União Fiscal Europeia-tópico geral
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Duvido que o Luxemburgo aceite isso facilmente.
O Luxemburgo é um "paraíso fiscal discreto", o país vive disso e tal medida seria muito prejudicial para o Grão Ducado do Luxemburgo.
O Luxemburgo é um "paraíso fiscal discreto", o país vive disso e tal medida seria muito prejudicial para o Grão Ducado do Luxemburgo.
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O artigo do Daniel Bessa desta semana no Expresso aborda a questão das eurobonds.
Felizmente, temos pelo menos um economista consagrado que sabe que o problema da zona euro não se resolve com eurobonds, precisamente devido às consequências que citei no post anterior.
Ficou, no entanto, por dizer como se resolve então o problema.
Emissão de eurobonds, mais união fiscal (pressupõe um maior orçamento comunitário), alterações institucionais (como por exemplo a criação de um ministro das finanças europeu), etc, são tudo medidas que eu, como federalista, defendo que sejam implementadas.
Mas a única solução para o actual problema das dívidas soberanas parece mesmo ser uma mudança das regras do BCE, nomeadamente, a possibilidade de monetizar os défices orçamentais.
Esta solução deve ser apresentada como sendo temporária (entre 5 e 8 anos), as medidas de austeridade devem continuar nos países com desequilíbrios orçamentais e todas as medidas que enunciei no parágrafo anterior deveriam ser implementadas.
Mas a solução definitiva não passa pelas eurobonds. Passa pela monetização.
É uma questão de estimar e comparar as potenciais consequências de tal medida com as de um default por parte de alguns países.
Felizmente, temos pelo menos um economista consagrado que sabe que o problema da zona euro não se resolve com eurobonds, precisamente devido às consequências que citei no post anterior.
Ficou, no entanto, por dizer como se resolve então o problema.
Emissão de eurobonds, mais união fiscal (pressupõe um maior orçamento comunitário), alterações institucionais (como por exemplo a criação de um ministro das finanças europeu), etc, são tudo medidas que eu, como federalista, defendo que sejam implementadas.
Mas a única solução para o actual problema das dívidas soberanas parece mesmo ser uma mudança das regras do BCE, nomeadamente, a possibilidade de monetizar os défices orçamentais.
Esta solução deve ser apresentada como sendo temporária (entre 5 e 8 anos), as medidas de austeridade devem continuar nos países com desequilíbrios orçamentais e todas as medidas que enunciei no parágrafo anterior deveriam ser implementadas.
Mas a solução definitiva não passa pelas eurobonds. Passa pela monetização.
É uma questão de estimar e comparar as potenciais consequências de tal medida com as de um default por parte de alguns países.
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Não há bolsos sem fundo.
E aqueles que julgam que os há, arriscam a ficar nus.
Monetização à vista?
http://ftalphaville.ft.com/blog/2011/07 ... reakpoint/
E aqueles que julgam que os há, arriscam a ficar nus.
Monetização à vista?
In the short term, the euro area needs a buyer of last resort. Outside of the region one can think of deep pocket investors or in extreme scenarios foreign central banks. But these look low likelihood scenarios. A credible domestic buyer of last resort is urgently needed.
Our simulation of the upsizing of the EFSF to an effective lending capacity of Eur2 trillion would require Eur3.45 trillion of guarantees
In a worst case scenario where all lending capacity is considered as debt then this would cost Germany an extra Eur727bn or 28% of GDP on top of its existing (Eur212bn worth of) guarantees. This would bring the German debt above 110% of GDP. The increase in the maximum French guarantee commitment would increase their maximum contingent liability from Eur159bn to Eur705bn, equivalent to an increase of 27% of GDP, and would take the debt/GDP ratio higher to 112%.
At this level of contingent liability we see ratings threats for France but also Germany & The Netherlands.
The ECB’s reluctance to conduct bond purchases is well-known
While at this stage the ECB is probably arguing that this is a no go area, this option might eventually be the only one left on the table: this is effectively the only buyer of last resort than can be activated at any point in time and can be scaled to whatever size is needed.
http://ftalphaville.ft.com/blog/2011/07 ... reakpoint/
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Pata-Hari Escreveu:Eu também tenho, mas.... dream on... o home conseguiu estrangular os ricos e fazer perder a vontade de lá estarem. Está a distanciar-se tanto do resto da Europa, sem as vantagens da europa cara em impostos, que não vai sobreviver muito tempo. Há muito tempo que espero assistir ao estoiro da França exactamente por essa razão.
