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Caldeirão da Bolsa

Os nossos 200 milhões que foram para o Metro do Porto....

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por jabreu » 21/7/2011 20:25

Deus nos livre do Elias ir para o governo.
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que grande confusão
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por Elias » 21/7/2011 19:41

MarcoAntonio Escreveu:Estás a defender que todas as estradas devem ser portajadas e que essa portagem deve cobrir toda a estrutura (isto é, deves pagar portagem que cubra, por exemplo, os gastos com as patrulhas da brigada de trânsito, os sinais de trânsito e tudo o demais que existe para que possas circular de automóvel) exclusivamente via utilização?

Que nada disso deve ser pago pelo Estado, ou seja, pelo bolo comum da receita fiscal?

Em que é que esse modelo é melhor, em exacto?


Não propriamente, a ideia de ter todas as estradas portajadas é uma metáfora. Tu já pagas uma portagem de 10 cent. / km (aprox.) sempre que pegas num carro.

O que não faz sentido é tratar as auto-estradas de forma diferente, porque pagas ao Estado (em ISP) e pagas ao privado (em portagens).


MarcoAntonio Escreveu:O que se está a discutir e a questão que coloquei não é se o estado deve assegurar o transporte mas qual o nível de intervenção e investimento que deve ter.

O Estado já intervem e suporta hoje tanto o metro como a rede de estradas nacional, cujo excesso de despesa face às receitas de utilização são cobertas pelo "contribuinte" (o "utilizador" só paga uma parte, em ambos os casos).


Exacto. E é esse modelo que eu acho injusto. Esse modelo em que o Estado despeja cada vez mais dinheiro para suportar serviços cuja receita nem sempre aumenta com o tempo e cuja sustentabilidade é muito duvidosa.

Claro que poderemos começar a discutir critérios (algo arbitrários) sobre o que o Estado deve e não deve fazer.

Pegando nas estradas, por exemplo. Podemos dizer que o Estado deve tratar da sua manutenção (paga pelos contribuintes). É defensável. O problema é que o Estado não faz manutenção suficiente. E não tem dinheiro para fazer mais. Para fazer a manutenção como deve ser, precisa de mais receita, ou seja mais impostos. A questão é: que nível de serviço é que queremos? Qual a frequência e qualidade da manutenção.

Pessoalmente acredito (por aquilo que vejo) que o Estado não consegue dar resposta em termos de serviço prestado, sendo essa uma das razões que me levam, cada vez mais, a defender a passagem de certos serviços para os privados - isto aplica-se, muito especialmente, à questão dos transportes. Vê o que se passa com as linhas deficitárias, por exemplo. Podemos defender que se deve manter as linhas em exploração por razões sociais, mas esta linha de argumentação pode ser usada para defender que não se encerre uma única linha, mesmo aquelas que têm uma utilização muito baixa (o que quer que isto signifique).


MarcoAntonio Escreveu:Estou com alguma dificuldade em perceber a lógica da tua abordagem.

Por um lado, defendes que deve ser tudo suportado pelos utilizadores e advogas que o estado não deve assegurar o transporte (o que nem era bem a questão) e depois vais e abres uma onde defendes o oposto: o utilizador não paga nada e a receita deverá vir de outro lado, sendo suportada por (potenciais) utilizadores e não utilizadores.

Eu, por exemplo, que não utilizo o metro e precisava (imaginemos, por necessidade particular ou profissional) de ir à cidade em viatura privada e estacionar, teria de suportar os que andam de metro... para além de ter de suportar todas as estradas que utilizo.

Bem, basicamente isto é uma inversão do que se propõe: que o utilizador do metro cubra integralmente os custos de utilização do mesmo... depois de ele já estar a contribuir para cobrir o custo das estradas que não utiliza.

Curiosamente, qualquer uma das posições parece-me incoerente e injusta!


Neste caso o que se pretende é aliviar os centros das cidades do excesso de veículos, pois é manifesto que isso prejudica a qualidade de vida de todos os que lá vivem ou trabalham. Assim sendo, aplica-se o princípio do poluidor-pagador: quem insiste em levar o carro para a cidade, paga uma taxa de compensação pelo dano que causa (ruído, poluição, congestão). Quem quiser usar o transporte público, tem o prémio respectivo que é a possibilidade de circular de borla.
 
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por MarcoAntonio » 21/7/2011 19:28

Elias Escreveu:
Devem ser pagas por quem as usa. Tal como as auto-estradas.



