A CGD não deveria ser privatizada
Re: Dívida portuguesa
Mares Escreveu:Mufin,
nas medidas que tu apontas, vejo-as mais para cortar no gastos (e que poderão tornar o ambiente económico mais desafiante), do que em promovêr propriamente o Investimento (e Crescimento).
Existe apenas os pontos 3 e 4 que possam indirectamente criar melhores condições para o Investimento. Mas, mesmo assim, não é propriamente um incentivo ao Investimento e ao Crescimento.
Mares, desculpa o atraso na resposta

A situação a que chegámos é realmente de tentar estabilizar antes de crescer. Só se poderão promover a curto prazo medidas de crescimento que não comportem custos.
No entanto, mesmo nestes casos, é possível promover algum crescimento, nem que seja de uma forma limitada.
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Re: Dívida portuguesa
Muffin Escreveu:Mares Escreveu:Inversão (da dívida e do empobrecimento), para quando?
Mares, a dívida é medida como uma % do PIB, e esta deixa de ser problema quando o PIB cresce.
Se um país ano após ano faz um P (plano) e apenas se preocupa com o E (estabilidade) e se esquece do C (crescimento) a diminuição da dívida só pode ser conseguida com base no corte das despesas ou com o aumento dos impostos.
Para se conseguir C é necessário, por exemplo (deixo 5 pontos que podem fazer a diferença no curto prazo):
1. racionalizar - Libertar do Estado o que não é produtivo num estado que estrangula o sector privado (e aqui incluo as influências políticas onde, por ex., me vem à memória um recente episódio de um PM a dizer no parlamento que não permitia parte da venda de uma empresa privada (PT) porque era contra o interesse nacional, para duas semanas depois nada dizer quando o preço subiu e as arcas do Estado nada benefeciaram - e este nem é um exemplo muito importante). Exceptuaria deste raciocínio as actividades que têm associado um bem público, pelo que se aplica a quase todas as actividades económicas.
2. Acabar com o supérfulo - Para começar, desactivem tudo o que o DN recentemente apontou num trabalho de investigação sobre as empresas e fundaçoes do Estado, mas mais haverá!
3. Aumentar a productividade - baixando o custo político nas decisões económicas e baixando alguns impostos, mlhorando a concorrência e o clima económico.
4. Promover a justiça - Com urgência em todas as áreas que possam promover e agilizar a concorrência e diminuir o risco empresarial. Já nem falo da civil que essa não tem grande impacto nem sobre o défice nem sobre o PIB.
5. Aligeirar a despesa do Estado em áreas que não são produtivas, estando à cabeça, naturalmente as Pensões e os subsídios (estes cortes podem inclusivamente ser temporários, ficando definidos a sua desactivação com o abaixamento da dívida ou dados de crescimento do PIB ou lá o que seja!).
O que este país não aguenta mais são PEC ad-hoc em que mentes iluminadas passam o lápiz vermelho sem ler o texto, nem ter noção do que fazer, numa visão puramente financeira e sem a mínima preocupação de justiça ou equidade. Quem assim faz, fá-lo uma, duas três e até PECa uma quarta.
Resumindo, e respondendo à tua pergunta, a Inversão dar-se-á quando o PIB voltar a crescer.
Mufin,
nas medidas que tu apontas, vejo-as mais para cortar no gastos (e que poderão tornar o ambiente económico mais desafiante), do que em promovêr propriamente o Investimento (e Crescimento).
Existe apenas os pontos 3 e 4 que possam indirectamente criar melhores condições para o Investimento. Mas, mesmo assim, não é propriamente um incentivo ao Investimento e ao Crescimento.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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Muito bom Muffin. Só acrescentar que o crescimento tem de compensar o deficit.
O Sri Lanka, por exemplo, cresceu 6% no ano passado, mas com um défice de 10% a dívida publica continuou a crescer.
Embora o crescimento ajude a que o défice e a dívida publica (em % do PIB) sejam inferiores, é preciso forçar a que a % de défice esteja abaixo da % de crescimento (não são contas tão directas assim, mas é só para ilustrar).
Mas tudo o que referiste ajuda aos dois lados ao mesmo tempo (crescimento e défice) e é esse mesmo o caminho !
O Sri Lanka, por exemplo, cresceu 6% no ano passado, mas com um défice de 10% a dívida publica continuou a crescer.
Embora o crescimento ajude a que o défice e a dívida publica (em % do PIB) sejam inferiores, é preciso forçar a que a % de défice esteja abaixo da % de crescimento (não são contas tão directas assim, mas é só para ilustrar).
Mas tudo o que referiste ajuda aos dois lados ao mesmo tempo (crescimento e défice) e é esse mesmo o caminho !
