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Caldeirão da Bolsa

Falar em idades de reforma de 67 ou 70 anos é incontornável

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Mares » 2/5/2011 19:40

Pata-Hari Escreveu:Alguém arranja valores para a esperança de vida no séc XIX?


Do séc.XIX é possível encontrar para a Suécia... Para Portugal só depois de 1925...no site http://www.gapminder.org

Deixo um gráfico com a evolução da esperança de vida para Portugal, Suécia e Angola.

Podemos observar que para a Suécia, a esperança de vida aumentou cerca de 1,8 meses a cada ano (entre 1970 e 2009).
Anexos
Esperanca_vida_Portugal_Suecia_Angola_1800_2009.bmp
Esperanca_vida_Portugal_Suecia_Angola_1800_2009.bmp (725.58 KiB) Visualizado 1569 vezes
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por Pata-Hari » 2/5/2011 18:52

Alguém arranja valores para a esperança de vida no séc XIX?
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por Jolly Roger » 2/5/2011 18:49

nunoand99 Escreveu:Bom,

A "ideia" já aqui levantada Muffin, de cortes na formula de calculo da pensao é outra das formas de resolver o problema.

Provavelmente ter-se-á de arranjar um mix ideal entre idade e formula.


Saudações



Se entretanto descobrirmos uma forma de prolongarmos a vida mais uns 20 ou 30 anos, ou se as economias não forem capazes de criar emprego suficiente para que a relação entre pessoas no activo e pessoas reformadas possa manter o sistema, vamos estar a rever fórmulas e a aumentar a idade até chegarmos ao inevitável zero.

A segurança social é um absurdo técnico e ético. A solução é extingui-la passando a responsabilidade para cada um de nós e mandar o Estado às urtigas com as suas políticas sociais que nunca funcionam.


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por Jolly Roger » 2/5/2011 18:33

Elias Escreveu:
Mares Escreveu:Depois que se reforma, uma pessoa poderá viver em média mais ~16 anos.


Precisamente!

Agora, pensa comigo: se uma pessoa desconta 11% em TSU e trabalhar 36 anos, então o dinheiro que descontou dará para pagar uns 4 anos de reforma, não é?

De onde vem o dinheiro para pagar os 12 anos que faltam?



Aqui faltam os 23% (creio que é isso que paga a entidade patronal) pago pelos empregadores e está a ser esquecido outra coisa que se chama capitalização.


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por Jolly Roger » 2/5/2011 18:29

Pata-Hari Escreveu:Não sei quantos anos tem o conceito de pensão de reforma, mas seria engraçado comparar esperança de vida e idade de reforma ao longo desse periodo.



O primeiro sistema de segurança social foi implementado na Alemanha e data do séc. XIX (não sei o ano exacto). O seu criador foi Otto von Bismarck.

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por nunoand99 » 2/5/2011 18:17

Bom,

A "ideia" já aqui levantada Muffin, de cortes na formula de calculo da pensao é outra das formas de resolver o problema.

Provavelmente ter-se-á de arranjar um mix ideal entre idade e formula.

Mas os politicos em portugal, ao contrário do aconselhado por Maquiavel (que todos eles leiem), gostam de fazer as maldades às pinguinhas.

E depois anda-se sempre nisto.

Agora em quase todos os anos, ou se aumenta um bocadinho a idade da reforma, ou se diminui um bocadinho o valor da pensão que recebem....

E o FMI a pagar o "aos bocadinhos"........
Parece que os credores se fartaram faz algum tempo.

Agora é pinguinhas para pagar prestação (mais pão e água, e vamos lá ver se não nos cortam o circo), e não entrar em incumprimento que era uma chatice de provisões, e bico calado!

E ainda vamos rezar para que aos finlandeses não lhes dê um arrufo de nacionalismo exacerbado, e nos chumbem a pinguinha.

Táva-mos mesmo a precisar..................

E confesso que estou desejando de ver a lista do FMI :)

Saudações
 
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por Mares » 1/5/2011 18:20

Mares Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:
Mares Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:
Acho que Portugal precisa de um ensino técnico de qualidade. Só assim poderemos desviar parte dos alunos que acabam indo (por falta de opção) para a universidade sem vocação.

