Maior risco para a Europa são as tensões na periferia
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Não conhecia a extrapolação citada anteriormente e que já foi aqui tema no forum. Mas parece-me que entre o modelo oriental e ocidental deve haver algum equilibrio, como também foi dito. A questão é saber o que fazer e quem tem a coragem política para implementar o tal modelo equilibrado, nomeadamente quanto às questões sociais, fiscais e produtivas.
viva a vida k vai passar mt tempo morto
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Essa discussão já passou por aqui há pouco mais de 1 mês e houve vários pontos de vista interessantes sobre o assunto.
http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... &js_link=1
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No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Re: teoria das bolachas
toze2020 Escreveu:Já há algum tempo que penso sobre o assunto. Então passo a expor:
Há uns anos atrás(2005), aquando da entrada oficial da China na OMC, que este problema começou a incrementar-se. Os ocidentais com as teorias de gestão cada vez mais eficiente e mais produtivas enveredaram por um caminho dificil, rumo ao abismo, passo a explicar:
Só como exemplo
- Tinham uma empresa com 1k trabalhadores, e produção de 100MK bolachas. Contrataram gestor para reduzir força de trabalho e aumentar produção. Foram fazendo isto até uma altura em que têm poucos trabalhadores, muito stock e elevado numero de desempregados. Estes, apesar das bolachas estarem a um preço inferior, não têm poder de compra.Desta forma as empresas não podem continuar a produzir porque não as vendem. Então encerram. A china consegue colocar no mercado um produto similar ainda mais barato.
Pergunto eu? Que irão fazer os trabalhadores europeus com empresas deslocalizadas, não competitivas, sem emprego e sem dinheiro?
Isso é uma falsa questão.
Nas economias desenvolvidas a % de população activa a trabalhar em cada grande sector de actividade é (mais coisa menos coisa conforme o país):
Agricultura: 5%
Indústria: 20%
Serviços: 75%
Não é por as fábricas irem para a China que há problema. Precisamos é de criar serviços de mais alto valor acrescentado.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
Niccolò Machiavelli
http://www.facebook.com/atomez
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Re: teoria das bolachas
toze2020 Escreveu:Já há algum tempo que penso sobre o assunto. Então passo a expor:
Há uns anos atrás(2005), aquando da entrada oficial da China na OMC, que este problema começou a incrementar-se. Os ocidentais com as teorias de gestão cada vez mais eficiente e mais produtivas enveredaram por um caminho dificil, rumo ao abismo, passo a explicar:
Só como exemplo
- Tinham uma empresa com 1k trabalhadores, e produção de 100MK bolachas. Contrataram gestor para reduzir força de trabalho e aumentar produção. Foram fazendo isto até uma altura em que têm poucos trabalhadores, muito stock e elevado numero de desempregados. Estes, apesar das bolachas estarem a um preço inferior, não têm poder de compra.Desta forma as empresas não podem continuar a produzir porque não as vendem. Então encerram. A china consegue colocar no mercado um produto similar ainda mais barato.
Pergunto eu? Que irão fazer os trabalhadores europeus com empresas deslocalizadas, não competitivas, sem emprego e sem dinheiro?
a) Gozar a Reforma
ou
b) Gozar Subsídios de desemprego, RSI, etc...
teoria das bolachas
Já há algum tempo que penso sobre o assunto. Então passo a expor:
Há uns anos atrás(2005), aquando da entrada oficial da China na OMC, que este problema começou a incrementar-se. Os ocidentais com as teorias de gestão cada vez mais eficiente e mais produtivas enveredaram por um caminho dificil, rumo ao abismo, passo a explicar:
Só como exemplo
- Tinham uma empresa com 1k trabalhadores, e produção de 100MK bolachas. Contrataram gestor para reduzir força de trabalho e aumentar produção. Foram fazendo isto até uma altura em que têm poucos trabalhadores, muito stock e elevado numero de desempregados. Estes, apesar das bolachas estarem a um preço inferior, não têm poder de compra.Desta forma as empresas não podem continuar a produzir porque não as vendem. Então encerram. A china consegue colocar no mercado um produto similar ainda mais barato.
Pergunto eu? Que irão fazer os trabalhadores europeus com empresas deslocalizadas, não competitivas, sem emprego e sem dinheiro?
Há uns anos atrás(2005), aquando da entrada oficial da China na OMC, que este problema começou a incrementar-se. Os ocidentais com as teorias de gestão cada vez mais eficiente e mais produtivas enveredaram por um caminho dificil, rumo ao abismo, passo a explicar:
Só como exemplo
- Tinham uma empresa com 1k trabalhadores, e produção de 100MK bolachas. Contrataram gestor para reduzir força de trabalho e aumentar produção. Foram fazendo isto até uma altura em que têm poucos trabalhadores, muito stock e elevado numero de desempregados. Estes, apesar das bolachas estarem a um preço inferior, não têm poder de compra.Desta forma as empresas não podem continuar a produzir porque não as vendem. Então encerram. A china consegue colocar no mercado um produto similar ainda mais barato.
