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Caldeirão da Bolsa

Os bancos vão ter de perder dinheiro

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por remediado » 2/8/2011 22:37

BES pretende prorrogação do prazo para eventual aumento de capital

Negócios


02/08/11, 10:29
OJE/Lusa

O presidente do BES, Ricardo Salgado, defendeu ontem a prorrogação para 2012 do prazo para fazer um eventual aumento de capital, no seguimento da inspecção que a troika fará a partir de Setembro.



Durante a apresentação dos resultados semestrais do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado desejou que a equipa da troika responsável pela monitorização do plano para o sector esteja disponível para "afinações, ligeiras alterações", de modo a que os bancos possam cumprir os objectivos. Para o banqueiro, o plano não precisa de ser revisto; basta a disponibilidade.



Sobre o eventual aumento de capital, Salgado afirmou que a decisão só será tomada depois da inspecção da troika ao banco que, tal como nas outras instituições, começará no início de Setembro e deverá terminar em Novembro.



"Em relação ao aumento de capital, decidiremos quando tivermos a avaliação da troika". No entanto, se for preciso fazê-lo, o banqueiro entende que a operação dificilmente será concluída antes do final de 2011.



"Se as equipas da troika acabarem [a inspecção aos bancos] em meados de Novembro, já não nos resta muito tempo para ir ao mercado de capitais. Espero que haja compreensão, porque no fim do ano os mercados estão um pouco fechados. Deveríamos poder ir no primeiro trimestre do ano que vem", disse Ricardo Salgado.



O BES tinha, em 30 de Junho, um rácio de capital de core tier 1 de 8,2%, ainda abaixo dos 9% que têm de ser atingidos até final deste ano, como estipulado no acordo com a troika. Em 2012, este rácio deve chegar aos 10%.



O responsável especificou ainda que, em caso de necessidade de reforço de capital, não pretende recorrer ao fundo de capitalização, que está dotado de 12 mil milhões de euros, por entender que significaria "grandes penalidades" para os accionistas do BES. "O capital accionista seria prejudicado, pelo que a obrigação da administração é defender os accionistas e ir ao mercado. Mas é bom saber que existe essa almofada", afirmou Salgado.



Os lucros do BES no primeiro semestre baixaram 44,7% em termos homólogos (face ao mesmo período do ano passado) para 156 milhões de euros.

mais um a fazer o seu trabalho...
 
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por remediado » 29/7/2011 18:59

Já agora, se não for abusar da tua paciencia podias fazer a tua tradução para a outra frase "só falta agora a troika obrigar-nos a vender os nossos activos em angola"
O que será que ele queria dizer com isto ?
 
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por remediado » 29/7/2011 13:36

Sim ,acho que estamos de acordo...
mas continuo a achar como já disse antes que fazendo a sua obrigação tentou , o que não é crime, em publico (provávelmente já o teria tentado em privado)melhorar as coisas para o seu lado e seus colegas para aceder ao dinheiro em melhores condições...
o que no fundo é tentar negociar...
é normal quando se negoceia fazer um "choradinho" em ultimo recurso ,embora comigo muito raramente obtenha resultados...
Já percebi que és fã do homem...escusas de ficar irritada :P
 
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por Pata-Hari » 28/7/2011 21:07

Vou traduzir a frase "mas quando disse que os bancos não precisavão do fundo de 12mil milhões da troika para nada e logo a seguir rematou que a banca precisava era de financiamento a longo prazo...
qual é a tua leitura dessa frase ? "

Significa que no caso do BPI (e isto não é verdade para todos), ele não precisa que venha o estado meter dinheiro e participar como accionista. O banco tem rácios mais que suficientes para colmatar qualquer necessidade de liquidez de curto prazo (essa necessidade corresponde em grande parte à exigência que nos está a ser imposta de rácios de capital. Essa é a parte que refere os 12 mil milhões.

A segunda parte da frase significa que neste momento não existe ninguém disposto a fazer empréstimos à banca portuguesa a mais de 10 anos. E o negócio do crédito que é feito às empresas e ao imobiliário tem sempre que ser feito a longo prazo e não a curto prazo. Se o banco não tem ninguém para lhe emprestar dinheiro a mais de 10 anos, não esperes que te possa fazer um crédito a 20.

