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Caldeirão da Bolsa

MOODY'S DOWNGRADES PORTUGAL - now JUNK STATUS

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Shevet » 6/7/2011 1:13

Isto para mim é mafia internacional, querem apanhar as privatizações a preços mais baixos, então ............rebentam com esta M.... toda, então agora sem Golden Share, chamam-lhe um figo!!

Simples não?? Mas eles têm poder para isso!!! 8-)
Estás a sentir????
O 50 Cent, looooooool
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por helderjsm » 6/7/2011 1:13

JMHP Escreveu:Dívida Directa do Estado - Maio 2011

Em Abril e Maio a dívida aumentou e muito!
Como já disse noutros posts, abstenho de grandes comentários pois todos os telejornais e programas de debates abordam este tema.

Valor (Maio de 2011) : 164.347.649.580 (+8.3% que em final de 2010)

Representa cerca de 97% do PIB

Média diária em 2011 ( Jan-Mai ) : 83.265.039€
Média diária em 2010 (todo o ano) : 52.132.112€
Média diária em 2009 (todo o ano) : 39.133.457€

http://dividapublicaportuguesa.blogspot ... -2011.html


Execução Orçamental - Maio 2011
JANEIRO-MAIO 2011



Receita Total : 15089.6M€ (+970.9M€ ; +6.9%)
Das quais :
Receitas fiscais : 13512.6M€ (+762.2M€ ; +6.0%)
IRS : 2945.4€ (+327.1M€ ; +12.5%)
IRC : 2141.3€ (-107.4M€ ; -4.8%)
IVA : 5851.3€ (+705M€ ; +13.7%)
ISP : 959.9€ (-24.4M€ ; -2.5%)

Despesa Total : 17195.5M€ (-1340.8M€ ; -7.2%)
Despesa Corrente Primária : 15366.4€ (-954.8M€ ; -5.9%)
Despesa de Capital : 956.3€ (-26.1M€ ; -2.7%)
Saldo : -2105.9M€ ( aprox. 1.5% PIB previsto em 2011 )



- Despesas com pessoal : -294.4 M€ (-7.2%) - aparentemente, continua controlada pela redução salarial e redução na contratação de novos funcionários.
- Aquisição de bens e serviços correntes : +186.8 M€ (+49.0%) - quase anula o ponto anterior...
- Juros e outros encargos : 872.8M€ (-29.2%) - este valor não deve ser levado a sério...
- Pensões pagas pela CGA : +104 M€ (+3.5%)
- Pensões pagas pela SS : +143 M€ (+2.9%)

http://dividapublicaportuguesa.blogspot ... -2011.html


Mas continua a não fazer sentido não?
Se esses números estão correctos então como pode ter o défice baixado? A menos que os números sejam muito sazonais e até ao final do ano haja uma diferença substancial.
Editado pela última vez por helderjsm em 6/7/2011 1:15, num total de 1 vez.
Melhores cumprimentos,
Helder Magalhães
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por Jolly Roger » 6/7/2011 0:48

Como é que trabalham as agências de rating?

Hummmm.... vamos dizer que trabalha lá um Joe Something. Esse Joe deve ter uma coisa parecida com um computador.
O computador do Joe deve ter para lá instaladas umas aplicações.
Essas aplicações têm por objectivo fazer cálculos automáticos de rating.
Esses cálculos são feitos com base em dados oficiais emitidos ou disponibilizados pelos avaliados depois de devidamente certificados e auditados.

Vamos admitir que sim, que tudo o que está dito acima é mais ou menos verdade.
Se for verdade, o que é que aconteceu há uns dias?

Aconteceu que Portugal divulgou através do INE que o défice do primeiro trimestre deste ano foi de 7,7% quando acordou que no fim do ano seria de 5,9%.

O Joe Something, na posse destes dados, meteu-os lá no computador dele e o ecran iluminou-se de imediato com o veredito - o rating português desceu para lixo.

