Reestruturar a Divida Publica- É so uma questão de Tempo
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Boas tardes,
O "haircut" devia incidir mais sobre a parte de dívida com juros mais elevados, cortando o capital a receber e não os juros.
Por exemplo quem nos emprestou através de títulos a 10 anos, por exemplo a 4%, deveria receber os juros sobre a totalidade do capital, mas um corte de 10% do mesmo capital.
Nesse caso, por 100 milhões de euros, receberiam 90 milhões, mais juros de 4% em 10 anos, ou seja 40 milhões. No total, receberiam 130 milhões, o que era como se nos tivessem emprestado a 3% inicialmente.
Aqueles que nos emprestaram a 7%, receberiam um corte de 30 milhões no capital, o que significa que receberiam 70 milhões de capital, mais 70 em juros, num total de 140 milhões, o que siginifica que o seu empréstimo seria o equivalente a um acordo inicial de 4%. Na realidade ninguém ficava a perder, em termos reais.
O objetivo passaria para reduzir a dívida das Administrações públicas para uns 65% do PIB, valor que é compatível num país que reduza o seu défice primário para zero.
O resto... podiam pedir ao Totta !!!
Abraço
dj
O "haircut" devia incidir mais sobre a parte de dívida com juros mais elevados, cortando o capital a receber e não os juros.
Por exemplo quem nos emprestou através de títulos a 10 anos, por exemplo a 4%, deveria receber os juros sobre a totalidade do capital, mas um corte de 10% do mesmo capital.
Nesse caso, por 100 milhões de euros, receberiam 90 milhões, mais juros de 4% em 10 anos, ou seja 40 milhões. No total, receberiam 130 milhões, o que era como se nos tivessem emprestado a 3% inicialmente.
Aqueles que nos emprestaram a 7%, receberiam um corte de 30 milhões no capital, o que significa que receberiam 70 milhões de capital, mais 70 em juros, num total de 140 milhões, o que siginifica que o seu empréstimo seria o equivalente a um acordo inicial de 4%. Na realidade ninguém ficava a perder, em termos reais.
O objetivo passaria para reduzir a dívida das Administrações públicas para uns 65% do PIB, valor que é compatível num país que reduza o seu défice primário para zero.
O resto... podiam pedir ao Totta !!!
Abraço
dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
Mares Escreveu:
Papaconstantinou: Reestruturação da dívida seria "um grande erro para o país"
Ontem o ministro das Finanças dizia continuar a “achar que a dívida grega é sustentável” e que “seria preferível [a uma reestruturação] a dilatação dos prazos do reembolso dos 110 mil milhões que pedimos emprestados e também tentar baixar a taxa de juro”.
Na prática, o que os investidores calculam é o valor presente dos cash flows futuros.
O que será preferível? Um haircut de 10% ou o prolongamento dos prazos de amortização em 20 anos?
Chega-se à resposta calculando o NPV.
http://en.wikipedia.org/wiki/Net_present_value
Tudo o resto é semântica. O Goldman chamou-lhe, num relatório que postei, "voluntary liability management exercise"... lol...
"In a losing game such as trading, we shall start against the majority and assume we are wrong until proven correct!" - Phantom of the Pits
Será bom as pessoas olharem para o que se passa lá fora antes de sugerírem soluções milagrosas.
Negociar bem é melhor que não querer negociar. Será um erro aceitar condições que depois não serão cumpridas.
Negociar bem é melhor que não querer negociar. Será um erro aceitar condições que depois não serão cumpridas.
Papaconstantinou: Reestruturação da dívida seria "um grande erro para o país"
03 Maio 2011 | 10:12
Ana Laranjeiro - alaranjeiro@negocios.pt
O ministro das Finanças da Grécia adiantou esta terça-feira que uma reestruturação da dívida seria "um grande erro para o país" e iria afastar Atenas dos mercados "por 10 ou 15 anos".
As autoridades gregas desdobram-se em entrevistas para dizer que a Grécia não precisa de reestruturar a sua dívida. Ontem foi ao jornal francês "Libération". Hoje foi à televisão estatal grega NET TV.
Ontem o ministro das Finanças dizia continuar a “achar que a dívida grega é sustentável” e que “seria preferível [a uma reestruturação] a dilatação dos prazos do reembolso dos 110 mil milhões que pedimos emprestados e também tentar baixar a taxa de juro”.
