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Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Pois...

por bboniek33 » 29/7/2011 16:32

AutoMech Escreveu:
bboniek00 Escreveu:nao gosto muito que trunquem os meus posts, como foi feito pelo AutoMech, porque retira contexto ao mesmo.

Não serve de nada fazer citação de textos inteiros, se apenas uma parte é que está em discussão Bboniek. É pratica habitual no forum fazer citação apenas dos pontos com os quais não concordamos ou que pretendemos rebater.

Não me parece, no entanto, que a minha citação tenha retirado a tua frase do contexto (nem foi essa a intenção), até porque, se leres o que escrevi, estava sobretudo a rebater o facto de dizeres que os portugueses são bons lá fora, daí ter citado a parte em que te referes a isso. E apresentei a minha opinião para debate.

Aqui vai outra vez para o caso de queres rebater:
AutoMech Escreveu:
bboniek00 Escreveu: E por falar em instruc,ao... se os trabalhadores sao um bocado proo tacanho (isto em Portugal, quando saiem para outros Paiises organizados produzem como os outros, coisa difiicil de explicar),


Bboniek, não viste aqui ninguém dizer que o mal das empresas está todo na legislação laboral. Há muitos outros factores tais como a falta de formação dos empresários, peso do estado, morosidade da justiça, burocracia exigida às empresas, etc. Mas é inegável que este código do trabalho é extremamente rígido e que protege quem não quer produzir e que sabe que é praticamente impossível ser despedido (o que não promove a concorrência).

Quanto ao teu comentário, duas observações:
- Quem vai para fora já tem necessariamente um espírito diferente dos que por cá ficam. Vão à luta. Duvido que transportem o mesmo espírito.
- Quando vão já sabem que lá não é como cá. Não trabalham vão andando rapidamente.


Sim, ee corrente a citac,ao a partes de um post. No caso do meu a truncagem foi como julgar se uma laranja ee doce depois de tirar a casca, comer a polpa e mostrar os caroc,os. Porque a minha referencia aa produtividade dos trabalhadores portugueses fora do Paiis era apenas uma chicuelina ao tema principal. Tambem disse que ee difiicil de explicar, nao impossiivel e aceito atee parcialmente a tua explicac,ao. Mas o meu ponto de base ee que os empresaarios portugueses, na sua generalidade, teem falta de formac,ao para gestao. Andar em ciirculos dividindo trabalhadores para um lado e patroes para o outro querendo concluir que uns sao bons e os outros maus ee que jaa cheira a moofo. Ha malandragem bem espalhada e quem caa vive sabe isso muito bem. Como eu dizia, e esse era o ponto Essencial no meu post !!!, esperemos por estas medidas de reforma das leis laborais e daqui a 2 anos falamos... quero eu dizer que vai ficar tudo na mesma porque a falta de qualidade continua a ser o problema. Se julgaram durante 2 deecadas que conseguiamos competir com os Chineses e quejandos e nos trouxeram atee aa miseeria seria tempo de arrepiar caminho. Mas nao... ee a mesma poliitica de salaarios de miseeria e mao-de-obra barata, com as Galpes e Mexias a encherem-se com o carcanhol que tiram aas empresas (aos empresaarios e trabalhadores).

Medidas neoliberais jaa deram este resultado. Continuem que vao por bom caminho.

Um abrac,o !
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Re: Pois...

por Automech » 29/7/2011 16:22

bboniek00 Escreveu:nao gosto muito que trunquem os meus posts, como foi feito pelo AutoMech, porque retira contexto ao mesmo.

Não serve de nada fazer citação de textos inteiros, se apenas uma parte é que está em discussão Bboniek. É pratica habitual no forum fazer citação apenas dos pontos com os quais não concordamos ou que pretendemos rebater.

Não me parece, no entanto, que a minha citação tenha retirado a tua frase do contexto (nem foi essa a intenção), até porque, se leres o que escrevi, estava sobretudo a rebater o facto de dizeres que os portugueses são bons lá fora, daí ter citado a parte em que te referes a isso. E apresentei a minha opinião para debate.