As reacções são as do costume e vale a pena dar uma passagem por algumas. Vejamos:

Uma muito usada é que as agências de rating são uma treta porque em 2008 davam um rating altíssimo ao Lehman poucos dias antes dele falir, portanto não se deve ligar ao que dizem.

Isto quer dizer o quê? Que eles agora deviam continuar a dar ratings altos a entidades que não o merecem?
Suponho que não.
Quer dizer que eles se enganam e que se calhar agora estão na mesma enganados?
Não me parece, os números falam por si e não é argumento sustentar que um erro no passado sirva para permitir erros presentes ou futuros.


Outro argumento é que devia haver agências de rating europeias.
Suponho que sim, mas isto quer dizer o quê?
Que o responsável pela agência devia ser alguém como o Bernardino Soares que patrioticamente teria a política de esquerda de dar ratings altos a países ou entidades deficitários e improdutivos com défices colossais?

Ou será que se considera quando se pede uma agência de rating europeia, que esta devia reger-se por critérios de qualidade e honestidade fazendo corresponder os ratings ao real valor do que está em causa?
Se optarmos por esta segunda hipótese que me parece a mais razoável, então porque é que tem de ser europeia? E se se aceita que sendo europeia não se prescinde de um trabalho de qualidade, ter-se-à por acaso a pretensão de que os resultados divulgados fossem diferentes?

Não me parece.

Claro que o Joe podia ter sido desleixado e não ter actualizado os dados deixando tudo como estava. Seria um gajo porreiro se o fizesse, mas o Joe não está lá para ser porreiro, está lá para fazer o trabalho dele.
De resto, para que serviria uma agência de rating se estivesse sempre desfazada da realidade e só tivesse lá a trabalhar gajos porreiros e desleixados?
Ou será que queriam que voltássemos ao tempo do Lehman?

Outro argumento é o timing. Logo agora que temos um novo governo.
Pois, mas quando foram divulgados os dados?
Andámos a ouvir a direcção do orçamento a dizer que estava tudo bem, que a execução orçamental estava um espectáculo. A propaganda de Sócrates...

A realidade é a que é.
Não vale a pena vir com desculpas e culpar as agências de rating. Ou então extingam-nas se acham que não precisam delas.
Não faz é sentido nenhum criticá-las por fazerem aquilo que é suposto fazerem.



....
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por JMHP » 6/7/2011 0:46

Dívida Directa do Estado - Maio 2011

Em Abril e Maio a dívida aumentou e muito!
Como já disse noutros posts, abstenho de grandes comentários pois todos os telejornais e programas de debates abordam este tema.

Valor (Maio de 2011) : 164.347.649.580 (+8.3% que em final de 2010)

Representa cerca de 97% do PIB

Média diária em 2011 ( Jan-Mai ) : 83.265.039€
Média diária em 2010 (todo o ano) : 52.132.112€
Média diária em 2009 (todo o ano) : 39.133.457€

http://dividapublicaportuguesa.blogspot ... -2011.html


Execução Orçamental - Maio 2011
JANEIRO-MAIO 2011



Receita Total : 15089.6M€ (+970.9M€ ; +6.9%)
Das quais :
Receitas fiscais : 13512.6M€ (+762.2M€ ; +6.0%)
IRS : 2945.4€ (+327.1M€ ; +12.5%)
IRC : 2141.3€ (-107.4M€ ; -4.8%)
IVA : 5851.3€ (+705M€ ; +13.7%)
ISP : 959.9€ (-24.4M€ ; -2.5%)

Despesa Total : 17195.5M€ (-1340.8M€ ; -7.2%)
Despesa Corrente Primária : 15366.4€ (-954.8M€ ; -5.9%)
Despesa de Capital : 956.3€ (-26.1M€ ; -2.7%)
Saldo : -2105.9M€ ( aprox. 1.5% PIB previsto em 2011 )