Depois é preciso acabar com as enormes diferenças salariais entre os "doutores" e os "licenciados"...



Mares, na Finlandia, só existe ensino público. E os universitários têm inclusivamente uma alocação pela frequência. Entra-se por mérito, pelas notas, é-se "doutor" se se merecer, ou técnico se não se for bom, todos têm direito desde que tenham capacidade, são pagos para isso.

E, como é óbvio, a diferenciação depois, faz-se naturalmente porque há cultura de mérito de não de cunha.


Obrigado.

Só vi agora a resposta.

(devo deixar passar vários comentários, pois só quando dou uma olhada nas mensagens mais antigas é que vejo que tenho comentários...).


Mares, tive que ir perguntar. Aparentemente, as escolas privadas não são proibidas mas são fortemente desincentivadas. Para conseguires abrir uma, tens que pedir uma licença, coisa que muito raramente e dificilmente é dado. Por isso, praticamente não existem, são uma inexistência.


Pata-Hari,

neste tópico estamos discutindo sobre a sustentabilidade da segurança social (tu és moderadora e deverás saber melhor que eu, como cada tópico poderá ser desenvolvido).

Relativamente ao sistema de ensino em Portugal, vejo que um dos problemas é que existe apenas uma "porta" para a educação dos jovens e inserção no mundo do trabalho (i.e., muita educação e pouca formação).

Acredito que o melhor sistema estará na educação/formação dos jovens direcionada para a economia real. Poderá ser menos "filosofos" e mais quadros intermédios.

A estrutura da educação em Portugal é muito inflexível e isso leva a que formem-se tantos engenheiros/professores/.... por ano, sem existir a preocupação se eles serão realmente úteis para o mercado de trabalho.

Essa inflexibilidade terá as suas origens principalmente em: a estrutura de ensino (onde o professor universitário precisa de encher o "seu anfiteatro"... e para assim justificar a sua utilidade); a sociedade que vê no "canudo" como a chave do sucesso; a desigualdade salarial entre o "doutor" e o "trabalhador" é tão grande que leva a distorçer educação/formação e as reais necessidades do país.

Acho que o problema não se coloca tanto em a questão do ensino ser público ou privado, mas sim onde e de que forma essas pessoas servirão o país...

Fazer uma comparação com o sistema filandês poderá ser útil, mas cada sistema de ensino deverá estar adaptado às realidades do país em causa.

Em conclusão, os recursos gastos no ensino estão sendo mal gastos e não servem os interesses do país.

A inflexibilidade do Estado (dando ocupação aos que estão na estrutura) corresponde à maior parte do problema, seguida pela mentalidade da sociedade.


Algo está errado no mundo universitário... Marinho Pinto fala de "prostituição" em troca de propinas...
(http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... o+superior)

Mas esse problema não é de agora e o ensino passou a ser um negócio (seja ele nas "competentes" univ. privadas ou nas "ilustres" univ. públicas...)
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por Mares » 1/5/2011 16:47

Em 2009 tinhamos 3,4 milhões de pessoas reformadas em Portugal (2,86 milhões pela Seg. Social e 564 mil pela CGA). Dos cerca de 10,6 milhões de residentes, temos que cerca de ~31% da população está reformada :shock: .

Também para 2009, temos 3,9 pessoas na idade activa por cada reformado.

Do gráfico, observamos que o número total de reformados sobe gradualmente desde 1971 até 2010, continuando a mostrar sinais de estabilização. Por sua vez, no mesmo período, observamos que o rácio entre o número de pessoas na idade activa e o número de reformados vêm caíndo de uma forma consistente.

Ainda a notar que, ao número de pessoas na idade activa devêmos retírar as pessoas que estão no desemprego, deficientes, etc, etc.

A adicionar a isto tudo temos ainda acumulação de reformas, antecipação da idade da reforma, contribuições não suficientes, etc, etc...

Então o sistema deverá ter perdido o ponto de sustentabilidade faz muito tempo.

