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Caldeirão da Bolsa

PEC - próximos capítulos (2011 - 2012 - 2013)

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por frodovic » 5/5/2011 16:09

A-330 Escreveu:
pocoyo Escreveu:
A-330 Escreveu:
Acha que 1500 euros é ganhar bem?

A330


Acho.
O salário minimo em 2011 é de 500€.


E??
O salário médio em alguns países africanos é de 1 dólar.Quem ganha 3 tem um bom salário?

Queremos ser europeus, mas não temos mentalidade para isso.Por isso é que estamos como estamos.
Temos que nos conscientizar que a nossa mentalidade é africana ! Não é européia. Por isso é que agimos e pensamos como as republicas africanas das bananas.

Na verdade,há uma coisa na nossa mentalidade que nos distingue dos africanos. È que nós temos peneiras , temos a mania que somos alguma coisa e eles tem já total consciência da mediocridade da sua situação.

Venham mais PECs.Podem vir muitos mais.Podem reduzir os salários todos a 520 euros. Ainda haverá muita gente contente por ganhar 20 euros acima do salário mínimo.

A330



É isso mesmo caro A330. Eu gosto bastante mais de viver em África que em Portugal precisamente por causa disso. Cá toda a gente é corrupta mas apregoa seriedade aos 4 ventos ... Este país dá-me vontade de vomitar !!
 
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por Mares » 5/5/2011 12:48

Foi preciso vir cá o FMI para dizerem-nos o que temos de fazer para reduzir a despesa pública.

Por aqui, estavamos já fartos de PECs....


Uma das medidas foi reduzir em 30% as despesas com a ADSE.

Dados obtídos no site da ADSE e Pordata podemos chegar à conclusão que: cada beneficiário deste susbistema de saúde custa ~700 euros/ano (dados de 2009).

Do gráfico em anexo podemos vêr que os gastos totais com a ADSE foram crescendo sem controle a qualquer governo.


O que é a ADSE?



São beneficiários da ADSE:

Os trabalhadores com relação jurídica de emprego público da administração central, regional e local, desde que estejam inscritos na Caixa Geral de Aposentações ou na Segurança Social, e não beneficiem, como titulares, de outro subsistema de saúde integrado na Administração Pública;
O pessoal docente do ensino particular e cooperativo, desde que para o efeito seja celebrado um acordo com a ADSE, nos termos do art.º 8.º do Decreto-Lei nº 321/88, de 22 de Setembro e do art.º 5.º do Decreto-Lei nº 327/85, de 8 de Agosto;
Os aposentados que não sejam abrangidos por qualquer outro subsistema de saúde integrado na Administração Pública;
Outro pessoal que a lei contemple [alínea c) do art.º 3.º do Decreto-Lei nº 118/83, de 25 de Fevereiro];
Os dependentes dos titulares: cônjuges, descendentes e ascendentes ou equiparados.

» Veja na área de Organismos (Qualidade de Beneficiário) em que condições se perde, suspende e mantém o direito à ADSE.

Entre os beneficiários importa diferenciar:

Titulares: os trabalhadores no activo ou aposentados;
Familiares ou equiparados: os dependentes dos titulares.


Quantos somos em 2011 (Abril)
- Titulares/Activo (587.954)
- Titulares/Aposentados (320.102)
- Familiares (455.842)

Total
1.363.898

http://www.adse.pt/page.aspx?IdCat=352& ... enuLevel=2

[/quote]
Anexos
ADSE_gastos.PNG
ADSE_gastos.PNG (16.91 KiB) Visualizado 1107 vezes
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por pocoyo » 25/3/2011 10:18

AutoMech Escreveu:
pocoyo Escreveu:Tu no outro dia disseste que o levantamento do sigilo bancario não resolve. Não resolve 100% mas elimina uma grade percentagem da fraude.


Com esta não me convences mesmo nada, mas opiniões são opiniões. :wink:


E com as outras, convenço? :mrgreen:

Acho que este assunto devia ter acabado com aquele teu post do carimbo na testa.