Ainda hoje ouvi a história de uma senhora de 90 anos que acaba de mudar a residência de França para o Mónaco porque as filhas se aperceberam que 80% do património da senhora irá para o estado Francês no dia em que a senhora morrer. Maravilhoso, não?
Há uma ideia generalizada de que os ricos são sempre o problema de uma sociedade , quando na verdade, na maioria das vezes não são.
Excluindo uns poucos que trepam à custa de ilegalidades e favoritismos , a maioria deles são exemplos de pessoas empreendedoras , que são capazes de gerar riqueza e que mesmo ao não fazer nada estão a ajudar o país mantendo lá o seu dinheiro.
Poucas pessoas se lembram que ao estrangular ou acabar com os ricos estamos a acabar com os nossos empregos , já que são eles que mal ou bem nos empregam. Sou reivindicativo por natureza e não quero com isso dizer que devemos aceitar empregos como se de um favor ou uma caridade se tratasse , mas há que não se esquecer que é preciso que eles ganhem dinheiro ,muito mais do que distribuem para que possam reinvestir e assim manter-nos empregados , empregar mais gente, com ganhos para os pobres e o país.
Na minha opinião , esse mito de que os ricos são os lobos maus , na verdade é a inveja de quem não conseguiu chegar lá por uma razão ou por outra.E de políticos incompetentes, normalmente ligados aos socialismos e a essas ideologias parasitárias que não sabem como gerir e produzir riqueza a não ser atacando quem a produz.
Tive oportunidade de conhecer algumas pessoas com muito dinheiro na vida , e em sua maioria são mesmo pessoas com uma outra maneira de ver a vida , com traços de personalidade e com uma diferente maneira de lidar com o dinheiro diferente da maioria dos normais.
Sem estender-se muito é fácil ver que a maioria das pessoas é incompetente com dinheiro.Se repararmos bem , a maioria das pessoas tem um perfil de investimento muito conservador ,mas gere o seu dinheiro de forma arriscada , quando devia ser o contrário.
Uma das características que mais admiro em uma pessoa é a capacidade de assumir riscos de forma segura e calculada.Um risco é sempre um risco e pode correr mal, mas a segurança pessoal(self confidence) e a persistência são as armas mais importantes que uma pessoa pode ter para se reerguer quando as coisas não correm bem.
A vida é feita de inúmeras decisões e chega mais longe quem julga melhor as opões que tem.
A330
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Essa é uma medida óbvia para toda a gente e é lógico que assim seja, existir uma política monetária comum sem ao mesmo tempo existir uma política financeira e fiscal também comum não dá bom resultado. Como se está a ver na prática.
Só que isso na UE nunca irá ser posto em prática. Por uma razão muito simples -- os políticos nacionais de cada um dos países opõe-se a isso ferozmente porque isso lhes iria retirar a maior e mais importante fatia do poder que têm...
Isso é uma daquelas coisas que teria de ser imposta de fora, à força, os políticos nacionais nunca o irão aceitar de livre vontade.
Só que isso na UE nunca irá ser posto em prática. Por uma razão muito simples -- os políticos nacionais de cada um dos países opõe-se a isso ferozmente porque isso lhes iria retirar a maior e mais importante fatia do poder que têm...
Isso é uma daquelas coisas que teria de ser imposta de fora, à força, os políticos nacionais nunca o irão aceitar de livre vontade.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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Eu também tenho, mas.... dream on... o home conseguiu estrangular os ricos e fazer perder a vontade de lá estarem. Está a distanciar-se tanto do resto da Europa, sem as vantagens da europa cara em impostos, que não vai sobreviver muito tempo. Há muito tempo que espero assistir ao estoiro da França exactamente por essa razão.
Ainda hoje ouvi a história de uma senhora de 90 anos que acaba de mudar a residência de França para o Mónaco porque as filhas se aperceberam que 80% do património da senhora irá para o estado Francês no dia em que a senhora morrer. Maravilhoso, não?
Ainda hoje ouvi a história de uma senhora de 90 anos que acaba de mudar a residência de França para o Mónaco porque as filhas se aperceberam que 80% do património da senhora irá para o estado Francês no dia em que a senhora morrer. Maravilhoso, não?