Aqui vai outra vez para o caso de queres rebater:
AutoMech Escreveu:
bboniek00 Escreveu: E por falar em instruc,ao... se os trabalhadores sao um bocado proo tacanho (isto em Portugal, quando saiem para outros Paiises organizados produzem como os outros, coisa difiicil de explicar),


Bboniek, não viste aqui ninguém dizer que o mal das empresas está todo na legislação laboral. Há muitos outros factores tais como a falta de formação dos empresários, peso do estado, morosidade da justiça, burocracia exigida às empresas, etc. Mas é inegável que este código do trabalho é extremamente rígido e que protege quem não quer produzir e que sabe que é praticamente impossível ser despedido (o que não promove a concorrência).

Quanto ao teu comentário, duas observações:
- Quem vai para fora já tem necessariamente um espírito diferente dos que por cá ficam. Vão à luta. Duvido que transportem o mesmo espírito.
- Quando vão já sabem que lá não é como cá. Não trabalham vão andando rapidamente.
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Re: Pois...

por bboniek33 » 29/7/2011 16:09

bboniek00 Escreveu:Isto ee estar a chover no molhado. Entao vamos laa esperar pelas alterac,oes que esta gente (entoac,ao Medina Carreira p.f.) vai introduzir e, daqui a alguns anos, logo se veraa a produtividade florescente que a Economia vai ter.

Na minha opiniao apenas se vao agravar as clivagens jaa com laivos terceiro-mundistas deste Paiis desinstruido. E por falar em instruc,ao... se os trabalhadores sao um bocado proo tacanho (isto em Portugal, quando saiem para outros Paiises organizados produzem como os outros, coisa difiicil de explicar), falava de instruc,ao, e que tal fazer evoluir os empresaarios que, muitos deles (e nao me venham pedir estatiisticas ou percentagens, eu soo atirei uma bujarda), passam a vida a roubar o Estado, a fugir aos impostos em falcatruas dum camandro ? Dizia, que tal eles evoluirem ?

Sim, existe o risco e uma seerie de chatices. Mas deixem laa que se trata de gente com baixa condic,ao civil, mais interessada a encher os bolsos do que a "criar riqueza" (e a distribui-la, que ee para isso que se fazem empresaarios, a coisa nao ee de nascenc,a).

Essa ladainha neo-liberal, esse choradinho dos coitadinhos dos patroes estaa bem aa altura das queixinhas dos "bolcheviques" sindicais. Eles CFN... sabem, nao ha ee mama para todos.


Pobre Paiis...


bboniek00 cita bboniek00 para que o post seja reintegrado na sua completa e singular perfeic,ao.
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Re: Pois...

por bboniek33 » 29/7/2011 16:05

AutoMech Escreveu:
bboniek00 Escreveu: E por falar em instruc,ao... se os trabalhadores sao um bocado proo tacanho (isto em Portugal, quando saiem para outros Paiises organizados produzem como os outros, coisa difiicil de explicar),


Bboniek, não viste aqui ninguém


O meu seguimento sofreu um grande hiato porque estive a ver porno. Mas nao podia deixar de responder: nao gosto muito que trunquem os meus posts, como foi feito pelo AutoMech, porque retira contexto ao mesmo.
Fiz uma truncagem radical para ilustrar a minha ideia.

Sempre ao servi,co do Povo.
BB
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por Automech » 29/7/2011 15:21

rmachado Escreveu:Discutindo a ideia ao almoço...

E que tal uma ideia maluca do genero:
"Quer despedir? Pague..."

Com limitações apenas no caso de um trabalhador ter mais de x anos e seria sempre majorado se não fosse por "viabilidade empresarial".


Já o Sinner falou disso num dos últimos posts e é o que defendo. Liberalização total dos despedimentos, com indemnização diferentes dependendo de haver ou não justa causa. O que é inconcebivel é uma empresa não poder dispensar um trabalhador, mesmo estando disposta a pagar uma indemnização. O trabalhador efectivo hoje em dia é praticamente parte do inventário da empresa e intocável, a não ser em circunstâncias excepcionais.
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por rmachado » 29/7/2011 15:13

Discutindo a ideia ao almoço...

E que tal uma ideia maluca do genero:
"Quer despedir? Pague..."