Muito me ri...
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por Automech » 25/3/2011 10:08

pocoyo Escreveu:Tu no outro dia disseste que o levantamento do sigilo bancario não resolve. Não resolve 100% mas elimina uma grade percentagem da fraude.


Com esta não me convences mesmo nada, mas opiniões são opiniões. :wink:
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por pocoyo » 25/3/2011 9:50

AutoMech Escreveu:
pocoyo Escreveu:De certeza que não se atribui este rendimento de forma fraudulenta, isto falando do estado.


Eu não digo que se atribui de forma fraudulenta (melhor seria !!).

Mas recebe-se, inquestionavelmente, de forma fraudulenta em parte do universo.

Donde é que apareceu a discussão ? Foi quando perguntei isto ao Mares:

AutoMech Escreveu:
Mares Escreveu:Primeira pergunta: Sim, concordo com o RSI.


Escolhes que hipótese ?

A) Definir regras, como actualmente, e atribuir o RSI, sabendo que há uma parte que não o merece, porque subverte o sistema (recebendo por fora) e porque temos injustiça fiscal.

B) Acabar com o RSI, sabendo que irás prejudicar, inevitavelmente quem dele realmente precisava.

C) Outra opção. Qual ?


Qual é a tua opinião Pocoyo ?


Hipotese A sem qualquer duvida, ficando com a mente aberta para opções C.

Até hoje ainda não apareceu forma melhor de atribuir o RSI.

O RSI é como declarar as mais valias da bolsa, nestes ultimos anos muita gente não as declarou, e gabam-se disso.
Nem por isso vi pessoal a pedir para acabar com a bolsa. :)

Tu no outro dia disseste que o levantamento do sigilo bancario não resolve. Não resolve 100% mas elimina uma grade percentagem da fraude.

Sistemas 100% perfeitos, acho que não conheço nenhum...
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por Automech » 24/3/2011 19:15

pocoyo Escreveu:De certeza que não se atribui este rendimento de forma fraudulenta, isto falando do estado.


Eu não digo que se atribui de forma fraudulenta (melhor seria !!).

Mas recebe-se, inquestionavelmente, de forma fraudulenta em parte do universo.

Donde é que apareceu a discussão ? Foi quando perguntei isto ao Mares:

AutoMech Escreveu:
Mares Escreveu:Primeira pergunta: Sim, concordo com o RSI.


Escolhes que hipótese ?

A) Definir regras, como actualmente, e atribuir o RSI, sabendo que há uma parte que não o merece, porque subverte o sistema (recebendo por fora) e porque temos injustiça fiscal.

B) Acabar com o RSI, sabendo que irás prejudicar, inevitavelmente quem dele realmente precisava.

C) Outra opção. Qual ?


Qual é a tua opinião Pocoyo ?
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por pocoyo » 24/3/2011 19:01

Mech tu és teimoso... :)

De certeza que não se atribui este rendimento de forma fraudulenta, isto falando do estado. Agora se as pessoas falsificam dados isso é outra história.

É o mesmo que o funcionário que trabalha muito e o que parece que trabalha muito. Não é por causa do que parece que trabalha que se corta o salário aos dois. O que trabalha tem que denunciar o que não trabalha e este tem que ser despedido.
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por Automech » 24/3/2011 18:48

Mares Escreveu:O problema passou agora para a declaração de rendimentos e para a economia paralela...


Não passou agora Mares. Sempre esteve ligado.

Tens duas famílias iguais, com rendimento igual e dificuldades iguais.

A família 1 decide trabalhar pelo salário mínimo e não recebe nada.

A família 2 decide trabalhar sem descontar. Recebe o RSI e mais uma série de prestações sociais.

E o mais insólito é que a família 1, embora não tenha rendimentos para pagar IRS, está contudo sujeita a Segurança Social, contribuindo assim para a família 2.

Percebes porque é que rendimentos e prestações sociais sempre estarão ligados, por mais voltas que dês ?

Mares Escreveu:Parece-me mais lógico que se fiscalize quem fuja aos impostos, pois certamente que subtrairá ao Estado mais do que o valor de um RSI (180 euros).