- Despesas com pessoal : -294.4 M€ (-7.2%) - aparentemente, continua controlada pela redução salarial e redução na contratação de novos funcionários.
- Aquisição de bens e serviços correntes : +186.8 M€ (+49.0%) - quase anula o ponto anterior...
- Juros e outros encargos : 872.8M€ (-29.2%) - este valor não deve ser levado a sério...
- Pensões pagas pela CGA : +104 M€ (+3.5%)
- Pensões pagas pela SS : +143 M€ (+2.9%)

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Re: 2011-03-24

por Berluscony » 6/7/2011 0:45

LTCM Escreveu:
Carlos Moedas diz, em declarações à Lusa, que os mercados «olham para uma nova equipa de gestão como uma boa notícia», porque «há muito tempo não dão credibilidade ao Governo português».

«Assim que os mercados incorporem a informação de que o PSD vai respeitar as metas do défice, e fará tudo o que for necessário para que se cumpram essas metas até porque foi o PSD que sempre anda atrás do Governo para cortar, essas agências voltarão a dar credibilidade a Portugal», assegura.

«Com as reformas que o PSD vai implementar, eu digo-lhe que ainda vão subir o rating, não sei se nos próximos 6 meses, se nos próximos 12 meses, ainda não se sabe quando haverá um novo Governo», acrescentou.

Confrontado com as declarações do secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do Desenvolvimento, Fernando Medina, que responsabiliza a oposição pela crise política que levou ao corte de rating, Carlos Moedas lembrou que há duas semanas uma outra agência, a Moody¿s, tinha tomado a mesma acção. «Então isto era culpa da crise política? Nessa altura ainda não tínhamos crise política nenhuma».

Carlos Moedas diz que se devia «perguntar àquelas pessoas que compram Obrigações do Tesouro português porque é que não as compram, se é pela crise política, ou se é porque há muito tempo não dão credibilidade ao Governo português».


2011-03-24



Calma, tudo tranquilo... Os mercados andam a dormir...

O que vai acontecer aos fundos que detêm dívida portuguesa? Vão ser obrigados a vender?
 
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por helderjsm » 6/7/2011 0:33

JMHP Escreveu:Estiveste desatento?!...Não é um contra-senso. Os números do INE relevados na semana passada indicam que a nossa divida continua a subir a um ritmo acelerado e a bater recordes.

Existem muitas medidas anunciadas mas concretizadas são muito poucas e deverão reflectir nas contas do próximo ano de 2012.

O ritmo acelerado da nossa divida deve-se a compromissos e decisões do passado assim como ausência de medidas na altura apropriada. Segundo as estimativas do João Duque este ritmo só deve atingir o seu pico em 2014, a não ser que haja um forte travão agora sem precedentes na nossa história.


helderjsm Escreveu:Podias colocar a fonte? Que não consegui encontrar. Obrigado.

Permite-me só um reparo. Então o João Duque veio dizer que a nossa dívida está descontrolada e hoje mesmo veio desvalorizar este corte e ainda reiterou que até ao fim do ano os mercados vão melhorar?

Fonte: http://www.dn.pt/inicio/economia/interi ... 20Economia)


O comentário do João Duque deu-se na 6ªfeira passada á noite na Sic Noticias no Jornal da Noite.


Sim estive desatento pois não tenho acompanhado muito nas últimas semanas. No entanto sim continua a ser um contra-senso. Ou estamos a reduzir o défice ou não... E nota que se a economia está em contracção e mesmo assim o défice reduziu tem que haver qualquer coisa errada com esses números...

É pena a fonte ser uma entrevista televisiva assim não dá muita margem para perceber melhor esses números.
Melhores cumprimentos,
Helder Magalhães
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por jbraven » 6/7/2011 0:28

Elias Escreveu:
jbraven Escreveu:isto de promover uma cultura de inovação e empreendedorismo tem que se lhe diga... Elias, em que áreas promoverias essa cultura?