Com limitações apenas no caso de um trabalhador ter mais de x anos e seria sempre majorado se não fosse por "viabilidade empresarial".
 
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por Automech » 29/7/2011 14:54

quimboio Escreveu:Carf2007
Eu contacto com fabricas têxteis,que sempre estiveram descapitalizadas os patrões têm fortunas pessoais astronómicas e agora abrem falência e os empregados não recebem nada, nem os salários em atraso.Muitos arranjam maneira de ficar com as instalações, que eram alugadas à empresa e até a maquinaria.
Digo mais,dizem-se empresários, mas no fundo não passam de traficantes de mão de obra barata, algumas dessa fortunas foram a explorar mão de obra infantil.
O serviço já vem todo preparado de fora e a única coisa que fazem é executar o que dizem os clientes e reproduzir mais barato.
Enfim é por isso que quando falam em PMES, na maior parte das vezes está-se a falar deste tipo de patrões...


Carf, a mim parece-me outro tipo de problemas, nomeadamente de fiscalização da inspecção do trabalho, ausência de coimas altas e penas de prisão (para dissuadir estes comportamentos), maior celeridade da justiça, menos burocratização na produção de provas em tribunal, etc.

Como é que a mais ou menos liberalização da legislação laboral (que é o que temos estado a discutir aqui) pode ajudar a eliminar esses casos ?
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por Automech » 29/7/2011 14:52

rmachado Escreveu:É o funcionário que é mau e faz questão disso;
É o funcionário que antes de ser efetivo era uma maquina e depois enfim...
É o patrão que fica horrorizado com a possivel gravidez de uma funcionária ou pura e simplesmente não contrata mulheres;
É o patrão que prefere pagar muito pouco não percebendo que a valorização do seu negócio passa por esse funcionário;
É o patrão que de gestão.. sabe nada nem quer saber;


Enfim, um mar de exemplos para ambos os lados..

A grande questão é que sem uma fiscalização efetiva para várias destas situações não adianta fazer muitas leis...

Reparar que uma liberalização laboral ajuda a eliminar a maior parte dos problemas que referes e torna redudante a necessidade de grandes fiscalizações. Ao eliminar o medo das empresas contratarem cria mais oportunidades para os bons empregados se livrarem dos maus patrões, ficando estes com os piores.
Tudo o que ajude a eliminar os maus empresário é bem vindo. E a liberalização laboral é um bom contributo.
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por Automech » 29/7/2011 14:48

Mares Escreveu:Mares, isto resume a tua ideia, com a qual discordo totalmente. Aquilo que acabas de dizer é que a empresa tem, obrigatoriamente, de distribuir os lucros, mesmo que tenha possibilidades de investimento desses lucros, seja em tecnologia, aposta em novos mercados, etc. limitando assim o crescimento futuro e a própria criação de emprego.


As nossas visões são inconciliáveis nesse aspecto Mares. Um empregado pode ou não ter participação nos lucros sob a forma de bonus, gratificação ou o que lhe queriamos chamar, dependendo da política de remuneração da empresa. Mas será sempre, por definição, empregado porque não é dono do capital que gerou aquela empresa.

Não concordo, em absoluto, com a tua visão em que um empregado, apesar de não arriscar um cêntimo do seu capital numa empresa fica, no entanto, por lei, com o direito a receber lucros que essa empresa gerou.

Respeito a tua opinião mas não adianta trocar pontos de vista porque não são minimamente articuláveis. :wink:
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por quimboio » 29/7/2011 14:12

Pois...
Vale do Ave, vale do Tâmega, vale do douro,vale do lima,vale do tejo, vale do mondego...etc, etc...andando no terreno é que se observam as misérias.
 
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por rmachado » 29/7/2011 13:59

carf2007 Escreveu:Tenho ligação com algumas PMEs na área do comércio de vestuário.

Empresas com mais de 30 anos e que agora neste momento de crise estão a atravessar grandes dificuldades (algumas já fecharam algumas lojas, despediram pessoal, etc...)

No entanto poderiam atravessar este momento de crise sem grandes preocupações, se não tivessem descapitalizado as empresas. Nos 20 anos iniciais de existencia tiveram lucros brutais ( a margem deles no vestuário era de 200 a 300%) , só que utilizaram-nos para proveito pessoal.