Foi claro?
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por remediado » 28/7/2011 19:10

Ví. eu não tenho problemas com ninguém, até me tentarem por a mão no bolso...
bem...realmente não se viram lágrimas.
mas quando disse que os bancos não precisavão do fundo de 12mil milhões da troika para nada e logo a seguir rematou que a banca precisava era de financiamento a longo prazo...
qual é a tua leitura dessa frase ?
eu que não sou entendido em matérias économicas e financeiras faço a seguinte:(por ventura errada)
parece-me que o que eles queriam era que o dito fundo fosse utilizado pela banca em forma de empréstimos a longo prazo e de preferencia com juros simpáticos não tendo assim necessidade de venderem as joias e sem o incomodo de terem o estado como acionista para terem acesso ao dinheiro. é a isto que eu chamo de "choradinho".
Ele além do direito tem o dever de defender os seus interesses, assim como o estado e a troika tem a obrigação de defender os seus.
E se não precisar e não quiser utiliza-lo com as condições que lhe são impostas tem todo o direito...
mesmo não querendo vender os activos em Angola eventualmente poderá ter de o fazer, acho que é o que ele quiz dizer com :"só falta agora a troika obrigar-nos a vender os nossos activos em Angola"
Olha o BCP que já mudou de discurso...
Eu até simpatizo com o homem, tentar não custa :P
Agora a bola está do seu lado...
 
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por Pata-Hari » 28/7/2011 15:31

Remediado, ele não se chorou. Viste a entrevista?! Apenas indicou o que faria no futuro dado o que aconteceu no passado. Tens problema com isso?
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por remediado » 28/7/2011 12:49

O que era impensavel ontem, hoje é quase certo , afinal não é preciso obriga-los a venderem activos , eles fazem-no por vontade própria , até as joias da coroa...
Tudo para evitar a entrada do estado como acionista, o que será que tanto temem :wink:
 
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por PC05 » 28/7/2011 12:16

A agenda angolana desmantelou o velho BCP

28/07/2011

As acções, primeiro, até vão subir. Mas é um erro estratégico para o banco. E uma tragédia para o País. A Sonangol assim o quis: amputou o futuro. Teria sido melhor pedir capital ao Estado. Este jogo tem um nome: fracasso.

Faz hoje um ano que a PT comprou a Oi. Fê-lo depois da venda fabulosa da Vivo. É daí a expressão do parágrafo anterior: "Amputar o futuro." A PT fez então o negócio da sua vida. O BCP pode estar a fazer o negócio da sua morte: vende o que tem de melhor; não está em condições de negociar bem; promete uma nova vida no Brasil que ninguém conhece.

A Sonangol tem todo o direito de cometer este erro, mas não deixa de ser um erro. É o maior accionista do BCP, o maior financiador dos últimos anos, lá acumula prejuízos e sempre defendeu a estratégia África-Brasil-China. É o que vai fazer agora. Mas não é fácil entrar bem no Brasil. E pode até já ser tarde (ou seja: caro) de mais. Pode ser que o novo BCP cresça e reapareça. Para já, o BCP fica um banco de paróquia: um banco em Portugal, com uma actividade interessante em Moçambique, outra ainda pouco relevante em Angola. Para trás fica o rasto de um sonho de internacionalização: EUA, Roménia, Turquia e agora essa jóia que é a Polónia e esse activo tóxico em que se tornou a Grécia.

Em Portugal, o BCP é um banco sólido e sem risco para os depositantes. Mas este mercado não interessa. Os resultados do BPI de há dois dias mostram-no: rentabilidade dos capitais em Portugal de 3% (que sobe para 7% quando se inclui Angola). No BCP, pior: resultados pobres; um rácio de crédito com incumprimento de 5,4% - talvez o mais alto desde que há banca cotada (depois das reprivatizações); e apesar da máquina comercial invejável que o BCP continua a ser (400 milhões de margem financeira "pura", 200 milhões em comissões), o banco teria tido prejuízos se não fosse um crédito fiscal.

A Polónia traz lucros ao BCP. Mas a Polónia será vendida. Muitos bancos alemães vão adorar a notícia. Tem dúvidas? Então vá aos resultados da Jerónimo Martins. Esses, sim, são colossais. Mérito próprio.

