Dúvida acerca das OTs portuguesas
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Olha, boa pergunta!!!! montes de vezes falo com a sala e falamos nisso. Depende para que preço estão a olhar!!! estão certamente a olhar para preços executáveis mas presume-se que na intenção de venda e não necessariamente de compra. Por vezes isso aparece nas noticias e eu pergunto se me conseguem comprar a esses valores e a resposta é "não, não encontro nada comprável com essas yields. O melhor que encontro é X".
Pata-Hari Escreveu:rsacramento, ao contrário do mercado accionista, não existem cofs e o mercado não é "aberto". Existem intenções de compra e de venda afixadas e as operações são feitas uma a uma por contacto directo. Existem ainda preços não executaveis, que são "agentes" que colocam preços teóricos no terminal. Na prática, não consegues executar.
E não existe listagem de negócios feitos/realizados porque são feitos um a um e negociados um a um entre contra-partes.
Depois, acho que tens uma confusão quando falas no "juro". Há duas coisas. Existe o cupão. A esse cupão correspondem juros corridos. Que pagas ao vendedor quando compras e que recebes na totalidade na devida data. E existe a yield, que é o que efectivamente o teu negócio te rende tendo em conta o cupão e o preço de compra face ao preço de amortização no final (100, presumivelmente e se não houver default).
obrigado pelos esclarecimentos
de facto já distingo juro (cupão) de yIIIIIIIIIIIIIeld

mas agora continua a dúvida: (e faz de conta)
2ª de manhã as rádios dizem que os juros da dívida estão quase nos 9
à tarde já passaram os 9
etc etc
a minha questão: o que (quem, como) fez mexer estes valores?
foi o sr A do banco A que vendeu umas OTs ao sr B do banco B a isso fez subir os juros logo noticiados?

rsacramento, ao contrário do mercado accionista, não existem cofs e o mercado não é "aberto". Existem intenções de compra e de venda afixadas e as operações são feitas uma a uma por contacto directo. Existem ainda preços não executaveis, que são "agentes" que colocam preços teóricos no terminal. Na prática, não consegues executar.
E não existe listagem de negócios feitos/realizados porque são feitos um a um e negociados um a um entre contra-partes.
Depois, acho que tens uma confusão quando falas no "juro". Há duas coisas. Existe o cupão. A esse cupão correspondem juros corridos. Que pagas ao vendedor quando compras e que recebes na totalidade na devida data. E existe a yield, que é o que efectivamente o teu negócio te rende tendo em conta o cupão e o preço de compra face ao preço de amortização no final (100, presumivelmente e se não houver default).
E não existe listagem de negócios feitos/realizados porque são feitos um a um e negociados um a um entre contra-partes.
Depois, acho que tens uma confusão quando falas no "juro". Há duas coisas. Existe o cupão. A esse cupão correspondem juros corridos. Que pagas ao vendedor quando compras e que recebes na totalidade na devida data. E existe a yield, que é o que efectivamente o teu negócio te rende tendo em conta o cupão e o preço de compra face ao preço de amortização no final (100, presumivelmente e se não houver default).
rsacramento Escreveu:afinal:
é a procura versus oferta que estabelecem o valor do juro, naquele momento?
como e porque é que esse valor vai variando ao longo da semana?
quem está a procurar e quem está a oferecer?
onde fica isso registado?
Vou dar-te a minha ideia, sendo certo que percebo pouco do assunto:
Sim, é a oferta vs procura que faz subir e baixar o valor da obrigação. Supõe que uma obrigação, quando é criada tem um valor 100 e um cupão de 5%. Isto é o mesmo que dizer que quando a obrigação é criada (criada é diferente de transaccionada) te dão um papel a dizer que esse papel vale 100 daqui a digamos 5 anos (a maturidade) e ao longo desse tempo recebes 5% de juros sobre os 100.
O importante é que esses valores que estão escritos no 'papel' não podem ser apagados e substituidos por outros, e, se comprares a tua obrigação por 100, certamente que, (se não houver incumprimento) terás os teus 5 de juros e daqui a 5 anos teras os teus 100 que investiste.
Se a taxa está escrita no 'papel' e não pode mudar, como é que nós vemos as taxas a 8 e a 9% ao longo de dias ?
Porque existe um mercado secundário onde podes comprar e vender obrigações. Supõe que, por qualquer motivo, queres vender a tua obrigação antes dos 5 anos.Vais ao mercado e vendes. Mas apesar da obrigação ter lá escrito que daqui a 5 anos vale 100 com juros de 5%, nada te garante que te dêm 100 quando a venderes. Podem dar mais ou menos. Supõe que o Banco Central aumenta a taxa de referencia. Bem, nesse caso os 5% da tua obrigação brilha menos em relação ao juro de referencia anterior e portanto é natural que te dêm menos de 100 pela tua obrigação.
Supõe então que alguem comprou essa obrigação por 90.
A verdade é que, apesar de comprar a 90, vai continuar a receber os 5% de juros sobre 100 e ao fim recebe 100 (lembra-te está escrito no 'papel' que os juros são 5% e o valor é 100, e foi esse 'papel' que foi comprado). Ora para todos os efeitos práticos isto é o mesmo que ter investido 90 a uma taxa superior a 5% (porque os 5 que recebes são mais que 5% de 90 que investiste, para alem de no fim receberes 100 e não 90). Essa taxa de juro real que o teu dinheiro está a render chama-se yield, e espero que seja claro que sobe automáticamente quando o valor da obrigação desce e vice-versa. Logo, e resumindo, a yield vai variando à medida que o mercado vai funcionando, ora aumentando ora baixando em função do valor da obrigação.
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Na ausência de cotação oficial, parece que a única coisa minimamente fiável é o MTS (que tem yields inferiores à Bloomberg).
Eu nunca tinha ouvido falar, até o Risco ter feito referência a isso aqui:
http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... &js_link=1
Eu nunca tinha ouvido falar, até o Risco ter feito referência a isso aqui:
http://caldeiraodebolsa.jornaldenegocio ... &js_link=1
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Quando em bolsa, vês para determinado título, o par bid/ask, também não quer dizer que para esses valores tenha já existido alguma transacção.
Quanto ao grande spread, creio que também em bolsa observas esse fenómeno em títulos de baixa liquidez.
Mas não tenho a certeza que seja essa a tua questão
Quanto ao grande spread, creio que também em bolsa observas esse fenómeno em títulos de baixa liquidez.
Mas não tenho a certeza que seja essa a tua questão