Pata-Hari Escreveu:(este tema lembra-me sempre do Sr. Sarkosy, que grita pela harmonização fiscal depois de ter feito fugir TODOS os ricos de frança e sem se aperceber que a harmonizar, vai ter que diminuir impostos).
Eu tenho a impressão que Monsieur Sarkozy quer a harmonização fiscal para que os impostos dos outros países europeus se igualem aos franceses (principalmente o imposto sobre o patrimonio, que é o principal responsável pela fuga dos ricos) e não o inverso...
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- Registado: 29/11/2007 9:30
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Mas tens o contra-exemplo dos estados unidos onde a fiscalidade não é igual por todo lado. Em compensação, não tens os problemas de dupla tributação que tens na Europa.
(este tema lembra-me sempre do Sr. Sarkosy, que grita pela harmonização fiscal depois de ter feito fugir TODOS os ricos de frança e sem se aperceber que a harmonizar, vai ter que diminuir impostos).
(este tema lembra-me sempre do Sr. Sarkosy, que grita pela harmonização fiscal depois de ter feito fugir TODOS os ricos de frança e sem se aperceber que a harmonizar, vai ter que diminuir impostos).
EuroVerde Escreveu:O Mario Draghi refere que entraremos numa nova Era, a de custos mais elevados no crédito para os países em maiores dificuldades e déficies descontrolados.
Draghi diz que acabou a convergência de taxas de juro na Zona Euro
13 Julho 2011 | 11:53
Edgar Caetano - edgarcaetano@negocios.pt
O próximo presidente do BCE, Mario Draghi, diz que terminou a era da convergência de custos de financiamento entre os diferentes países da Zona Euro. As economias mais frágeis da Zona Euro deixaram de poder contar com os países maiores como "uma linha de crédito", diz o governador do Banco de Itália.
“Já não é e não voltará a ser assim”, disse Draghi, referindo-se aos baixos “spreads” que existiam entre as dívidas de países nucleares da Zona Euro e dos países da periferia.
Draghi explicou que os custos de financiamento serão agora “maiores para os países com menor crescimento e aqueles com finanças públicas mais frágeis”.
“A linha de crédito estendida pelos países mais fortes acabou”, asseverou Draghi em discurso proferido esta manhã.
Depois de meses de decisões “parciais e provisórias” relativamente à crise da dívida nos Estados periféricos, “agora é hora de definir com certeza o processo com que as crises de dívida soberana são resolvidas”, acrescentou o próximo presidente do BCE, que toma posse em Novembro.
Cumpts.
Trisquel
A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
Trisquel
A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
Penso que uma Uniao Fiscal é mais uma utopia da UE.
Isto nunca irá acontecer, pode haver umas aproximaçoes em certos pontos mas nunca vai acontecer na totalidade.
Razoes:
- existe uma enorme disparidade de culturas e mentalidades entre os varios paises, basta ver a mentalidade de portugues e um finlades, por exemplo.
Obviamente, para haver uma Uniao Fiscal tem de haver uma Uniao Politica, que pela razao acima torna logo impossivel esta uniao em termos politicos.
- Visto que a maior parte das economias depende do mercado europeu para as suas exportaçoes, para certos paises terem excedentes (Alemanha) outros têm de ter defices (Portugal, Grecia, etc),e por isso as economias nunca vao "crescer" ao mesmo ritmo, logo nao vao conseguir manter os defices controlados e seria necessario mexer na politica fiscal para baixar o defice.
Isto nunca irá acontecer, pode haver umas aproximaçoes em certos pontos mas nunca vai acontecer na totalidade.
Razoes:
- existe uma enorme disparidade de culturas e mentalidades entre os varios paises, basta ver a mentalidade de portugues e um finlades, por exemplo.
Obviamente, para haver uma Uniao Fiscal tem de haver uma Uniao Politica, que pela razao acima torna logo impossivel esta uniao em termos politicos.
- Visto que a maior parte das economias depende do mercado europeu para as suas exportaçoes, para certos paises terem excedentes (Alemanha) outros têm de ter defices (Portugal, Grecia, etc),e por isso as economias nunca vao "crescer" ao mesmo ritmo, logo nao vao conseguir manter os defices controlados e seria necessario mexer na politica fiscal para baixar o defice.
Da mesma maneira que o comunismo caiu na URSS, também os valores comunitários da UE cairão.