Em todas, a começar pelo próprio Estado, passando pela educação e pela investigação e terminando nas empresas.

jbraven Escreveu:De que forma?


Promovendo uma cultura do mérito, premiando os bons desempenhos e as boas ideias. Criando incentivos à inovação, à aposta na educação e no empreendedorismo.

jbraven Escreveu:Que metas pretenderias atingir?


Mais competitividade.
Mais motivação.
Mais cultura de valorização do empreendedorismo, por contraponto com a inércia e a passividade vigentes.


Elias,

Em que é que diferem o termo "promover" e a expressão "criar incentivos"? Apenas na redacção, porque o significado é exactamente o mesmo: "criar incentivos", "incentivar", "promover", "dinamizar" têm o mesmo significado. Respondeste à pergunta com a mesma afirmação construída com palavras ligeiramente diferentes, ou seja, não respondeste.

Mas, como diz o povo, "pronto, fiquemos por aqui".

Abraço,

JB
 
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por artista_ » 6/7/2011 0:26

Atomez Escreveu:
K. Escreveu: É aqui que reside a força negocial da Grécia e de Portugal: EXIGIR a mutualização da dívida para que o Euro não colapse.

Pois, a estratégia helénica é precisamente essa.

Nós lá chegaremos também.

"se nós sairmos ou nos expulsarem do Euro fica ali um rombo a meter água por todos os lados até o Titanic afundar, por isso vão mas é pagando para se irem tapando os buracos"


Tenho algumas dúvidas em relação ao tamanho desse rombo... não sei se o poder negocial dos helénicos é assim tão grande, se calhar sai-lhes o tiro pela colatra e não só não os ajudam como ainda os obrigam a sair do euro! (é só uma especulação em tom provocatório, à K. :) )
Editado pela última vez por artista_ em 6/7/2011 0:28, num total de 1 vez.
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por JMHP » 6/7/2011 0:22

helderjsm Escreveu:
JMHP Escreveu:
helderjsm Escreveu:
JMHP Escreveu:Permitam-me o desafio de duas simples perguntas:

- Acreditam que Portugal será capaz de cumprir de pagar a divida externa a longo-prazo?!

- Se fossem um estrangeiro... Investiam em Portugal?!


A longo prazo. Ainda não vejo porque não.

Se fosse um estrangeiro obviamente olharia para o rating. Claro que não investia num país com nível de lixo. Mas o problema é exactamente esse. Estamos contra a parede em grande medida porque nos atiraram para lá (embora com alguma culpa nossa também) e nem foram os investidores.


Na semana passada depois da divulgação por parte do INE do estado da contas publicas e da evolução da divida publica, o João Duque veio alertar que a nossa divida continua a subir a um ritmo explosivo este ano de 12 mil milhões Euros(2010 ficou pelos 10.5 mil milhões).

Ontem José Silva Lopes disse que Portugal poderia aguentar-se até 2012, se a Grécia não cair!... Depois disso já não garante nada para Portugal.

2013/2014 começam a "pingar" nas contas publicas 10 mil milhões Euros relativamente aos contratos das SCUTS.

O corte em 50% a montante equivalente ao subsidio de Natal anunciado pelo PPC equivale a uns meros 800 milhões de Euros.
.
.
.
Continuas confiante?!



migluso Escreveu:1 - Há 15 dias acreditava mais. Mas ainda é possível. Não vou voltar a debater este tema, mas eu teria tomado as seguintes medidas: aumentar o horário laboral para 45 horas/semana; aumentar o salário mínimo para 500€ (um rebuçado para os sindicatos, mas acima de tudo é justo para quem recebe e sustentável caso se aumentasse o horário laboral); diminuir a taxa social única em 10pp.


Há 15 dias já seria tarde de demais...


Epá mas isso parece-me um verdadeiro contra-senso. Mas então o nosso défice reduziu e já temos em curso vários cortes bem como um aumento de receitas (mesmo que à custa de impostos). E a nossa dívida continua a aumentar e ainda por cima a um ritmo explosivo??