Num dos casos a lista inclui :

- Apartamento luxo.
- Casa de praia.
- Quinta.
- Cavalos.
- Várias viaturas top de gama.
- Conta "bem recheada" na Suiça.

Agora que a empresa está em dificuldade poderiam vender algum desses bens e "devolver-lhe" o dinheiro, mas não, preferem deixar andar, ter pagamentos a fornecedores, estado e funcionários em atraso. Privarem-se dos seus bens é que não!


Pois... Vale do Ave não?
 
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por oscar.coelho » 29/7/2011 13:32

carf2007 Escreveu:Tenho ligação com algumas PMEs na área do comércio de vestuário.

Empresas com mais de 30 anos e que agora neste momento de crise estão a atravessar grandes dificuldades (algumas já fecharam algumas lojas, despediram pessoal, etc...)

No entanto poderiam atravessar este momento de crise sem grandes preocupações, se não tivessem descapitalizado as empresas. Nos 20 anos iniciais de existencia tiveram lucros brutais ( a margem deles no vestuário era de 200 a 300%) , só que utilizaram-nos para proveito pessoal.

Num dos casos a lista inclui :

- Apartamento luxo.
- Casa de praia.
- Quinta.
- Cavalos.
- Várias viaturas top de gama.
- Conta "bem recheada" na Suiça.

Agora que a empresa está em dificuldade poderiam vender algum desses bens e "devolver-lhe" o dinheiro, mas não, preferem deixar andar, ter pagamentos a fornecedores, estado e funcionários em atraso. Privarem-se dos seus bens é que não!


Há pouco tempo vi o António Saraiva (se não me engano, mas se não era ele era um dos responsáveis das associações patronais) a queixar-se de que há empresas em dificuldades por não conseguirem 20.000 euros de empréstimo da banca e não estava a falar de microcrédito.
Por mim, empresário que não tivesse capitais próprios deste montante (e até muito mais) para recapitalizar as suas empresas ou para investir e que só funcionam recorrendo sistematicamente à banca não deviam poder actuar no mercado.
 
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por quimboio » 29/7/2011 12:17

Carf2007
Eu contacto com fabricas têxteis,que sempre estiveram descapitalizadas os patrões têm fortunas pessoais astronómicas e agora abrem falência e os empregados não recebem nada, nem os salários em atraso.Muitos arranjam maneira de ficar com as instalações, que eram alugadas à empresa e até a maquinaria.
Digo mais,dizem-se empresários, mas no fundo não passam de traficantes de mão de obra barata, algumas dessa fortunas foram a explorar mão de obra infantil.
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por carf2007 » 29/7/2011 11:43

Tenho ligação com algumas PMEs na área do comércio de vestuário.

Empresas com mais de 30 anos e que agora neste momento de crise estão a atravessar grandes dificuldades (algumas já fecharam algumas lojas, despediram pessoal, etc...)

No entanto poderiam atravessar este momento de crise sem grandes preocupações, se não tivessem descapitalizado as empresas. Nos 20 anos iniciais de existencia tiveram lucros brutais ( a margem deles no vestuário era de 200 a 300%) , só que utilizaram-nos para proveito pessoal.

Num dos casos a lista inclui :

- Apartamento luxo.
- Casa de praia.
- Quinta.
- Cavalos.
- Várias viaturas top de gama.
- Conta "bem recheada" na Suiça.

Agora que a empresa está em dificuldade poderiam vender algum desses bens e "devolver-lhe" o dinheiro, mas não, preferem deixar andar, ter pagamentos a fornecedores, estado e funcionários em atraso. Privarem-se dos seus bens é que não!
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por rmachado » 29/7/2011 11:33

Admito que li um pouco na diagonal algumas intervenções, mas o que resalta do que li é que parece que muitos dos que participam têm razão.

Nós temos é maus trabalhadores e maus patrões e temos ambos em alguma abundância.

Todos nós conhecemos casos de "horror" de ambos os lados.