Estás a querer legitimar quem rouba 180 euros (porque é um roubo, de facto, independentemente do montante), argumentando que outros fogem aos impostos por um valor superior. É uma bela forma de gestão dos dinheiros públicos....

Mares Escreveu:Se o RSI são poucas centenas de milhões de euros (supondo 300 milhões, que acredito que seja bem aplicado em mais de 90% dos casos), já no caso da sonegação de impostos corresponda a 50 mil milhões de euros (~20% do PIB).
Sendo assim, o RSI corresponde apenas a 0,6% de tudo o que é sonegado...


Ambos devem ser combatidos e um não legitima o outro Mares.

Além disso quem rouba o estado ao receber uma prestação indevida está a roubar duplamente e em ambas as estatísticas. Primeiro porque não devia receber prestações e em segundo porque trabalha e não desconta.

Quanto aos 90% em que são corretamente aplicados não são de certeza.

Numa fiscalização a SS detectou 14% de incorrecções:

http://aeiou.expresso.pt/seguranca-soci ... 09=f564097

E é fácil de perceber que, mesmo nos 86% em que não detetaram irregularidades é muito difícil detetar e provar que um tipo tem rendimentos a fazer biscates, só para dar um exemplo simples.

Provavelmente já é bom se 50% das pessoas que o recebem forem prestações legítimas.
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por defst0ned » 24/3/2011 18:02

O RSI não tem um valor variável?

Como é que há então casos de ciganos que recebem do estado uns 1500 euros?

o RSI não depende do número de pessoas existente no agregado familiar?
 
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por Mares » 24/3/2011 17:55

AutoMech Escreveu:
pocoyo Escreveu:Eu era dessa opinião (só para acalmar o Mech). :P


LOL, eu ia sugerir que metessem um código de barras na testa de quem recebe o RSI mas achei que o Mares não ia concordar :lol:


O problema passou agora para a declaração de rendimentos e para a economia paralela...

Parece-me mais lógico que se fiscalize quem fuja aos impostos, pois certamente que subtrairá ao Estado mais do que o valor de um RSI (180 euros).

Ou acham que esses "sujam" as mãos por 180 euros?

Se o RSI são poucas centenas de milhões de euros (supondo 300 milhões, que acredito que seja bem aplicado em mais de 90% dos casos), já no caso da sonegação de impostos corresponda a 50 mil milhões de euros (~20% do PIB).
Sendo assim, o RSI corresponde apenas a 0,6% de tudo o que é sonegado...


Pdcarrico, o RSI tem um papel em Portugal semelhante ao "bolsa família" no Brasil. Já tinhas referído antes do sucesso dessa medida no Brasil e de como tem contribuído para o crescimento da economia brasileira.
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por Automech » 24/3/2011 17:01

pocoyo Escreveu:Eu era dessa opinião (só para acalmar o Mech). :P


LOL, eu ia sugerir que metessem um código de barras na testa de quem recebe o RSI mas achei que o Mares não ia concordar :lol:
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por pocoyo » 24/3/2011 16:50

pdcarrico Escreveu:
AutoMech Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Diria que a forma para começarmos a aceitar o RSI era vermos quem efectivamente recebe (rostos!! de uma forma estatística)


O que é que tens em mente quando dizes ver rostos de forma estatística ?


... epá ... eu sabia que não me devia ter metido nesta conversa ... :roll:

Na verdade não sei. Mas ajudaria se o Governo dissesse estatísticas sobre os subsídios - distribuição etária, distribuição por tempo que se acumula a receber, distribuição por sexo (por exemplo parece-me que as mães serão melhores receptoras de dinheiro do que homens porque normalmente investem nos filhos), ...


