Os aflitos - BANCOS
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Pata-Hari Escreveu:Ulrich: "BPI não está a pensar" usar garantia do Estado
17 Maio 2011 | 23:17
Paulo Moutinho - paulomoutinho@negocios.pt
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O presidente do BPI, Fernando Ulrich, afirma que o recurso à garantia do Estado, para a obtenção de financiamento nos mercados internacionais, “não se enquadra no nosso planeamento financeiro”.
“O BPI não está a pensar avançar por essa via [da emissão de dívida garantida pelo Estado]. Não se enquadra no nosso planeamento financeiro mas não quer dizer que não venhamos a utilizar”, afirmou Ulrich no “Debate Portugal 2011”, da SIC Notícias.
Fernando Ulrich descartou, assim, seguir o exemplo dos seus pares. O BES anunciou ontem que vai utilizar a garantia estatal para emitir 1.250 milhões de euros em dívida. Hoje, Faria de Oliveira, presidente da CGD, disse que também irá recorrer a este mecanismo.
“Tomei conhecimento dessas iniciativas. São normais”, diz Fernando Ulrich. O presidente do BPI justifica o recurso ao facto do próprio Estado não ter acesso aos mercados. “Por isso temos de usar esses mecanismos para obter financiamento”.
“Estas operações vão ser feitas ao abrigo desse mecanismo. O Estado dá uma garantia aos bancos. No fim da vida dessas obrigações, os bancos devem pagar. Se não pagarem, paga o Estado. Se se usar a garantia, o Estado tem o direito de se tornar accionista dos bancos”.
“Daí a necessidade de se alterar os estatutos. Se houvesse uma situação em que o Estado tivesse de exercer esse direito seria confrontado com os direitos dos accionistas. Mas estou certo que não vai ser usado”, concluiu Fernando Ulrich.
Até quando?
Neste momento nem 1 cêntimo que tenho na banca portuguesa.
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Uns pedem Aval ao Estado , os outros tem como acionistas ditadores.
Alias só neste País é que o mesmo accionista atraves de varias empresas e off shores consegue estar no CA de vários bancos.
Assim como a CGD ter "destruido" o BCP.
Venha o diabo e escolha.
Alias só neste País é que o mesmo accionista atraves de varias empresas e off shores consegue estar no CA de vários bancos.
Assim como a CGD ter "destruido" o BCP.
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" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
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Pois agora afinal já vão todos. Estavam à espera que o Dr. Ricardo Salgado falasse...
Já quando foi para pedirem a ajuda ao FMI, os vários banqueiros foram avisando que era fundamental pedi-la, mas só quando falou o Dr. Ricardo Salgado é que o Socrates meteu o "rabinho entre as pernas" e foi pedir a ajuda financeira. De longe a pessoa mais influente do nosso país.
Cumprimentos
JCS
Já quando foi para pedirem a ajuda ao FMI, os vários banqueiros foram avisando que era fundamental pedi-la, mas só quando falou o Dr. Ricardo Salgado é que o Socrates meteu o "rabinho entre as pernas" e foi pedir a ajuda financeira. De longe a pessoa mais influente do nosso país.
Cumprimentos
JCS
Editado pela última vez por JCS em 18/5/2011 15:16, num total de 1 vez.
---Tudo o que for por mim escrito expressa apenas a minha opinião pessoal e não é uma recomendação de investimento de qualquer tipo---
https://twitter.com/JCSTrendTrading
"We can confidently predict yesterdays price. Everything else is unknown."
"Every trade is a test"
"Price is the aggregation of everyone's expectations"
"I don't define a good trade as a trade that makes money. I define a good trade as a trade where I did the right thing". (Trend Follower Kevin Bruce, $5000 to $100.000.000 in 25 years).
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JCS Escreveu:No entanto a taxa não deve ser mesmo uma grande coisa uma vez que quem presta a garantia está falido e sob a alçada do FMI.
Ainda não li nada sobre a taxa, mas o financiamento esse é junto do BCE, pelo que presumo que a taxa não seja muito alta. Há no entanto um esquema no meio:
Garantia pode ser usada para obter crédito no BCE a juros mais baixos
18/05/11 00:05
Caixa e BCP pretendem seguir o exemplo do BES e recorrer à garantia estatal.