Outros problemas, associados a este está: o envelhecimento da população que não foi acompanhado por politicas de natalidade; desbalanço em imigração/emigração; desertificação do interior do país; etc, etc
Anexos
Reformados_pop_activa.bmp
Reformados_pop_activa.bmp (943.65 KiB) Visualizado 1667 vezes
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por Mares » 1/5/2011 14:50

Elias Escreveu:
Mares Escreveu:Depois que se reforma, uma pessoa poderá viver em média mais ~16 anos.


Precisamente!

Agora, pensa comigo: se uma pessoa desconta 11% em TSU e trabalhar 36 anos, então o dinheiro que descontou dará para pagar uns 4 anos de reforma, não é?

De onde vem o dinheiro para pagar os 12 anos que faltam?


Voltando à "vaca fria" :P

Para discutirmos sobre a sustentabilidade da segurança social (este tópico em particular) devemos em primeiro buscar dados, gráficos e estudos já feitos (esta abrodagem é tão válida para aqui, como para outro assunto, quando discutido de forma mais séria).

Então acho que será interessante buscar dados sobre a realidade portuguêsa, por exemplo: esperança de vida/idade de reforma (já feito), rácio população reformada/população activa, taxa de natalidade, diferenças entre sub-sistemas (regime geral e aposentações), acumulação de reformas e seu impacto em todo sistema, etc...

Depois temos outras questões, por exemplo: valor mínimos e máximos para as reformas, necessidades para um reformado, outros apoios aos idosos (além do valor da reforma), etc, etc.

É um assunto complexo. Sem muitos estudos, vêmos que existe uma dispersidade muito grande de valores, de casos que chocam a sociedade (sejam por valores muito elevados ou de idosos encontrados mortos nas suas habitações), da defesa de certos direitos (transversal a qualquer ideologia/partido), ao choque de gerações, etc, etc.
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por Mares » 1/5/2011 14:05

Pata-Hari Escreveu:
Mares Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:
Acho que Portugal precisa de um ensino técnico de qualidade. Só assim poderemos desviar parte dos alunos que acabam indo (por falta de opção) para a universidade sem vocação.

Depois é preciso acabar com as enormes diferenças salariais entre os "doutores" e os "licenciados"...



Mares, na Finlandia, só existe ensino público. E os universitários têm inclusivamente uma alocação pela frequência. Entra-se por mérito, pelas notas, é-se "doutor" se se merecer, ou técnico se não se for bom, todos têm direito desde que tenham capacidade, são pagos para isso.

E, como é óbvio, a diferenciação depois, faz-se naturalmente porque há cultura de mérito de não de cunha.


Obrigado.

Só vi agora a resposta.

(devo deixar passar vários comentários, pois só quando dou uma olhada nas mensagens mais antigas é que vejo que tenho comentários...).


Mares, tive que ir perguntar. Aparentemente, as escolas privadas não são proibidas mas são fortemente desincentivadas. Para conseguires abrir uma, tens que pedir uma licença, coisa que muito raramente e dificilmente é dado. Por isso, praticamente não existem, são uma inexistência.


Pata-Hari,

neste tópico estamos discutindo sobre a sustentabilidade da segurança social (tu és moderadora e deverás saber melhor que eu, como cada tópico poderá ser desenvolvido).

Relativamente ao sistema de ensino em Portugal, vejo que um dos problemas é que existe apenas uma "porta" para a educação dos jovens e inserção no mundo do trabalho (i.e., muita educação e pouca formação).

Acredito que o melhor sistema estará na educação/formação dos jovens direcionada para a economia real. Poderá ser menos "filosofos" e mais quadros intermédios.

A estrutura da educação em Portugal é muito inflexível e isso leva a que formem-se tantos engenheiros/professores/.... por ano, sem existir a preocupação se eles serão realmente úteis para o mercado de trabalho.

Essa inflexibilidade terá as suas origens principalmente em: a estrutura de ensino (onde o professor universitário precisa de encher o "seu anfiteatro"... e para assim justificar a sua utilidade); a sociedade que vê no "canudo" como a chave do sucesso; a desigualdade salarial entre o "doutor" e o "trabalhador" é tão grande que leva a distorçer educação/formação e as reais necessidades do país.

Acho que o problema não se coloca tanto em a questão do ensino ser público ou privado, mas sim onde e de que forma essas pessoas servirão o país...