Não é por acaso que Alexandre Soares dos Santos é agora o segundo homem mais rico de Portugal na lista da "Exame". Se a lista retirasse aos activos o valor dos passivos, o segundo lugar seria ainda mais sólido. Mas a Jerónimo é caso raro. Nesta edição, contamos como a Cimpor, que já tem dois donos brasileiros, vai passar a ter só um; ou como a TAP e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo procuram dono. É a história deste Verão: os falidos vendem os seus haveres para saldar os seus deveres.

Em retrospectiva, a pior coisa que podia ter acontecido ao BCP teria sido comprar em 2007 o BPI na OPA, hoje não restaria nada. Mas o melhor que poderia ter acontecido passou à mesma porta também em 2007: quando o BPI reverteu a OPA com uma proposta de fusão. Nem todos os accionistas teriam gostado (menos ainda o Governo PS), mas hoje haveria um "Millennium BPI" mais sólido e rentável.

Quando Ulrich propôs a fusão com o BCP, disseram-lhe que ela jamais poderia levar ao desmantelamento do BCP. É um desgosto ver o BCP apequenar-se. Mas é também mau para o País, que perde uma fonte de entrada de capitais (os lucros polacos) e um acesso à internacionalização de empresas.

Os accionistas do BCP têm todo o direito de fazê-lo. Mas é lamentável que ponham os seus interesses à frente dos do País - só que este País não é o deles. Havia alternativa, mas menos rentável: pedir capital ao Estado. Bem vistas as coisas, o Estado até está a ajudar: afinal, o BCP só teve lucros este semestre por causa de um crédito fiscal. Se o dinheiro dos contribuintes patrocina lucros no presente, mais valia que fosse usado para garantir o futuro.



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por remediado » 28/7/2011 8:55

Pata-Hari Escreveu:Culpados? eles não falou em culpados. Disse que o culpado era ele que deixou que o banco ficasse numa situação vulnerável. E que não o faria novamente.

E relembro-te: houve milhares de bancos a perder dinheiro, a falirem e a serem nacionalizados pelo mundo fora. Cá tiveste o BPP que foi um caso perfeito disso: quando a maré desceu, os esqueletos ficaram todos à mostra.


Não sei então de que se queixa...para quê o choradinho compartilhado com os colegas ao estado e á troika...já sabemos porquê...o que eles querem sabemos nós, aliás nisso ele foi honesto, ele mesmo disse que o seu papel é defender os interesses dos acionistas o que profissionalmente só o favorece outra coisa não seria de esperar, assim como se espera que o estado e a troika não vão na conversa ...
 
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por Pata-Hari » 28/7/2011 7:18

Culpados? eles não falou em culpados. Disse que o culpado era ele que deixou que o banco ficasse numa situação vulnerável. E que não o faria novamente.

E relembro-te: houve milhares de bancos a perder dinheiro, a falirem e a serem nacionalizados pelo mundo fora. Cá tiveste o BPP que foi um caso perfeito disso: quando a maré desceu, os esqueletos ficaram todos à mostra.
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por Lion_Heart » 28/7/2011 1:39

A Banca só esta a pagar os erros de gestão e dos "favores" que recebeu e pagou.

E ainda não vi a banca a perder dinheiro. Pode é não ganhar tanto como ganhou.

A banca esta em todos os grandes negocios de Portugal como financiadora mas também como sócia.

A Banca alimentou o Estado e foi alimentada por ele.

A Banca´é dona da grande maioria do imobiliario em Portugal (e não os tugas).

A Banca como bem diz a Pata nunca ajudou nem esta para ajudar ninguém, a Banca esta para ter lucros.

Eu pergunto e porque é que todos nós temos que ajudar a Banca.

Se temos o BCP falido por luta de poder, onde estão os culpados?
Se o Ulrich não aceitou uma OPA a bom preço, porque anda agora feito galinha tonta a tentar voar e a encontrar culpados pelas asneiras que fez?
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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por Elias » 27/7/2011 23:57

artista Escreveu:
Elias Escreveu:Não tarda nada a Fitch diz que a dívida do Alegre é lixo :twisted:


Acho que já estará é em nível de "incumprimento"! :mrgreen:


Queres ver que ainda vamos ter de inventar mais níveis? :lol:
 
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por artista_ » 27/7/2011 23:14

Elias Escreveu:Não tarda nada a Fitch diz que a dívida do Alegre é lixo :twisted:


Acho que já estará é em nível de "incumprimento"! :mrgreen:
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por Elias » 27/7/2011 22:56

remediado Escreveu:Não há inocentes. todos têm culpa , as empresas, particulares e estado se endividaram demais com os bancos e por sua vez os bancos endividaram-se demais com os mercados. todos têm que pagar o seu preço pela má gestão, as empresas, particulares e estado (contribuintes) já o estão a pagar, não acho por bem os bancos (acionistas)pendurarem-se no estado para não pagarem a sua parte...
já diz o proverbio: ( casa em que não há pão...todos ralhão e ninguem tem razão...)