A Caixa e o BCP deverão seguir o exemplo do BES e aceder à garantia do Estado para emissões de dívida, apurou o Diário Económico. Mas além de facilitar o regresso aos mercados de dívida após um ano de ausência, a garantia estatal permitirá aos bancos portugueses passarem a dispor de mais colaterais para conseguirem financiamento junto do Banco Centro Europeu (BCE) a juros mais baixos, adiantam as fontes contactadas pelo Diário Económico.
Para tal, os bancos terão de investir nas obrigações com garantia estatal emitidas pelos seus concorrentes nacionais. As obrigações com garantia do Estados são aceites pelo BCE.
"Os bancos poderão investir nas obrigações com garantia estatal. Por exemplo, a Caixa compra títulos de dívida do BCP, o BCP compra ao BES e vice-versa. Depois, cada banco poderá apresentar as obrigações dos concorrentes como activos elegíveis para financiamento no BCE. Deste modo, conseguirão obter fundos do banco central a juros mais baixos que os que pagarão nestas obrigações com garantia do Estado", admitiu um responsável do sector ao Diário Económico. A mesma fonte lembrou, porém, que os bancos portugueses terão de reduzir a sua dependência do BCE, nos próximos meses.
http://economico.sapo.pt/noticias/garan ... 18334.html
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
tiopatinhas Escreveu:Já agora alguém sabe qual a taxa de eventuais empréstimos do estado à banca? Estou curioso só para ver quem paga mais; estado (quer dizer contribuintes) ou bancos?
Paga Zé e nem chias![]()
![]()
Eu sou defensor acérrimo deste tipo de "justiça social".
O estado penso que não empresta, apenas garante. No entanto a taxa não deve ser mesmo uma grande coisa uma vez que quem presta a garantia está falido e sob a alçada do FMI. Para quem empresta o dinheiro uma garantia de um estado destes deve mesmo ser tranquilizador... bem sempre é melhor que nada...
Cumprimentos
JCS
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o verso da medalha
Claro que depois de comprarem tanta divida de um pais como portugal, os bancos tinham de ter ficado à rasca...
Se o Socas lá continuar qq dia nem a CGD se consegue vender!
wuzzu
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wuzzu
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Ulrich: "BPI não está a pensar" usar garantia do Estado
17 Maio 2011 | 23:17
Paulo Moutinho - paulomoutinho@negocios.pt
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O presidente do BPI, Fernando Ulrich, afirma que o recurso à garantia do Estado, para a obtenção de financiamento nos mercados internacionais, “não se enquadra no nosso planeamento financeiro”.
“O BPI não está a pensar avançar por essa via [da emissão de dívida garantida pelo Estado]. Não se enquadra no nosso planeamento financeiro mas não quer dizer que não venhamos a utilizar”, afirmou Ulrich no “Debate Portugal 2011”, da SIC Notícias.
Fernando Ulrich descartou, assim, seguir o exemplo dos seus pares. O BES anunciou ontem que vai utilizar a garantia estatal para emitir 1.250 milhões de euros em dívida. Hoje, Faria de Oliveira, presidente da CGD, disse que também irá recorrer a este mecanismo.
“Tomei conhecimento dessas iniciativas. São normais”, diz Fernando Ulrich. O presidente do BPI justifica o recurso ao facto do próprio Estado não ter acesso aos mercados. “Por isso temos de usar esses mecanismos para obter financiamento”.
“Estas operações vão ser feitas ao abrigo desse mecanismo. O Estado dá uma garantia aos bancos. No fim da vida dessas obrigações, os bancos devem pagar. Se não pagarem, paga o Estado. Se se usar a garantia, o Estado tem o direito de se tornar accionista dos bancos”.
“Daí a necessidade de se alterar os estatutos. Se houvesse uma situação em que o Estado tivesse de exercer esse direito seria confrontado com os direitos dos accionistas. Mas estou certo que não vai ser usado”, concluiu Fernando Ulrich.
Caixa também vai recorrer à garantia do Estado para emitir dívida
17 Maio 2011 | 17:29
Maria João Gago - mjgago@negocios.pt
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Faria de Oliveira disse ao Negócios que a utilização da garantia do estado "é vantajosa".
“Vamos utilizar o mecanismo que já foi criado e que facilita o financiamento” dos bancos, disse ao Negócios o presidente da Caixa Geral de Depósitos.