Hoje, George Papaconstantinou, em entrevista à televisão estatal, citada pela Bloomberg, adiantou que “uma reestruturação, um 'haircut' da dívida, seria um grande erro para o país”. “Teria um custo enorme, sem benefícios. A Grécia ficaria fora dos mercados por 10 ou 15 anos” acrescentou.
Há um ano a Grécia foi o primeiro país da Zona Euro a receber ajuda financeira externa. O pacote foi de 110 mil milhões de euros. O país pode ainda recorrer a empréstimos junto da Zona Euro e do Fundo Monetário Internacional. Atenas continua também a emitir dívida de curto prazo com vista a suprir as suas necessidades de financiamento durante este ano, como salienta a agência de informação norte-americana.
O plano de resgate, delineado no ano passado, previa uma ajuda pelo período de três anos. Com o apoio do plano de resgate, 2012, deve ser a data prevista para que Atenas volte a ter a confiança dos investidores de forma a conseguir ter, de novo, acesso aos mercados. Assim e estando de novo nos mercados, o plano de resgate aponta que a Grécia consiga refinanciar pelo menos três quartos da sua dívida de médio e longo prazo.
Reestruturação ou dilatação
Se a Zona Euro não parece estar favorável a uma reestruturação da dívida helénica – ontem Olli Rehn, comissário europeu dos assuntos económicos e monetários, sublinhou que os defensores de uma reestruturação da dívida grega ignoravam os efeitos que isso iria acarretar para a Grécia – uma dilatação do prazo de pagamento dos reembolsos poderá vir ser encarada como uma opção. No final do mês de Abril, Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, frisou que “a dívida da Grécia é sustentável se a Grécia tiver tempo para a reduzir”.
Já esta terça-feira, o Governador do Banco da Holanda Nout Wellink, abriu caminho a uma renegociação da extensão dos prazos de reembolso da Grécia. Wellink, citado pela Reuters, disse que o reembolso da dívida “às vezes pode demorar mais tempo. Em algumas situações pode dar-se uma reestruturação. Não na forma que alguns defendem [redução do valor nominal] mas através de uma extensão das maturidades da dívida”.
GLOSSÁRIO
"Default, bancarrota, incumprimento
Define o momento em que uma entidade deixa de ter liquidez para pagar os juros do dinheiro que pediu emprestado, ou para devolver o capital ao credor. Quando um Estado entra em bancarrota, tem de renegociar as condições do seu empréstimo, renegociação essa que pode levar a alterações no valor dos juros prometidos, na maturidade dos títulos ou no valor do capital. Em regra, os credores preferem negociar a ir para tribunal, uma vez que os soberanos estão juridicamente bem protegidos.
Reescalonamento, reestruturação, renegociação de dívida
É um processo com consequências semelhantes aos descritos no ponto anterior, mas ocorre ainda antes de os Estados chegarem ao "fim da linha". Os governos tomam a iniciativa de se sentarem à mesa com os credores, antes de entrarem em incumprimento. A História mostra que esta antecipação costuma ser premiada pelos investidores.
"Haircut", desconto
É a perda de capital e/ou juros que decorre de uma renegociação de dívida ou do incumprimento no pagamento dos seus juros ou reembolsos.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... &id=482139
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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Mário Soares
"As propostas que vierem da troika - atenção - não são para pegar ou largar"
03 Maio 2011 | 08:45
Jornal de Negócios Online - negocios@negocios.pt
O ex-presidente da República, Mário Soares defendeu que Portugal não deverá aceitar as “receitas” que a troika vai propor, “com subserviência e sem discussão”.
Mário Soares, na sua coluna de opinião do Diário de Notícias, defendeu que as propostas da troika “devem ser discutidas pelo Governo e, pelo menos, pelo maior Partido da Oposição e avaliadas e apreciadas devidamente pelo Senhor Presidente da República”.
O ex-governante recordou ainda que os elementos do FMI, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu que constituem a troika “não nos dão nada: emprestam-nos e com juros muito elevados. E, porventura, acrescentando exigências que nos poderão ser muito prejudiciais, se só forem tomadas em conta a redução do deficit e dos endividamentos, privados e públicos, sem que haja dinheiro para investir, evitando a recessão, diminuindo o desemprego, as desigualdades e a pobreza, que começam a ser altamente perturbadoras para a sociedade portuguesa”.