No man is rich enough to buy back his past - Oscar Wilde
Pata-Hari Escreveu:Muffin, fantástico post o teu. Muito bom mesmo.
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E respondendo ao tópico, o Estado não precisa para praticamente nada de deter um Banco.
Aliás a influência política sobre o BCP e o BES servem como prova.
Do mesmo modo me parece que privatizar a CGD AGORA não faz muito sentido.
Aliás a influência política sobre o BCP e o BES servem como prova.
Do mesmo modo me parece que privatizar a CGD AGORA não faz muito sentido.
Editado pela última vez por Visitante em 30/3/2011 21:51, num total de 1 vez.
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Re: Dívida portuguesa
Mares Escreveu:Inversão (da dívida e do empobrecimento), para quando?
Mares, a dívida é medida como uma % do PIB, e esta deixa de ser problema quando o PIB cresce.
Se um país ano após ano faz um P (plano) e apenas se preocupa com o E (estabilidade) e se esquece do C (crescimento) a diminuição da dívida só pode ser conseguida com base no corte das despesas ou com o aumento dos impostos.
Para se conseguir C é necessário, por exemplo (deixo 5 pontos que podem fazer a diferença no curto prazo):
1. racionalizar - Libertar do Estado o que não é produtivo num estado que estrangula o sector privado (e aqui incluo as influências políticas onde, por ex., me vem à memória um recente episódio de um PM a dizer no parlamento que não permitia parte da venda de uma empresa privada (PT) porque era contra o interesse nacional, para duas semanas depois nada dizer quando o preço subiu e as arcas do Estado nada benefeciaram - e este nem é um exemplo muito importante). Exceptuaria deste raciocínio as actividades que têm associado um bem público, pelo que se aplica a quase todas as actividades económicas.
2. Acabar com o supérfulo - Para começar, desactivem tudo o que o DN recentemente apontou num trabalho de investigação sobre as empresas e fundaçoes do Estado, mas mais haverá!
3. Aumentar a productividade - baixando o custo político nas decisões económicas e baixando alguns impostos, mlhorando a concorrência e o clima económico.
4. Promover a justiça - Com urgência em todas as áreas que possam promover e agilizar a concorrência e diminuir o risco empresarial. Já nem falo da civil que essa não tem grande impacto nem sobre o défice nem sobre o PIB.
5. Aligeirar a despesa do Estado em áreas que não são produtivas, estando à cabeça, naturalmente as Pensões e os subsídios (estes cortes podem inclusivamente ser temporários, ficando definidos a sua desactivação com o abaixamento da dívida ou dados de crescimento do PIB ou lá o que seja!).
O que este país não aguenta mais são PEC ad-hoc em que mentes iluminadas passam o lápiz vermelho sem ler o texto, nem ter noção do que fazer, numa visão puramente financeira e sem a mínima preocupação de justiça ou equidade. Quem assim faz, fá-lo uma, duas três e até PECa uma quarta.
Resumindo, e respondendo à tua pergunta, a Inversão dar-se-á quando o PIB voltar a crescer.
Editado pela última vez por Visitante em 30/3/2011 21:52, num total de 1 vez.
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Dívida portuguesa
Boa tarde,
Obrigado a todos pelas respostas.
O Mares definiu muito bem ( Inversão(da dívida e do empobrecimento), para quando?
Estamos então a anos luz da solução.
Cumprmts.
Figueiraa1
Obrigado a todos pelas respostas.
O Mares definiu muito bem ( Inversão(da dívida e do empobrecimento), para quando?
Estamos então a anos luz da solução.
Cumprmts.
Figueiraa1
Re: Dívida portuguesa
AutoMech Escreveu:Mares Escreveu:Inversão (da dívida e do empobrecimento), para quando?
Em relação à inversão da dívida a resposta é simples: Quando houver um excedente no saldo primário+juros.
Ou seja, quando as receitas de funcionamento do estado (impostos, taxas, etc) derem para pagar as despesas de funcionamento (salarios, pensões, subsidios, etc.), ainda sobrar dinheiro para os juros e ainda sobrar mais qualquer coisa. Com essa qualquer coisa começa-se a abater a dívida.
Estamos a anos luz disso acontecer...
Eu acrescentava também quando o estado poder baixar os impostos e mesmo assim sobrar dinheiro. Aí sim a coisa começava a mudar.
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Re: Dívida portuguesa
Mares Escreveu:Inversão (da dívida e do empobrecimento), para quando?
Em relação à inversão da dívida a resposta é simples: Quando houver um excedente no saldo primário+juros.
Ou seja, quando as receitas de funcionamento do estado (impostos, taxas, etc) derem para pagar as despesas de funcionamento (salarios, pensões, subsidios, etc.), ainda sobrar dinheiro para os juros e ainda sobrar mais qualquer coisa. Com essa qualquer coisa começa-se a abater a dívida.
