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Caldeirão da Bolsa

AmLat - Resumo da semana

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

AmLat - Resumo da semana

por djovarius » 6/12/2002 19:45

Esta semana foi mais agitada que a anterior na América Latina, especialmente por factores políticos. Curiosamente, onde se esperava mais agitação, não a houve. Na Argentina, o Governo permitiu o fim parcial do “corralito” bancário, embora só tenha permitido a liberação das contas à ordem e de poupança, tendo os depositantes que esperar para reaver os depósitos a prazo. Era esperada uma corrida ao dólar, mas não houve um grande interesse comprador, até porque a moeda americana está já muito valorizada. Este país foi um dos principais destinos do périplo de Lula pela região. O futuro presidente brasileiro quer retomar a dinâmica do Mercosul, abalada pelas graves crises dos países que formam o bloco comercial. Só no Chile é que Lula se terá sentido desiludido. Os dirigentes de Santiago preferem avançar a sós para negociações com a América do Norte e a União Europeia, desvalorizando o Mercosul. Na Venezuela, segue a agitação com o aumento da contestação ao Presidente Chavez. Uma greve prejudicou a distribuição do crude, originando uma alta nos mercados. De volta ao Brasil, a “bomba” rebentou a meio da semana. O J. P. Morgan rebaixou o Brasil nas suas recomendações de investimento, provocando nova queda dos títulos de dívida pública e do Real que perdeu quase 3% face ao dólar e quase 4% face ao Euro, situação agravada pela demora do PT em anunciar os nomes fortes do novo Governo e do Banco Central. Além disso, a revelação do número final da inflação (preços ao consumidor / Novembro) fez aumentar a preocupação dos investidores. O número do IPCA – 3% - foi o maior desde Julho de 1994 no dealbar do plano Real e confirma a completa derrapagem da inflação anual, sinalizando um possível novo aumento das taxas de juro. Boa notícia, só para a produção de energia eléctrica nos Estados do Sul e do Sudeste que está garantida pelas fortes chuvas. E neste Natal, o presente já está definido. Mais aumentos de preços de “utilities”, incluindo também portagens, além de itens como o tabaco e o café e muitos alimentos.


Ficam agora os câmbios médios indicativos do Real – perto do fecho de sexta-feira

US$ 1 = R$ 3,75
€ 1 = R$ 3,78

Obs.) Para quem está a chegar ao Brasil, de férias ou negócios, o câmbio turismo está logicamente mais favorável do que na semana anterior, apontando para um valor de R$ 3,60 aprox.
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