Até o poeta alegre se endividou :P

Candidatura de Alegre à presidência com desvio de quase 600 mil euros

27 de Julho, 2011

A candidatura de Manuel Alegre à Presidência da República, apoiada pelo PS e pelo Bloco de Esquerda (BE), declarou um «desvio» de quase 600 mil euros face às receitas previstas no orçamento inicial de campanha.
De acordo com as contas da campanha eleitoral relativas à eleição para Presidente da República de 23 de Janeiro de 2011, divulgadas pela Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, a candidatura de Manuel Alegre tinha previsto receitas de 1,9 milhões de euros, mas ficou-se por apenas cerca de 1,3 milhões de euros.

A diferença reside sobretudo na estimativa em excesso da subvenção estatal (836 mil realmente arrecadados, contra 1,35 milhões previstos) e das transferências dos partidos que apoiavam a candidatura – entraram apenas 310 mil euros contra os 500 mil estimados.

Aníbal Cavaco Silva, pelo contrário, declarou gastos de campanha inferiores aos que tinha inicialmente orçamentado: 1,79 milhões de euros, menos cerca de 328 mil euros do que os 2,12 milhões inicialmente estimados.

O candidato Fernando Nobre, por seu turno, gastou com a campanha presidencial a totalidade das receitas que arrecadou - cerca de 842 mil euros -, a maior parte das quais serviram para pagar a «concepção da campanha, agências de comunicação e estudos de mercado» e «custos administrativos e operacionais».

Valor idêntico foi declarado como gasto e angariado por Francisco Lopes, candidato apoiado por PCP e Os Verdes, que inscreveu nas suas contas de campanha 800 mil euros de receitas, que foram integralmente gastas durante a corrida eleitoral em áreas como 'Publicidade, comunicação impressa e digital', 'Estruturas, cartazes e telas' ou 'Comícios, espectáculos e caravanas'.

Defensor Moura apresentou também como gastos com a campanha presidencial os mesmos 250 mil euros que declarou como receitas, de acordo com as contas divulgadas pela Entidade das Contas.

Mais sóbrio nos gastos de campanha, o candidato José Manuel Coelho – apoiado pelo PND - despendeu com a corrida a Belém 90 mil euros.

Lusa/SOL



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por remediado » 27/7/2011 22:53

Não há inocentes. todos têm culpa , as empresas, particulares e estado se endividaram demais com os bancos e por sua vez os bancos endividaram-se demais com os mercados. todos têm que pagar o seu preço pela má gestão, as empresas, particulares e estado (contribuintes) já o estão a pagar, não acho por bem os bancos (acionistas)pendurarem-se no estado para não pagarem a sua parte...
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por migluso » 27/7/2011 15:32

É a primeira vez que me chamam populista, acho eu... :lol:
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por Ulrich » 27/7/2011 15:24

migluso Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:Não consigo entender esta lógica do cliente bancário que acha que o banco é uma entidade de solidariedade pública.


Pata-Hari, não consigo entender onde foste buscar essa lógica nas minhas palavras.

Lê com atenção a minha frase que o JMPH citou.

A parte dos chorões é por ter achado surpreendente serem os banqueiros a pedirem uma revisão do plano da troika. Na parte que lhes toca, claro, o plano é estúpido, advogam...

Já não chega o sector ser privilegiado, na medida em que não pode haver falências (à custa do contribuinte), ainda vêm choramingar e dizer "ah, se o Estado pagasse o que deve e tal....". Mas por acaso o Estado alguma vez deixou de cumprir perante a banca?!?

O Estado não cumpre é perante as empresas, muitas delas PME nacionais, que lhe fornecem bens e serviços todos os dias.

A estas o Estado atrasa-se no pagamento. Mas aos bancos não.