Estiveste desatento?!...Não é um contra-senso. Os números do INE relevados na semana passada indicam que a nossa divida continua a subir a um ritmo acelerado e a bater recordes.

Existem muitas medidas anunciadas mas concretizadas são muito poucas e deverão reflectir nas contas do próximo ano de 2012.

O ritmo acelerado da nossa divida deve-se a compromissos e decisões do passado assim como ausência de medidas na altura apropriada. Segundo as estimativas do João Duque este ritmo só deve atingir o seu pico em 2014, a não ser que haja um forte travão agora sem precedentes na nossa história.


helderjsm Escreveu:Podias colocar a fonte? Que não consegui encontrar. Obrigado.

Permite-me só um reparo. Então o João Duque veio dizer que a nossa dívida está descontrolada e hoje mesmo veio desvalorizar este corte e ainda reiterou que até ao fim do ano os mercados vão melhorar?

Fonte: http://www.dn.pt/inicio/economia/interi ... 20Economia)


O comentário do João Duque deu-se na 6ªfeira passada á noite na Sic Noticias no Jornal da Noite. Se bem me lembro ele não disse que a missão era impossível, mas que as medidas anunciadas pelo actual governo até agora significam um "gota de suor" no enorme esforço necessário para inverter a tendência da divida e o seu cumprimento.
Editado pela última vez por JMHP em 6/7/2011 0:35, num total de 2 vezes.
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por K. » 6/7/2011 0:22

A Grécia é o nosso único escudo. Temos de o tratar bem...
 
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por atomez » 6/7/2011 0:17

K. Escreveu: É aqui que reside a força negocial da Grécia e de Portugal: EXIGIR a mutualização da dívida para que o Euro não colapse.

Pois, a estratégia helénica é precisamente essa.

Nós lá chegaremos também.

"se nós sairmos ou nos expulsarem do Euro fica ali um rombo a meter água por todos os lados até o Titanic afundar, por isso vão mas é pagando para se irem tapando os buracos"
Editado pela última vez por atomez em 6/7/2011 0:22, num total de 1 vez.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por helderjsm » 6/7/2011 0:16

JMHP Escreveu:Na semana passada depois da divulgação por parte do INE do estado da contas publicas e da evolução da divida publica, o João Duque veio alertar que a nossa divida continua a subir a um ritmo explosivo este ano de 12 mil milhões Euros(2010 ficou pelos 10.5 mil milhões).


Podias colocar a fonte? Que não consegui encontrar. Obrigado.

Permite-me só um reparo. Então o João Duque veio dizer que a nossa dívida está descontrolada e hoje mesmo veio desvalorizar este corte e ainda reiterou que até ao fim do ano os mercados vão melhorar?

Fonte: http://www.dn.pt/inicio/economia/interi ... 20Economia)
Melhores cumprimentos,
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por jbraven » 6/7/2011 0:13

migluso Escreveu:
jbraven Escreveu:
Eu respondo-te: acho que o Estado poderá conseguir pagar as suas dívidas se crescer economicamente, o que por sua vez será conseguido se for promovida uma cultura de inovação e empreendedorismo . Mas espera... isto de promover uma cultura de inovação e empreendedorismo tem que se lhe diga... Elias, em que áreas promoverias essa cultura? De que forma? Que metas pretenderias atingir?

Suponho que terás respostas, já que foste tu quem sugeriu a panaceia.

Obrigado pelo atenção dispensada,

JB[/b]


Espero bem que o Estado não cresça ainda mais. Seria o nosso fim enquanto país do euro.

Seria bom que o Estado não tentasse incentivar este ou aquele sector.

Os empresários, melhor do que o Estado, sabem para onde direccionar o investimento.

Não são poucos os exemplos de incentivos do Estado, negócios com o Estado, subsídios do Estado, etc, que apenas serviram para distorcer temporariamente as leis de mercado, com enormes custos para o contribuinte e impedindo a destruição criativa, que funciona por si só como o maior incentivo à inovação.