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Dúvida acerca das OTs portuguesas
há já uns tempos que andava intrigado acerca da maneira como se estabelecem os juros a que serão transacionadas as OTs:
seria como na bolsa?
seria pré acordado?
acabei por nunca perguntar e continuar na ignorância...
entretanto deparei com este artigo (a fonte é esta) e deixo algumas citações:
alguém me consegue eclarecer acerca disto tudo?
é mesmo assim?
seria como na bolsa?
seria pré acordado?
acabei por nunca perguntar e continuar na ignorância...
entretanto deparei com este artigo (a fonte é esta) e deixo algumas citações:
A verdade é que o preço das obrigações e a respectiva ‘yield' apresentada nas plataformas de negociação profissional se tratam de valores meramente teóricos colocados por alguém num ecrã da Bloomberg ou da Reuters e para o qual não existe uma verdadeira lógica de mercado
(...)
Na prática, significa que o preço médio dos títulos não é determinado pelos negócios concretizados mas por intenções dos compradores e vendedores. Neste sentido, é perfeitamente plausível desconfiar que, até à data, nenhum investidor comprou obrigações do Tesouro a 5 e a 10 anos acima de 8%, apesar de a Bloomberg avançar que estes títulos estão a cotar com uma ‘yield' média de 10% e 8,7%, respectivamente
(...)
Para se ter uma ideia do absurdo da situação, tenha-se em consideração o diferencial entre preço de compra e de venda dos bilhetes do Tesouro a 6 e 12 meses que, actualmente, é de quase 340 pontos base, quando os congéneres alemães apresentam um ‘spread' inferior a 5 pontos base e os italianos de 2 pontos base. Isto significa que o mercado está disposto a vender bilhetes do Tesouro a 12 meses, por exemplo, a um preço médio de 95,84 (que corresponde uma ‘yield' de 4,529%) e a comprar a um preço de 92,95 (que corresponde uma ‘yield' de 7,921%). Uma exorbitância sem qualquer lógica. O grave da situação é que cada vez que Portugal vai ao mercado para emitir dívida, como sucedeu na quarta-feira com a realização de dois leilões de bilhetes do Tesouro a 6 e 12 meses, são estes os valores de referência dos leilões. E é neste mercado verdadeiramente nebuloso que Portugal e o IGCP, a entidade responsável pela gestão da dívida e da tesouraria do Estado, têm que movimentar-se para salvaguardar o financiamento da República
alguém me consegue eclarecer acerca disto tudo?
é mesmo assim?

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