços e verifico aquilo que na altura já sabia: para a maioria dos produtos de marca, os preços são rigorosamente iguais em todo o lado). Este exemplo mostrou bem até que ponto as pessoas preferem, por vezes, acreditar em algo que se convenceram que está certo, em lugar de aceitarem pôr essa sua convicção à prova, correndo o risco de ver que a realidade é outra.
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Elias Escreveu:Marco Martins Escreveu:Tivemos um monte de imposição de quotas sobre produtos que em qualidade identica aos resto da europa, conseguiamos produzir em grande quantidade...
Foram-nos impostas quotas sobre o mar, quando somos um dos países com mais costa...
Foram-nos impostas quotas sobre o vinho, quando somos dos países com melhor uva...
Foram-nos impostas quotas sobre o leite, quando temos um bom leite...
Sim, eu sei isso tudo. Mas continuo sem perceber em que te baseias para dizer que o nosso peixe, o nosso leite e as nossas uvas são melhores.
Quanto ao vinho, Para a dimensão que temos, temos ganho bastantes prémios internacionais.
Quanto à gastronomia, tem aqui alguma coisa ... http://www.algarvepress.net/conteudo.ph ... =Hotelaria
Passou estes dias na TVI24 um programa sobre este evento, e vi um cozinheiro italiano que foi à lota comprar peixe e ficou a gostar e até já queria que o fornecessem para itália, e tambem se falou que portugal exporta peixe de qualidade para a alta cozinha...
quanto ao leite não sei


Já agora, as quotas confesso que me fazem bastante confusão, acho o conceito meio idiota...
FLOP - Fundamental Laws Of Profit
1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Nós temos produtos nessas áreas de qualidade superior, alguns deles reconhecidos internacionalmente.
Mas os outros países também têm... vinhos, por exemplo, a França tem uma enorme tradição em vinhos e marcas e regiões reconhecidos internacionalmente.
Em média, não sei se se poderá dizer que genericamente, nessas áreas, somos superiores (ou que os produtos são de qualidade superior) e se somos, somos em relação a quem.
Numa das áreas que referiste, o leite, eu pessoalmente considero que o superior é o dos Açores, não propriamente os de Portugal em geral: leites, manteigas e queijos (correntes) dos Açores são genericamente superiores aos do continente, em virtude das melhores condições de que dispõe lá.
Mas os outros países também têm... vinhos, por exemplo, a França tem uma enorme tradição em vinhos e marcas e regiões reconhecidos internacionalmente.
Em média, não sei se se poderá dizer que genericamente, nessas áreas, somos superiores (ou que os produtos são de qualidade superior) e se somos, somos em relação a quem.
Numa das áreas que referiste, o leite, eu pessoalmente considero que o superior é o dos Açores, não propriamente os de Portugal em geral: leites, manteigas e queijos (correntes) dos Açores são genericamente superiores aos do continente, em virtude das melhores condições de que dispõe lá.
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Marco Martins Escreveu:Tivemos um monte de imposição de quotas sobre produtos que em qualidade identica aos resto da europa, conseguiamos produzir em grande quantidade...
Foram-nos impostas quotas sobre o mar, quando somos um dos países com mais costa...
Foram-nos impostas quotas sobre o vinho, quando somos dos países com melhor uva...
Foram-nos impostas quotas sobre o leite, quando temos um bom leite...
Sim, eu sei isso tudo. Mas continuo sem perceber em que te baseias para dizer que o nosso peixe, o nosso leite e as nossas uvas são melhores.
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richardj Escreveu:[MKlop nos nem conseguimos exercer convincentemente as funções de um estado Soberano.
Segurança? temos muitos policias, mas todos os anos quando os turistas vão ao Algarve são assaltados. mas a segurança é talvez a melhorzinha das funções
Justiça? bem em portugal não se consegue exercer a justiça. há enumero casos que o podem provar. somos um pais sem lei
Impostos? somos um pais que não consegue combater a fuga aos impostos de forma convincente. a contribuição de cada cidadão para um estado mais equilibrado e uma sociedade que consiga sobreviver com as condições mínimas. não conseguimos, a par de outros países do sul a economia paralela são as mais altas da Europa.