A CGD vai assim seguir o exemplo do BES, que ontem anunciou que iria emitir 1,25 mil milhões de euros em dívida não subordinada, com recurso à garantia do Estado.
Este é “um instrumento que facilita a obtenção de liquidez e que, de acordo com a análise feita pelos serviços [da CGD] é seguramente vantajosa”, adiantou Faria de Oliveira.
O mesmo responsável adiantou que “a operação será feita “muito rapidamente” e deverá mesmo acontecer antes da do BES, que terá ainda que realizar uma assembleia geral de accionistas para aprovar a operação e alterar os estatutos.
Até hoje foram já efectuadas pelos bancos portugueses oito emissões de dívida com recurso às garantias do Estado, num total de 4,95 mil milhões de euros. CGD, BES, BCP, Banif, Banco Invest e Finantia foram as instituições que recorreram a este mecanismo, em operações efectuadas em 2008 e 2009. Assim, resta ainda deste programa mais de 11 mil milhões de euros em garantias do Estado português para os bancos portugueses emitirem dívida.
Além deste valor, e no âmbito da ajuda externa a Portugal, o valor disponível das garantias estatais à banca foi reforçado em 19 mil milhões de euros, para um valor global de 35 mil milhões de euros.
O programa de ajuda a Portugal prevê também uma verba de 12 mil milhões de euros para a recapitalização do sistema financeiro. Os bancos portugueses têm afirmado que não prevêem recorrer a este dinheiro para reforçarem os seus rácios de capital.
Não odeie os banqueiros, pode tornar-se um deles
17/05/2011
O BCP aumenta o capital em 1,37 mil milhões. O BES pede garantia ao Estado para se financiar em 1,25 mil milhões. Tudo no mesmo dia. Quem disse que a moeda não anda a circular?
BES e BCP estão a tratar da sua vida: o primeiro a tratar da liquidez, o segundo da solidez. Curiosamente, propondo ambos aos seus credores que se tornem accionistas.
No caso do BCP, o aumento de capital foi um sucesso. Mesmo tendo de oferecer um prémio muito grande, o banco convenceu credores a trocarem títulos de dívida perpétua por acções do banco, comprometendo os grandes accionistas a acompanhar o processo. Ou seja, a Sonangol entrou com dinheiro. A operação foi, pois, não só uma lança em África mas também, literalmente, uma lança de África. O futuro do BCP não está resolvido, mas está encaminhado. E está a pedir um novo accionista estratégico, que traga mais dinheiro e mais mercados ao banco. Com ou contra a Sonangol? Bom, isso fica para outro editorial...
O BES é um caso diferente. Precisa de liquidez. E provavelmente ainda precisará de capital. Se for o caso, terá de persuadir o accionista Crédit Agricole a fazer o que a Sonangol fez no BCP. Até lá, já vendeu a posição do brasileiro Bradesco, que não era uma jóia, era uma tiara delas. E olha para o cofre onde está a PT e a EDP, admitindo dar-lhes o mesmo destino.
Ambos os bancos estão a dar tudo para evitar ter de pedir capital ao Estado. Mas não depende só deles. Para já, o BES pede garantia do Estado para continuar a aceder à liquidez do Banco Central Europeu. E muda os seus estatutos para, no caso de não conseguir pagar ao Estado, este se tornar accionista. "Cruzes, canhoto!", dirão.
Dizem bem. Nem os contribuintes querem salvar os bancos, nem estes querem ter de ser salvos. Para vergonha já bastou a Irlanda, que se aniquilou para assumir toda a dívida de bancos que, para mais, nem sequer eram de irlandeses. Sim, a banca tem risco sistémico, mas o caso irlandês é escandaloso: os contribuintes irlandeses salvaram os accionistas estrangeiros dos seus bancos.
Em Portugal, estamos longe da situação irlandesa. No passado, os bancos pagaram impostos de menos e endividaram-se de mais. No futuro, enfrentam aumento do crédito malparado e têm os seus balanços ameaçados pelas desvalorizações. As casas valerão menos. A reestruturação de dívidas soberanas é uma possibilidade, não é mera metafísica. Aliás, se os bancos fossem obrigados a fazer aos títulos de dívida pública que estão nos seus balanços o mesmo que têm de fazer às suas acções - isto é, contabilizá-los ao valor actual de mercado -, os prejuízos eram imediatos. E o que é uma renegociação de parcerias público-privadas se não um corte nos balanços de quem as financia?