Estás a defender que todas as estradas devem ser portajadas e que essa portagem deve cobrir toda a estrutura (isto é, deves pagar portagem que cubra, por exemplo, os gastos com as patrulhas da brigada de trânsito, os sinais de trânsito e tudo o demais que existe para que possas circular de automóvel) exclusivamente via utilização?

Que nada disso deve ser pago pelo Estado, ou seja, pelo bolo comum da receita fiscal?

Em que é que esse modelo é melhor, em exacto?



Elias Escreveu:Pessoalmente tendo a achar cada vez mais que essa subsidiação não se justifica e que os transportes deveriam ser todos privados. Não é função do Estado ter de assegurar o transporte de pessoas. Esse é um serviço que qualquer privado pode realizar.


O que se está a discutir e a questão que coloquei não é se o estado deve assegurar o transporte mas qual o nível de intervenção e investimento que deve ter.

O Estado já intervem e suporta hoje tanto o metro como a rede de estradas nacional, cujo excesso de despesa face às receitas de utilização são cobertas pelo "contribuinte" (o "utilizador" só paga uma parte, em ambos os casos).



Elias Escreveu:Defendo transportes públicos gratuitos nos centros urbanos onde o excesso de automóveis seja um problema (sendo o estacionamento nessas zonas fortemente taxado, e usando as receitas das taxas de estacionamento para financiar o transporte público nesses locais).

Fora disso, deveria ser tudo privado e pago por quem os utiliza.



Estou com alguma dificuldade em perceber a lógica da tua abordagem.

Por um lado, defendes que deve ser tudo suportado pelos utilizadores e advogas que o estado não deve assegurar o transporte (o que nem era bem a questão) e depois vais e abres uma excepção onde defendes o oposto: o utilizador não paga nada e a receita deverá vir de outro lado, sendo suportada por (potenciais) utilizadores e não utilizadores.

Eu, por exemplo, que não utilizo o metro e precisava (imaginemos, por necessidade particular ou profissional) de ir à cidade em viatura privada e estacionar, teria de suportar os que andam de metro... para além de ter de suportar todas as estradas que utilizo.


Bem, basicamente isto é uma inversão do que se propõe: que o utilizador do metro cubra integralmente os custos de utilização do mesmo... depois de ele já estar a contribuir para cobrir o custo das estradas que não utiliza.



Curiosamente, qualquer uma das posições parece-me incoerente e injusta!
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1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Elias » 21/7/2011 19:10

MarcoAntonio Escreveu:Achas que as estradas nacionais devem ser auto-sustentáveis ou podem ser eternamente deficitária, transformando-se num sorvedouro permanente para os contribuintes?


Devem ser pagas por quem as usa. Tal como as auto-estradas.

Aliás objectivamente não vejo motivo para as auto-estradas serem portajadas e as estradas nacionais não o serem (ou vice-versa).

Em bom rigor, não devia haver portagens em lado nenhum porque tu já pagas para circular (por via do ISP) e esse dinheiro é, em parte, usado para financiar a Estradas de Portugal. As portagens nas auto-estradas só existem por causa dos negócios privados. Ou seja, para circular numa auto-estrada acabas por pagar ao Estado e por pagar aos privados.


MarcoAntonio Escreveu:A questão é mais se o Estado deve investir/subsidiar os transportes públicos ou não, se esse investimento ou subsidio se justifica, se é justo e equilibrado também. E, nessa perspectiva, terá de ser comparado com outros que lhe concorrem na área da mobilidade...


Claro.

Pessoalmente tendo a achar cada vez mais que essa subsidiação não se justifica e que os transportes deveriam ser todos privados. Não é função do Estado ter de assegurar o transporte de pessoas. Esse é um serviço que qualquer privado pode realizar.

Defendo transportes públicos gratuitos nos centros urbanos onde o excesso de automóveis seja um problema (sendo o estacionamento nessas zonas fortemente taxado, e usando as receitas das taxas de estacionamento para financiar o transporte público nesses locais). Fora disso, deveria ser tudo privado e pago por quem os utiliza.
 
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por MarcoAntonio » 21/7/2011 19:05

Elias Escreveu:
abx,

Estás a divagar.

Vamos lá directos à questão: em tua opinião uma empresa pública de transportes deve dar lucro e ser auto-sustentável ou pode ser eternamente deficitária, transformando-se num sorvedouro permanente para os contribuintes?