Os banqueiros que tenham vergonha e que façam por ir mais longe do que o próprio plano da troika, nem que tenham que vender barato a estrangeiros. Paciência.

Paguem os accionistas. Não os contribuintes.
Enquanto os banqueiros tiverem anéis, não venham cortar os dedos ao povo (que já não tem anéis).


Viva
estou de acordo com a maneira de pensar,pode parecer populista mas é bem fundamentado.

De facto existiu uma grande alavancagem (Banca e Empresas)era bom para os dois.

A Banca é vítima de uma reavaliação (acções e obrigações sobretudo estes os colaterais com mais peso) em forte baixa pelos "Mercados", e quer queiramos quer não, é fruto, em última instância, de má gestão.

O problema é que se está a passar as perdas para o lado mais frágil: contribuintes e empresas, descapitalizando ainda mais, em altura péssima,a economia.

Abraços
“A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco.”
Salvador Dali
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por migluso » 27/7/2011 15:12

Pata-Hari Escreveu:Não consigo entender esta lógica do cliente bancário que acha que o banco é uma entidade de solidariedade pública.


Pata-Hari, não consigo entender onde foste buscar essa lógica nas minhas palavras.

Lê com atenção a minha frase que o JMPH citou.

A parte dos chorões é por ter achado surpreendente serem os banqueiros a pedirem uma revisão do plano da troika. Na parte que lhes toca, claro, o plano é estúpido, advogam...

Já não chega o sector ser privilegiado, na medida em que não pode haver falências (à custa do contribuinte), ainda vêm choramingar e dizer "ah, se o Estado pagasse o que deve e tal....". Mas por acaso o Estado alguma vez deixou de cumprir perante a banca?!?

O Estado não cumpre é perante as empresas, muitas delas PME nacionais, que lhe fornecem bens e serviços todos os dias.

A estas o Estado atrasa-se no pagamento. Mas aos bancos não.

Os banqueiros que tenham vergonha e que façam por ir mais longe do que o próprio plano da troika, nem que tenham que vender barato a estrangeiros. Paciência.

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por pepi » 27/7/2011 14:36

Pata-Hari Escreveu:Não consigo entender esta lógica do cliente bancário que acha que o banco é uma entidade de solidariedade pública.


Tal como o mercado obrigacionista que se fechou à banca nacional não é uma entidade de solidariedade pública...

Não terá a banca tomado demasiado risco?!
 
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por Pata-Hari » 27/7/2011 14:26

migluso, o ulrich tem um negócio para gerir e tem que garantir que é sustentável. Está a dizer que não se quer voltar a ver em situações criticas. O banco deixa de existir se ceder aos chorões dos clientes que, tal e qual como o banco, não sobrevivem se perderem dinheiro. Não consigo entender esta lógica do cliente bancário que acha que o banco é uma entidade de solidariedade pública.
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por migluso » 27/7/2011 10:55

De acordo JMPH.

Eu não pretendi transmitir a ideia que os bancos seriam os responsáveis pela situação difícil das empresas.

Cada um deve ser responsável por si.

Apenas alertei para os empresários passarem a ter a mesma postura que o Ulrich disse que passaria a ter perante "os mercados", que é como quem diz, perante os seus credores.

O bom investimento é a única forma de crescimento sustentável e duradouro.
O desenvolvimento depende de muitos factores, alguns dos quais altamente subjectivos.

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por JMHP » 27/7/2011 10:47

migluso Escreveu:Espero que as milhares de empresas, clientes BPI a quem o banco cortou ou ofereceu um preço proibitivo para financiamento, também pensem como ele e jamais voltem a colocar a empresa numa situação de vulnerabilidade perante os bancos.


Os bancos não tem culpa da vulnerabilidade das empresas perante a banca, mas sim as próprias empresas que se endividam para além dos seus limites contabilísticos.

Eu próprio estou à vontade para comentar, a minha empresa sempre obedeceu a uma das regras pilares de sustentabilidade de evitar atingir os seus limites financeiros e colocar-se numa situação de dependência da banca.

Nunca deixamos de investir mesmo em anos de crise, o investimento é permanente mas controlado de modo a evitar situações de desequilibro na contabilidade ou nas necessidades da empresa.