É o funcionário que é mau e faz questão disso;
É o funcionário que antes de ser efetivo era uma maquina e depois enfim...
É o patrão que fica horrorizado com a possivel gravidez de uma funcionária ou pura e simplesmente não contrata mulheres;
É o patrão que prefere pagar muito pouco não percebendo que a valorização do seu negócio passa por esse funcionário;
É o patrão que de gestão.. sabe nada nem quer saber;


Enfim, um mar de exemplos para ambos os lados..

A grande questão é que sem uma fiscalização efetiva para várias destas situações não adianta fazer muitas leis...
 
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por JMHP » 29/7/2011 9:47

Eis uma noticia a propósito desta discussão e ficam as questões: O grupo Impresa tem gestores incompetentes?!... O patrão é burro?!... É ou não natural recorrer ao despedimento?!


Impresa está a fazer tudo para que situação económica "não se torne apavorante”


A Impresa está a fazer tudo para que a situação económica do grupo “não se torne apavorante” face às circunstâncias europeias e nacionais, afirmou o presidente da empresa, numa carta enviada aos trabalhadores a que a Lusa teve acesso.

Balsemão fala de "manobras nos bastidores da política e do poder económico" (Pedro Cunha)

“É preciso trabalhar muito? Sem qualquer dúvida. É preciso fazer sacrifícios? Muito provavelmente. É preciso lutar contra as manobras dos que, nos bastidores da política e do poder económico, aproveitam a ocasião para tentar fragilizar-nos e tornar-nos mais vulneráveis? Lutaremos até ao fim e, sublinho, sem medo”, escreveu Francisco Pinto Balsemão, num documento que acompanhava os resultados semestrais.

Os resultados da Impresa apresentados ontem para os primeiros seis meses de 2011 incluem um resultado líquido, antes de imparidades, de 1,9 milhões de euros negativos, que Pinto Balsemão atribui “exclusivamente” à “degradação da conjuntura económica e do mercado publicitário”, o que teve repercussões naturais nas receitas do grupo, salientando, porém, que a dívida líquida não se agravou.

Pinto Balsemão destacou, também, que entre 2008 e 2011, as receitas do grupo deverão cair 13 por cento, representando 37 milhões de euros, o que será acompanhado de uma quebra dos custos operacionais de 46 milhões, na ordem dos 17 por cento.

Apesar dos resultados, que “ficam aquém dos do primeiro semestre de 2010”, o presidente do conselho de administração da Impresa realçou os pontos positivos do grupo, quer em termos de audiências do universo SIC, quer em relação à imprensa escrita.

“É consolador, mais do que isso, é estimulante, verificar que o público, razão de ser da nossa existência e da nossa missão, está connosco. E nós, a nossa dedicação, o nosso ego, precisamos mais do que nunca de reconhecimento, de motivação”, conclui Pinto Balsemão.

http://www.publico.pt/Media/impresa-est ... te_1505262
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por Mares » 29/7/2011 9:11

AutoMech Escreveu:
Mares Escreveu:O plano de investimento da empresa não devería interferir no montante total do lucro da empresa a distribuír por todos os colaboradores.


Mares, isto resume a tua ideia, com a qual discordo totalmente. Aquilo que acabas de dizer é que a empresa tem, obrigatoriamente, de distribuir os lucros, mesmo que tenha possibilidades de investimento desses lucros, seja em tecnologia, aposta em novos mercados, etc. limitando assim o crescimento futuro e a própria criação de emprego.

Outra coisa que não percebo é porque é que o empregado tem direito, por lei, a lucros quando não arriscou nada do seu capital. Presumo que não defendas também a obrigatoriedade de, quando começa o contrato, o empregado ter de investir ?

E em ano de prejuízos ?

Já imaginaste a incerteza que estás a criar nos salários das pessoas ao indexar parte da remuneração aos lucros ?


AutoMech,

as tuas dúvidas ficam presas nas ideias pré-concebídas nas relações entre empregador e assalariado. Muito dificimente poderás vêr algo de difente que não seja, a falta de transparência entre o empregador e os colaboradores, rigídez nos encargos da empresa (independentemente da lucratividade da mesma) e completa separação de interesses nas empresas, criando-se assim uma cultura de desincentivo à produção.