Dos três parceiros da troika, só um não assina cheque para o grande empréstimo de 78 mil milhões de euros ao Estado Português: o Banco Central Europeu. Está lá por duas razões: porque representa o poder da banca no acordo; e porque é hoje o maior credor dessa banca portuguesa.
É por isso que agora pedem garantia aos contribuintes. E é por isso que lhe dizemos: não odeie os banqueiros, qualquer dia pode tornar-se um deles. E não vai gostar nada dessa ideia.
psg@negocios.pt
17/05/2011
O BCP aumenta o capital em 1,37 mil milhões. O BES pede garantia ao Estado para se financiar em 1,25 mil milhões. Tudo no mesmo dia. Quem disse que a moeda não anda a circular?
BES e BCP estão a tratar da sua vida: o primeiro a tratar da liquidez, o segundo da solidez. Curiosamente, propondo ambos aos seus credores que se tornem accionistas.
No caso do BCP, o aumento de capital foi um sucesso. Mesmo tendo de oferecer um prémio muito grande, o banco convenceu credores a trocarem títulos de dívida perpétua por acções do banco, comprometendo os grandes accionistas a acompanhar o processo. Ou seja, a Sonangol entrou com dinheiro. A operação foi, pois, não só uma lança em África mas também, literalmente, uma lança de África. O futuro do BCP não está resolvido, mas está encaminhado. E está a pedir um novo accionista estratégico, que traga mais dinheiro e mais mercados ao banco. Com ou contra a Sonangol? Bom, isso fica para outro editorial...
O BES é um caso diferente. Precisa de liquidez. E provavelmente ainda precisará de capital. Se for o caso, terá de persuadir o accionista Crédit Agricole a fazer o que a Sonangol fez no BCP. Até lá, já vendeu a posição do brasileiro Bradesco, que não era uma jóia, era uma tiara delas. E olha para o cofre onde está a PT e a EDP, admitindo dar-lhes o mesmo destino.
Ambos os bancos estão a dar tudo para evitar ter de pedir capital ao Estado. Mas não depende só deles. Para já, o BES pede garantia do Estado para continuar a aceder à liquidez do Banco Central Europeu. E muda os seus estatutos para, no caso de não conseguir pagar ao Estado, este se tornar accionista. "Cruzes, canhoto!", dirão.
Dizem bem. Nem os contribuintes querem salvar os bancos, nem estes querem ter de ser salvos. Para vergonha já bastou a Irlanda, que se aniquilou para assumir toda a dívida de bancos que, para mais, nem sequer eram de irlandeses. Sim, a banca tem risco sistémico, mas o caso irlandês é escandaloso: os contribuintes irlandeses salvaram os accionistas estrangeiros dos seus bancos.
Em Portugal, estamos longe da situação irlandesa. No passado, os bancos pagaram impostos de menos e endividaram-se de mais. No futuro, enfrentam aumento do crédito malparado e têm os seus balanços ameaçados pelas desvalorizações. As casas valerão menos. A reestruturação de dívidas soberanas é uma possibilidade, não é mera metafísica. Aliás, se os bancos fossem obrigados a fazer aos títulos de dívida pública que estão nos seus balanços o mesmo que têm de fazer às suas acções - isto é, contabilizá-los ao valor actual de mercado -, os prejuízos eram imediatos. E o que é uma renegociação de parcerias público-privadas se não um corte nos balanços de quem as financia?
Dos três parceiros da troika, só um não assina cheque para o grande empréstimo de 78 mil milhões de euros ao Estado Português: o Banco Central Europeu. Está lá por duas razões: porque representa o poder da banca no acordo; e porque é hoje o maior credor dessa banca portuguesa.
É por isso que agora pedem garantia aos contribuintes. E é por isso que lhe dizemos: não odeie os banqueiros, qualquer dia pode tornar-se um deles. E não vai gostar nada dessa ideia.
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Os aflitos - BANCOS
O primeiro aflito
Pensei que aflição vinha em primeiro de outro local.
JN

Pensei que aflição vinha em primeiro de outro local.