Quanto a conselhos, Mário Soares também os dá. Na opinião do ex-presidente da República a “política orçamental passa, obviamente, pela redução do deficit público e da dívida soberana”.
“A taxa de juro, que iremos pagar, pelo empréstimo feito, tem de ser mais baixa e razoável e o prazo para o pagar alargado”, continuou o responsável.
Já no que concerne ao Orçamento do Estado este deve “preservar uma margem para financiar os investimentos-chave para o País, nomeadamente a contrapartida dos fundos estruturais, a que temos direito.
Deverá haver cortes “nos despesismos, que o afectam, sem vantagens para os interessados e temos de ter margem para dar incentivos à promoção das nossas exportações”.
O mar, as flores, as indústrias tradicionais, desde que sejam competitivas, a agricultura, o turismo, as indústrias inovadoras e criativas, as tecnologias ambientais; etc. são algumas das apostas propostas por Mário Soares.
"As propostas que vierem da troika - atenção - não são para pegar ou largar"
03 Maio 2011 | 08:45
Jornal de Negócios Online - negocios@negocios.pt
O ex-presidente da República, Mário Soares defendeu que Portugal não deverá aceitar as “receitas” que a troika vai propor, “com subserviência e sem discussão”.
Mário Soares, na sua coluna de opinião do Diário de Notícias, defendeu que as propostas da troika “devem ser discutidas pelo Governo e, pelo menos, pelo maior Partido da Oposição e avaliadas e apreciadas devidamente pelo Senhor Presidente da República”.
O ex-governante recordou ainda que os elementos do FMI, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu que constituem a troika “não nos dão nada: emprestam-nos e com juros muito elevados. E, porventura, acrescentando exigências que nos poderão ser muito prejudiciais, se só forem tomadas em conta a redução do deficit e dos endividamentos, privados e públicos, sem que haja dinheiro para investir, evitando a recessão, diminuindo o desemprego, as desigualdades e a pobreza, que começam a ser altamente perturbadoras para a sociedade portuguesa”.
Quanto a conselhos, Mário Soares também os dá. Na opinião do ex-presidente da República a “política orçamental passa, obviamente, pela redução do deficit público e da dívida soberana”.
“A taxa de juro, que iremos pagar, pelo empréstimo feito, tem de ser mais baixa e razoável e o prazo para o pagar alargado”, continuou o responsável.
Já no que concerne ao Orçamento do Estado este deve “preservar uma margem para financiar os investimentos-chave para o País, nomeadamente a contrapartida dos fundos estruturais, a que temos direito.
Deverá haver cortes “nos despesismos, que o afectam, sem vantagens para os interessados e temos de ter margem para dar incentivos à promoção das nossas exportações”.
O mar, as flores, as indústrias tradicionais, desde que sejam competitivas, a agricultura, o turismo, as indústrias inovadoras e criativas, as tecnologias ambientais; etc. são algumas das apostas propostas por Mário Soares.
Cumpts.
Trisquel
A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
Trisquel
A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
Saiu hoje o seguinte artigo nos media:
Quando é referido que o Estado se propões a pagar apenas uma percentagem daquela que estava inicialmente prometida, está a referir-se a uma percentagem dos juros, ou uma percentagem do capital total investido ?
Os meus certificados de Aforro e do Tesouro estão seguros?
Os certificados de Aforro e os do Tesouro são dois produtos de poupança do Estado. São títulos de dívida, colocados junto de investidores particulares que apenas poderão ser "beliscados" caso Portugal entre em incumprimento e se veja obrigado a renegociar a sua dívida pública. Nesse cenário - que começa a ser admitido na Irlanda e na Grécia, e que alguns economistas dão como certo, mas que todos os líderes políticos têm rejeitado veementemente - o capital e os juros da dívida pública são renegociados com os investidores. O Estado propõe-se a pagar apenas uma percentagem daquela que estava inicialmente prometida. Quanto pagará e em que medida dependerá da decisão política que for tomada na altura de sentar todos os credores à mesa das negociações (ou da eventual imposição unilateral de uma taxa de substituição).
Quando é referido que o Estado se propões a pagar apenas uma percentagem daquela que estava inicialmente prometida, está a referir-se a uma percentagem dos juros, ou uma percentagem do capital total investido ?