Caro Migluso,

Primeiro, houve um lapso de redacção da minha parte que permitiu a tua interpretação. Deve ler-se "... o Estado poderá pagar as suas dívidas se o país crescer economicamente". Assim não devem restar dúvidas de que não defendo que seja o Estado a crescer economicamente.

Segundo, eu não disse que o Estado deveria incentivar ou deixar de incentivar algum sector. Perguntei apenas ao Elias (e não ao Estado) em que áreas e de que forma promoveria a cultura de inovação e empreendedorismo que ele mencionou.

O resto do teu post, ainda que correcto e coerente, não responde às perguntas que coloquei.

Abraço,

JB
 
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por K. » 6/7/2011 0:09

Em tom de provocação:

Fala-se muito aqui sobre Portugal, mas parece-me que este rating muito pouco tem a ver com Portugal (quase que apostaria que não foi tido em conta nenhum indicador sobre a Economia do nosso país).

No entanto, para quem diz que as agências de rating estão a perder credibilidade, já que estamos num fórum de especuladores, eu faço a observação: quem tem apostado contra a dívida grega e portuguesa ao som das agências de rating tem ganho rios de dinheiro......


Ora não é de dinheiro que falamos? É. Sendo assim, as agências de rating têm estado muito bem no acompanhamento da crise na Europa.

Quem pensa na crise "Grega" ou "Portuguesa" deverá pensar (e em tom provocativo outra vez) se a da Alemanha não será muito pior.

Ou estarão os Alemães prontos para trabalhar "ao preço da China"?

É aqui que reside a força negocial da Grécia e de Portugal: EXIGIR a mutualização da dívida para que o Euro não colapse.

Espero que esteja a emergir esta consciência dentro dos "Economicus" Portugueses e Gregos (lembro que em Abril deste ano foi necessario um grande esforço para convencer as pessoas que reestruturar não era bom-uma nova tarefa agora se avizinha).
 
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por migluso » 6/7/2011 0:05

JMHP Escreveu:Há 15 dias já seria tarde de demais...


Julgo que ainda não é tarde demais. Mas temos que fazer montes de coisas difíceis de uma assentada, incluindo renegociar PPP, privatizar empresas e fundir ou extinguir organismos públicos.

Mas se o mundo crescer acima de 4% nos próximos anos, depende apenas de nós fazer as reformas necessárias para reduzirmos a despesas pública e produzirmos mais.
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por helderjsm » 6/7/2011 0:02

JMHP Escreveu:
helderjsm Escreveu:
JMHP Escreveu:Permitam-me o desafio de duas simples perguntas:

- Acreditam que Portugal será capaz de cumprir de pagar a divida externa a longo-prazo?!

- Se fossem um estrangeiro... Investiam em Portugal?!


A longo prazo. Ainda não vejo porque não.

Se fosse um estrangeiro obviamente olharia para o rating. Claro que não investia num país com nível de lixo. Mas o problema é exactamente esse. Estamos contra a parede em grande medida porque nos atiraram para lá (embora com alguma culpa nossa também) e nem foram os investidores.


Na semana passada depois da divulgação por parte do INE do estado da contas publicas e da evolução da divida publica, o João Duque veio alertar que a nossa divida continua a subir a um ritmo explosivo este ano de 12 mil milhões Euros(2010 ficou pelos 10.5 mil milhões).

Ontem José Silva Lopes disse que Portugal poderia aguentar-se até 2012, se a Grécia não cair!... Depois disso já não garante nada para Portugal.

2013/2014 começam a "pingar" nas contas publicas 10 mil milhões Euros relativamente aos contratos das SCUTS.