O nosso "pecado" estende-se a todos sectores do país, Estado, banca, empresas e sociedade, todos foram longe demais na despesa e na facilidade de crédito, "embriagados" pelo dinheiro fácil e por politicas erradas que defendem o Investimento quase como único e exclusivo meio de crescimento e desenvolvimento, ignorando que um mau investimento e uma politica errada possui efeitos a médio/longo-prazo nefastos e destruidores por vezes irrecuperáveis.

O nosso problema sempre foi estrutural, fundamentalmente devido a nossa mentalidade, organização e sobretudo no modo como enfrentamos os nossos problemas, pouca ou nenhuma prevenção, acção só depois dos problemas aparecerem e quase sempre tarde demais que naturalmente potencia mais custos do que seria normal.

A China e a globalização só vieram dar o empurrão que contribuí para aceleração e agravamento do nosso problema estrutural. A salvação julgaram os políticos e a seguir a sociedade na altura estava no Euro e no acesso ao crédito barato, assim as empresas entram num período "embriaguez" de crédito ao mesmo tempo que os consumidores entram em "delírio" com a existência de produtos em massa "baratos" (Made in China) e no meio desta economia de "circo" estava a banca em feroz competição pelo excesso de liquidez, que a prazo inevitavelmente foi "engolida" pela gula do pecado.... Do pecado de "ter mais olhos que barriga" e isso quando acontece, é porque a "cabeça" não funcionou como devia.
Editado pela última vez por JMHP em 27/7/2011 11:06, num total de 3 vezes.
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por migluso » 27/7/2011 10:08

Pata-Hari Escreveu:Ontem houve um artigo interessante (na série dos das declarações do Ulrich), a explicar que a situação de fecho de mercado para a dívida colocou o banco numa situação de vulnerabilidade que ele certamente não deixará que se volte a repetir. Achei interessante (não sei onde está, senão linkava para aqui agora). E aprendo sempre qualquer coisa com os comentários dele - coisa que aprecio.


Espero que as milhares de empresas, clientes BPI a quem o banco cortou ou ofereceu um preço proibitivo para financiamento, também pensem como ele e jamais voltem a colocar a empresa numa situação de vulnerabilidade perante os bancos.

São uns chorões estes banqueiros e estas declarações do Ulrich surpreenderam-me pela negativa.

Nota - Não tenho nem nunca tive qualquer financiamento no BPI. O que disse aplica-se a todos os bancos, mas como foi o Ulrich que falou...
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por JCS » 27/7/2011 9:50

A demolição tem custos. Concordo na generalidade com o que referiste. Penso que o fundamental, e para toda a economia (particulares, estado e empresas), é que se faça o reajuste no endividamento. E isso vai doer. Pelo menos não fomentar mais construção enquanto o mercado não absorver a oferta existente (a um ritmo baixíssimo neste momento). Mas o mercado trata disso naturalmente, basta que se lhe dê tempo. A banca com este ajustamento vai ter de assumir muita perda pelo caminho e há muito que os banqueiros já viram isso. Os capitais próprios vão-se perder e reforços serão necessários. Tão cedo isto não acaba. Preparem-se.

Cumprimentos

JCS
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"Every trade is a test"
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por fooman » 27/7/2011 9:41

AutoMech Escreveu:
fooman Escreveu:Ao contrário de outras opiniões, eu acho que está na altura de começarmos a perceber que também é necessário destruir (casas, prédios, condomínios, estádios) para se poder andar para a frente!


Em relação aos estádios, eu percebo a lógica do teu comentário, mas porque é que dizes isto em relação a casas ou prédios Fooman ? Sobretudo sabendo que o mercado de arrendamento é bastante escasso.


Bom comentário AutoMech, obrigado... o que eu quis realmente dizer é que, no limite, temos que saber e aceitar a desalavancagem, seja com destruição ou com reconversão.

Eu, por exemplo, que já sou dono da minha casa própria, terei para herdar qualquer coisa como 5 casas... o que quero dizer, e olhando para os dados que dispomos hoje, é que não há gente para tanta casa. E os recursos que foram utilizados para a construção desses "activos" poderá ser reconvertida para outros projectos (todo o aço dos estádios pode ser reaproveitado, por exemplo).

O arrendamento não irá resolver, na minha opinião. Temos um problema de oferta excessiva, sem a consequente redução de preços, por causa exactamente dos livros dos bancos e da incapacidade portuguesa em assumir perdas.
 
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