Fazer uma comparação com o sistema filandês poderá ser útil, mas cada sistema de ensino deverá estar adaptado às realidades do país em causa.

Em conclusão, os recursos gastos no ensino estão sendo mal gastos e não servem os interesses do país.

A inflexibilidade do Estado (dando ocupação aos que estão na estrutura) corresponde à maior parte do problema, seguida pela mentalidade da sociedade.
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por Pantone » 1/5/2011 13:12

Mares Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:Não sei quantos anos tem o conceito de pensão de reforma, mas seria engraçado comparar esperança de vida e idade de reforma ao longo desse periodo.


Obtive os seguintes dados (site Pordata) apresentados no gráfico em anexo.

Vêmos que as pessoas estão reformando-se com idades cada vez menores (com dados só a partir de 2000), mas que a esprança de vida média está aumentando.

Depois que se reforma, uma pessoa poderá viver em média mais ~16 anos.


Apenas dois pontos, e analisando o gráfico.

1. A esperança média de vida está condicionada naturalmente pela mortalidade infantil, o que para o tema que estamos a tratar é totalmente irrelevante.

2. Na última década a esperança média creceu 2/3 anos?!

O problema cada vez mais me parece na falta de relação entre o que se desconta e o que se cobra. Esta ladaínha de mais uns anos para ter a "pensão completa" vai ter que acabar, e se não fôr agora, temo que em breve... (ah pois, e os direitos adquiridos, essa tragédia nacional...).
 
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por Elias » 1/5/2011 10:46

Atomez Escreveu:
Elias Escreveu:
Mares Escreveu:Depois que se reforma, uma pessoa poderá viver em média mais ~16 anos.


Precisamente!

Agora, pensa comigo: se uma pessoa desconta 11% em TSU e trabalhar 36 anos, então o dinheiro que descontou dará para pagar uns 4 anos de reforma, não é?

De onde vem o dinheiro para pagar os 12 anos que faltam?

A entidade patronal também paga 23,75% para a Seg. Social.


Tens razão, Atomez, mas como o wuzzu já referiu a contribuição não é toda para a reforma.
 
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por Pata-Hari » 1/5/2011 10:41

Mares Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:
Acho que Portugal precisa de um ensino técnico de qualidade. Só assim poderemos desviar parte dos alunos que acabam indo (por falta de opção) para a universidade sem vocação.

Depois é preciso acabar com as enormes diferenças salariais entre os "doutores" e os "licenciados"...



Mares, na Finlandia, só existe ensino público. E os universitários têm inclusivamente uma alocação pela frequência. Entra-se por mérito, pelas notas, é-se "doutor" se se merecer, ou técnico se não se for bom, todos têm direito desde que tenham capacidade, são pagos para isso.

E, como é óbvio, a diferenciação depois, faz-se naturalmente porque há cultura de mérito de não de cunha.


Obrigado.

Só vi agora a resposta.

(devo deixar passar vários comentários, pois só quando dou uma olhada nas mensagens mais antigas é que vejo que tenho comentários...).


Mares, tive que ir perguntar. Aparentemente, as escolas privadas não são proibidas mas são fortemente desincentivadas. Para conseguires abrir uma, tens que pedir uma licença, coisa que muito raramente e dificilmente é dado. Por isso, praticamente não existem, são uma inexistência.
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TSU

por wuzzu » 1/5/2011 9:22

Acho que as compaticipações para a segurança social não são só para a reforma!

Ou seja, metam nisso mais despesas das pessoas com a educação, saúde, etc.
Mistura-se depois isso tudo com o IRS...
Já há muito tempo os impostos deixaram de ser dedicados a uma só finalidade, o que deixou isto nesta situação: o dinheiro não chega para tudo o que se pretende (inclusive ter transportes a preços aceitáveis :) ).

Eu acho que a solução tem de passar por fazer reformas parciais ao longo da vida. I.e., as pessoas passariam a partir dos 65 anos em média, a trabalhar só metade do tempo e eventualmente até estarem aptas (como se faz com a carta de condução: é preciso ir vendo se estao aptas...).