Colocando a questão dessa forma...

Achas que as estradas nacionais devem ser auto-sustentáveis ou podem ser eternamente deficitárias, transformando-se num sorvedouro permanente para os contribuintes?


Sorvedouro por sorvedouro, também há muitos sorvedouros sustentados pelo contribuinte só para a malta poder andar de "popó" por aí fora!


A questão é mais se o Estado deve investir/subsidiar os transportes públicos ou não, se esse investimento ou subsidio se justifica, se é justo e equilibrado também. E, nessa perspectiva, terá de ser comparado com outros que lhe concorrem na área da mobilidade...
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por Elias » 21/7/2011 18:56

abx Escreveu:
Elias Escreveu:
abx Escreveu:As composições andam sempre cheias. Este transporte é um grande sucesso.


Isso só por si não significa que dê lucro.


Elias.
Se quisermos ir por aí, eu dou exatamente a resposta que o prof. e economista Pedro Arroja deu a um liberal assanhado:- "Se o seu Pai, só tivesse pensado em dinheiro, quando você nasceu, te-lo-ía atirado ao mar.É que desde esse momento você só lhe deu prejuízo". Fim de citação.


abx,

Estás a divagar.

Vamos lá directos à questão: em tua opinião uma empresa pública de transportes deve dar lucro e ser auto-sustentável ou pode ser eternamente deficitária, transformando-se num sorvedouro permanente para os contribuintes?
 
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por abx » 21/7/2011 18:51

Elias Escreveu:
abx Escreveu:As composições andam sempre cheias. Este transporte é um grande sucesso.


Isso só por si não significa que dê lucro.


Elias.
Se quisermos ir por aí, eu dou exatamente a resposta que o prof. e economista Pedro Arroja deu a um liberal assanhado:- "Se o seu Pai, só tivesse pensado em dinheiro, quando você nasceu, te-lo-ía atirado ao mar.É que desde esse momento você só lhe deu prejuízo". Fim de citação.
 
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por MarcoAntonio » 21/7/2011 18:09

Aqui ficam os últimos dados retirados dos relatórios de contas do Metro do Porto (de 2010) e de Lisboa (2009).


As situações dos dois Metros é francamente diferente, como é óbvio: o do Porto é uma estrutura da última década, numa fase de grandes investimentos e de crescimento da sua estrutura bem como de adesão de passageiros. O de Lisboa é (essencialmente) uma estrutura madura e estável, com décadas de existência. Espero contudo que estes números tragam alguma luz sobre as duas realidades, numa discussão que até agora praticamente não tinha números...


Os proveitos de tráfego por "passageiro km" são:

Lisboa (2009) .. 0.071€
Porto (2010) .... 0.117€


Os custos operacionais por "passageiro km" são:

Lisboa (2009) .. 0.203€
Porto (2010) .... 0.156€



O prejuízo por "passageiro km" face às receitas de tarifário ficam portanto assim:

Lisboa (2009) .. -0.132€
Porto (2010) .... -0.039€


O Metro do Porto continua em fase de crescimento: no primeiro semestre de 2011 registou um acréscimo de 6.5% no volume de passageiros e segue numa trajectória de se tornar progressivamente mais eficiente, como se pode ver pelos números.
Anexos
metro-porto.PNG
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metro-lisboa.PNG
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por rmachado » 21/7/2011 16:52

Oh Pata, eu fazia a Nacional... (ou municipal) a sexta e olha que tinhamos troços muito cheios..

É claro que tinha zonas muito "limpas", mas não era norma.

A zonas mais vazias seriam entre Alenquer e Alcoentre (mas um camião dava conta disto logo) e a parte que tinha (e tem) por vez duas faixas.
De resto era complicado.
 