Por momentos achei que eras da opinião de se meter um cartaz à porta a dizer - AQUI VIVE UM RSI. :mrgreen:

Eu era dessa opinião (só para acalmar o Mech). :P
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por Automech » 24/3/2011 16:49

pdcarrico Escreveu:Na verdade não sei. Mas ajudaria se o Governo dissesse estatísticas sobre os subsídios - distribuição etária, distribuição por tempo que se acumula a receber, distribuição por sexo (por exemplo parece-me que as mães serão melhores receptoras de dinheiro do que homens porque normalmente investem nos filhos), ...


Até parece que estou a implicar e a complicar tudo mas a ideia é mostrar que isto das prestações sociais tem muito que se lhe diga.

A subversão do sistema é o maior problema (aqui e em todos os países) e, por mais voltas que se dê, dificilmente se consegue acabar com elas.

Infelizmente, embora o Mares não concorde, na minha opinião a coisa é mesmo preto ou branco:

- Damos a todos os que se qualificam e sabemos que há injustiças
- Não damos a ninguém e sabemos que afetamos gente que precisa

Quando começamos a meter coisas subjetivas pelo meio ainda distorcemos mais o sistema.

O rendimento é uma forma de tentar manter o sistema objetivo, mas vê-se facilmente que não resulta.
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por pdcarrico » 24/3/2011 16:41

AutoMech Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Diria que a forma para começarmos a aceitar o RSI era vermos quem efectivamente recebe (rostos!! de uma forma estatística)


O que é que tens em mente quando dizes ver rostos de forma estatística ?


... epá ... eu sabia que não me devia ter metido nesta conversa ... :roll:

Na verdade não sei. Mas ajudaria se o Governo dissesse estatísticas sobre os subsídios - distribuição etária, distribuição por tempo que se acumula a receber, distribuição por sexo (por exemplo parece-me que as mães serão melhores receptoras de dinheiro do que homens porque normalmente investem nos filhos), ...
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por Automech » 24/3/2011 16:37

pdcarrico Escreveu:Diria que a forma para começarmos a aceitar o RSI era vermos quem efectivamente recebe (rostos!! de uma forma estatística)


O que é que tens em mente quando dizes ver rostos de forma estatística ?
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por pdcarrico » 24/3/2011 16:26

Sim Mech, eu não defendia o RSI nem outras prestações. O que quis dizer é que desde sempre o RSI foi questionado e para mim, nem mesmo se tivéssemos melhores finanças isso mudaria.

Diria que a forma para começarmos a aceitar o RSI era vermos quem efectivamente recebe (rostos!! de uma forma estatística) para sentirmos identificação, e tivéssemos um esquema de fiscalização mais eficiente, que por exemplo passe por uma lógica de proximidade, que despiste essas avaliações erradas dadas pela declaração de IRS.

Mas confesso que não tenho opinião porque justamente não sei quem recebe, quanto se gasta e se existem muitos dessas atribuições erradas.
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por Automech » 24/3/2011 16:12

Pedro, fala-se do RSI porque foi aí que começou, mas são praticamente todas as prestações sociais, como aliás o Artista já referiu..

Como é que são atribuídas estas prestações ? Essencialmente pelos rendimentos.

Ora se há 25% de economia paralela já se percebe o porquê da contestação e das dúvidas.

É bom recordar que quem ganhe o salário mínimo, apesar de não pagar IRS, desconta, no entanto, para segurança social, sendo parte desse desconto canalizado para prestações sociais.

É de uma injustiça atroz tirar a quem trabalha e ganha miseravelmente, para dar a quem não tem necessidade.

Eu não tenho dúvidas que há quem precise e sou a favor que se ajude. Mas com 25% de economia paralela o sistema atual é extremamente injusto.
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por pdcarrico » 24/3/2011 15:48

Pelo que vejo discute-se muito o RSI neste tópico. Não quero entrar na discussão porque sinceramente não tenho opinião - não sei os valores, as pessoas contempladas, como se fiscaliza, etc...

Mas lembrou-me que no Brasil iniciaram um programa parecido (bolsa família) que passado pouco tempo, e depois de algumas críticas iniciais, passou a ser defendido por todos ... mesmo aqueles defensores de intervenção pública mínima.