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Mcmad Escreveu:Trisquel Escreveu:Mcmad Escreveu:...Eu disse que concordava com o PCP que a renegociação da dívida devia acontecer já. Eu defendo que os credores também devem perder parte do dinheiro, uma vez que não efectuaram uma correcta avaliação do risco...
A seguir quem são os teus alvos para continuares a pedir dinheiro emprestado?
Com que regras, as inicialmente acordadas ou logo se vê?
Ao mercado como até aqui. Eu não estou a defender « não pagamos » ! Estou a defender uma renegociação de valores. Ao sermos impedidos de aceder facilmente a taxas de juro baixas, a nossa economia irá sofrer os devidos ajustamentos. Talvez aí por exemplo as pessoas comecem a ter consciência que realmente ganham muito acima daquilo que produzem, e aqui refiro-me especificamente aos FP´s.
O ideal seria começarmos com um défice primário a zero...
O ideal seria começarmos com um superávit primário... Fazendo os cortes que fossem necessários, por mais dolorosos que fossem.
O "haircut" é praticamente inevitável, basta fazer algumas contas básicas para perceber. A alternativa ao "haircut já" é aceitar os planos de resgate, sofrer uns anos valentes a pagar juros elevados apenas para continuar a rolar e dívida e ao fim disso tudo chegar à conclusão de que é mesmo impossível pagar a dívida e consequentemente passar ao "haircut"...
Portanto acho que as alternativas são:
(a) sofrer um pouco e apenas rolar o problema para a frente
(b) sofrer (bem) mais e começar a resolver o problema
Procastinar nunca é uma boa opção, embora os nossos governantes não pensem assim. É melhor renegociar a dívida logo, e fazer não importa o que for para atingir um superávit primário continuado nos próximos anos. Utilizar o superávit para pagar a dívida remanescente, reduzindo os novos empréstimos ao mínimo possível.
É lógico que no momento em que for proposta uma renegociação da dívida os mercados fecharão a torneira. Mas as taxas de juro atuais já são tão altas que virtualmente significam que os mercados estão fechados para Portugal, portanto já estamos lix**** na mesma. Uma renegociação da dívida não altera em nada a nossa credibilidade, porque infelizmente já não temos mesmo nenhuma. Só voltaremos a ter empréstimos a uma taxa decente no dia em que apresentarmos um superávit.
Isto já não vaí lá com aspirina, o caso é de amputação para salvar o paciente.
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Segundo ultimas noticias já não são 80.000.000.000 mas sim 100.000.000.000
Portugal precisa de mais de 100 mil milhões da ‘troika’
Francisco Teixeira , Luís Rego, em Bruxelas, e Filipe Alves
03/05/11 07:30
Avaliação das contas públicas, sector empresarial e banca aponta para um valor superior ao esperado por Bruxelas.
Portugal precisa de mais de 100 mil milhões de euros para reequilibrar as contas do Estado, do sector empresarial público e da banca. O Diário Económico sabe que o valor a que chegou a equipa de técnicos, que passou a pente fino o Estado e o sector financeiro, é superior ao inicialmente previsto, embora permaneçam algumas dúvidas quanto à disponibilidade da União Europeia em disponibilizar um montante superior a 80 mil milhões de euros estimados em Bruxelas.
Um décimo deste valor servirá para apoiar a recapitalização dos bancos portugueses, de forma a cobrir o ‘buraco' do BPN e cumprir as novas exigências que serão colocadas em termos de solvabilidade à luz dos stress tests que se irão realizar este semestre, adiantaram as mesmas fontes.
Os cálculos da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) sobre as carências financeiras do país confirmam que 80 mil milhões de euros não chegam. Só para amortizar dívida e pagar juros referentes ao financiamento que já está contraído são plrecisos praticamente 54 mil milhões de euros, garantem os peritos do Parlamento, na sua análise mensal à dívida pública. Entre amortização de dívida e juros, Portugal tem até Dezembro que devolver 18,3 mil milhões de euros aos mercados, mais 21, 9 mil milhões em 2012 e 13, 7 mil milhões em 2013, mais 18,4 mil milhões com os défices previstos no PEC IV (que hoje parecem optimistas). Os 72,4 mil milhões de euros que resultam ficam muito perto dos 80 mil milhões, mesmo sem contar com o pacote para a banca.[CORTE_EDIMPRESSA]
Para além do desígnio mais urgente e imediato, que é honrar as obrigações de Portugal para com os credores internacionais, o empréstimo internacional tem dois objectivos principais, apurou o Diário Económico junto de fonte próxima das negociações. Primeiro, possibilitar as reformas estruturais em áreas como Administração Pública, mercado laboral, Justiça, habitação e saúde, entre outras. Segundo, garantir a solidez do sistema financeiro português, colocando à disposição do Estado verbas suficientes para acorrer a aumentos de capital nos bancos portugueses, caso os accionistas privados não estejam à altura do desafio. E, em simultâneo, cobrir o ‘buraco' do BPN, que deve 5,3 mil milhões de euros à estatal Caixa Geral de Depósitos.