Estamos a anos luz disso acontecer...
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Re: Dívida portuguesa
Figueiraa1 Escreveu:Boa tarde,
Quantos anos serão necessários para que Portugal saia da bancarrota?
Cump. - Figueiraa1
Parece-me que ainda não estamos em bancarrota...
Mas as medidas até agora tomadas são unicamente para que a dívida não continue crescendo de forma descontrolável (mas continua crescendo)...
O empobrecimento parece-me que será uma tendência de longo prazo...
Inversão (da dívida e do empobrecimento), para quando?
Boa pergunta...
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Dívida portuguesa
Boa tarde,
Quantos anos serão necessários para que Portugal saia da bancarrota?
Cump. - Figueiraa1
Quantos anos serão necessários para que Portugal saia da bancarrota?
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CerealKiler Escreveu::evil: quase um BCP, cum caneco...
Pior, é uma estratégia politica privatizar parte do capital, ou seja vamos vender lixo!

Estamos entregues á "bicharada", sem soluções e as poucas ideias que tem é cada tiro nos pés!

Cumpts.
Trisquel
A divindade, o princípio e o fim, a eterna evolução, o movimento, a vibração e a perpétua aprendizagem.
Trisquel
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Elias Escreveu:e-finance Escreveu:Acredito q.b.(dou o beneficio da dúvida) mas não arriscava o meu.
Ou seja, em teoria acreditas, mas na prática não
Mas axas que o estado não deveria vender empresas publicas como estes exemplos que foram dados que só dão prejuizo ano após ano?
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Fitch corta "rating" da CGD para um nível acima de "lixo"
30 Março 2011 | 16:13
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt
A agência de notação Fitch cortou hoje o "rating" do banco público de A para BBB-, e pôs os demais bancos nacionais em "perspectiva negativa", o que sugere a iminência de cortes.
A decisão da Fitch compromete ainda mais a situação difícil da banca portuguesa que tem vindo a conseguir financiar-se quase em exclusivo através dos fundos disponibilizados pelo Banco Central Europeu (BCE).
A decisão de descer dois níveis à “qualidade” da dívida emitida pela Caixa Geral de Depósitos estende-se também ao banco de investimento da CGD, o Caixa BI, e é justificada pelo corte, em igual amplitude, aplicado ao “rating” da dívida pública portuguesa.
30 Março 2011 | 16:13
Eva Gaspar - egaspar@negocios.pt
A agência de notação Fitch cortou hoje o "rating" do banco público de A para BBB-, e pôs os demais bancos nacionais em "perspectiva negativa", o que sugere a iminência de cortes.
A decisão da Fitch compromete ainda mais a situação difícil da banca portuguesa que tem vindo a conseguir financiar-se quase em exclusivo através dos fundos disponibilizados pelo Banco Central Europeu (BCE).
A decisão de descer dois níveis à “qualidade” da dívida emitida pela Caixa Geral de Depósitos estende-se também ao banco de investimento da CGD, o Caixa BI, e é justificada pelo corte, em igual amplitude, aplicado ao “rating” da dívida pública portuguesa.
Cumpts.
Trisquel
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Trisquel
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Lion_Heart Escreveu:Quando se esta "entalado" e-se obrigado a vender tudo.
Ou acham que essas lojas de compra de ouro são o que?
Para o Estado é exactamente igual.
Eu sou a favor de que se venda tudo o que se puder para pagar a divida, desde que se altere a constituição e se imponha limites de divida com implicações serias para quem as criou.
BullRider Escreveu:Elias Escreveu:e-finance Escreveu:Acredito q.b.(dou o beneficio da dúvida) mas não arriscava o meu.
Ou seja, em teoria acreditas, mas na prática não
Acho que não eram necessárias tantas perguntas. Deu para perceber claramente qual foi o pensamento do e-finance.
O Elias gosta de fazer o "túnel". (gíria futebolística).

Elias Escreveu:e-finance Escreveu:Há sempre quem compre
Isto NÃO é verdade.
Ainda recentemente o Estado tentou vender o BPN e não houve comprador.
Houve interessados, mas não naquelas condições. A CP seria igual dependeria das condições.
Se obrigassem a manter comboios vazios, claro que os investidores não estariam interessados, agora se permitissem gerir como quisessem não tenho duvidas que haveria compradores.
Elias Escreveu:e-finance Escreveu:Acredito q.b.(dou o beneficio da dúvida) mas não arriscava o meu.
Ou seja, em teoria acreditas, mas na prática não
Acho que não eram necessárias tantas perguntas. Deu para perceber claramente qual foi o pensamento do e-finance.
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