BES pede garantia do Estado para emitir dívida (act2)
16 Maio 2011 | 19:46
Nuno Carregueiro - nc@negocios.pt
Banco convocou uma AG extraordinária, para efectuar uma alteração de estatutos, que foi solicitada pelo Banco de Portugal no âmbito desta operação. BES vai também pedir autorização para efectuar aumentos de capital, caso a administração do banco o entenda. Pela garantia pedida, o banco de Ricardo Salgado deverá para comissão acima de 35 milhões de euros.
O Banco Espírito Santo anunciou hoje que pretende efectuar uma emissão de obrigações recorrendo à garantia do Estado português, no montante de até 1,25 mil milhões de euros.
No âmbito do pedido para efectuar esta operação, o Banco de Portugal solicitou ao BES que efectuasse uma alteração de estatutos, “de modo a conferir autorização ao Conselho de Administração para deliberar aumentar o capital social no caso de um eventual accionamento da garantia a ser prestada pelo Estado Português”.
Em comunicado, o BES anuncia que pretende emitir obrigações não subordinadas, até ao montante de 1,25 mil milhões de euros, numa emissão a três anos. Uma vez que o mercado continua fechado para o financiamento da banca portuguesa, o BES decidiu pedir a concessão de uma garantia do Estado para colocar esta dívida.
No âmbito do pedido do Banco de Portugal, o BES convocou uma assembleia-geral de accionistas extraordinária para 9 de Junho.
O banco explica no mesmo comunicado que a alteração de estatutos proposta visa dotar o Conselho de Administração de “maior flexibilidade na execução do programa financeiro de médio prazo do Banco Espírito Santo, nomeadamente para permitir, sendo necessário, novas emissões de obrigações com garantia do Estado e/ou eventuais aumentos de capital nos próximos cinco anos”.
No caso do Estado português accionar a garantia, então o BES terá que efectuar um aumento de capital, com a emissão de acções preferenciais. A alteração de estatutos solicitada prevê que "o Conselho de Administração esteja dotado de poderes de gestão que possibilitem a execução do respectivo Programa Financeiro, incluindo aumentos de capital", lê-se na convocatória da AG.
Caso o Estado accione a garantia irá converter o dívida em capital do BES e nesse caso os accionistas do banco terão que abdicar do seu direito de preferência, uma autorização que o banco efectua já na AG extraordinária que convocou.
A banca portuguesa, no âmbito do pedido de ajuda externa, terá que elevar rácio “core tier one” para um mínimo de 9% este ano e 10% em 2012.
"Na actual conjuntura, a referida emissão de obrigações permitirá ao BES reforçar o
cumprimento das suas obrigações no âmbito das suas operações de financiamento
colateralizadas ou de prestação de garantias que se revelem necessárias à prossecução da sua
actividade de concessão de crédito", justifica o BES na convocatória.
O BES aproveitou ainda a assembleia-geral de accionistas para deliberar sobre a eliminação do valor nominal das acções, um procedimento já efectuado pelo BCP.
Comissão de 35,5 milhões de euros
O BES recorreu já uma vez às garantias do Estado para emitir dívida. Em Novembro de 2008, colocou 1,5 mil milhões de euros, pouco depois do Governo ter criado um programa de 16 mil milhões de euros de garantias para a banca emitir dívida, numa altura em que o mercado estava fechado devido à falência do Lehman Brothers.
Até hoje foram já efectuadas pelos bancos portugueses oito emissões de dívida com recurso às garantias do Estado, num total de 4,95 mil milhões de euros. CGD, BCP, Banif, Banco Invest e Finantia foram as instituições que recorreram.
Assim, resta ainda deste programa mais de 11 mil milhões de euros em garantias do Estado português para os bancos portugueses emitirem dívida.
Além deste valor, e no âmbito da ajuda externa a Portugal, o valor disponível das garantias estatais à banca foi reforçado em 19 mil milhões de euros, para um valor global de 35 mil milhões de euros.
O programa de ajuda a Portugal prevê também uma verba de 12 mil milhões de euros para a recapitalização do sistema financeiro. Os bancos portugueses têm afirmado que não prevêem recorrer a este dinheiro para reforçarem os seus rácios de capital.
Pela utilização da garantia estatal, tal como nas emissões anteriores, o BES irá pagar ao Estado uma comissão de 0,948%, o que perfaz um total de 35,55 milhões de euros.
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