O corte em 50% a montante equivalente ao subsidio de Natal anunciado pelo PPC equivale a uns meros 800 milhões de Euros.
.
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Continuas confiante?!



migluso Escreveu:1 - Há 15 dias acreditava mais. Mas ainda é possível. Não vou voltar a debater este tema, mas eu teria tomado as seguintes medidas: aumentar o horário laboral para 45 horas/semana; aumentar o salário mínimo para 500€ (um rebuçado para os sindicatos, mas acima de tudo é justo para quem recebe e sustentável caso se aumentasse o horário laboral); diminuir a taxa social única em 10pp.


Há 15 dias já seria tarde de demais...


Epá mas isso parece-me um verdadeiro contra-senso. Mas então o nosso défice reduziu e já temos em curso vários cortes bem como um aumento de receitas (mesmo que à custa de impostos). E a nossa dívida continua a aumentar e ainda por cima a um ritmo explosivo??
Editado pela última vez por helderjsm em 6/7/2011 0:09, num total de 1 vez.
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por migluso » 5/7/2011 23:58



Olha que eu concordo com o título... por incrível que pareça, creio que desta vez fomos importantes... 8-)
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por helderjsm » 5/7/2011 23:57

Elias Escreveu:
helderjsm Escreveu:Se fosse um estrangeiro obviamente olharia para o rating.


O que estás a dizer é que o rating DEVE ser levado em conta (pelos estrangeiros).

Ou seja, parece-me que estás a sugerir que o rating das agências tem credibilidade, a ponto de os estrangeiros deverem levar isso em conta antes de investir.


Fónix as coisas que depreendes pelos meus POST's :P
O que sugeri é que qualquer investidor tem que ter um qualquer ponto de partida na sua análise de investimento. Claro que não vão andar milhões de investidores a olhar para as contas dos países e formular decisões com base nisso. Assim sendo o único recurso que têm são as recomendações emitidas pelas agências de rating. Quanto a credibilidade para mim estão a aproximar-se de 0, mas não deixam de ser a única entidade que estuda e emite pareceres de opinião.

Agora pergunto-te eu a ti. Achas que o rating dos Estados Unidos merece nota máxima? Porquê?
Melhores cumprimentos,
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por JMHP » 5/7/2011 23:55

helderjsm Escreveu:
JMHP Escreveu:Permitam-me o desafio de duas simples perguntas:

- Acreditam que Portugal será capaz de cumprir de pagar a divida externa a longo-prazo?!

- Se fossem um estrangeiro... Investiam em Portugal?!


A longo prazo. Ainda não vejo porque não.

Se fosse um estrangeiro obviamente olharia para o rating. Claro que não investia num país com nível de lixo. Mas o problema é exactamente esse. Estamos contra a parede em grande medida porque nos atiraram para lá (embora com alguma culpa nossa também) e nem foram os investidores.


Na semana passada depois da divulgação por parte do INE do estado da contas publicas e da evolução da divida publica, o João Duque veio alertar que a nossa divida continua a subir a um ritmo explosivo este ano de 12 mil milhões Euros(2010 ficou pelos 10.5 mil milhões).

Ontem José Silva Lopes disse que Portugal poderia aguentar-se até 2012, se a Grécia não cair!... Depois disso já não garante nada para Portugal.

2013/2014 começam a "pingar" nas contas publicas 10 mil milhões Euros relativamente aos contratos das SCUTS.

O corte em 50% a montante equivalente ao subsidio de Natal anunciado pelo PPC equivale a uns meros 800 milhões de Euros de receita.
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Continuas confiante?!



migluso Escreveu:1 - Há 15 dias acreditava mais. Mas ainda é possível. Não vou voltar a debater este tema, mas eu teria tomado as seguintes medidas: aumentar o horário laboral para 45 horas/semana; aumentar o salário mínimo para 500€ (um rebuçado para os sindicatos, mas acima de tudo é justo para quem recebe e sustentável caso se aumentasse o horário laboral); diminuir a taxa social única em 10pp.