-Primeiro o euro tem os anos contados.
-Não é possível viver num clima onde cada um puxa para seu lado sem haver uma cooperação verdadeira.
-Não é possivel fazer-se pondo em prática uma política fiscal comum para a zona euro.
-Nem todos da UE pertencem ao Euro, logo nem todos estão para cumprir o que outros mandam, aí cria-se o problema da soberania dos Estados, independência de países.
-A França tem sérios problemas sociais e economicos e tal como os países periféricos chegará um momento em que não vão conseguir dar a conta a tudo ao mesmo tempo, diferênciando-se a Alemanha desta.
-O colapso do Euro será o desmembramento da Europa, com forte fluxo migratório.
-Primeiro o euro tem os anos contados.
-Não é possível viver num clima onde cada um puxa para seu lado sem haver uma cooperação verdadeira.
-Não é possivel fazer-se pondo em prática uma política fiscal comum para a zona euro.
-Nem todos da UE pertencem ao Euro, logo nem todos estão para cumprir o que outros mandam, aí cria-se o problema da soberania dos Estados, independência de países.
-A França tem sérios problemas sociais e economicos e tal como os países periféricos chegará um momento em que não vão conseguir dar a conta a tudo ao mesmo tempo, diferênciando-se a Alemanha desta.
-O colapso do Euro será o desmembramento da Europa, com forte fluxo migratório.
Antes de +, eu concordo com esta medida...
A fiscalidade continua a ser uma das poucas vantagens competitivas que os países da UE/Zona Euro têm, permitindo, por exemplo, em contextos como o que vivemos hoje, de ganhar competitividade por esta via.
As taxas de impostos ao serem harmonizadas, irão gerar alguma turbulência, porque nem todas as economias são iguais. Podemos ter países com grandes excedentes e que não necessitam de impostos altos e vice-versa... Imagina que só um dos países da Zona Euro é que tem um défice acima dos 3% e necessita de aumentar os impostos para ter + receitas...como vamos fazer? Aumentamos os impostos para todos os países? apesar de só um precisar deste aumento extraordinário de receita...
A fiscalidade continua a ser uma das poucas vantagens competitivas que os países da UE/Zona Euro têm, permitindo, por exemplo, em contextos como o que vivemos hoje, de ganhar competitividade por esta via.
As taxas de impostos ao serem harmonizadas, irão gerar alguma turbulência, porque nem todas as economias são iguais. Podemos ter países com grandes excedentes e que não necessitam de impostos altos e vice-versa... Imagina que só um dos países da Zona Euro é que tem um défice acima dos 3% e necessita de aumentar os impostos para ter + receitas...como vamos fazer? Aumentamos os impostos para todos os países? apesar de só um precisar deste aumento extraordinário de receita...
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União Fiscal Europeia-tópico geral
Parece-me bem abrir este tópico, que tem aqui e ali sido referido dentro de vários tópicos individuais. Já tenho falado muito sobre o assunto, gostava de saber várias opiniões. Desde o princípio que pessoas como Soros apontam o dedo à impossibilidade de BCE sem MFE= Ministério das Finanças Europeu)
É um passo gigantesco para a Europa, e dadas as diferenças culturais e económicas, um grande desafio. Neste momento é a única solução para a crise, pois para a mutualização e monetarização da dívida é necessário passar tudo para Eurobonds, logo a gestão e cobrança dos impostos tem de ser harmonizada e centralizada num MFE, que terá de ser particularmente vigilante nos países com tendência para fugas fiscais ("Europa Latina" + Grécia, a outra designação já provoca nauseas).
Sugiro a leitura do artigo de ontem no Alphaville:
http://ftalphaville.ft.com/blog/2011/07 ... ly-answer/
K.
É um passo gigantesco para a Europa, e dadas as diferenças culturais e económicas, um grande desafio. Neste momento é a única solução para a crise, pois para a mutualização e monetarização da dívida é necessário passar tudo para Eurobonds, logo a gestão e cobrança dos impostos tem de ser harmonizada e centralizada num MFE, que terá de ser particularmente vigilante nos países com tendência para fugas fiscais ("Europa Latina" + Grécia, a outra designação já provoca nauseas).
Sugiro a leitura do artigo de ontem no Alphaville:
http://ftalphaville.ft.com/blog/2011/07 ... ly-answer/
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