Constâncio já vê crescimento no final do programa
Ontem em Bruxelas, Vítor Constâncio, antigo governador do Banco de Portugal e actual vice-presidente do BCE, qualificou como "ambiciosa" a necessidade de recapitalização (ver em baixo) e avisou que Portugal, como Irlanda ou a Grécia, verá crescimento positivo no final do programa de ajustamento. "É muito difícil fazer o equilíbrio" entre matar o paciente com remédio e fazer o ajuste necessário, disse no Parlamento Europeu. "É algo para que a ‘troika' está a olhar com cuidado", mas "os programas são desenhados para tentar esse equilíbrio entre objectivos, como se viu com a Grécia e a Irlanda onde no final das previsões já se via crescimento. Isso também se vai aplicar a Portugal", garantiu.
Por outro lado, a gestão política do terceiro resgate financeiro da democracia não é um pormenor e a um mês das eleições todos os protagonistas estão a gerir com pinças o seu envolvimento. Enquanto o Governo continua a criticar a falta de ideias do PSD por ainda não ter apresentado o seu programa eleitoral, os social-democratas garantem que só o farão depois de assinado o resgate, porque "só depois do diagnóstico é possível avançar com uma terapia". O mesmo acontece com o CDS.
Além do risco de um finca-pé partidário poder adiar a obtenção do acordo, um vínculo insuficiente da oposição ou um valor demasiado elevado de empréstimo pode complicar a decisão - obrigatoriamente unânime - do Ecofin de 16 e 17 de Maio. Nenhum ministro das Finanças europeu se quis vincular à estimativa de 80 mil milhões e o único outro valor que veio a terreiro em Bruxelas foi inferior (75 mil milhões), pela boca do presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
A Finlândia, o país que tem estado de pé atrás face aos problemas de Portugal, deverá segundo o novo primeiro-ministro Jyrki Katainen, anunciar a sua decisão esta semana, possivelmente amanhã, coincidindo com a reunião do BCE em Helsinquia. Mas Timo Soini do partido nacionalista finlandês (que obteve quase 20% dos votos) avisou ontem: "Não podemos participar no pacote de ajuda a Portugal". Se este partido fizer parte da futura coligação do Governo, a abstenção é então a saída mais simples para não atrapalhar a decisão unânime dos restantes países. Em Bruxelas ninguém admite que um país impeça o Eurogrupo de salvar um país da bancarrota.
In Economico


Portugal precisa de mais de 100 mil milhões da ‘troika’
Francisco Teixeira , Luís Rego, em Bruxelas, e Filipe Alves
03/05/11 07:30
Avaliação das contas públicas, sector empresarial e banca aponta para um valor superior ao esperado por Bruxelas.
Portugal precisa de mais de 100 mil milhões de euros para reequilibrar as contas do Estado, do sector empresarial público e da banca. O Diário Económico sabe que o valor a que chegou a equipa de técnicos, que passou a pente fino o Estado e o sector financeiro, é superior ao inicialmente previsto, embora permaneçam algumas dúvidas quanto à disponibilidade da União Europeia em disponibilizar um montante superior a 80 mil milhões de euros estimados em Bruxelas.
Um décimo deste valor servirá para apoiar a recapitalização dos bancos portugueses, de forma a cobrir o ‘buraco' do BPN e cumprir as novas exigências que serão colocadas em termos de solvabilidade à luz dos stress tests que se irão realizar este semestre, adiantaram as mesmas fontes.