Educação? vergonhoso, um crime que se andou a fazer nas escolas nas ultimas décadas, roubando o futuro de muitos jovem e certamente dos mais pobres que com menos conhecimentos não vão ter hipótese na sociedade.
(aqui não se esquece também a taxa de analfabetismos que 40 anos depois do 25 de abril ainda não chegou a níveis aceitáveis)
Saude? um serviço universal, dos melhores do mundo, com particularidades que deixam uma pessoa orgulhosa como a baixa taxa de mortalidade infantil e o numero de dadores de orgão. mas os seus custos são insuportáveis, porque há a ideia que a saúde não tem preço, custa o que custar, ou seja não existe nenhuma gestão efectiva e estrutural, é como o ouro do Brasil é para gastar em tudo o que venha há cabeça, com comparticipações a cobrirem 95% dos custos
Segurança Social? bem década após década as contas são revistas, os descontos são os mesmos e a reforma é menor. é um imposto obrigatório, para assegurador que os mais pobres consigam ter uma reforma decente. é verdade. mas pelo caminho existem muitas leis vergonhosas publicadas, muita gente que com uns descontos de uns anos ficou com umas grandes reformas, muita gente com 2 e 3 reformas por ter trabalhado aqui e ou ali no estado. não foi porque descontaram muito e depois deveriam ter direito a uma boa reforma. não.
Viva,
concordo com as tuas observações. Eu abandonei um percurso no Estado porque reuni a coragem para não viver envergonhado num circulo vicioso Estatal que premeia os incompetentes e, sobretudo, os desonestos. Preferi arriscar uma carreira independente mas cuja margem de manobra se mede pelos meus próprios valores morais, que procuro melhorar sempre com maior pesquisa.
É preciso um esforço geracional para mudar a nossa forma de estar e ser Português.
Isto não vai lá com supostas reformas eleitoralistas, mal pensadas e ainda pior aplicadas, que mudam de governo para governo.
Em conclusão: este País está há muito na miséria...mas a culpa principal é dos votantes que deram carta livre aos políticos para os (nos) enganar. Não gostamos de ouvir isto. O Português não tem a coragem para exigir responsabilidade aos seus representantes políticos e funcionários da administração publica. Como referi no outro "post", isso deve-se à falta de cultura do povo, sobretudo cultura politica.
Mas independentemente de todos os males desta Pátria (e são muitos: há, literalmente, muita gente a roubar o Estado. Inclusive a própria administração) não julgo que seja bom atribuir a nossa gestão a alemães, franceses ou outros. Também temos boas características, que bem geridas colocar-nos-ia na ponta da lança ocidental.
Até porque uns E.Unidos da Europa formar-se-iam num barril de pólvora. Nós europeus temos demasiadas identidades para sermos um só país.
Além de que, a um nível mais sombrio, iríamos herdar de forma directa os problemas uns dos outros...problemas que os portugueses não têm de forma muito relevante (terrorismo islâmico, terrorismo nacionalista europeu, grandes máfias, grandes grupos de interesses agressivos, etc).
Portugal pode ser um país excelente, apesar dos poucos recursos naturais à disposição na Península. A população pode e deve obrigar os cidadãos que exercem cargos políticos a fazer um bom e honesto trabalho, em vez de entregarmos a gestão a outros.
richardj Escreveu:MKlop Escreveu:richardj Escreveu:estou muito contente por estas noticias. parece que a crise das dividas está a forçar a Europa a mexer-se. venha o federalismo, união económica e politica e eurobonds só no final claro, porque senão os alemaes e holandeses andavam a poupar para manter os défices para nos agora estoirar...
já agora, a formar-se um estado federal qual é a língua oficial? inglês? é curioso porque em nenhum pais a língua mãe é inglês xD
"venha o federalismo"?? Ou seja, anular Portugal?