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Re: Para abx, Pata-hari, Bruno Guerreiro

por Elias » 21/7/2011 16:51

jpauloff Escreveu:Concordo totalmente com a apinião do abx...o Metro do Porto nada tem a ver com obras tipo A24, A25, futura A4, A10, A13, A15, Expo etc "quanto mais para sul mais os descalabros aumentam" . Para além do benefício social existe a componente viável ou não. Vejamos exemplos:
Metro do Porto: socilamente boa, subsitituição de automoveis e consequentemente energia, lucrativa do ponto de vista operacional, ou seja "é um negócio que tem pernas para andar".
A25: será que as pessoas aceitariam que lhes colocassem a seguinte questão: os senhores têm a IP5 sem custos, gostariam de ter uma A25 a pagar? Tenham em atenção que a A25 vai se sobrepor à IP5.
Metro Sul do tejo: para já do ponto de vista operacional muito mau e até do ponto de vista social as reclamações da população e comerciantes não param de aumentar.
Esta discução seriam identica para o metro de lisboa se o ano de construção (conjuntura) fosse o mesmo do Metro do Porto.
PS: desta forma nunca ninguém abria um negócio... a não ser poços de petróleo à superfície, porque qualquer negócio existe investimento.


Para a tua enviesada análise ficar perfeita só faltou mesmo dizeres que a linha do Norte é lucrativa para norte de Coimbra e deficitária para sul desta cidade :lol:
 
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Re: Para abx, Pata-hari, Bruno Guerreiro

por Krupper » 21/7/2011 16:50

jpauloff Escreveu:Concordo totalmente com a apinião do abx...o Metro do Porto nada tem a ver com obras tipo A24, A25, futura A4, A10, A13, A15, Expo etc "quanto mais para sul mais os descalabros aumentam" . Para além do benefício social existe a componente viável ou não. Vejamos exemplos:
Metro do Porto: socilamente boa, subsitituição de automoveis e consequentemente energia, lucrativa do ponto de vista operacional, ou seja "é um negócio que tem pernas para andar".
A25: será que as pessoas aceitariam que lhes colocassem a seguinte questão: os senhores têm a IP5 sem custos, gostariam de ter uma A25 a pagar? Tenham em atenção que a A25 vai se sobrepor à IP5.
Metro Sul do tejo: para já do ponto de vista operacional muito mau e até do ponto de vista social as reclamações da população e comerciantes não param de aumentar.
Esta discução seriam identica para o metro de lisboa se o ano de construção (conjuntura) fosse o mesmo do Metro do Porto.
PS: desta forma nunca ninguém abria um negócio... a não ser poços de petróleo à superfície, porque qualquer negócio existe investimento.


Faltou na tua análise falar por exemplo da casa da música. :roll:
 
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por Elias » 21/7/2011 16:40

Pata-Hari Escreveu:Elias, pois, para um alemão a estrada está vazia e há estradas a mais. Par aum portugu~es, tem buracos e está cheia, é uma chatice. As estradas vazias têm um custo, é um luxo.


Eu continuo sem perceber que estradas vazias são essas a que te referes... :roll:
 
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Para abx, Pata-hari, Bruno Guerreiro

por jpauloff » 21/7/2011 15:35

Concordo totalmente com a apinião do abx...o Metro do Porto nada tem a ver com obras tipo A24, A25, futura A4, A10, A13, A15, Expo etc "quanto mais para sul mais os descalabros aumentam" . Para além do benefício social existe a componente viável ou não. Vejamos exemplos:
Metro do Porto: socilamente boa, subsitituição de automoveis e consequentemente energia, lucrativa do ponto de vista operacional, ou seja "é um negócio que tem pernas para andar".
A25: será que as pessoas aceitariam que lhes colocassem a seguinte questão: os senhores têm a IP5 sem custos, gostariam de ter uma A25 a pagar? Tenham em atenção que a A25 vai se sobrepor à IP5.
Metro Sul do tejo: para já do ponto de vista operacional muito mau e até do ponto de vista social as reclamações da população e comerciantes não param de aumentar.
Esta discução seriam identica para o metro de lisboa se o ano de construção (conjuntura) fosse o mesmo do Metro do Porto.
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por Krupper » 21/7/2011 15:03

Pata-Hari Escreveu:Elias, pois, para um alemão a estrada está vazia e há estradas a mais. Par aum portugu~es, tem buracos e está cheia, é uma chatice. As estradas vazias têm um custo, é um luxo.


Pata, também não me parece sensato que estejamos a dizer que a estrada nacional está vazia. Aliás, basta tentares fazer o troço Lisboa/Carregado pelo estrada nacional em hora de ponta e veres o vazio que aquilo está...
 
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por Pata-Hari » 21/7/2011 14:06

Elias, pois, para um alemão a estrada está vazia e há estradas a mais. Par aum portugu~es, tem buracos e está cheia, é uma chatice. As estradas vazias têm um custo, é um luxo.