As diferenças parecem-me duas: existe identificação da pessoa comum com quem recebe - contrariamente a Portugal onde quem pensa sobre o assunto, pensa que o recebedor é alguém com quem não tem identificação (étnica, cultural, social, etc..), e a fiscalização é a um nível municipal que possivelmente consegue ser mais eficaz. Parece-me que as pessoas que recebem o bolsa família, têm um cadastro e são conhecidas na prefeitura.

Não sei se é possível ter a mesma aceitação do RSI em relação ao BF. Mas parece-me que as pessoas em Portugal precisam de ser convencidas de que as ajudas são bem concedidas. E isso não ocorre e por tal o RSI é tão contestado.
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por Automech » 24/3/2011 14:53

Mares Escreveu:Não temos o direito de levantar suspeitas de quem recebe, sem que coloquemos em causa a capacidade de quem ofereçe...


É essa falta e exigência relativamente aos dinheiros públicos que nos levaram à situação em que estamos hoje.


Mares Escreveu:Acho que se existe situações de pobreza/exclusão, isso está evidente no nível de vida dessas pessoas e/ou no meio onde vivem.


E já te ocorreu que há pessoas que podem viver em bairros normais que tiveram um azar na vida e que agora precisam mesmo do RSI ?

O RSI não é coisa para se dar consoante o bairro onde mores, se estás magro ou gordo, se tens aspeto saudável ou doente ou se tens roupa com buracos ou não. Se fizeres isso, com base em critérios subjetivos, estás a cometer desigualdades, algo que tanto tens criticado.



Mares Escreveu:Se a prestação fôr feita em géneros alimentares (evita-se que o dinheiro seja utilizado para outras coisas).


Não elimina o ponto principal que é a utilização do dinheiro, que foi retirado a alguém sob a forma de impostos ou contribuições, para a atribuição a alguém que (supostamente) precisa.

O problema é dar em dinheiro ? Então dar 200 euros em artigos de supermercado a quem não precisa já não tem problema ?

O ponto não é a forma da prestação. É se a pessoa precisa ou não desse dinheiro do estado (que foi retirado a outras pessoas).

Mares Escreveu:Se a prestação fôr feita presencialmente garante que a pessoa não está a trabalhar ou a fazer "biscates" fora do lugar onde mora.


Um tipo que faz trabalhos de canalizador, que é feirante ou que trabalha em conivência com o patrão (sem descontar) achas que tem problemas em ir lá uma vez receber o RSI ?

Quanto ao resto é bom recordar que as reformas excessivas (com as quais não concordo) não legitimam o dar o RSI a quem não precisa. Ambos devem ser combatidos.

Quanto ao conhecer casos, não preciso. basta olhar para as estatísticas da economia paralela que atingem quase 25% do PIB em Portugal. Claro que não é tudo do RSI (mal seria) mas aquilo que indica é que muitos rendimentos não pagam impostos.

E os rendimentos são precisamente a base para a atribuição do RSI e de outras despesas sociais.

1+1=2
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por Mares » 24/3/2011 14:25

AutoMech Escreveu:Eu perguntei-te:
Qual é a tua proposta para conseguires com que o RSI seja realmente entregue a quem dele necessite ?

Agora vamos ver as tuas respostas:
Mares Escreveu:- Essas contribuições sociais deverão ser entregues preferencialmente em forma de bens alimentares e/ou no pagamento de contas de água/energia.


É uma ideia mas continua a não filtrar quem precisa que é o que eu te perguntei. O tipo que faz biscates ou que vende na feira, fica com a água paga ou a despensa cheia. Em vez de dinheiro é em espécimes mas a injustiça continua lá, inalterável.


Mares Escreveu:- A prestação social deverá ser feita mensalmente, exigindo-se a presença do benificiário e acompanhada a entrega com a presença de um(a) assistente social para avaliação objectíva de cada caso, para a elaboração de um relatório sobre a evolução do benificiário.

Avaliar objetivamente a evolução do quê Mares ?