...sou contra o universalismo eugemónico político e cultural...sobretudo forçado.
anular portugal? continuas a ser um estado, mas dentro de um estado maior. as câmaras também tem bandeira e assembleias. e ate parece que somos alguma coisa, nos dias que correm a imagem que damos é que somos uns ciganos, chicos espertos. e a verdade é que o típico portugues é assim, não tem honra, não tem moral, ainda há uns tempos havia um gajo que tinha uma fabrica em que ele ganhava mais sozinho do que os 50 empregados que tinha (500 * 50 = 25000). vais as câmaras é só corrupção, o futebol, pior ainda, as PPP é melhor nem falar, os políticos bem... a mãe do Sócrates comprou a pronto uma casa por 300 mil euros quando nos últimos 3 anos só declarou 250 euros em irs. BNP? ninguem é culpado. BPP? nao se sabe de nada. portucale? nicles. submarinos? não se passa nada. FaceOculta? ainda nem começou. Freeport? um escandalo, uma construção daquelas numa zona protejida, foi autorizada porque a linha que define o traçado do terreno tem 100 vezes o que devia pelo que dentro da linha é permitido. a justiça é uma brincadeira, os videos no youtube do pinto da costa dizem tudo, somas o caso em que o Sá Fernandes grava o outro menino a tentar corromper com 200 mil euros e depois os juizes a declarar inocente porque estava a corromper a pessoa errada... qual portugal? isto é uma vergonha, muito perdem os alemaes em tentar endireitar alguma coisa neste pais. parecemos um clube de futebol so falamos das velhas glorias, do passado e daquilo que fizemos, mas andamos há décadas na lama há espera que aconteça outra catástrofe social
EDIT: alias, queres maior vergonha, olha portugal teve a sorte de nao participar na 2º guerra mundial, nao perdemos quase nenhum homem, nenhum terreno, nao houve esforço de guerra. e mesmo assim vivemos nesta tristeza. franceses alemaes ingleses polacos perderam milhões de homens de trabalho, terras que foram queimadas e embebidas em sangue de tal forma que se calhar nunca mais deram para cultivar, traumas sociais esses sim muito pesados sobre a sociedade, todas as famílias tem algum familiar que perderam na guerra, tiveram esforço de guerra, racionamento, tiveram as suas infra estruturas todas partidas e tiveram que reconstruir tudo de novo. e nos vimos e deixamos passar. e cá estamos na nossa pequenes
Nem mais...
Dá-me pena ver que ainda existem muitos que acreditam na boa-fé dos alemães, parecem o "11 de setembro" que em nome da segurança apenas promoveu grandes negócios, guerra e redução das liberdades públicas, mas adiante...
E se tudo não passa de uma manipulação? Preparar a opinião internacional para as guerra de poder....
O que aconteceu aos responsaveis pela crise? Que eu saiba NADA! e pior, são exactamente esses que continuam a ditar as regras, e com uma única formula concebível: reduzir a despesa para aumentar a (sua) riqueza.
E se tudo não passa de uma manipulação? Preparar a opinião internacional para as guerra de poder....
O que aconteceu aos responsaveis pela crise? Que eu saiba NADA! e pior, são exactamente esses que continuam a ditar as regras, e com uma única formula concebível: reduzir a despesa para aumentar a (sua) riqueza.
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Marco Martins Escreveu:Elias Escreveu:Em que te baseias para afirmar que esses produtos alimentares, peixe, etc., têm melhor qualidade?
Tivemos um monte de imposição de quotas sobre produtos que em qualidade identica aos resto da europa, conseguiamos produzir em grande quantidade...
Foram-nos impostas quotas sobre o mar, quando somos um dos países com mais costa...
Foram-nos impostas quotas sobre o vinho, quando somos dos países com melhor uva...
Foram-nos impostas quotas sobre o leite, quando temos um bom leite...
Como estamos sempre de mão estendida somos obrigados a aceitar tudo o que nos é imposto. Muitos países batem o pé, nós nunca fizemos isso.
Don't run a race that doesn't have a finish line.
Turney Duff
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