Pergunto eu? Que irão fazer os trabalhadores europeus com empresas deslocalizadas, não competitivas, sem emprego e sem dinheiro?
viva a vida k vai passar mt tempo morto
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O QUE PENSA O PROFESSOR CHINES Kuing Yaman
[list=]A China é hoje a fábrica do mundo. Quase tudo o que se consome, com excepção da alimentação e bebidas, é hoje 'made in China'.
Pensou-se, em tempos, que a Europa e o mundo ocidental teriam uma saída sólida face à progressão chinesa nos mercados mundiais. Essa saída consistiria em produzir cada vez mais produtos de maior valor acrescentado e maior sofisticação tecnológica. A China apropriar-se-ia dos têxteis, do calçado, dos brinquedos, dos plásticos… A Europa continuaria a exportar electrónica, tecnologias de informação e comunicação, aeronáutica espacial, serviços avançados...
Esse era o modelo dos economistas da minha geração. Hoje sabemos que pensámos de forma excessivamente linear e simplificada. A China avançou para todos os sectores sem excepção e concorre com o mundo ocidental. Os desequilíbrios instalaram-se e são preocupantes... para não dizer intransponíveis.
Insucesso para o paradigma em que pensaram os economistas e políticos ocidentais. Sucesso para a China.
Face às dificuldades estruturais desta globalização desequilibrada, vale a pena transcrever aqui excertos de uma entrevista de um professor chinês de economia (que corre no You Tube). Sobre a Europa, o Prof. Kuing Yaman - que viveu em França - faz as seguintes asserções:
1. A sociedade europeia está em vias de se auto-destruir. O seu modelo social é muito exigente em meios financeiros. Mas, ao mesmo tempo, os europeus não querem trabalhar. Só três coisas lhes interessam: lazer/entretenimento, ecologia e futebol na TV! Vivem, portanto, bem acima dos seus meios. Porque é preciso pagar estes sonhos de miúdos...
2. Os seus industriais deslocalizam-se porque não estão disponíveis para suportar o custo de trabalho na Europa, os seus impostos e taxas para financiar a sua assistência generalizada.
3. Portanto endividam-se, vivem a crédito. Mas os seus filhos não poderão pagar 'a conta'.
4. Os europeus destruíram, assim, a sua qualidade de vida empobrecendo. Votam orçamentos sempre deficitários. Estão asfixiados pela dívida e não poderão honrá-la.
5. Mas, para além de se endividar, têm outro vício: os seus governos 'sangram' os contribuintes. A Europa detém o recorde mundial da pressão fiscal. É um verdadeiro 'inferno fiscal' para aqueles que criam riqueza.
6. Não compreenderam que não se produz riqueza dividindo e partilhando mas sim trabalhando. Porque quanto mais se reparte esta riqueza limitada menos há para cada um. Aqueles que produzem e criam empregos são punidos por impostos e taxas e aqueles que não trabalham são encorajados por ajudas. É uma inversão de valores.
7. Portanto o seu sistema é perverso e vai implodir por esgotamento e sufocação. A deslocalização da sua capacidade produtiva provoca o abaixamento do seu nível de vida e o aumento do... da China!
8. Dentro de uma ou duas gerações 'nós' (os chineses) iremos ultrapassá-los. Eles tornar-se-ão os nossos pobres. Dar-lhes-emos sacas de arroz...
9. Existe um outro cancro na Europa: existem funcionários a mais, um emprego em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os decisores acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um desempregado...
10. Vão (os europeus) direitos a um muro e a alta velocidade...
É um ponto de vista. Controverso. Provocador. E pouco importa se subscrevo ou não, integral ou parcialmente, as teses expostas. O leitor que tire as suas próprias conclusões. E valide ou não o que pensa "o venerável professor chinês".[/list]
Fonte: http://www.dnoticias.pt/impressa/diario ... e-a-europa
[list=]A China é hoje a fábrica do mundo. Quase tudo o que se consome, com excepção da alimentação e bebidas, é hoje 'made in China'.
Pensou-se, em tempos, que a Europa e o mundo ocidental teriam uma saída sólida face à progressão chinesa nos mercados mundiais. Essa saída consistiria em produzir cada vez mais produtos de maior valor acrescentado e maior sofisticação tecnológica. A China apropriar-se-ia dos têxteis, do calçado, dos brinquedos, dos plásticos… A Europa continuaria a exportar electrónica, tecnologias de informação e comunicação, aeronáutica espacial, serviços avançados...