Mares Escreveu:- Incentivar a criação do próprio emprego (existência de uma linha de micro-crédito) em pequenos negócios que benificiem a comunidade local.
Nos meios rurais, criar pequenas cooperativas para a produção de produtos agricolas, silvicultura ou pastorícia.

Boa ideia mas não elimina os que subveretm o sistema e recebem o RSI indevidamente.


Mares Escreveu:- Introduzir o conceito de pequenas cooperativas e de associações cívicas.


Boa ideia mas não elimina os que subvertem o sistema e recebem o RSI indevidamente.


Mares Escreveu:- Acompanhar com o máximo cuidado as crianças inserídas nesses meios, privilegiando a sua educação.


Boa ideia mas não elimina os que subvertem o sistema e recebem o RSI indevidamente.

Mares Escreveu:- Criar um "índice de percepção de pobreza" que identifique claramente as regiões (ou bairros) onde se identifiquem fragilidades económico/sociais.


Portanto se um pobre morar fora dessas zonas não tem direito. Mas se alguém que não precisa morar nesse bairro já tem direito. Uma enorme injustiça.

Mares Escreveu:- Punir exemplarmente qualquer manifestação de racismo e discriminação por parte da sociedade.


Não vejo qualquer relação com a pergunta inicial que era como assegurar que o RSI seja entregue a quem dele realmente necessita.


AutoMech,

estás com a ideia muito fixada nessa de que quem recebe RSIs são pessoas desonestas...

Pedia-te que vejas essa contribuição como um esforço de integração e não de exclusão...

Não temos o direito de levantar suspeitas de quem recebe, sem que coloquemos em causa a capacidade de quem ofereçe...

Acho que se existe situações de pobreza/exclusão, isso está evidente no nível de vida dessas pessoas e/ou no meio onde vivem.

Se a prestação fôr feita em géneros alimentares (evita-se que o dinheiro seja utilizado para outras coisas). Se a prestação fôr feita presencialmente garante que a pessoa não está a trabalhar ou a fazer "biscates" fora do lugar onde mora.

A avaliação da evolução da situação do benificiário é extremamente necessária, visto que isso é que irá avaliar a qualidade desse serviço.

Incentivar a criação do próprio emprego será o objectívo final dessa prestação e não algo em abstracto. Isso irá aliviar a carga no RSI e integra essa pessoa no sistema produtivo e devolvêr a essa pessoa o direito pleno de pertençer a uma socidade de progresso.

A moralização do sistema não passa somente por inibír quem quer receber indevidamente um auxílio, mas também por punir quem promova a exclusão por palavras ou actos.

Pensa nisso.

Não quero estar aqui estender um assunto que não me moverá a acreditar nesse esforço da sociedade para um bem comum.

Se conheçeres casos que achas injusto, por favor denúncia e faz valer os teus direitos.
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por Mares » 24/3/2011 13:46

careca79 Escreveu:
Mares Escreveu:
careca79 Escreveu:Boas.

O RSI tem uma função, bastante importante, que visa controlar a criminalidade.

Sem RSI, provavelmente vão aumentar os roubos e provavelmente a violência na rua.

Nem todos os beneficiários são sacanas, é preciso conseguir de alguma forma dar a quem realmente necessita e "incentivar" quem anda apenas a viver à conta.

A caixa de pandora é a fiscalização, e essa ainda ninguém descobriu como abrir.

Abraço


Concordo com as suas palavras, apesar de não vêr que as pessoas que recebam RSI sejam potenciais criminosos.

A xenofobía e a discriminação é algo que instala-se facilmente entre os povos desprovídos de princípios cívicos e humanos.

Também os alemães culpavam os judeus pelos seus erros...


Mares.

Interpretou mal as minhas palavras, quem recebe RSI não é potencial criminoso. No entanto essas pessoas vivem em situações socio-económicas muito difíceis, que na ausência de dinheiro e na necessidade de ter comida para comer, e dar aos filhos, podem fazer coisas que normalmente não fariam se tiverem o mínimo de subsistência.

É a esta criminalidade que me refiro.