Os cálculos da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) sobre as carências financeiras do país confirmam que 80 mil milhões de euros não chegam. Só para amortizar dívida e pagar juros referentes ao financiamento que já está contraído são plrecisos praticamente 54 mil milhões de euros, garantem os peritos do Parlamento, na sua análise mensal à dívida pública. Entre amortização de dívida e juros, Portugal tem até Dezembro que devolver 18,3 mil milhões de euros aos mercados, mais 21, 9 mil milhões em 2012 e 13, 7 mil milhões em 2013, mais 18,4 mil milhões com os défices previstos no PEC IV (que hoje parecem optimistas). Os 72,4 mil milhões de euros que resultam ficam muito perto dos 80 mil milhões, mesmo sem contar com o pacote para a banca.[CORTE_EDIMPRESSA]
Para além do desígnio mais urgente e imediato, que é honrar as obrigações de Portugal para com os credores internacionais, o empréstimo internacional tem dois objectivos principais, apurou o Diário Económico junto de fonte próxima das negociações. Primeiro, possibilitar as reformas estruturais em áreas como Administração Pública, mercado laboral, Justiça, habitação e saúde, entre outras. Segundo, garantir a solidez do sistema financeiro português, colocando à disposição do Estado verbas suficientes para acorrer a aumentos de capital nos bancos portugueses, caso os accionistas privados não estejam à altura do desafio. E, em simultâneo, cobrir o ‘buraco' do BPN, que deve 5,3 mil milhões de euros à estatal Caixa Geral de Depósitos.
Constâncio já vê crescimento no final do programa
Ontem em Bruxelas, Vítor Constâncio, antigo governador do Banco de Portugal e actual vice-presidente do BCE, qualificou como "ambiciosa" a necessidade de recapitalização (ver em baixo) e avisou que Portugal, como Irlanda ou a Grécia, verá crescimento positivo no final do programa de ajustamento. "É muito difícil fazer o equilíbrio" entre matar o paciente com remédio e fazer o ajuste necessário, disse no Parlamento Europeu. "É algo para que a ‘troika' está a olhar com cuidado", mas "os programas são desenhados para tentar esse equilíbrio entre objectivos, como se viu com a Grécia e a Irlanda onde no final das previsões já se via crescimento. Isso também se vai aplicar a Portugal", garantiu.
Por outro lado, a gestão política do terceiro resgate financeiro da democracia não é um pormenor e a um mês das eleições todos os protagonistas estão a gerir com pinças o seu envolvimento. Enquanto o Governo continua a criticar a falta de ideias do PSD por ainda não ter apresentado o seu programa eleitoral, os social-democratas garantem que só o farão depois de assinado o resgate, porque "só depois do diagnóstico é possível avançar com uma terapia". O mesmo acontece com o CDS.
Além do risco de um finca-pé partidário poder adiar a obtenção do acordo, um vínculo insuficiente da oposição ou um valor demasiado elevado de empréstimo pode complicar a decisão - obrigatoriamente unânime - do Ecofin de 16 e 17 de Maio. Nenhum ministro das Finanças europeu se quis vincular à estimativa de 80 mil milhões e o único outro valor que veio a terreiro em Bruxelas foi inferior (75 mil milhões), pela boca do presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker.
A Finlândia, o país que tem estado de pé atrás face aos problemas de Portugal, deverá segundo o novo primeiro-ministro Jyrki Katainen, anunciar a sua decisão esta semana, possivelmente amanhã, coincidindo com a reunião do BCE em Helsinquia. Mas Timo Soini do partido nacionalista finlandês (que obteve quase 20% dos votos) avisou ontem: "Não podemos participar no pacote de ajuda a Portugal". Se este partido fizer parte da futura coligação do Governo, a abstenção é então a saída mais simples para não atrapalhar a decisão unânime dos restantes países. Em Bruxelas ninguém admite que um país impeça o Eurogrupo de salvar um país da bancarrota.
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Trisquel Escreveu:Mcmad Escreveu:...Eu disse que concordava com o PCP que a renegociação da dívida devia acontecer já. Eu defendo que os credores também devem perder parte do dinheiro, uma vez que não efectuaram uma correcta avaliação do risco...
A seguir quem são os teus alvos para continuares a pedir dinheiro emprestado?
Com que regras, as inicialmente acordadas ou logo se vê?
Ao mercado como até aqui. Eu não estou a defender « não pagamos » ! Estou a defender uma renegociação de valores. Ao sermos impedidos de aceder facilmente a taxas de juro baixas, a nossa economia irá sofrer os devidos ajustamentos. Talvez aí por exemplo as pessoas comecem a ter consciência que realmente ganham muito acima daquilo que produzem, e aqui refiro-me especificamente aos FP´s.