Preferes argumentar com o risco (que sería partilhado por todos na empresa), de quem investe (poderá ser aberta a possibilidade de os colaboradores passarem a participar do capital da empresa) e se esses recursos não seriam desvíados unicamente para beneficiar os colaboradores (esse ganho variável é fruto do crescimento dos lucros da empresa e nada mais justo que também sejam distribuídos pelos seus colaboradores).

No caso de prejuízo da empresa num ano fiscal, esta sería aliviada de parte da carga da empresa no ano seguinte (visto que essa componente variável nos salários não estaria presente nos rendimentos a distribuir). A empresa estaria assim em melhores condições de enfrentar a ano seguinte, levando a um esforço adicional de todos os colaboradores para voltar a tornar a empresa rentável no ano seguinte.

A componente variável dos rendimentos poderíam ser ou não distribuída no ano seguinte. Cada colaborador podería abdicar do todo ou de parte desse rendimento, sendo esse capital investido na empresa e onde os trabalhadores passaríam a ter a percentagem correspondente no capital da empresa e também seríam representados por um dos elementos nas decisões da empresa.

Quanto à incerteza gerada no salário dos trabalhadores também nasçe da tua dificuldade em ultrapassar ideias pré-concebidas. Tanto vês o empregador fechado e querendo unicamente saber quanto vai gastar por cada empregado (sem poder ajustar os ganhos dos trabalhadores aos ganhos da empresa), como vês o assalariado querendo apenas saber se vai ganhar o suficiente para cumprir com os seus deveres fora da empresa. Esse tipo de abordagem leva a uma completa separação de interesses entre todos que trabalham numa empresa.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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por Pata-Hari » 29/7/2011 7:49

Vanek, esta tua frase é bizarra per si:
Isso é tudo verdade, mas na maioria das vezes quem inicia um negocio é um carolas que acredita em si, mas de gestão sabe muito pouco. Se corre bem, depois deixa-se seduzir por credito e levar-se pela ambição e acontecem acidentes. Quem tem conhecimentos de gestão ou de outra area relevante para um negocio, geralmente não arrisca e fica sentado no emprego "seguro".


Só é patrão quem é burro. Bora fechar as empresas todas e deixar ao estado a questão de gerar emprego. Ou vetar os empresários. Ora repensa lá tudo outra vez.

A questão do preço do crédito é, tal como para os bancos, uma questão "inprevista". Se calhar aquele discurso que o Ulrich fez e que toda a gente do fórum (...) criticou em como não se colocaria nunca mais numa posição dependente do mercado deveria em primeiro lugar aplicar-se às empresas. E, para relembrar uma das regras básicas da economia, a alavancagem via crédito é quase o único modo de se conseguir produzir riqueza e de a distribuir. Sem a alavancagem do crédito, nunca o mundo teria a riqueza que tem hoje. O crédito pode ser um bicho quando em excesso, mas não o é por definição. É como o sol: precisas mas em excesso provoca cancro.
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por Vanek » 29/7/2011 4:35

Quico Escreveu:O que não percebo é:
:arrow: Sendo tão boa a vida de "patrão";
:arrow: Sendo tão incompetentes e maus os "patrões" que existem;
:arrow: ...e existindo tanta gente esperta e competente a diagnosticar isso;

...porque é que essa gente tão competente não arrisca o seu dinheirinho e comodismo, e monta um negócio?! E, já agora, passando a ser "patrão"/empresário, implementa as bondosas práticas contrárias às que tanto gosta de criticar nos outros?!


Isso é tudo verdade, mas na maioria das vezes quem inicia um negocio é um carolas que acredita em si, mas de gestão sabe muito pouco. Se corre bem, depois deixa-se seduzir por credito e levar-se pela ambição e acontecem acidentes. Quem tem conhecimentos de gestão ou de outra area relevante para um negocio, geralmente não arrisca e fica sentado no emprego "seguro".
Não sou contra a nova lei, pelo contrario a aprovo em 101%. Precisamos de leis que incentivem o empreendorismo e aliciem a iniciar uma empresa quem tenha boas ideias e que um empregado nao seja um peso quando não exista trabalho para lhe dar, porque ninguem garante "encomendas" ao patrão. Os empregos nao nascem de boa vontade, nem de subsidios, nascem de novos projectos e expansão de outros.