Longe de mim, querer sequer fazer referência e colocar todos os beneficiários no mesmo saco, nem sequer faz sentido, nem eu conheço os casos de todos os beneficiários.

Abraço


careca79,

também entendí que fez suas afirmações em boa-fé. Apenas alertei para o facto de sentirmo-nos tentados a tirarmos essas conclusões, visto que são casos que precisam ser entendídos com muito cuidado.

Também, perante as dificuldades actuais, que afectam uma grande maioria das famílias, podemos facilmente procurar "bodes expiatórios". Temos de lutar contra isso e procurar crescermos nas situações mais difíceis.

Por último, deixo aqui uma declaração pública de um grande empresário português (Belmiro de Azevedo)

"quem tem fome, tem o direito de roubar"...
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por careca79 » 24/3/2011 13:42

Elias Escreveu:
careca79 Escreveu:O RSI tem uma função, bastante importante, que visa controlar a criminalidade.

Sem RSI, provavelmente vão aumentar os roubos e provavelmente a violência na rua.


Isso não é assim tão linear.

Há alguma evidência que mostre que sem RSI a criminalidade aumenta? Ou que a criminalidade diminuiu em Portugal depois da introdução do RSI?


Podemos olhar para os problemas em França, com as revoltas nos suburbios, copio aqui um trecho que tende a justificar o que me quero referir ( e provavelmente mal, porque gerei aqui algumas confusões )

http://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=628133

3Qual é a situação nos subúrbios?Nos bairros problemáticos em torno das grandes cidades francesas, o desemprego é muito elevado, tal como o insucesso escolar. Habitadas sobretudo por imigrantes, as banlieues são terreno fértil para a violência e as economias paralelas. A pobreza e sentimento de exclusão levam muitos jovens a revoltar-se contra o Governo - que acusam de os ter abandonado - e a considerar os polícias como "invasores". Segundo o Libération, os pro- blemas "não vêm todos do Governo, revelam também uma sociedade incapaz de garantir a segurança e facilitar o acesso ao primeiro emprego" a estes jovens.


Se não tiverem dinheiro para "viver", vão procurá-lo das formas que têm disponíveis, nos meios sócio-enconómicos onde vivem.

Abraço.
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Para mais análises ao PSI-20 e outro material sobre análise Técnica.
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por Automech » 24/3/2011 13:41

Eu perguntei-te:
Qual é a tua proposta para conseguires com que o RSI seja realmente entregue a quem dele necessite ?

Agora vamos ver as tuas respostas:
Mares Escreveu:- Essas contribuições sociais deverão ser entregues preferencialmente em forma de bens alimentares e/ou no pagamento de contas de água/energia.


É uma ideia mas continua a não filtrar quem precisa que é o que eu te perguntei. O tipo que faz biscates ou que vende na feira, fica com a água paga ou a despensa cheia. Em vez de dinheiro é em espécimes mas a injustiça continua lá, inalterável.


Mares Escreveu:- A prestação social deverá ser feita mensalmente, exigindo-se a presença do benificiário e acompanhada a entrega com a presença de um(a) assistente social para avaliação objectíva de cada caso, para a elaboração de um relatório sobre a evolução do benificiário.

Avaliar objetivamente a evolução do quê Mares ?


Mares Escreveu:- Incentivar a criação do próprio emprego (existência de uma linha de micro-crédito) em pequenos negócios que benificiem a comunidade local.
Nos meios rurais, criar pequenas cooperativas para a produção de produtos agricolas, silvicultura ou pastorícia.

Boa ideia mas não elimina os que subveretm o sistema e recebem o RSI indevidamente.


Mares Escreveu:- Introduzir o conceito de pequenas cooperativas e de associações cívicas.


Boa ideia mas não elimina os que subvertem o sistema e recebem o RSI indevidamente.


Mares Escreveu:- Acompanhar com o máximo cuidado as crianças inserídas nesses meios, privilegiando a sua educação.


Boa ideia mas não elimina os que subvertem o sistema e recebem o RSI indevidamente.