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Mcmad Escreveu:...Eu disse que concordava com o PCP que a renegociação da dívida devia acontecer já. Eu defendo que os credores também devem perder parte do dinheiro, uma vez que não efectuaram uma correcta avaliação do risco...
A seguir quem são os teus alvos para continuares a pedir dinheiro emprestado?
Com que regras, as inicialmente acordadas ou logo se vê?
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A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
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Mares a minha opinião é que vai de encontro à do PCP. Eu não disse que o PCP tinha moral para negociar o que quer que fosse.
Eu disse que concordava com o PCP que a renegociação da dívida devia acontecer já. Eu defendo que os credores também devem perder parte do dinheiro, uma vez que não efectuaram uma correcta avaliação do risco...
Eu disse que concordava com o PCP que a renegociação da dívida devia acontecer já. Eu defendo que os credores também devem perder parte do dinheiro, uma vez que não efectuaram uma correcta avaliação do risco...
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mcarvalho Escreveu:Mares Escreveu:Mcmad Escreveu:Também concordo. E aqui dou razão ao PCP, quando diz que devia ser feito já antes do resgate...
O PCP, tal como o BE, não estão em condições morais para propor seja o que fôr relativamente à divida portuguêsa, visto que nem foram reunír-se com a "Troika".
Demonstram que são partidos que vivem num mundo à parte, onde a demagogia e falta de responsabilidade
imperam.
Mares
quem está em condições morais de propor.. na tua opinião?
A "Troika".... Só a "Troika" poderá fazer uma proposta inicial, visto que eles representam a ligação entre o devedor (Portugal) e os credores.
Cabe aos partidos contrapropôr e negociar as melhores condições do resgate, diminuindo o impacto e tornando num plano credível/possível.
Quem não vai sequer tentar negociar, perde toda a força moral para propôr outras soluções. Tudo o que digam não é mais que pura demagogia.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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Mares Escreveu:Mcmad Escreveu:Também concordo. E aqui dou razão ao PCP, quando diz que devia ser feito já antes do resgate...
O PCP, tal como o BE, não estão em condições morais para propor seja o que fôr relativamente à divida portuguêsa, visto que nem foram reunír-se com a "Troika".
Demonstram que são partidos que vivem num mundo à parte, onde a demagogia e falta de responsabilidade
imperam.
Mares
quem está em condições morais de propor.. na tua opinião?
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Mcmad Escreveu:Também concordo. E aqui dou razão ao PCP, quando diz que devia ser feito já antes do resgate...
O PCP, tal como o BE, não estão em condições morais para propor seja o que fôr relativamente à divida portuguêsa, visto que nem foram reunír-se com a "Troika".
Demonstram que são partidos que vivem num mundo à parte, onde a demagogia e falta de responsabilidade
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Reestruturar a Divida Publica- É so uma questão de Tempo
Vou abrir este tópico para colocar as evoluções sobre esta matéria , não só em Portugal como na Grécia e talvez na Irlanda.
Reestruturar a divida para mim é inevitavel e vai acontecer mais cedo ou mais tarde.
Não é possivel a um País como Portugal que não cresce , que esta afogado em dividas por parte de todos (Estado, Banca, Cidadaos e Empresas) , pagar as taxas que se pagam hoje em dia e que a Troika vai impor ao País.
Portugal demorou cerca de um ano a mais para pedir a ajuda da Troika que era inevitavel desde o inicio, e esse ano custou muito ao País (tres PEC , varias descidas de rating , escalada de juros e spreads , impostos e etc).
Vamos ver agora quanto tempo vai demorar para pedir o hair cut da divida.
Reestruturar a divida para mim é inevitavel e vai acontecer mais cedo ou mais tarde.
Não é possivel a um País como Portugal que não cresce , que esta afogado em dividas por parte de todos (Estado, Banca, Cidadaos e Empresas) , pagar as taxas que se pagam hoje em dia e que a Troika vai impor ao País.
Portugal demorou cerca de um ano a mais para pedir a ajuda da Troika que era inevitavel desde o inicio, e esse ano custou muito ao País (tres PEC , varias descidas de rating , escalada de juros e spreads , impostos e etc).
Vamos ver agora quanto tempo vai demorar para pedir o hair cut da divida.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"
Lion_Heart
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