E aqui fica, até parece que de propósito:

Preços dos transportes públicos aumentam em média 15% a partir de 1 de Agosto

21/07/2011

O Governo fixou em 15% o aumento médio nos preços praticados para os títulos dos transportes rodoviários urbanos de Lisboa e do Porto, para os transportes ferroviários até 50 quilómetros e para os transportes fluviais.

De acordo com o despacho normativo dos ministérios das Finanças e da Economia, enviado às empresas públicas de transportes, os preços dos títulos de transporte podem ser aplicados pelos operadores a partir de 01 de Agosto.

"É fixada em 15% a percentagem máxima de aumento médio nos preços actualmente praticados para os títulos intermodais e combinados das Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, para os títulos dos transportes rodoviários urbanos de Lisboa e do Porto, para os transportes ferroviários até 50 quilómetros e para os transportes fluviais", pode ler-se no despacho hoje enviado às empresas, a que a Lusa teve acesso.

O Governo fixou ainda em 2,7 por cento a percentagem máxima de aumento médio nos preços actualmente praticados para os títulos relativos aos transportes colectivos rodoviários interurbanos de passageiros até 50 quilómetros.

Os ministérios de Vítor Gaspar e Álvaro Santos Pereira justificam este aumento com a necessidade de que "os tarifários em vigor em cada modo de transporte devem ser actualizados em função da evolução dos respectivos factores de produção".

"No caso das empresas do sector empresarial do Estado da área dos transportes terrestres e fluviais, os níveis tarifários praticados encontram-se em níveis muito abaixo do custo efectivamente incorrido na prestação do respectivo serviço público, resultando em avultados défices operacionais crónicos, os quais serão suportados inevitavelmente e em última instância por todos os contribuintes portugueses", acrescenta.
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por Elias » 21/7/2011 11:56

Já agora, e para não parecer que estou a falar à toa, deixo aqui uns números:


Tráfego Médio Diário Anual do IC2
Segundo dados da Estradas de Portugal, a que a Lusa teve acesso, os volumes médios de Tráfego Médio Diário Anual (TMDA), ponderados para o IC2, diminuíram em toda a extensão desta via em 2009, comparado com o ano anterior.
Assim, por exemplo, entre Leiria – Coimbra o valor de TMDA diminuiu de 19.804 em 2008 para 19.012 em 2009, no troço Coimbra – Albergaria diminuiu de 17.085 (2008) para 16.412 (2009) e no de Albergaria – Porto de 18.032 (2008) para 17. 310 (2009).
30-03-2010


http://www.portaldealbergaria.com/2010/ ... tiva-a-a1/

Uma estrada que tem 17 a 19 mil veículos por dia (ou seja mais de mil veículos por hora durante as horas mais movimentadas) não está propriamente vazia.
 
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por Elias » 21/7/2011 11:52

Pata-Hari Escreveu:Elias, conheço quem o faça todas as semanas ( curiosamente, um alemão, que é quem costuma fazer o comentário que eu reproduzi)


Pata, aquilo que escreveste não significa rigorosamente nada.

O que são "estradas vazias"? Qual o nível de tráfego que têm para serem consideradas vazias?

Eu percorri essa estrada em inúmeras ocasiões ao longo dos últimos anos e o que tenho visto é uma estrada com muito tráfego (nomeadamente de pesados) onde as ultrapassagens até são perigosas, pois é difícil encontrar "buracos" para ultrapassar em segurança. Aliás para mim essa estrada precisava de ser alargada em mais sítios (com mais faixas de ultrapassagem) para permitir um melhor escoamento de tráfego.

Por isso desculpa lá mas isso de escrever que "as estradas nacionais de Lisboa para o Porto estão vazias" não tem ponta por onde se pegue.
 
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por Pata-Hari » 21/7/2011 11:38

Elias, conheço quem o faça todas as semanas ( curiosamente, um alemão, que é quem costuma fazer o comentário que eu reproduzi)
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por rmachado » 21/7/2011 11:27

Eu sou como a Pata (salvo seja) e durmo... :)

Mas temos que ser um pouco criteriosos no que analisamos seja no Metro do Porto seja noutra obra qq.

1º - Temos os custos de construcção que por norma só são igualados após algum tempo, é tipico em qq negócio (vede o caso Sonae e Optimus).
2º - Temos os custos de exploração que devem ser cobertos num espaço relativamente curto.
3º - Temos estes empréstimos com clausúlas que a mim me fazem impressão sobretudo se foram negociadas por pessoas competentes.
4º - Temos tb por norma muito tacho nestas empresas...