Mares Escreveu:- Criar um "índice de percepção de pobreza" que identifique claramente as regiões (ou bairros) onde se identifiquem fragilidades económico/sociais.


Portanto se um pobre morar fora dessas zonas não tem direito. Mas se alguém que não precisa morar nesse bairro já tem direito. Uma enorme injustiça.

Mares Escreveu:- Punir exemplarmente qualquer manifestação de racismo e discriminação por parte da sociedade.


Não vejo qualquer relação com a pergunta inicial que era como assegurar que o RSI seja entregue a quem dele realmente necessita.
Editado pela última vez por Automech em 24/3/2011 13:43, num total de 1 vez.
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por careca79 » 24/3/2011 13:33

Mares Escreveu:
careca79 Escreveu:Boas.

O RSI tem uma função, bastante importante, que visa controlar a criminalidade.

Sem RSI, provavelmente vão aumentar os roubos e provavelmente a violência na rua.

Nem todos os beneficiários são sacanas, é preciso conseguir de alguma forma dar a quem realmente necessita e "incentivar" quem anda apenas a viver à conta.

A caixa de pandora é a fiscalização, e essa ainda ninguém descobriu como abrir.

Abraço


Concordo com as suas palavras, apesar de não vêr que as pessoas que recebam RSI sejam potenciais criminosos.

A xenofobía e a discriminação é algo que instala-se facilmente entre os povos desprovídos de princípios cívicos e humanos.

Também os alemães culpavam os judeus pelos seus erros...


Mares.

Interpretou mal as minhas palavras, quem recebe RSI não é potencial criminoso. No entanto essas pessoas vivem em situações socio-económicas muito difíceis, que na ausência de dinheiro e na necessidade de ter comida para comer, e dar aos filhos, podem fazer coisas que normalmente não fariam se tiverem o mínimo de subsistência.

É a esta criminalidade que me refiro.

Longe de mim, querer sequer fazer referência e colocar todos os beneficiários no mesmo saco, nem sequer faz sentido, nem eu conheço os casos de todos os beneficiários.

Abraço
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por Mares » 24/3/2011 13:29

AutoMech Escreveu:
Mares Escreveu:O RSI não é um abuso e também não é uma "esmola" (como já te tinha respondido antes), mas sim uma contribuição social (temporária) e que deverá ser acompanhada por medidas efectívas de integração. Como podes pensar que alguém queira "viver" com 170 euros/mês e que se sinta benificiado pelo sistema?


Esse é o raciocino (correto) no papel, na teoria.

Na prática em muitos casos, não só não é temporário, como se tornou permanente e ainda incentivou pessoas a trabalharem, recebendo por fora, sem descontar, de forma a poderem receber também o RSI.

Nesses casos trata-se de um duplo roubo, não descontando e recebendo uma prestação indevida. E não penses que são excepções...

Qual é a tua proposta para conseguires com que o RSI seja realmente entregue a quem dele necessite ?


- Essas contribuições sociais deverão ser entregues preferencialmente em forma de bens alimentares e/ou no pagamento de contas de água/energia.

- A prestação social deverá ser feita mensalmente, exigindo-se a presença do benificiário e acompanhada a entrega com a presença de um(a) assistente social para avaliação objectíva de cada caso, para a elaboração de um relatório sobre a evolução do benificiário.

- Incentivar a criação do próprio emprego (existência de uma linha de micro-crédito) em pequenos negócios que benificiem a comunidade local.
Nos meios rurais, criar pequenas cooperativas para a produção de produtos agricolas, silvicultura ou pastorícia.

- Introduzir o conceito de pequenas cooperativas e de associações cívicas.

- Acompanhar com o máximo cuidado as crianças inserídas nesses meios, privilegiando a sua educação.

- Criar um "índice de percepção de pobreza" que identifique claramente as regiões (ou bairros) onde se identifiquem fragilidades económico/sociais.

- Punir exemplarmente qualquer manifestação de racismo e discriminação por parte da sociedade.
- A ganância dos outros poderá gerar-lhe lucros.
- A sua ganância poderá levá-lo à ruína.
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