Há 15 dias já seria tarde de demais...
Editado pela última vez por JMHP em 5/7/2011 23:59, num total de 2 vezes.
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por LTCM » 5/7/2011 23:53

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"A soberania e o respeito de Portugal impõem que neste lugar se erga um Forte, e isso é obra e serviço dos homens de El-Rei nosso senhor e, como tal, por mais duro, por mais difícil e por mais trabalhoso que isso dê, (...) é serviço de Portugal. E tem que se cumprir."
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Re: 2011-03-24

por migluso » 5/7/2011 23:49

LTCM Escreveu:

«Com as reformas que o PSD vai implementar, eu digo-lhe que ainda vão subir o rating, não sei se nos próximos 6 meses, se nos próximos 12 meses, ainda não se sabe quando haverá um novo Governo», acrescentou.


2011-03-24


LOL... Estes políticos... têm uma conversa impressionante... :lol:
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por migluso » 5/7/2011 23:45

JMHP Escreveu:Permitam-me o desafio de duas simples perguntas:

- Acreditam que Portugal será capaz de cumprir de pagar a divida externa a longo-prazo?!

- Se fossem um estrangeiro... Investiam em Portugal?!


1 - Há 15 dias acreditava mais. Mas ainda é possível. Não vou voltar a debater este tema, mas eu teria tomado as seguintes medidas: aumentar o horário laboral para 45 horas/semana; aumentar o salário mínimo para 500€ (um rebuçado para os sindicatos, mas acima de tudo é justo para quem recebe e sustentável caso se aumentasse o horário laboral); diminuir a taxa social única em 10pp.

2 - Não.
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2011-03-24

por LTCM » 5/7/2011 23:40

Carlos Moedas diz, em declarações à Lusa, que os mercados «olham para uma nova equipa de gestão como uma boa notícia», porque «há muito tempo não dão credibilidade ao Governo português».

«Assim que os mercados incorporem a informação de que o PSD vai respeitar as metas do défice, e fará tudo o que for necessário para que se cumpram essas metas até porque foi o PSD que sempre anda atrás do Governo para cortar, essas agências voltarão a dar credibilidade a Portugal», assegura.

«Com as reformas que o PSD vai implementar, eu digo-lhe que ainda vão subir o rating, não sei se nos próximos 6 meses, se nos próximos 12 meses, ainda não se sabe quando haverá um novo Governo», acrescentou.

Confrontado com as declarações do secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do Desenvolvimento, Fernando Medina, que responsabiliza a oposição pela crise política que levou ao corte de rating, Carlos Moedas lembrou que há duas semanas uma outra agência, a Moody¿s, tinha tomado a mesma acção. «Então isto era culpa da crise política? Nessa altura ainda não tínhamos crise política nenhuma».

Carlos Moedas diz que se devia «perguntar àquelas pessoas que compram Obrigações do Tesouro português porque é que não as compram, se é pela crise política, ou se é porque há muito tempo não dão credibilidade ao Governo português».


2011-03-24
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por Elias » 5/7/2011 23:35

helderjsm Escreveu:Se fosse um estrangeiro obviamente olharia para o rating.


O que estás a dizer é que o rating DEVE ser levado em conta (pelos estrangeiros).

Ou seja, parece-me que estás a sugerir que o rating das agências tem credibilidade, a ponto de os estrangeiros deverem levar isso em conta antes de investir.
 
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por helderjsm » 5/7/2011 23:33

JMHP Escreveu:Permitam-me o desafio de duas simples perguntas:

- Acreditam que Portugal será capaz de cumprir de pagar a divida externa a longo-prazo?!

- Se fossem um estrangeiro... Investiam em Portugal?!


A longo prazo. Ainda não vejo porque não.

Se fosse um estrangeiro obviamente olharia para o rating. Claro que não investia num país com nível de lixo. Mas o problema é exactamente esse. Estamos contra a parede em grande medida porque nos atiraram para lá (embora com alguma culpa nossa também) e nem foram os investidores.
Melhores cumprimentos,
Helder Magalhães
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