O importante é tb que deixem de exercer cargos de direcçao e que baixem as remuneracoes para que o país se possa renovar. Porque senao os cirugioes, por exemplo, dos 60 em diante limitam-se a fazer as cirugias à maneira que foram ensinados há anos atrás...

I.e., é preciso tornar aproveitar as pessoas de forma mais flexivel, de tal forma que porventura elas ganhem os melhores ordenados quando tiverem em media 45-55 anos e depois comecem a de novo auferir menos.


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por atomez » 1/5/2011 5:02

Elias Escreveu:
Mares Escreveu:Depois que se reforma, uma pessoa poderá viver em média mais ~16 anos.


Precisamente!

Agora, pensa comigo: se uma pessoa desconta 11% em TSU e trabalhar 36 anos, então o dinheiro que descontou dará para pagar uns 4 anos de reforma, não é?

De onde vem o dinheiro para pagar os 12 anos que faltam?

A entidade patronal também paga 23,75% para a Seg. Social.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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por Pata-Hari » 1/5/2011 4:32

E agora nota como basta olhar para 1975 para encontrares uma esperança de vida que é igual à idade de reforma. Ou seja, quando o sistema foi criado, os que morriam mais cedo que a média pagavam pelos que viviam mais que a média. Mas, em média provavelmente trabalhavas até depois da tua esperança de vida, ou seja, até caires morto! (acho que as pensões de reforma existem desde antes de 75, certo?)
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por Pantone » 1/5/2011 2:33

Elias Escreveu:
Mares Escreveu:Depois que se reforma, uma pessoa poderá viver em média mais ~16 anos.


Precisamente!

Agora, pensa comigo: se uma pessoa desconta 11% em TSU e trabalhar 36 anos, então o dinheiro que descontou dará para pagar uns 4 anos de reforma, não é?

De onde vem o dinheiro para pagar os 12 anos que faltam?


Elias, isso é importante, assim como também o é a profissão que desempenham.

Há profissões em que qualquer pessoa saudável poderá exercer até provecta idade (e.g. advocacia, gestão, medicina - que não cirurgia - ou genériamente, a maior parte das existentes no sector terciário) mas há outras em que se torna impossível ou impraticável (sector primário e secundário).

Isto leva a duas consequências de ordem prática, a idade da reforma não deveria ser universal, e sim, é para estes casos que serve o estado social.

De qualquer forma, possa ou não exercer-se a actividade a partir de uma certa idade, o tecto da reforma deverá sempre ter que ser implementado para salvaguardar a sua sustentabilidade, penso eu de que...
 
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por Mares » 1/5/2011 1:02

Elias Escreveu:
Mares Escreveu:Depois que se reforma, uma pessoa poderá viver em média mais ~16 anos.


Precisamente!

Agora, pensa comigo: se uma pessoa desconta 11% em TSU e trabalhar 36 anos, então o dinheiro que descontou dará para pagar uns 4 anos de reforma, não é?

De onde vem o dinheiro para pagar os 12 anos que faltam?


(primeiro vou-te dar uma resposta a brincar ... :P )

FMI + Alemães +.... + Finlandêses (não vão pagar só almoços ... :P )

Vou pensar e amanhã podemos procurar um "modelo".

Boa noite.

Mares
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por Elias » 1/5/2011 0:54

Mares Escreveu:Depois que se reforma, uma pessoa poderá viver em média mais ~16 anos.


Precisamente!

Agora, pensa comigo: se uma pessoa desconta 11% em TSU e trabalhar 36 anos, então o dinheiro que descontou dará para pagar uns 4 anos de reforma, não é?

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por Mares » 1/5/2011 0:53

Pata-Hari Escreveu:Não sei quantos anos tem o conceito de pensão de reforma, mas seria engraçado comparar esperança de vida e idade de reforma ao longo desse periodo.


Obtive os seguintes dados (site Pordata) apresentados no gráfico em anexo.

Vêmos que as pessoas estão reformando-se com idades cada vez menores (com dados só a partir de 2000), mas que a esprança de vida média está aumentando.