Posso dizer que no proximo ano devo empregar 2 novas pessoas em 1 novo projecto e numa empresa de familia onde trabalho, em parte devido a esta nova lei.
Venha a nova lei do arrendamento, please!
Morte a todas as leis comunas que incentivam ao encosto e ao tacho :P
 
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por kuppka » 29/7/2011 3:12

kuppka Escreveu:
sevenairam Escreveu:Boa noite
Esta é a minha primeira mensagem e é logo acerca de um assunto que me é muito caro.

Acerca desta assunto, e dado que já estive de ambos os lados da questão ( empregado por conta de outrém e empresário), apraz-me dizer o seguinte :

Nos últimos anos tem-se verificado uma gritante tendência legislativa de modo a simplificar a vida das empresas, sempre com o discurso que é preciso dinamizar a economia, fomentar as exportações, existir um mercado laboral mais flexível, e por aí adiante.
Tudo bem, as empresas são fulcrais para o desenvolvimento do país.

Mas a verdade e para sermos honestos para toda a gente, o único "elemento" produtivo que que teve uma evolução significativa neste país em termos de qualidade foi a mão-de-obra. Os empresários ( a maior parte, pelo menos) deixaram-se ficar no passado.
Mas quem tem sempre sido afectado por estas leis tem sido apenas e só o "zé povinho" sempre com a desculpa de ser preciso dar "condições" ao empregador.
Dêem uma cana de pesca a alguém que more no deserto, pode ser de má ou de excelente qualidade, não interessa, o resultado será sempre o mesmo : não irá pescar nada se se mantiver parado no mesmo sítio.

Vejo muitos comentários a dizer que os empresários é que arriscam, investem, e que se der prejuízo os trabalhadores não comparticipam : é verdade.

Mas também não vejo muitas empresas a repartir lucros.

Aquilo que mais me custa é ler opiniões de quem parece que vive num país áparte ( não só acerca deste caso, mas também dos transportes, funcionários públicos, regalias sociais e outros).

As empresas são vitais para o país, mas os funcionários são-no para as empresas.

Sempre a bater nos trabalhadores, sempre com o mesmo motivo, é que não.

Vasco Martins


...


E sim, tb houve por aí quem tenha dito q devia haver uma licenciatura para empresários (patrões).
Será q são os licenciados em economia, gestão e finanças?
Hummm, ponto de interrogação.
 
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por kuppka » 29/7/2011 3:00

sevenairam Escreveu:Boa noite
Esta é a minha primeira mensagem e é logo acerca de um assunto que me é muito caro.

Acerca desta assunto, e dado que já estive de ambos os lados da questão ( empregado por conta de outrém e empresário), apraz-me dizer o seguinte :

Nos últimos anos tem-se verificado uma gritante tendência legislativa de modo a simplificar a vida das empresas, sempre com o discurso que é preciso dinamizar a economia, fomentar as exportações, existir um mercado laboral mais flexível, e por aí adiante.
Tudo bem, as empresas são fulcrais para o desenvolvimento do país.

Mas a verdade e para sermos honestos para toda a gente, o único "elemento" produtivo que que teve uma evolução significativa neste país em termos de qualidade foi a mão-de-obra. Os empresários ( a maior parte, pelo menos) deixaram-se ficar no passado.
Mas quem tem sempre sido afectado por estas leis tem sido apenas e só o "zé povinho" sempre com a desculpa de ser preciso dar "condições" ao empregador.
Dêem uma cana de pesca a alguém que more no deserto, pode ser de má ou de excelente qualidade, não interessa, o resultado será sempre o mesmo : não irá pescar nada se se mantiver parado no mesmo sítio.

Vejo muitos comentários a dizer que os empresários é que arriscam, investem, e que se der prejuízo os trabalhadores não comparticipam : é verdade.

Mas também não vejo muitas empresas a repartir lucros.

Aquilo que mais me custa é ler opiniões de quem parece que vive num país áparte ( não só acerca deste caso, mas também dos transportes, funcionários públicos, regalias sociais e outros).

As empresas são vitais para o país, mas os funcionários são-no para as empresas.

Sempre a bater nos trabalhadores, sempre com o mesmo motivo, é que não.