Esse era o modelo dos economistas da minha geração. Hoje sabemos que pensámos de forma excessivamente linear e simplificada. A China avançou para todos os sectores sem excepção e concorre com o mundo ocidental. Os desequilíbrios instalaram-se e são preocupantes... para não dizer intransponíveis.
Insucesso para o paradigma em que pensaram os economistas e políticos ocidentais. Sucesso para a China.
Face às dificuldades estruturais desta globalização desequilibrada, vale a pena transcrever aqui excertos de uma entrevista de um professor chinês de economia (que corre no You Tube). Sobre a Europa, o Prof. Kuing Yaman - que viveu em França - faz as seguintes asserções:
1. A sociedade europeia está em vias de se auto-destruir. O seu modelo social é muito exigente em meios financeiros. Mas, ao mesmo tempo, os europeus não querem trabalhar. Só três coisas lhes interessam: lazer/entretenimento, ecologia e futebol na TV! Vivem, portanto, bem acima dos seus meios. Porque é preciso pagar estes sonhos de miúdos...
2. Os seus industriais deslocalizam-se porque não estão disponíveis para suportar o custo de trabalho na Europa, os seus impostos e taxas para financiar a sua assistência generalizada.
3. Portanto endividam-se, vivem a crédito. Mas os seus filhos não poderão pagar 'a conta'.
4. Os europeus destruíram, assim, a sua qualidade de vida empobrecendo. Votam orçamentos sempre deficitários. Estão asfixiados pela dívida e não poderão honrá-la.
5. Mas, para além de se endividar, têm outro vício: os seus governos 'sangram' os contribuintes. A Europa detém o recorde mundial da pressão fiscal. É um verdadeiro 'inferno fiscal' para aqueles que criam riqueza.
6. Não compreenderam que não se produz riqueza dividindo e partilhando mas sim trabalhando. Porque quanto mais se reparte esta riqueza limitada menos há para cada um. Aqueles que produzem e criam empregos são punidos por impostos e taxas e aqueles que não trabalham são encorajados por ajudas. É uma inversão de valores.
7. Portanto o seu sistema é perverso e vai implodir por esgotamento e sufocação. A deslocalização da sua capacidade produtiva provoca o abaixamento do seu nível de vida e o aumento do... da China!
8. Dentro de uma ou duas gerações 'nós' (os chineses) iremos ultrapassá-los. Eles tornar-se-ão os nossos pobres. Dar-lhes-emos sacas de arroz...
9. Existe um outro cancro na Europa: existem funcionários a mais, um emprego em cada cinco. Estes funcionários são sedentos de dinheiro público, são de uma grande ineficácia, querem trabalhar o menos possível e apesar das inúmeras vantagens e direitos sociais, estão muitas vezes em greve. Mas os decisores acham que vale mais um funcionário ineficaz do que um desempregado...
10. Vão (os europeus) direitos a um muro e a alta velocidade...
É um ponto de vista. Controverso. Provocador. E pouco importa se subscrevo ou não, integral ou parcialmente, as teses expostas. O leitor que tire as suas próprias conclusões. E valide ou não o que pensa "o venerável professor chinês".[/list]
Fonte: http://www.dnoticias.pt/impressa/diario ... e-a-europa
Maior risco para a Europa são as tensões na periferia
FMI: "Maior risco para a Europa são as tensões na periferia"
12 Maio 2011 | 08:53
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt
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A possibilidade de a crise da dívida soberana deixar de ser um problema da periferia e contagiar os países do centro da Zona Euro é real, avisa o FMI.
“As políticas robustas conseguiram, até agora, ser bem sucedidas na contenção da crise da dívida soberana e dos problemas do sector financeiro nos limites da periferia, mas o contágio ao centro da Zona Euro e, a partir daí, aos países emergentes da Europa continua a ser um risco negativo palpável”.
A advertência é renovada no relatório hoje publicado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre as perspectivas económicas para a Europa.
O documento – o primeiro a ser redigido sob a orientação de António Borges (na foto), o economista e militante social-democrata que dirige agora no FMI o departamento europeu - mantém para a Zona Euro as previsões macroeconómicas que a instituição divulgou no final de Abril, que apontam para uma taxa de crescimento de 1,6% neste ano e 1,8% em 2012.
No caso de Portugal, os números são também mantidos, mas estão já claramente desactualizados face aos novos cálculos da troika que antecipa uma quebra do PIB de 2% neste ano e em 2012, quando ainda há menos de um mês se antecipava um recuo de 1,5% e 0,5%, respectivamente. Já em Abril, o FMI previa que Portugal fosse a única economia do euro em recessão.
(notícia em actualização)
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