Dito isto, será que o número de passageiros esta de acordo com o esperado?
Será que as populações estão a ser servidas e a substituir o transporte privado pelo Metro?
Será que os custos de exploração estão controlados?

Só respondendo a estas coisas e a muitas mais já aqui ditas é que se pode ser "justo" com a obra..

E sim temos empresas privadas de transportes que dão lucro... mas são rodoviárias e cobram bem...
 
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por JMHP » 21/7/2011 11:24

A-330 Escreveu:Não discuto se o metro foi bom ou não para o utente. Se calhar nem é assim por aí além.

Neste país gastam-se milhões em estudos da treta que quase nunca atendem os interesses do utente e do estado.Cometeram-se erros no passado e planeiam-se erros futuros. A repetir os erros futuros temos o exemplo do TGV.

Se estão descontentes com estes 200 milhões do metro ,vão ver o qual vai ser o prejuízo se isso avançar.Vai ser o maior golpe de sempre às finanças da história do país.a comparar com o BPN.

O aeroporto realmente é necessário e sempre haverá tráfego para lá. Mas só com muita força dos pilotos e outras entidades ligadas ao meio é que lá se conseguiu evitar que fosse para a Ota (onde os estudos todos diziam que era bom) e torná-lo mais um buraco financeiro para o país.

Eu cada dia acredito menos nisto.Depois ainda se queixam de ratings ,juros, comentários dos estrangeiros e ai,ai,ai que não nos querem emprestar dinheiro. Este país é o reflexo da classe política que temos.São trafulhas ,exigem ser chamados de doutores , e quando alguém diz alguma coisa ,ficam muito melindrados e dizem que estão com a consciência tranquila.
Some-se a isso um povo boi manso, subserviente àqueles que se intitulam doutores e que andam com um carro que eles gostariam de ter ainda que tenha sido ele a pagar com os seus impostos e o resultado é este.

Ou estou muito enganado , ou enquanto não se atirarem umas pedras às janelas e se partirem uns vidros isto não vai lá.

O último a sair que apague a luz.

A330



Estou completamente de acordo. Podemos dizer de uma forma simplificada que em Portugal a palavra "lucro" tem por natureza e cultura um conectividade negativa e é algo que as pessoas associam facilmente ás empresas, ao capitalismo e em alguns casos neo-liberalismo sobretudo em matérias ou áreas do Estado.

Já em questões sociais a despesa ganha primazia ao lucro ou até mesmo ao equilíbrio financeiro, sendo por isso natural que o povo se sinta confortável e viva bem com divida permanente do Estado desde que o seu bem estar não seja afectado.

Todas as pessoas sabem que nos bens de consumo a procura e qualidade paga-se com um preço mais elevado e aceitamos isso porque sabemos que um produto ou serviço só é sustentável se existir lucro e mais-valias.
Mas quando se trata do Estado e dos serviços públicos, a mentalidade, o sentimento e avaliação das pessoas funciona de forma oposta aos bens de consumo e de luxo. O lucro e mais-valias é observado como negativo e radical enquanto a despesa e divida é encarada com naturalidade e por vezes desejada porque para muitos é confundida com investimento publico.

Não admira pois que o país ao longo da sua história nunca tenha experimentado ou até sonhado com um superavit nas suas contas publicas excepção feita no período da ditadura.
Editado pela última vez por JMHP em 21/7/2011 11:34, num total de 1 vez.
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por Rics » 21/7/2011 9:36

A SNCF dá um parco lucro porque opera o TGV que cobra um bom premium relativamente a todos os outros transportes públicos. A linha Paris-Bruxelas-Amsterdão deve ser a mais lucrativa do mundo, por razões óbvias.

E, mesmo assim, a única raZão porque dá lucro é porque no fim dos anos 90, o governo Françês criou uma entidade separada, a RFF- Réseau Ferré de France, que é responsável pela infraestrutura. É à RFF que cabe a responsabilidade de contruir novas linhas e assim liberta a SNCF dos enormes custos associados à dívida para novos investimento. Ainda assim, há grande polémica em França, nos últimos anos, a este respeito: por um lado a SNCF tem pressão em apresentar lucros, mas por outro para o fazer teria que cortar o serviço em inúmeras linhas regionais:

http://www.thetransportpolitic.com/2010 ... -question/



Se eu fosse administrador de uma empresa de transportes e fosse forçado a apresentar lucros: a primeira coisa que fazia era cortar todas as rotas deficitárias, a segunda era cortar todo o transporte fora das horas de ponta, porque dá menos lucro (provavelmente até prejuízo). Se acham que isto é transporte "público"...
 