Vasco Martins


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por Automech » 29/7/2011 2:25

Sinner Escreveu:-----Se conheço este País e as suas pessoas vai prejudicar as pessoas com responsabilidades familiares em detrimento das pessoas sem qualquer tipo de responsabilidades.


A minha opinião é que nenhum empresário vai dispensar um empregado bom, só porque é pai ou mãe, para meter outro pior que seja descomprometido. E se há quem o faça é preferível que seja varrido da economia. Como ? Abrindo o maior número de oportunidades aos bons empregados e deixando o empresário burro e explorador com os maus.


Sinner Escreveu:------Porque não manter as actuais noções de “justa causa” e “sem justa causa” e possibilitar os despedimentos nas duas situações com a indemnização no 2º caso a ser em dobro evitando assim os abusos?

Não sei se a proporção da indemnização seria essa ou outra, mas concordo em absoluto com o principio Sinner. Essa penso que seria a mudança que mais efeitos positivos pode trazer.
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por Sinner » 29/7/2011 2:10

AutoMech Escreveu:É por isso que eu digo que no curto prazo aumenta o desemprego, mas assim que passar o ajustamento só vai ajudar os que verdadeiramente são bons, querem trabalhar, são empenhados, etc.

-----Se conheço este País e as suas pessoas vai prejudicar as pessoas com responsabilidades familiares em detrimento das pessoas sem qualquer tipo de responsabilidades.

------Porque não manter as actuais noções de “justa causa” e “sem justa causa” e possibilitar os despedimentos nas duas situações com a indemnização no 2º caso a ser em dobro evitando assim os abusos?
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por Automech » 29/7/2011 2:00

Sinner Escreveu:Concordo com tudo o resto aqui é que se centra a nossa divergência.

Sabes o que vai acontecer à trabalhadora que sonhar engravidar?

E o Pai de uma criança que pense tirar um dia para ficar com o filho gripado?

E o tipo que decide colocar um dia de férias por conta para ir visitar o Pai doente e que o Patrão entende que naquele mês não dava jeito.

Sabes o que vai acontecer ao Trabalhador que ousar dizer ao patrão que têm direito a marcar uma parte das suas férias?

Todos na rua, com 10 dias de indemnização por cada ano de trabalho com um máximo de 12 meses e substituído na sua função por um mais económico, sem filhos de preferência.


Isso é um mau empresário. E se um mau empresário faz isso a um bom funcionário é porque é burro. Só que hoje aquilo que acontece é que o bom funcionário não tem alternativas porque ao lado não tem 1, 2, 3, 5, 10 bons empresários a concorrerem por ele.

Se a legislação laboral for flexibilizada vai haver concorrência pelos bons empregados, porque vai haver mais oportunidades. E os bons empregados fogem dos maus empresários, que ficam com os restos. E maus empresários + maus empregados = falência de más empresas.

É por isso que eu digo que no curto prazo aumenta o desemprego, mas assim que passar o ajustamento só vai ajudar os que verdadeiramente são bons, querem trabalhar, são empenhados, etc.
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por Sinner » 29/7/2011 1:54

AutoMech Escreveu:É óbvio que no curto prazo vai haver um aumento dos despedimentos. Mas quem são esses ? São aqueles que a empresa entende que não produzem para o que lhes é pago. Só um empresário burro é que vai despedir um bom trabalhador, só porque de repente liberalizaram os despedimentos.

Concordo com tudo o resto, aqui é que se centra a nossa divergência.

Sabes o que vai acontecer à trabalhadora que sonhar engravidar?

E o Pai de uma criança que pense tirar um dia para ficar com o filho gripado?

E o tipo que decide colocar um dia de férias por conta para ir visitar o Pai doente e que o Patrão entende que naquele mês não dava jeito.

Sabes o que vai acontecer ao Trabalhador que ousar dizer ao patrão que têm direito a marcar uma parte das suas férias?

Todos na rua, com 10 dias de indemnização por cada ano de trabalho com um máximo de 12 meses e substituído na sua função por um mais económico, sem filhos de preferência.
A volatilidade dos mercados é a maior aliada do “verdadeiro investidor”.
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