Depois que se reforma, uma pessoa poderá viver em média mais ~16 anos.
Anexos
Reforma_Esperanca_Vida.bmp
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por Mares » 1/5/2011 0:47

Pata-Hari Escreveu:
Acho que Portugal precisa de um ensino técnico de qualidade. Só assim poderemos desviar parte dos alunos que acabam indo (por falta de opção) para a universidade sem vocação.

Depois é preciso acabar com as enormes diferenças salariais entre os "doutores" e os "licenciados"...



Mares, na Finlandia, só existe ensino público. E os universitários têm inclusivamente uma alocação pela frequência. Entra-se por mérito, pelas notas, é-se "doutor" se se merecer, ou técnico se não se for bom, todos têm direito desde que tenham capacidade, são pagos para isso.

E, como é óbvio, a diferenciação depois, faz-se naturalmente porque há cultura de mérito de não de cunha.


Obrigado.

Só vi agora a resposta.

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por Automech » 30/4/2011 23:45

Pata-Hari Escreveu:Mares, na Finlandia, só existe ensino público.


Uma ligueira correcçao Pata.

Uma escola privada pode abrir na Finlândia, recebendo do estado o mesmo valor que custa um aluno no ensino público, desde que essa escola não discrimine a entrada de alunos, possibilitando assim uma concorrência e pé de igualdade privado / público.

Tanto quanto sei há, no entanto, muito poucas escolas privadas porque o ensino publico é de extrema qualidade.
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por Pata-Hari » 30/4/2011 23:14

Não sei quantos anos tem o conceito de pensão de reforma, mas seria engraçado comparar esperança de vida e idade de reforma ao longo desse periodo.
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por Mares » 30/4/2011 23:06

Lion_Heart Escreveu:
Mares Escreveu:
Tridion Escreveu:E que tal existir abertura na lei para se analisar caso a caso? Tenho conhecimento pessoal de um caso de um funcionário público com 70 anos, que queria e estava em condições de trabalhar mais e simplesmente a lei não lhe permitiu :!:

E o trabalho deste senhor era de porta-miras, que não é um trabalho de secretária, tem que andar no campo a subir e a descer taludes, no meio de silvas e a percorrer distâncias consideráveis...e ele ainda estava bem ligeirinho!

E leram bem era um funcionário público que queria trabalhar para além dos 70 anos...


A excepção sempre confirma a regra....

Incluíndo esta "excepção" à média de 2009, esta passou de 59,6 para 59,6 (valores obtidos no Relatório de Contas das CGA, 2009), conforme tabela em anexo:


Essa tabela só confirma que nós somos como os Gregos , se a Lei estava em 62 anos e agora é 65 , essa média quer dizer que algo esta muito errado.


E se está...

Imagina uma pessoa com 70 anos a trabalhar e a ganhar o salário mínimo (pois com 70 anos e a trabalhar é porque precisa, pois antes nunca ganhou para criar uma "almofada")....

... e o outro com 60 anos, já reformado, com reformas várias vezes o salário mínimo e com todo tempo para cuidar de sí e dos seus (filhos, netos, sobrinhos) ...
Editado pela última vez por Mares em 30/4/2011 23:24, num total de 1 vez.
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por Lion_Heart » 30/4/2011 17:43

Mares Escreveu:
Tridion Escreveu:E que tal existir abertura na lei para se analisar caso a caso? Tenho conhecimento pessoal de um caso de um funcionário público com 70 anos, que queria e estava em condições de trabalhar mais e simplesmente a lei não lhe permitiu :!:

E o trabalho deste senhor era de porta-miras, que não é um trabalho de secretária, tem que andar no campo a subir e a descer taludes, no meio de silvas e a percorrer distâncias consideráveis...e ele ainda estava bem ligeirinho!

E leram bem era um funcionário público que queria trabalhar para além dos 70 anos...


A excepção sempre confirma a regra....

Incluíndo esta "excepção" à média de 2009, esta passou de 59,6 para 59,6 (valores obtidos no Relatório de Contas das CGA, 2009), conforme tabela em anexo:


Essa tabela só confirma que nós somos como os Gregos , se a Lei estava em 62 anos e agora é 65 , essa média quer dizer que algo esta muito errado.
" Richard's prowess and courage in battle earned him the nickname Coeur De Lion ("heart of the lion")"

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