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por Ovelha_Chone » 21/7/2011 9:10

Eu acho preferivel aumentar o preço dos serviços publicos e com essa folga aumentar as reformas mais baixas.
Claro que uma medida destas põe os que pagam impostos a dizer, pago impostos para quê? Não tenho direito a nada.
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por Elias » 21/7/2011 9:09

Rics Escreveu:2. Tal como o Automech já escreveu, os transporte públicos são deficitários em todos os países.


Nem sempre.

Há dias reparei nesta notícia sobre os caminhos-de-ferro franceses:



SNCF reports higher profit than in 2009

SNCF’s official results published two weeks ago confirmed the optimistic estimations of the company’s board.
In 2010, the company had a net profit of EUR 231 Million, compared to EUR 3 Million in 2009. The results are however below the 2008 level. SNCF’s operating margin in 2010 was of 7.1%.
“We are still careful about 2011. SNCF will carry on its long-term activities to rise the return of all its activities”, said the group’s president, Guillaume Pepy.
However, the French railway operator said the improvement of rertun is not enough to cover the company’s investment necessary.
Source: fr.reuters.com
 
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por Rics » 21/7/2011 9:01

Eu até gosto bastante de ler os artigos do PSG. Aliás, os dele e os do Fernando Sobral são para mim dos mais incisivos que o site regularmente publica.

Mas neste caso, tenho que concordar que o artigo é bastante demagogo...


1. O metro do Porto é um exemplo do que melhor se fez no mundo, nos últimos 20 anos, a nível de transporte urbano, nomeadamente com recurso ao light-rail.

2. Tal como o Automech já escreveu, os transporte públicos são deficitários em todos os países. Para o não serem, o custo dos bilhetes teria que ser tão caro que provavelmente ninguém os quereria utilizar.

3. Ainda assim, e a julgar pelo que a administração vai divulgando, o metro parece dar lucro operacional.

4. Parte dos 200 milhões também deverão ter saído do bolso dos contribuintes que diariamente usufruem do transporte.

5. O Porto, e então o resto do norte (que a malta do Porto muitas vezes esquece) nem falo, até tem sido muito negligenciado quando comparamos o investimento que a região teve com, por exemplo, Lisboa (e obviamente que falo numa relação per capita, que de outro modo não faria sentido).


É verdade que, nos últimos anos, o recurso às PPP têm servido para alimentar poleiros e interesses. Tudo isso deveria urgentemente ser revisto e os comportamentos menos próprios completamente expurgados.
No entanto, não haja ilusões: há inúmeras áreas sob a alçada do estado que estão condenadas a dar prejuízos: transportes públicos, educação, saúde, segurança pública, infrastrutura de base, etc.

Pode-se, e deve-se, discutir se queremos mais ou menos estado e logo se pagaremos mais ou menos impostos, para assim termos (tendencialmente) gratuitamente mais ou menos serviços.

O meu lado egoísta, e presentemente confortável na vida, prefere pagar o menos possível de impostos e ter o menos possível de serviços que nunca na verdade utilizo. O meu lado mais social, que já viu muito Portugal, muito dele miserável e com poucos recursos, prefere manter a vertente social-democrata que tem marcado a Europa dos últimos 60 anos. Felizmente esse meu outro lado é mais forte...


Ultimamente, certamente fruto da situação menos boa do país, cada vez que sai uma notícia de que alguma empresa pública deu prejuízo, toda a gente fica indignada. Mas, como disse, há inúmeras áreas que simplesmente jamais poderão dar lucro. E para isso é que servem os impostos. Não quero com isto dizer que apesar de aceitar isso, não considere urgente limpar a muita gordura que se acumulou em torno de muitas destas estruturas!
 
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por Elias » 21/7/2011 8:21

A-330 Escreveu:
A-330 Escreveu:Neste país gastam-se milhões em estudos da treta que quase nunca atendem os interesses do utente e do estado.

A330


Tens razão, A-330, percebi mal o teu post.

Peço desculpa pela confusão :oops:
 
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